1997 escrita por N_blackie


Capítulo 21
Romulus


Notas iniciais do capítulo

Capítulo fora do dia usual de postar :)



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Romulus, assim como os amigos, fora dormir preocupado naquela noite. Tivera uma conversa absorta com Hermione no caminho até os dormitórios, e os dois chegaram à conclusão de que o Ministério não podia mais ser confiado para qualquer assunto sigiloso, especialmente referente à Ordem da Fênix. Assim que se despedira dela e subira, contudo, percebeu que aquilo era só uma solução inútil, e que não o fazia sentir nem um pouco melhor. Harry tentara interroga-lo sobre suas expectativas a respeito do andamento daquela situação, mas estava realmente irritado e com dor de cabeça, então fingiu ter dormido imediatamente.

Sonhou que andava por um corredor mal iluminado, e que penduradas as paredes descansavam espadas brilhantes e com cabos enfeitados. Podia ver o próprio reflexo nelas, inclusive, e ficara tentado a experimentar uma. Quando se aproximava das lâminas, no entanto, uma brisa o impedia, e Romulus se afastava intrigado.

Demorou algumas tentativas para perceber que a brisa era externa ao sonho, e que na verdade o vento realmente batia em seu rosto, afastando algumas mechas de seu cabelo. Resmungou uma reclamação ao dormitório sobre deixar as janelas abertas, e virou-se de bruços. A brisa parou por pouco tempo, voltando a atingir sua nuca. Um arrepio percorreu sua espinha, e Romulus bufou através do travesseiro, virando-se novamente.

Do fundo daquele desconforto, e ainda meio dormindo, ouviu um som familiar, alguém que ria como um cachorro. Não estava alto, como se a pessoa quisesse se controlar, mas deixasse escapar um outro som, e logo em seguida a brisa voltava.

Piscou uma, duas vezes, e quando abriu os olhos, sobressaltou-se. Tinha dado de cara com o rosto de Adhara o encarando de cima, um sorriso falso estampado no rosto. Atrás dela, Harry vestia o sapato com raiva, balançando a cabeça.

“Estava soprando a minha cara, Padfoot?” perguntou, afastando-a com um empurrão. Adhara caiu da cama, mas aterrissou rindo, “tanto jeito de avisar que estava bem...”

“Não resisti, vocês dormem tão bem!” ela se reergueu apoiando as mãos nas cobertas dele, e logo sentou-se ao pé da cama de Romulus.

“Sorte sua que ela só soprou você, “Harry grunhiu, “eu acordei com Padfoot sentada nas minhas costas!”

“E ela me prendeu nas cobertas, achei que estava preso...” Lewis reclamou de sua própria cama. Adhara revirou os olhos.

“Tenho muita coisa pra falar pra vocês, parem de frescura! Aquela sapa nojenta da Umbridge me interrogou ontem, cara!”

“Ela fez um discurso bizarro no palanque depois...”

“Sério? Essa mulher é louca! Queria que eu dissesse onde arranjei o colar, quem me deu, o escambau! Só faltou perguntar a cor do meu sutiã, muito irritante. Aí me irritei, né- “Padfoot parou para dar uma risadinha, “quando ela disse que queria ser minha amiga perguntei se a vaca tinha ficha com os aurores, queria que estivessem lá pra ver a cara que ela fez.”

“Sua sem noção.” Romulus balançou a cabeça e começou a procurar por uma camisa, encostando à pilastra da cama para abotoá-la enquanto ouvia o resto da narrativa. Apesar de estar disposta o suficiente para acordar todos eles daquela forma ridícula, o ataque tinha deixado marcas evidentes em Padfoot.

Rom deixou de prestar atenção no que ela dizia para notar que a marca de um arranhão ainda aparecia vermelha próximo ao lugar de onde o dementador tirara o colar, que Adhara estava mais pálida do que o costume, e que tentava esconder a preocupação com um tique de coçar atrás da orelha rapidamente a cada coisa importante que falava.

“Então Madame Pomfrey me deu uma poção milagrosa e consegui dormir, mas foi tenso... Não vi quando Leonard foi embora, não vi nada.”

“Umbridge veio avisar que o Ministério vai interferir em Hogwarts, com alguma desculpa de que vão melhorar alguma coisa.” Harry explicou. Adhara olhou dele para Romulus, e então para Lewis e Ron. Parecia subitamente pensativa.

“Podíamos mandar uma carta ao meu pai... Ou ao seu, Prongs.”

“Não!” Romulus disse imediatamente, e arrependeu-se de ter sido tão ríspido. “Hermione e eu achamos que o Ministério não deve mais ser contatado para pedir ajuda. Isso significa mandar cartas para casa, não para o trabalho de ninguém. Além do mais, acho que se estivermos certos, nem Sirius, tampouco James estão em condições de nos ajudar.”

