Segunda Chance escrita por Larissa Oliveira


Capítulo 1
Capítulo um


Notas iniciais do capítulo

- Esse capítulo ficou muito grande, eu sei. Mas a estória não vai possuir muitos capítulos, então... Espero que gostem!
- É minha primeira fanfic postada. Não joguem pedras -q
- Não flope, não flope /cruza os dedos



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- Não seja estúpido, Trevor – a morena bradou – Eles virão atrás de nós.

- Mas eu ainda posso ter um pouco de diversão, Rose. Não seja uma estraga prazeres – ele ironizou.

Seus olhos castanhos focaram em uma mulher ao adentrar a boate lotada. Mordeu o lábio inferior trocando um olhar com Rose, e ignorando qualquer aviso que ela lhe dera. Ele só queria se divertir, ela não podia entender isso?  Há séculos fugiam e ele estava cansado.

- Vodca. – ele a ouviu dizer. Observou-a bebericando o drinque incolor e aproximou-se.

- Você deveria ser mais discreto – ela disse.Trevor tombou a cabeça rindo, tomando o lugar ao seu lado. Ela possuía cabelos longos, negros. Os olhos castanhos doces e perspicazes contrastando com a pele clara. O vestido vermelho justo fazia jus ao corpo com curvas definidas e ela emanava um perfume floral. Perfeita, pensou.- Gostaria de ter essa habilidade – sorriu – É difícil ignorá-la.

Ela abriu um meio sorriso de volta. Desviou os olhos para o copo quase vazio respondendo por fim:

- Elena. 

- Trevor – Idiota. Ouviu Rose murmurar longe dali e sabia que ela iria para o hotel.

– Gostaria de dançar, Elena?Ela pareceu ponderar a proposta. Seu olhar parecia perdido por alguns segundos na onde os olhos dele estiveram tampouco tempo atrás.

 - Prefiro um lugar mais calmo – disse por fim.

Ele insistiu em leva-la á pista de dança e ela riu contrariada.

 - Não me importo realmente se não souber dançar – ela revirou os olhos desafiando-o.Elena relaxou o corpo sentindo o ritmo da música movê-la, o que agradou Trevor. Ela dançava sensualmente roçando seu corpo no dele, enquanto as luzes fluorescentes mudavam constantemente. Ao final da música, ela não estava mais ali. Trevor pôde senti-la sair pelos fundos seguindo-a.

Seus olhos escuros ajustaram-se á escuridão procurando por ela avidamente. 

- Elena.

 Silêncio. Seus músculos ficaram tensos e ele se deixou guiar pela audição aguçada. Suas presas expostas e seu corpo retraído. O silêncio ainda reinava.

Ele desejou que Rose estivesse ali e sua cabeça preencheu-se de perguntas. A próxima coisa que sentiu foi a estaca de madeira atravessando seu coração. Dor, surpresa. Não sabia de onde ela viera.

- Devia tê-la escutado, Trevor – foi a última coisa que ouviu.

X

O despertador soou pela terceira vez e Elena jogou-o embaixo do travesseiro irritada. Suspirou desejando mais cinco minutos de sono quando entreabriu os olhos.  Fios de luz adentravam o quarto e ela sentiu o cheiro de bacon. Forçou-se a levantar da cama pesarosa indo até à cozinha.

-Sabia que o cheiro disso aqui a atrairia – Bonnie brincou apontando para o bacon que agora estava em meio a ovos mexidos.

Elena riu contagiada pelo bom humor matinal da amiga. As duas viviam juntas há dois anos e funcionara perfeitamente. Até mesmo com os segredos obscuros que guardavam.

- Errou – ela disse – aquela sua música irritante fez isso. 

- Não me diga que o quebrou – Bonnie sibilou – De novo. É o quarto despertador nesse mês, Elena.

 - Eu não o quebrei – Quase, a morena acrescentou mentalmente.

- Respeite os The xx – a morena disse – você sabe o quanto eu gosto de algumas músicas deles.

 - Ou de todas – Elena murmurou irônica.

