Confusões e Confissões por Ino Yamanaka escrita por -thais-estrela-


Capítulo 17
Platônicos (não) não correspondidos


Notas iniciais do capítulo

Hey maçãs, como estão? Desta vez não vou me desculpar pela demora na postagem, pois estou extremamente invocada pelo número insignificante de reviews que recebi! Se continuar assim, não posto mais! Hum! u.u
ChelleYamanaka e Sasales, esse é dedicado a vocês.



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Mas algo nos interrompeu. Algo que se infiltrava em nossas narinas, um aroma forte. Assim como ele, dei um passo para trás e, com os olhos esbugalhados, nos encaramos assustados.
– Isso é cheiro de titubeei vagarosamente, pois não tinha absoluta certeza do que estava ocorrendo. Mas com a pequena fumacinha escura que, pela fresta da porta, surgira no quarto, tive a intuição de que estava certa. queimado.
Automaticamente, ao ver a pequenina nuvem escura e com os vestígios nasais deixados por esta, Gaara estancou. Novamente nos encaramos para pronunciarmos o nome da garota loira causadora de todo aquele fumasse.
– Temari! e o rapaz, com suas compridas pernas, desceu as escadas em alguns milésimos de segundo desesperado temendo pela saúde da irmã. 
Num instante, vi-me sozinha no imenso quarto de paredes cor-de-pêssego, ainda meio abobalhada pelo momento anterior. Eu sentia um enorme sentimento de vergonha de mim mesma e ao lembrar da aproximação de nossos corpos os pequenos cabelinhos do meu corpo se sacudiram, eu estava totalmente arrepiada. Mas logo saí de meus devaneios, pois o odor de comida queimada era muito forte. Desci a escada preocupada com os três moradores da casa que ainda não tinham dado nenhum sinal de vida. 
Se lá em cima eu já achara o cheiro forte, próximo da cozinha era quase que impossível respirar. A casa estava semelhante a uma boate: escura e cheia de fumaça, mas o gás escuro tinha maior concentração em cima, na altura da cabeça, o que me obrigava a baixar a cabeça e fitar a parte mais nítida dos cômodos. Uma altura de mais ou menos do busto para baixo.
Abanando as mãos para afastar a espessa camada de CO2, consegui adentrar o cômodo de onde se iniciou tudo aquilo. Temari e Gaara estavam abrindo as imensas janelas da cozinha abanando tampas de panelas que estavam por lá enquanto o Sabaku do meio falava aos ventos, ou melhor, às cinzas, reclamando dos dotes culinários da irmã: 
– Só essa drogada mesmo pra nos fazer essa confusão! Eu até me ofereci para cozinhar alguma coisa, mas não me deixaram. Tive que ficar tirando terra da casa, onde já se viu?! - dizia indignado com os braços cruzados.
– Eu nunca disse que você não podia cozinhar! De onde tirou isso? ela rebatia brava também. Temari é do tipo de pessoa que não leva desaforo para casa.
– E aquele papo de eu sou mais velha? Kankuro tentava imita-la fazendo com que a voz ficasse bem fina e engraçada. A irmã se calou, estava claro de que se lembrava do ocorrido, mas não foi o que afirmou.
– Eu nunca falei isso, eu nunca diria isso. ela estava meio relutante, era visível pelo tom de voz baixo.
– Ah sim, com certeza você disse isso sim e eu me lembro muito bem. ele batia com o indicador na cabeça com um sorriso malicioso nos lábios.
–Mas... Mas... Ah... a garota procurava as palavras certas em sua mente e disse encabulada Mas você sabe que nunca deve levar a sério o que eu falo.
Eu ri de toda a situação e tive todos os olhares voltados a mim, eles ainda não haviam notado minha presença. Puxei uma tampa qualquer e abanei-a em cima da vasilha com a comida queimada ainda quente e soltando o vapor escurecido.
– E então, o que temos para o jantar? fitar aquela mancha preta sabendo que algum dia já fora algo comestível me deixou totalmente intrigada e me embrulhava o estômago.
– Agora não temos mais nada, não é Temari? Kankuro provocava a irmã pronunciando seu nome com maior intensidade do que o restante da frase.