“Ui, calminha aí, tudo bem, não chamamos ninguém. Só acho que ficar de olho não é pedir muito, especialmente se aquela asquerosa começar a rondar o meu rabo.” Adhara coçou atrás da orelha novamente, e então se levantou. “Anda, estão todos vestidos, vamos.”

“Qual nosso primeiro horário mesmo?” Lewis remexeu eu algumas folhas que carregava, e Romulus olhou o relógio.

“Temos meia hora para almoçar e ir para Transfiguração, temos que correr.’

“Bom, se vocês me ouvissem e acordassem mais cedo, teríamos mais tempo!”

“Sem tempo pra sermão, Hermione, preciso de estomago cheio pra aguentar bronca...”

Tomaram café correndo (Lewis levou algum tempo a mais, já que estava estocando rosquinhas na mochila para passar o dia), e quando chegaram à porta de McGonagal, ainda tinham cinco minuto para a professora iniciar a aula.

Romulus olhou em volta, e percebeu que a turma, agora que chegara o sétimo ano, tinha apenas um quinto do que era quando eles iniciaram no primeiro ano. Além deles, alguns corvinais que ele conhecia através de Leonard estavam lá, e acenaram para ele ao entrarem. Da lufa-lufa contou uns três, e da sonserina apenas os mais detestáveis, na opinião de Romulus. Malfoy conversava com Blaise Zabini e Pansy Parkinson, mas os três pararam para olharem zombeteiros aos grifinórios.

“Prima, tá viva?” Draco riu de Padfoot, “Fiquei surpreso, seu pai não controlava dementadores? Que foi, ele perdeu a mão? Ou você foi malvada demais e ele quis te dar uma lição finalmente?”

Romulus largou o material sobre a mesa e trocou um olhar rápido com Harry, que também o fizera rapidamente. Os dois olharam para Adhara, que colocou a bolsa educadamente em cima da mesa.

“Meu pai controla os dementadores muito bem, Draco, aliás, bem o suficiente para manter metade dos primos daquele ridículo patético do seu pai aterrorizados o dia inteiro nas celas deles.” Cuspiu ela, abrindo um sorriso ao mesmo tempo maníaco e sarcástico enquanto coçava atrás da orelha. “Agora, você me deixou curiosa, primo: consegue rir desse mesmo jeito sem os dentes? Podia testar...” e começou a caminhar lentamente na direção do sonserino, ainda sorrindo.

“Vamos.” Harry deu o sinal para Romulus, e os dois se adiantaram para pegar cada um em um dos braços de Adhara, parou de sorrir.

“Sem brigas, não vale a pena...”

“Prongs...”

“Sério, não vale. Certo, Romulus?”

“Certo. Vamos sentar, Padfoot, como pessoas decentes que somos, e deixar esse imbecil falando sozinho...”

“Eu acabei de sair da Ala Hospitalar! Achei que gente doente tinha direito a satisfação pessoal...” tentou argumentar ela, mas se deixou guiar para a cadeira, não sem antes arreganhar os dentes para Pansy, que tentou fazer mais uma piada com ela.

“Sétimo ano!” McGonagal chegou subitamente, e Romulus se perguntou se ela tinha observado tudo em forma de gata antes de agir. “Bem-Vindos de volta.”

Seu tom era tão seco quanto sempre, mas ela carregava um ar inquisidor ao olhar para todos, como se quisesse que começassem a falar seus segredos imediatamente, sob a ameaça de ir limpar todos os troféus que a escola tivesse.

“Este ano nossa turma não é grande, o que não me surpreende. Terão tarefas mais difíceis, compromissos mais sérios, e uma meta gloriosa ao fim deste ano letivo. Os NIEMS estão chegando, e será sua última oportunidade para se provar, e à sociedade, que merecem um bom emprego. Por isso, espero não menos do que seu melhor, e nossas aulas serão o espaço para atingirem o máximo de potencial que tiverem. Devo frisar, mais uma vez, o quanto estes exames são importantes, e o que isso significa. Alguma pergunta? Senhor MacMillian?”

Romulus virou-se para encarar o garoto da lufa-lufa, que fora monitor junto com ele. Ernie era um bom rapaz, mas muito pomposo e exagerado, e Romulus se irritou mais de uma vez com suas entradas exibicionistas nas reuniões que faziam trimestralmente.

“Professora, me perdoe a distração do tópico principal de nossa, hum, conversa, mas se pode me dizer: o ministério conseguiu resolver o pequeno, veja, probleminha com os dementadores?”

Adhara, ao lado de Romulus, riu raivosa, e as narinas de McGonagal dilataram.

“O que o Ministério deve ou não deve ter feito, Sr. MacMillian, não é nem da minha, nem da sua conta. Mais alguma coisa? Ótimo. Agora vamos à nossa primeira parte, em que falarei sobre conjuração…”


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