As duas sentaram-se e atacaram o café da manhã suculento. Entre goles de suco de maçã, Bonnie arriscou a perguntar:

- Você o matou?

- Sim – Elena respondeu engolindo as panquecas – Senti sua falta.

- Eu preciso achar o Grimório – explicou – E Rose?

- Foi esperta o suficiente – disse - Garota de sorte.

 - Pergunto-me onde diabos a doce Elena foi parar – Bonnie sorriu sarcástica. Recebeu um sorriso breve e triste da amiga.

 - Aonde iremos hoje á noite? – fugiu do assunto. 

- Las Vegas – Bonnie respondeu esperando que a morena não ligasse os fatos – Rever um velho amigo. Elena a olhou tentando extrair mais alguma informação. Nada. Ela pareceu estar em conflito interno por alguns segundos e então, levantou-se e lhe disse algo sobre tirar a mesa. Elena confirmou presa em sua confusão de pensamentos e beliscou um cookie ainda tentando entender as últimas palavras. Velho amigo. Ela poderia fazer uma lista e ainda sim, não saberia de quem Bonnie falara.

Mordeu o lábio inferior jogando a cabeça para trás. Nesse momento, desejou ter uma vida normal que nunca pôde ter.  Uma infância com bonecas, uma adolescência com dúvidas sobre primeiro beijo e garotos e não o treinamento quase militar com armas e espionagem.  E vampiros. Suspirou colocando as mãos no rosto e foi surpreendida com a voz estridente dizendo:

- O voo é às onze horas.

- Merda – falou baixo.

X

O Voo pousou e duas garotas desceram em meio as poucas pessoas e foram em direção à cafeteria do aeroporto.

 - Estamos em Las Vegas, baby – Bonnie brincou – Compras ou apostas?

-Caroline.

 - O que? – a outra perguntou confusa. Elena mostrou seu celular que vibrava incessantemente – Espero que ela não tenha entrado em problemas novamente.

- Ela sempre se mete em encrencas – ela disse, atendendo.

- Eu ouvi isso! Hey, Elena. Bonnie – do outro lado da linha a loira sorria – Las Vegas, huh. Boa escolha – as duas morenas olharam-se por um momento confusas e, logo, entediadas. 

- Você é tão infantil – Bonnie provocou-a - Apareça, criança de oito anos – Elena revirou os olhos.

Um segundo depois, elas vislumbraram cachos louros. Caroline sorriu, acenando para elas. Ela vestia jeans, uma blusa de lã num tom rosa nude e salto alto. Os olhos castanhos impecáveis com as pálpebras contornadas em preto. 

- Você nos seguiu? – Elena bufou o que Caroline considerou fofo.

- Eu prefiro o termo acompanha-las e surpreendê-las – respondeu. 

- Você nos seguiu! – agora fora Bonnie, estupefata.

- Eu entendi da primeira vez, Bon – a loira revirou os olhos – Foi excitante, de qualquer forma. Elena conteve-se e não riu enquanto Bonnie mantinha o semblante sério.

- Então, você correu até...

- Não seja idiota, Bonnie. Usei o rastreador implantado no seu celular e as segui até o aeroporto – explicou – Pedi gentilmente por uma passagem na primeira classe de um voo que chegaria dez minutos após o seu. Espero ter dado ênfase na parte de primeira classe – sorriu finalizando. 

- Rastreador? – Bon gritou.

- Culpe Elena – a loira argumentou.

A morena soltou um leve riso seguido por um suspiro perguntando:

- Você o encontrou?

Caroline afirmou mostrando um novo celular que Elena desconhecia. Abriu um sorriso e abraçou as duas amigas sussurrando que sentira a falta de ambas.

- Elena... Eu não consigo achá-lo. Jules tem sido cuidadosa com os rastros e só me restou procurar pela ajuda de vocês... Eric está aqui em LA, não está?

 - Sim. Nós iremos até ele – Bon disse.

 - Nós a ajudaremos a encontrá-lo, Carol – Elena falou firme.

