Narrado por Anne.

–Cheguei! – gritei quando entrei em casa.

Tinha certeza que meu pai não estava em casa, mas a Mandy estava então tinha que avisá-la.

–Anne a aula já acabou? – perguntou Mandy secando as mãos em um paninho.

–Não, eu acabei. – sorri em resposta.

–Anne seu pai vai ficar muito nervoso se souber. – disse Mandy balançando a cabeça.

–Meu pai nem liga pra mim e Mandy ele só vai saber se? - perguntei sorrindo.

–Se o que Anne? –perguntou ela sem entender meu deboche.

–Se você contar. – falei me aproximando dela e depositando um beijo na sua bochecha.

–Anne você vai perder matérias importantes. – disse Mandy preocupada e me afastei indo em direção a escada.

–Nós duas sabemos que sou a melhor em qualquer matéria. Não se preocupe, sei até onde vou. – respondi e subi as escadas indo em direção ao meu quarto.

Abri a porta e sorri ao ver meu infinito particular.

As paredes rosas, agora eram brancas como qualquer quarto. Meu quarto era grande, tinha uma TV, rádio, meu notebook, minha cama, guarda-roupas, DVD, TV a cabo e etc.

Me joguei na cama procurando meu celular. Procurei nos bolsos e depois na minha bolsa.

–Meu Deus, não acredito que perdi meu celular.

Desci as escadas procurando por onde passei.

–Mandy viu meu celular? – gritei enquanto olhava pela casa.

–Já tentou ligar pra ele? – gritou Mandy em resposta.

–Não! Boa idéia. – gritei pegando o telefone de casa e discando meu numero – Vai atende, só quero meu chip e o cartão de memória, atende. – e o telefone chamava e ninguém atendia.

–Alô. – falou uma voz que jurei conhecer.

–É que você achou meu celular, será que poderia, por favor, me entregar só o chip e o cartão de memória? – disse nem me importando com o celular.

–Claro e então está me oferecendo o seu celular? - a voz debochou e tive quase certeza que a conhecia.

–Aí cara, senão quiser. Pode me devolver tudo. –respondi irritada.

–Relaxa Anne você é muito estressada, vou te entregar seu celular. – respondeu a voz em um tom de brincadeira.

–Tudo bem onde te encontro? –perguntei meio nervosa ainda.

–Queria que fosse nos seus sonhos. – debochou me deixando ainda mais  irritada.

–Não seria sonho, seria pesadelo. – respondi irritada – Vai responder ou não?

–Acho melhor cantar. - a voz respondeu e começou a cantar - There's gonna be one less lonely girl (one less lonely girl)One less lonely girl (one less lonely girl)It's gonna be one less lonely girl (one less lonely girl)One less lonely girl How many I told you's and start overs And shoulders have you cried on before…

– Tudo bem Justin Bieber pare – o interrompi e uma vontade de ver a cara dele de assustado me invadiu - Amanhã você me devolve o celular.

–Posso levá-lo pra você agora. – ofereceu Justin.

–Não! – respondi e pude ouvi-lo suspirar.

–Tudo bem. – disse ele com uma voz triste – Amanhã nos falamos.

–É amanha. – respondi sorrindo – Beijos Justin, vou desligar. – e desliguei o telefone.

–Achou? – perguntou Mandy da porta da cozinha.

–Sim! Tá com o Justin, vou subir. – respondi e subi as escadas com um sorriso.

Era tudo tão maluco a forma com que aquele garoto me fazia gostar dele, mas não posso, não quero um amor. Não posso pensar nesse menino, não posso querer esse menino. Então senti meus olhos ficarem pesados. E a inconsciência me pegou.

–Anne levanta, vem jantar. – disse Mandy me acordando de um sonho com o garoto dos olhos castanhos mel.

–Ele chegou? – perguntei me levantando e me espreguiçando.

–Não! Seu pai não chegou. – respondeu e eu virei os olhos indo em direção o banheiro.

–Vou tomar um banho desço já. – falei fechando a porta do banheiro.

Tomei banho e a praga do Justin não saiu dos meus pensamentos.

Coloquei um pijama com a Minnie na frente e desci as escadas.(http://www.polyvore.com/cgi/set?id=36405895&.locale=pt-br)

–Anne você tem visita. – anunciou Mandy com uma voz abafada.

–Visita? – perguntei então o vi.

–Estrela o que faz em minha casa? – perguntei sorrindo, um sorriso bem maior do que eu esperava dar - Como conseguiu meu endereço?

–Seu celular tem GPS e tem a localização da sua casa nele - respondeu -Me senti culpado. Não vivo sem meu celular, pensei que pra você... poderia estar sendo barra. – disse estendendo a mão para que pegasse o celular.

–Tem razão quase morri. – debochei e peguei o celular da mão dele.

–Com licença meninos, Justin Bieber. – sussurrou o nome dele, olhando ainda incrédula pra ele – Janta conosco?

–Obrigado quero sim. – ele respondeu com uma voz doce e ela saiu quicando cozinha a fora.

–É crime seduzir senhoras com mais de 40 sabia? – debochei e me joguei no sofá – Senta aí estrela, mas pra ser sincera acho melhor você ficar em pé, porque você cresce ainda.

–Tá me chamando de baixo? – perguntou se jogando ao meu lado.

–Não. – disse negando - É só se olhar no espelho.

–Rá Rá Rá. – ele riu em deboche e olhou pra mim – Não tem nada pra fazer agora à noite?

–Tenho vou andar por aí. – respondi dando de ombros.

–O que quer dizer “andar por aí” ? – perguntou Justin com um sorriso maroto nos lábios – Posso lhe fazer companhia?

–Não é que eu não queira estrelinha, mas acho que não vai gostar do que eu faço. – falei olhando pra ele com um olhar de mistério.

– E o que você faz? Mata pessoas. – dei uma gargalhada e percebi o quanto ele era bobo e puro.