1997 escrita por N_blackie


Capítulo 34
Jack




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O vento gelado zuniu nas orelhas de Jack enquanto ele voltava a passos rápidos para o Salão Principal. Fora para o treino de quadribol congelando, e voltava ainda pior, mas satisfeito. O jogo contra a corvinal, na semana anterior, fora um massacre descomunal, e os gritos da torcida enlouquecida por ele e Adhara ainda ecoavam em sua cabeça. “Black! Black! Black!” sussurrou para si mesmo, sorrindo sozinho.

Seu pai e sua mãe não tinham comparecido a nenhum jogo da temporada até então, mas o que normalmente incomodaria Jack não estava fazendo o mesmo efeito, até porque ele não tinha certeza se queria ver os dois tanto assim. Provavelmente estariam muito ocupados, ou nervosos com a fuga para aparecer.

Os sussurros e provocações sobre a fuga também haviam diminuído depois do jogo. “Parece que não conseguem mais falar depois de uns balaços na boca, hun!” Adhara gritara na cara de vários deles após a partida, e até Harry concordara. Jack não dizia nada, mas conseguia ver que ela estava cada vez mais nervosa, e os outros, cada vez mais cansados de notícias ruins. Ele mesmo, Jack, não sabia como estava se sentido em relação a tudo aquilo.

Assim que conseguiu entrar no salão, procurou por Richard, e achou o louro conversando animado com Violet. Sentou-se de frente aos dois.

“Como foi o treino?” a menina perguntou. Jack deu de ombros.

“Bom, eu acho. Harry não gritou tanto quanto sempre, ganhar faz um bem danado pro seu irmão, sabe. E pros meus ouvidos.”

“Não é culpa dele que vocês não escutam.” Ela copiou o gesto dele, fazendo pouco caso. “Harry nunca grita quando não precisa.”

“Aham, tá legal...”

“Dumbledore deu um aviso no café, você perdeu.” Richard interrompeu, apontando para a cadeira vazia na mesa dos professores. “Disse que teremos dois alunos novos fora do tempo, e um monte de coisa sobre boas maneiras. Será que Umbridge vai ganhar uns colegas?”

“Tomara que não, não sei se Adhara vai aguentar três funcionários do ministério espionando a vida da gente, “Jack riu, “vai ter um ataque do coração, pobrezinha.”

“E você devia parar de pensar nela e começar a pensar em você mesmo. Leonard disse-“

“Ah, Leonard diz tantas coisas, Violet, eu mal escuto metade delas!”

“Não seja agressivo, estou falando porque me preocupo, ok? Leonard disse que vocês precisam parar de embasar o que ela faz, ou vão acabar na sombra dela o resto da vida. E eu concordo.”

“Eu não estou na sombra de ninguém, muito pelo contrário! Não viu no sábado? De quem era o nome que vocês estavam gritando, hein?”

“Hum, cara, você e ela têm o mesmo sobrenome...”

Jack olhou raivoso para Richard, que ficou quieto. Ele, Jack Black, uma sombra da irmã? Que absurdo! Um escândalo! Violet crispou os lábios, mas não disse nada.

Um garfo bateu três vezes na taça, e Dumbledore havia retornado. Jack quase engasgou com o pão quando viu seu primo, Pollux, ao lado do diretor, parecendo cansado. Ao lado dele havia uma garota muito bonita, o que até compensou a visão horrível que era aquele francês metido a besta que dava em cima da irmã de Jack. O salão se calou aos poucos, e o professor se aproximou de seu púlpito, chamando os dois para perto. Quando ergueu a mão esquerda, foi para posicionar o chapéu seletor a seu lado.

“Bom, como disse mais cedo, Hogwarts irá abrir os braços para dois novos estudantes este final de ano. O Sr., Pollux Black e a Srta. Madeleine Mckinnon Savoy estão vindo da nossa querida amiga Beaubatonx para nos presentear com sua presença, e espero que todos vocês os recebam como anfitriões bem educados que são. Pollux, por favor.”

Jack revirou os olhos quando o chapéu seletor foi posicionado sobre a cabeça de Pollux. O rosto roto se contorceu alguns segundos, e depois abriu-se num rasgo para anunciar “Sonserina!”. O estomago dele deu uma revirada, e olhou para Violet e Richard. O amigo erguera as duas sobrancelhas, mas nada dissera, e Violet ficara vermelha.

“Bem, é uma boa casa... Gente bem sucedida...”

“A megera da minha vó ia ficar orgulhosa.” Grunhiu, procurando Adhara na mesa. Ela estava mais à frente, de costas para ele, e quando Pollux foi para o lado oposto do salão, acenou com o polegar para cima para ele. O agora sonserino baixou a cabeça numa saudação, mas não parecia conseguir sorrir. Bem feito pra ele, engole esse sorriso, pensou Jack, mas logo sua atenção foi desviada quando a menina, Madeleine, foi chamada. Estranhou ela ter o mesmo sobrenome de sua mãe, até porque nunca ouvira falar nela. Não que isso importasse muito, já que era a prima mais bonita que tinha, ao que constava.