– Ah, a culpa não é minha, esse frango já estava meio estragado mesmo! defendia-se apontando para cima do largo balcão de mármore, uma bandeja inox com um conteúdo escuro, e duro.
– Essa bodega era um frango? com a voz bem fininha soltei essa maravilhosa pérola e interrompi a pequena rusga dos Sabaku. Mas era algo completamente compreensível, pois o aquilo estava distante de parecer um apetitoso manjar.
Houve alguns risos e com a situação já controlada, voltamos aos afazerem anteriores: eu e o ruivo fomos nos livrar da sujeira e Temari foi ajudar o irmão do meio a limpar a casa, era inútil tentar cozinhar algo com a cozinha em cinzas, então decidimos pedir comida pelo telefone.
~
Fiquei num simples, mas grande quarto da mansão Sabaku. Bem, não era exatamente uma mansão, mas comparada a minha casa de no máximo doze cômodos, três quartos sobrando a faziam parecer um barraco.
A cama do dormitório deveria servir, naquela noite, para que eu repousasse e por isso se tornou quase que inútil. Ali deitada, estava sendo completamente perturbada por pensamentos insanos. As lembranças de horas atrás rodeavam a mim, motivo este de minha insônia. Mas o que tornou a noite um tanto confusa foi a visita inesperada de Gaara. 
– Oi. ele disse ao entrar, fez um curto gesto com a mão e aparentava estar bem humorado. Sentou-se ao meu lado, na borda da cama e percebi um grande arranhão no seu braço esquerdo.
– Oh meu Kami! Seu braço! exclamei ao levantar e tocar seu membro machucado para examinar os danos. Por que não me disse disso antes? Temos que fazer um curativo, senão pode infeccionar. Você tem gaze aí?
– Para com isso, Ino. Não precisa. É que eu queri... cortei suas palavras rapidamente sem dar muita atenção ao que queria dizer, mesmo assim, observei que sua voz estava mais rouca do que o de costume.
– Claro que precisa, vem. puxei-o pelo braço lesionado até o banheiro do meu quarto Acho que vi alguma coisa por aqui. e procurava materiais de farmácia no armário debaixo da pia.
Consegui achar uma pequena maleta, um bom kit de primeiros socorros. Fiz o garoto sentar para depois limpar, com um chumaço de algodão, o machucado.
– Ai! Cuidado aí, isso dói! ele reclamava feito uma criança, mas devo admitir que, no estado da ferida, se fosse em mim eu gritaria ainda mais alto.
– Calma, já estou terminando, só tenho que passar algum remédio e enfaixar. joguei a bolota de algodão já avermelhada pelo sangue na lixeira. Ao me voltar para o curativo, notei manchas vermelhas em seu pescoço. Nossa, ele te enforcou tão forte que as marcas ainda estão bem aparentes! Não dói? eu pressionava com cuidado sua garganta.
– Um pouco, mas não é nada de mais. Ahm... Ino, você sab...- mais uma vez me meti a lhe interromper, só que desta vez, ele não se irritara tanto como das outras vezes ( já é um costume meu atravessar as palavras de Gaara, tadinho), apenas soltara um leve suspiro que fingi não notar.
– Como não é nada de mais se está bem vermelho? Na verdade, está ficando roxo! Espera aqui que eu vou lá em baixo pegar um pouco de gelo pra colocar aí. e antes que ele pudesse me responder, sumi. Eu estava nervosa, não sei ao certo do porquê de estar assim, mas meu coração palpitava velozmente.
Foram momentos bem estranhos. Numa hora estava eu perdida em pensamentos impensáveis onde Gaara e eu éramos os protagonistas e, justo quando me peguei imaginando tais hipóteses absurdas, ele se faz presente. Minha cabeça dava voltas e a verdade era que estranhamente sua presença me arrepiava como nunca antes fora possível e, ao ficar a sós, eu senti algo... algo simplesmente inexplicável, algo como nunca antes. 
Seria isto amor?
Mas seria muito abuso da minha parte sentir isto justo agora que ele não gostava mais de mim, justo depois de ter lhe garantido várias e várias vezes que não haveria nada entre nós. Que burra!