- Eu ouvi algo sobre compras? Porque definitivamente preciso disso – riu ao perceber os olhos de Bon revirando. 

- Só temos duas horas, vamos. 

X

- Não – Caroline falou pela quarta vez – Você parece a minha mãe.

Elena se despiu jogando o vestido de mangas preto no canto.

 - Vá – a morena rendeu-se, recebendo um sorriso triunfante da loira. Ela chegou poucos minutos depois com um vestido extremamente elegante, numa tonalidade que presumiu ser um rosa claro de seda, as tiras formando um x no ombro esquerdo com uma quantidade generosa de decote. 

- É um bar, Caroline. Não um Oscar ou algo assim – resmungou não acreditando no que via.

 - E agora você está agindo como a minha mãe. Exatamente! É um bar e você vai ficar muito, muito quente dentro disso. E arrume alguém para tirá-lo – disse mordendo os lábios rodopiando como uma criança animada.

 - Nem pensar, eu não vou usar isso – Elena balançou a cabeça negativamente como se fosse afirmar mais uma vez quando Caroline a interrompeu.

- Experimente – suplicou – Vou buscar outra coisa.

 E lhe caiu perfeitamente.  Sua pele contrastava harmoniosamente com o tom do longo vestido e a deixava incrivelmente linda. Ele seguia justo no busto até os joelhos onde havia uma abertura expondo apenas uma perna. Imaginou-o com um salto digno e sorriu. Caroline veio eufórica até ela, segurando uma saia rosa alcançando o nude e uma blusa preta com uma estampa desconhecida por estar enrolada nos braços da amiga. 

- Se você não usar isto, considere-se uma pessoa morta – a loira disse orgulhosa de si.

x

Bonnie pendeu a cabeça para trás, deixando com que a água caísse por seu corpo. Repensou mais uma vez no que poderiam descobrir naquela noite, o que presumiu ser pouco. Não conseguira ter nenhuma visão e aquilo lhe causava uma dor de cabeça imensa. Precisava encontrar o Grimório de Elizabeth e finalmente, obter o poder das bruxas mortas. Infernos! Como iria fazer isso, sem nem ao menos saber por onde começar? Jeremy teria alguma resposta, mas não conseguia encontrá-lo. O jovem Black viajava pelo mundo e raramente deixava pistas de onde estava. Então concluíra que o sangue de sua prima a ajudaria em acha-lo através do feitiço de localização que havia aprendido outrora. Allison estava em Las Vegas. A castanha provavelmente estaria no bar esta noite juntamente com seu namorado. E Eric poderia ajudar Elena e Caroline, se tivessem sorte. E talvez... Afastou os pensamentos incertos quando ouviu uma loira muito estressada bater na porta.

 - Eu não sei o que você está fazendo aí, mas precisa se apressar – resmungou.

- Não seja uma chata, Carols – Bon gritou – Só preciso de alguns minutos.

 Quando saiu do banheiro apressada, vislumbrou Elena modelando os cabelos negros.

 - Preciso dele – ela pediu apontando para o par de peep toe, no que Bon balançou os ombros, indiferente. 

- Cuide dele com a sua vida - avisou. 

Caroline que havia entrado no banheiro há pouco tempo, saiu e girou o corpo chamando a atenção das amigas. Seus cachos louros estavam presos em um coque mal feito, fios desobedientes caindo sobre seu rosto de porcelana. Um vestido de estampa florado caía a dois palmos acima do joelho, de um ombro só.  

- Não precisam me elogiar, sério – sorriu – Mas seria legal da parte de vocês.

 Bon que parecia sempre estar rindo ou revirando os olhos para a loira, fez o último rendendo-se por fim.

 - Você está linda, criança – Caroline lhe mostrou a língua indo em direção a Elena que jogou os cabelos cuidadosamente para trás e acenou para Bon se vestir, já que ela ainda estava de lingerie.

 - Bonnie... – Elena chamou baixo, quase arrependida. A outra amiga apenas ergueu as sobrancelhas dando sinal para que a morena prosseguisse. Caroline fingiu ignorar, enquanto observava as expressões das duas.