Inserta, ela ajeitou o casaquinho enquanto andava para o chapéu, e olhou em volta antes de o chapéu pousar em sua cabeça. As mãos delicadas se entrelaçavam pacientemente enquanto o chapéu pensava, mas não demorou mais de um minuto para o rasgo se abrir e anunciar:

“Corvinal!”

Uma grande pedra de desgosto caiu no estomago de Jack, e ele não conseguiu esconder sua decepção enquanto ela andava até a mesa azul. Leonard levantou para recebê-la (pomposo idiota, pensou enquanto mordia o bacon com força), e deixou-a sentar a seu lado.

“Eita, olha o seu namorado!”

“Jack, pare com isso, Leonard está só sendo gentil. Nem sabemos porque eles vieram transferidos, algo sério pode ter acontecido...”

“Até parece que o meu primo precisa de desculpa para aparecer aqui e estragar tudo, é tipo a especialidade dele.”

Mas Violet não lhe deu atenção. Frustrado, terminou de comer e se levantou, indo na direção da mesa dos corvinais. Parou diante do irmão, e sorriu.

“Jack, o que faz aqui? A sua mesa é do outro lado.”

“Vim dizer olá para a minha prima, que tal? Madeleine, não?”

A morena ficou um pouco vermelha, e sorriu fracamente. Leonard revirou os olhos.

“Oui... Desculpe pelo meu inglês, não usava muito... Jacques? Leonard contou de você.”

“É... Jacques. » Jack detestava o nome inteiro, mas no sotaque dela soava tolerável, até um pouco sexy, o que era difícil para aquele nome almofadinhas ridículo. Sorriu e sentou-se (“ei, Black, para com isso” exclamaram alguns corvinais que tiveram de abrir espaço.) diante dela. “Os amigos me chamam de Jack. O que te traz aqui, Madeleine? Posso chamar de Maddie?”

Ela sorriu mais um pouco, mas logo pareceu ficar melancólica. “Minha mer não voltou mais depois de uma missão... Por ora estou nos cuidados da sua, mas só até encontrarem ela. Não sei se ouviu falar, Annette?”

O nome não era estranho para ele, que assentiu vagamente, meio arrependido de ter tocado nesse assunto. Leonard o encarou. Sorriu sem jeito, e limpou a garganta para mudar de assunto. “Ora, tenho certeza de que vão encontra-la, embora você ir embora tão cedo vá me deixar chateado! Maddie?”

Madeleine o olhou com um pouco mais de esperança nos olhos claros, e sorriu sinceramente. “Se vai me chamar como um inglês, vou chama-lo de Jac.”

Jack sorriu, e Leonard balançou a cabeça incredulamente. “Claro que pode. Já vai para a aula?”

“Ainda não... Dumbledore nos disse que descansássemos hoje. Passamos a noite no trem...”

“É uma pena que Jack tenha aula, então.”

“É, realmente uma pena, Leonard.”

Madeleine riu, e fez menção de levantar-se. “Vou investigar os dormitórios, então, Jac. Leonard, merci pela gentileza. Nos vemos mais tarde!”

“Adieu!”

“Até mais tarde!”

“Ela acabou de chegar!” Leonard exclamou, inconformado, quando ela já não podia ouvi-los. “E você já veio flertar com ela!”

“Você tem namorada!”

“E quem disse que estava dando em cima dela, seu obtuso? A mãe dela desapareceu! Deus do céu, Jack!”

Jacques, Leonard, Jacques!”

“Você é um babaca completo, sorte sua que Madeleine é legal. E nem lembrava da mãe dela que eu sei!”

‘Aí que você se engana, eu lembro sim... Mamãe falou dela umas duas vezes!”

A mão de Leonard fez um clap! alto quando ele bateu na própria testa.

“Só tome cuidado para não magoar a coitada, que ela já passou por muita coisa. Falando nisso, Adie me disse que Tio Reg desapareceu, por isso Pollux está aqui.”

Como? Jack procurou pelo primo, e viu que ele e Adhara conversavam num canto. O rosto dela estava anormalmente calmo e generoso, e esfregava o braço dele com carinho.

“Como? Ah, fala sério!”

“Não me venha com chilique pra cima dele, então.”

“Ele fica dando em cima da Adhara! Você é cego?”

“E ela sabe se cuidar, Jack, pare de tentar ser o irmão protetor que Adie não precisa. Além do mais, de paranoico com a vida amorosa dela já basta o papai.”

“Ele não está em condições de cuidar dela, pensei que eu pudesse- “

“Que tal cuidar da sua vida, pra variar?”

“Deus do céu, Leonard, falar com você é como ficar conversando com um espelho muito irritante e fofoqueiro.” Jack saiu do banco, deixando o irmão indignado para trás. Passou por Adhara e Pollux fixando o olhar nos dois, e depois seguiu para aula.


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