Sacudi a cabeça para dispersar tudo, pois naquela noite eu estava na casa dele, cuidando dele e teria, mais do que nunca, de suportar tudo com o mais absoluto silêncio e o mais seca possível. Teria de prender meus canais lagrimais pelo menos naquela noite, exatamente no momento em que mais precisava e em que mais queria chorar. 
Recuperei-me um tanto devagar, mas minha preocupação com a saúde de Gaara gritava mais alto e voltei ao quarto com um balde de gelo.
– Mas como você é exagerada! Não precisava trazer tudo isso. Na verdade, eu nem preciso de gelo. realmente ele estava certo, um balde coberto por cubos de agua congelada era um pouco demais para se passar em um hematoma, mas ainda assim, peguei um cubinho e pus com cuidado em cima do arroxeado. Para com isso, está muito gelado!
– Pare de reclamar, bebesão. Isso é para parar de doer, segura aqui que eu preciso continuar o curativo. fiz um gesto para que ele segura-se o gelo. Cuidadosamente, continuei meu trabalho de enfermeira: passei remédio e o enfaixei. Pronto, está novinho em folha.
– Já acabou com a palhaçada? falara como se tivesse esperado uma eternidade, mas ainda mantinha o mesmo humor de quando entrara no quarto.
– É assim que me agradece? Poxa, eu cuido de você com o maior carinho e só ganho patada como recompensa. eu me queixava fazendo cara de vítima.
– Você que se ofereceu. disse com o semblante pacato, não a coisa fria de sempre e sim afável, do jeito dele.
– Era o mínimo que eu podia fazer depois de tudo. e sorridente, eu o respondi.
– Bom, e já que estamos aqui, eu queria te perguntar: já falou com a Sakura?
– Ainda não, já está bem tarde então amanhã, na escola, eu falo com ela. confesso que respondi um tanto decepcionada. Depois de tantas tentativas falhas de falar comigo, esperava mais dele, queria que falasse sobre nós ou algo do tipo, mas isto me servira para deixar claro de que não teria mais chance alguma com ele.
Na manha seguinte, tive uma breve conversa com a rosada que andara causando problemas ultimamente. Disse-lhe que Sasuke, agora seu ex-namorado, era a única pessoa pela qual ela deveria lutar, mas mantinha-se relutante com a ideia ainda fixa na cabeça de que eu ainda nutria sentimentos por ele. 
Realmente, havia ainda certa porcentagem disto sobre mim, mas ultimamente eu estava muito incerta de tudo. Decidi, por fim, lhe contar o ocorrido com os jovens lutadores, mas, cabeça dura do jeito que ela é, não se impressionou muito e ainda tinha em mente os planos de ficar para a titia.
Já sem esperanças, determinei-me a contar o que me aconteceu noite passada: a fumaça, o quase beijo, os curativos e o nervosismo que me fez tremer as pernas. A reação dela não foi muito surpreendente para mim, já esperava que ela desse pequenos pulos de alegria. Mas devo reconhecer o quanto estava nervosa por não querer deixar transpassar a felicidade de saber que sua vida amorosa não corria mais riscos.
Assim, as coisas voltaram ao normal. A ideia de namorados de mentirinha se foi, Sakura já tinha deixado de paranoia e eu simplesmente não conseguia mais ficar tanto tempo sozinha com Gaara sem ter as pernas bambas. Eu estava gostando dele, só que já era tarde demais para que acontecesse alguma coisa.
Gaara povs
Ora a amo pelo gênio forte, ora a quero matá-la pela tamanha indiferença a mim, mas não posso fazer nada, deve ter aprendido comigo. Ela vai se afastando cada vez mais, principalmente depois daquele estranho momento em meu quarto. Tê-la tão perto, sentir seu perfume floral, sentir sua respiração leve e contida, o quase toque de nossos lábios e, principalmente, saber que ela não evitaria tal contato, me fez alimentar esperanças sobre a história que não tínhamos.
E é tão engraçado me ouvir falando de amor, se é que isto realmente existe ou se é só produto de cômicas e fictícias estórias representadas, eu que sempre fui tão impassível para que, justamente este amor, não me tomasse da realidade. 