- Quem realmente estará lá, Bonnie?

 - Allison. E com alguma sorte, Eric. – respondeu cautelosa, logo então dizendo:

- Vamos.

X

O moreno viu por um breve momento uma cabeleira castanha atravessando o bar, e abriu um sorriso malicioso quando ela mordeu os lábios indo a sua direção.

 - Ainda descubro o porquê de tanta demora em um banheiro, Alli! – disse incrédulo, o sorriso quase imperceptível.

 - Cale a boca e não questione. – Ela sentou-se ao seu lado, e ainda fitando os olhos cinza dele pousou a mão direita em seu joelho. Subiu lentamente, apertando próximo ao seu membro. Gabriel suspirou baixo, reprovando-a. – Seja um bom garoto. – Em seguida, passou as unhas fortemente sobre o jeans dele, arrancando-lhe um gemido alto que não se sobressaiu diante a musica alta. 

Ele fechou os olhos afirmando entre múrmuros enquanto Allison observou três mulheres adentrarem no bar. Poderia também chamar-se de boate ou qualquer outra coisa. O lugar era amplo, de boa aparência, com um clima convidativo e músicas agradáveis. Duas morenas e uma loira. Ela tinha que admitir, eram bonitas. A morena mais baixa, com os cabelos ondulados indo até quatro dedos abaixo dos ombros olhou-a fixamente. Esperta seria se tivesse saído dali, se soubesse. Porém, não fazia ideia que a morena estava ali por ela.

Bebericou seu drinque, desviando a atenção de Gabriel que notara a chegada das mulheres.

 - Ei! – riu advertindo-o.

X

- Meu Deus, Bon, pare de encarar a garota assim! – Caroline cutucou a outra em sinal de reprovação.

- Ali está ele. Eric – chamou um loiro que servia tequila com limão indiferente a uma ruiva. Ele mal as notou, até virar-se.

- Isso definitivamente não é bom. – disse baixo, por fim, optando por olhá-las.

 - É bom vê-lo também. – Bonnie sentou-se, passando os dedos lentamente pelo cardápio. Parecia escolher as palavras cuidadosamente.

- Não posso dizer o mesmo, minha querida. – Respondeu-lhe ironicamente, dando seu típico sorriso. – Da última vez que a vi, quase fui morto.

 - Você diz isso como se não tivesse valido a pena – ela sorriu. Ele devolveu-lhe o mesmo, o canto dos lábios repuxados com malícia. 

- Mas quase fui morto. Por um vampiro muito puto, Bon – disse.

 - Ok, você dois, calem a boca. Por Deus, Eric, preciso da sua ajuda! – Caroline interrompeu entediada. 

- Todos querem. No entanto, eu preciso alertá-las que não sou um salva vidas ou algo do tipo. 

- Mas é uma enciclopédia humana além dos contatos úteis. – Elena falou pela primeira vez, desde que entraram no bar. Seus olhos analisaram cada pedaço do lugar, rotas de fuga, alvos em potencial, tudo que ela pensava ser necessário.

 - Elena! – Eric disse quase surpreso, lembrando-se a pouco da amiga – O que eu posso dizer? Nossos pais eram paranoicos, no fim das contas. E você diz isso, esquecendo no que se tornou? – perguntou ele, quase desafiador. 

- Paranoicos? – Elena fungou divertida – Eles nos ensinaram tudo que sabemos, bolinho – falou, lembrando-se do apelido do amigo, de quando ele possuía... Hm, quilos a mais. – Eu sei quem eu sou. Elena Gilbert. 

- Não, Elena. Você não está aqui por nada – O loiro assumiu uma expressão séria – E você é uma caçadora. 


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Notas finais do capítulo

- É tudo meio complexo. Até mesmo para mim. Mas está fluindo, e o encontro com o Damon pode tardar um pouco a acontecer.
- A imagem tá em péssima qualidade, me desculpem :/
Alguém quer mais? -q