Esses últimos dias foram difíceis, difíceis demais e sei o quanto sou ridículo por dizer tais palavras. Estranhamente, mesmo tendo me conformado, eu não consigo parar de supor nós dois juntos. Estou me tornando um bipolar.
Quanto mais expectativas tenho, mais desiludido me torno. Ela é tão difícil e tenho certeza de que não sente nada por mim. E assim, tenho certeza de que essa coisa toda, esse sentimentalismo clichê e barato que tem se apossado de mim vai sumindo vagarosamente até não restar mais nada. Que tudo vire pó e se dissipe com o tempo. Ou pelo menos, é o que desejo. Acho.
Ino povs
Ver todos os casais pela escola de mãos dadas e sorrisos imbecis no rosto me deixava fula, até mesmo Naruto e Hinata tinham começado a sair juntos. A vontade de esmagar, pisar e triturar o meu cupido era nada menos que do tamanho do Everest.
Será que eu não estava me cuidando direito? Eu tinha dúvidas se já havia rugas nos cantos dos olhos. Mas deduzi que era a maldição Yamanaka de repelir amores, assim como aconteceu com meu pai: mamãe nos abandonou. 
Esta pobre e infeliz condenada pelo destino que vos fala, vagava pelos corredores da escola sem perspectivas até que um aluno do fundamental lhe chamou a atenção.
– Ei, você é da turma do primeiro ano? perguntou o menino ofegante pela carreira.
– Sim, eu sou, mas o que aconteceu? indaguei um tanto preocupada pela expressão do garoto.
– Você conhece alguma garota com o nome engraçado, é igual a javali das cavernas, ou algo do tipo? o aspecto de assustado dele tinha sumido por um instante, já que tinha rido contidamente.
– Você quer dizer porco das montanhas *, não é? ele assentiu com a cabeça ainda contendo o riso. Prazer, sou eu, Ino Porca Yamanaka Lhe estendi uma das mãos como forma de cumprimento. O garoto apenas arregalou os olhos, pois, de certa forma, havia caçoado de mim. 
– Ahm, me desculpe curvou-se para mostrar arrependimento e continuou a falar , mas tem um garoto lá fora lhe chamando, e é urgente. 
– Urgente? Como assim? 
– Ele foi atropelado na frente da escola e me pediu para lhe chamar.
– Atropelado?! ele confirmou com um gesto e antes que eu saísse correndo para fora das dependências escolares, pedi ao garoto que chamasse ajuda. Menininho, por favor, chame Tsunade-sama, agora!
Tomamos direções opostas e rapidamente passei pelo grande e cinza portão de entrada. Não demorou muito para que eu conseguisse saber onde ocorreu o incidente, já que uma pequenina multidão de curiosos o denunciara.
Consegui chegar mais perto para reconhecer quem era o acidentado e quando o vi, veio-me uma pontada no coração. Senti calafrios ao ver Sai com a camisa, antes branca, do uniforme vermelha e molhada pelo sangue do abdômen. Tinha os olhos fechados e a boca entreaberta com um líquido vermelho escorrendo por ela. 
Fiquei desesperada e agonizante, ali abaixada a cabeça em meu colo, insistia em chorar enquanto verificava seu pulso. Pulsações fracas. Tirei o celular do bolso muito nervosa e disquei para Tenten, sua prima:
– Alô? ela dissera voz a voz fina, doce e melodiosa.
– Tenten, corre pra cá, aqui na frente da escola! fiz uma pausa, pois o garoto se movia pela primeira vez. Sai sofreu um acidente e está aqui, todo ensanguentado. Vem correndo e chama a Tsunade-sama, por favor!
Após isso, só ouvi o tututu do telefone e me voltei ao acidentado que agora gemia um pouco. Acariciei seus cabelos e reparei que estava mais pálido do que o de costume, o que era quase impossível, com a clara dificuldade que tinha para respirar, tentava dizer algo, mas nada compreensível saía de seus lábios.
Levantei o olhar e notei que a multidão só se expandia cada vez mais e decidi lhe dar alguma utilidade:
– O que aconteceu? Alguém sabe?
– Eu vi tudo, moro logo ali e... a anciã que me respondera notou meu desespero e logo soube que eu dispensava detalhes insignificantes naquele momento Bem, ele estava atravessando a rua, até que olhos para os dois lados antes de ir, mas do nada, passou um carro bem bonito numa velocidade absurda. O motorista até chegou a parar para ver o que tinha acontecido e quando viu o pobre garoto jogado, entrou no carro de novo e saiu em disparada, aí eupro meu filho carregar ele para a calçada.
Depois do depoimento da senhora, além de desesperada, eu fiquei revoltada, mas fui interrompida de pensamentos vingativos quando vi Sai abrindo os olhos, ainda tentando dizer alguma coisa:
– Ino me chamava com a voz bem fraquinha , que bom que o garoto conseguiu te achar. sorriu. Retribuí o sorriso só por ver que ele ainda se mantinha são. Apertei uma de suas mãos e ele continuou a falar Viu só, me pegaram de jeito. 
Era totalmente intrigante o fato de ele estar lá, estirado no meio da rua, com sérios ferimentos e rindo da situação. Mas ele sempre fora assim, um tanto lunático.
– Não fala assim, já pedi para chamarem a Vovó Tsunade. Já já ela vem e você vai ficar bem. falei tentando convencer a ele e a mim mesma de que aquela agonia seria somente temporária.
– Não tenho certeza disso, mas estou feliz por te ter aqui. e mantinha o fraco sorriso nos lábios ensanguentados. Ouvi o soar de um trovão que, junto ao chuvisco que afastara parte da plateia, anunciava o temporal que estava por vir e depois, o som de sua voz, agora demasiadamente fraca, percorria meus ouvidos Sai da chuva, vai pegar um resfriado.
– E deixar você aqui, nunca. e novamente sorri para lhe passar conforto. Um senhor que acompanhava a cena me entregou um guarda chuva azul, já aberto e com ele, tentava proteger Sai, aquilo era o máximo que podia fazer no momento.
Notei que a curva positiva nos lábios do acidentado tinha se esvaído e tive um mal pressentimento.
– É melhor ir, eu não vou sobreviver. 
– Vai sim eu insistia , pare de dizer essas coisas. Você não va... parei de falar ao sentir seus gélidos dedos sobre minha boca, erguidos pelo último fio de força que ainda lhe restava.
– Tanto faz se eu morrer agora ou depois, minha vida valeu a pena por eu ter te amado. estanquei ao ouvir aquilo, fui realmente pega de surpresa. Nunca te disse porque eu sempre soube que você gosta do Sabaku. Ele também gosta de você, se duvidar ele novamente riu. , até mais que eu. Mas esse é um segredo nosso. e fez um gesto para que eu me aproximasse mais dele e por fim, beijou-me rápida, mas ternamente. Depois apenas sussurrou em meu ouvido Obrigado.
Eu segurava uma de suas mãos até que pude sentir quando ele perdeu as forças. No mesmo instante, o céu anunciava a sua ida com uma forte rajada. Fiquei ali, com ele em meu colo, sozinha, sem mais expectadores, deitada sobre seu corpo sentindo a chuva, que agora era bem forte, se despejar sobre nós.
As lágrimas brotavam de forma incontrolada e gemidos e urros saiam incontidos. A raiva e o arrependimento se apossavam de mim. Durante sua curta estadia em minha vida, não lhe dei a devida atenção, mesmo assim, ele nutriu fortes sentimentos por mim. Sentia-me um monstro, uma total aberração e nada no mundo me faria não sentir uma enorme culpa.
Segundos depois, o que para mim foi uma eternidade, chegaram Tenten e o namorado acompanhados da diretora da escola e logo após, uma ambulância. Talvez se tivessem chegado um pouquinho antes, se eu mesma tivesse ligado ao hospital em busca de socorro, talvez assim Sai ainda estivesse vivo.
Fui retirada a força do local, e no dia seguinte, não consegui terminar o pequeno discurso no velório. 
Chovia de novo, tanto nos céus quanto em meus olhos e tentava achar consolo nos abraços de amigos, mas não eram suficientes. E minha triste existência se tornara cruel e vazia. Cada vez mais culpada, minhas noites eram marcadas pela insônia e travesseiros molhados, passei até a dormir com meu pai. Certa vez cheguei a ouvir um comentário de que estava semelhante a um zumbi comedor de cérebros.
Cheguei a uma situação tão crítica que, em mais um dia cinza, enviei a seguinte mensagem aos amigos mais íntimos: 
Sempre queremos algo que não está ao nosso alcance e nos fechamos, tendo assim existências tristes e vazias. É estranho o quão dramáticos podemos ser, quando há pessoas em situações piores e talvez seja por nossa causa. Assim, já tendo aprendido a lição, restava-me recomeçar, levar a vida cada vez mais gentil e feliz comigo e com todos, mas infelizmente (ou felizmente para os que são por mim afetados) não tenho forças para recomeçar, sendo assim, esta patética coisa viva porá um fim em si mesma. Obrigada por tudo.
A lâmina rosa comprada para fins depilatórios, agora me servia perfeitamente para cortar os pulsos e, caso não desse certo, sempre há facas na cozinha. Entrei no banheiro do meu quarto e certifiquei de que a porta estivesse trancada para não ser interrompida no processo auto assassino. 
Eu tinha absoluta certeza de que queria mesmo fazer isto, mas é sempre meio frustrante quando se comete um suicídio, compreendem? Segurei a lâmina já na posição certa, mas hesitava em pressionar. De repente, ouvi algumas fortes batidas na porta e não tive nem tempo para reclamar, a porta já fora escancarada e estava agora no chão.
O vândalo autor da façanha tinha cabelos ruivos e olhos bem claros, não tão quanto os Hyuuga, mas ainda sim, eram belos orbes oculares. Ele mantinha uma expressão de preocupação e, ao mesmo tempo, fúria. 
O susto que ganhei me fez romper a pele abaixo da mão esquerda sem querer e, ao ver meu sangue escapando, Gaara sacou a lâmina de minha posse.
– Ficou louca? Da onde tirou essa ideia maluca de se matar? ele gritava e balançava a cabeça, mas, mesmo assim, percebi que estava lacrimejando. Achei que era delírio, mas logo vi ali, bem nitidamente uma única gota que descia ao lado do nariz. Acho que percebeu que eu estava assustada e, mais calmo, após um suspiro, piscou bem devagar e continuou com a voz num tom normal. Eu li sua mensagem e estanquei. Tinha percebido que você estava estranha esses dias, mas achei que não era nada tão importante. Eu sei que isso soa meio egoísta, mas não me deixa. Por favor, não faz isso comigo. Não sei o que vou fazer sem você!
Dito isso, fui abraçada, na verdade, fui apertada e quase esmagada, mas não tentei me afastar, pelo contrário, e deitei a cabeça em seu ombro soluçando:
– Aquilo tudo foi culpa minha, se eu tivesse ligado para o hospital, talvez ele ainda estivesse vivo. baixei o olhar, aquela coisa estava entalada em minha garganta e era torturante.
– Você não teve culpa de nada. Nunca mais repita isso! ele me repreendera severamente.
– Mas...
– Mas nada, não foi culpa sua. Você não sabe a vontade que eu tenho de tirar essa ideia da tua cabeça! Nada mais era necessário dizer, seus braços fortes estavam a minha volta e eu me sentia protegida. Ela primeira vez, tive certeza de que estava errada sobre o assunto e me senti muito, mas muito relaxada por ter sido contrariada. Quando estiver assim, me chama. Sempre vou estar contigo. Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Eu sou uma assassina!
Agora sim mereço uma recomendação, não é? (Apesar de o final ter ficado meio meloso)
Pelo menos comentem ou divulguem. ONEGAAI . Se não eu mando o fantasma do Sai-kun assombrar vcs!
É, minha gente, já estamos quase na reta final. Acho que teremos apenas mais um ou dois capítulos pois a inspiração para continuar não me vem, mas não se preocupem, já tenho ideias para fic's novinhas e com enredos mais interessantes...Hehe
Xau minna!



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