Prescribed Pills To Offset The Pain escrita por sophiabonjoan


Capítulo 1
Um


Notas iniciais do capítulo

Primeiro e único capítulo (oneshot).



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Uma caneta vermelha descansava ao lado de, pelo menos, umas vinte folhas amassadas e do lado de um Ryan dormindo.

Eram seis da tarde quando acordara. Estivera trocando o dia pela noite desde o dia em que Brendon decidiu “não ser uma bicha” e deixou Ryan só.

Pensara em cometer suicídio diversas vezes, mas não teve coragem de cortar sua veia, ou de atirar em seus miolos. Queria mesmo enfiar uma faca em seu coração, pra ver se parava de doer.

Ninguém se atrevia aparecer em sua casa pra uma visita, ou mesmo ligar pra ele pra falar que ele fazia falta – mal sabiam que era o que ele mais queria.

Ele se levantou da escrivaninha, desejando que sua cabeça parasse de doer, o que não aconteceu. Deitou de novo.

– Aspirina... – sua voz, rouca de não usar, quebrou o silêncio que havia se instalado lá, enquanto suas mãos procuravam a aspirina dentro de um dos porta clipes, que ele havia transformado em porta aspirina.

Acabou encontrando o interruptor, fazendo o ventilador ligar no máximo.

Uma foto voou de lá de cima e caiu bem ao seu lado.

Ele e Brendon se abraçavam sorridentes, sem se preocupar em “ser uma bicha” ou não. Eles se amavam e era o que importava.

Pegou a aspirina e tomou, sem água mesmo. Continuou deitado, observando a foto, sentindo uma lágrima correr seu rosto e pingar no papel debaixo dele.

Quase como um milagre, seu telefone tocou.

– Alô – sua voz falhou e ele pigarreou.

– Ryan?

– Alô? – repetiu.

– Esquece.

– Brendon? – o som de um suspiro foi escutado por Ryan – Não desligue, por favor.

– Só faço você sofrer, não valho a pena.

– Vale sim – ele disse, secando as lágrimas – Volte! Volte pra nossa casa.

Nenhuma resposta.

– Brendon, por favor!

– Adeus, Ryan. Me perdoa.

– NÃO!

O telefone começou a fazer os tu-tu-tu e Ryan apenas o largou no chão, sem ao menos desligar.

Pegou outras dez aspirinas e colocou-as na boca, tomando com o resto de café da xícara que encontrou e sua frente.

“Tomara que eu morra. Tomara que eu morra” pensou.

Deitou novamente a cabeça na escrivaninha.

“De novo não, por favor”.

Brendon soluçava, do outro lado da cidade.

– Bre-enny! – Sarah gritava do quarto – Você disse que era só um telefonema, pode voltando já pra cá, quero brincar com você.

Ele não respondeu.

Tentava, sem sucesso, secar as lágrimas que corriam rosto abaixo.

– O que foi que eu fiz? – murmurou.

– Estou esperan-DO! – ela gritou novamente.

– Não sei se consigo – disse ele, chegando no quarto.

– Claro que consegue! Primeiro tira a blusa, depois a calça...

– Não é isso! Não consigo mais continuar com você.

– Quem é a biscate que roubou seu coração?

– Ryan... – sorriu – Ryan Ross. E vou lutar com todas as forças por ele.

– Brendon... Você é bichinha! – riu – Vai! Corre! O amor não espera.

Ele foi até ela e deu um beijo estalado em sua bochecha.

– Obrigado por ser tão compreensiva.

Calçou os sapatos e colocou o casaco.

“Vou desfazer a merda que eu fiz”.

Andou confiante e chamou o primeiro taxi que apareceu.

Dissera o endereço de Ryan e, impaciente, começou a revirar sua mochila, até encontrar algo pra comer.

Uns trinta minutos depois, chegou àquela fachada conhecida. Subiu correndo, seduzido pela emoção que passava pelo seu corpo.

Bateu na porta.

Nada.

Bateu de novo.

Nada.

Pegou a chave que ficava debaixo do tapete e abriu, andando diretamente para onde o cheiro de café o guiava.

– Ry? – perguntou, abrindo a porta do escritório.

Cheiro forte de café e papel invadiu seu nariz, fazendo-o suspirar. Era o cheiro que Ryan tinha, afinal.

Encontrou um corpo cansado deitado na escrivaninha.

– Ry? – repetiu, cutucando-o com delicadeza – Bebê?

– Bren.. – murmurou.

– O que aconteceu?

– Aspirina... Tomei dez... Queria desaparecer...

– O que? – Brendon tentava entender as palavras que Ryan murmurava – O que você fez?

– Eu... – tentou dizer, mas Brendon avistou o pote caído antes.

– RYAN, VOCÊ TOMOU DEZ COMPRIMIDOS? POR QUE?

– Você...

– RYAN, OLHA, VOU CHAMAR A AMBULÂNCIA. TENTA NÃO DORMIR, POR FAVOR – pegou o telefone e discou, desesperado – Alô, alô? Por favor, preciso de uma ambulância pra cá. – pausa – Sim, esse é o endereço. RÁPIDO! – ele acariciou o rosto drogado de Ryan – Calma, calma, docinho. Vai ficar tudo bem – Brendon chorava tão forte que a cada segundo, pelo menos três lágrimas caíam em Ryan.

– Me salva... – Ryan disse, deixando uma lágrima correr de seus olhos.

– Vou te ajudar, querido. Fica aqui comigo.

– Não vou aguentar... – suspirou.

– Vai sim. Aguenta por mim.

– Brendon... – ele piscou duro.

– Por favor, fica falando comigo.

Ryan fez a maior força que pôde pra se levantar e juntou seus lábios aos de Brendon, que estava chorando.

Brendon segurou sua cabeça, envolvendo Ryan num abraço protetor.

Foi o beijo mais doce e romântico que eles um dia já deram.

Brendon deitou a cabeça de Ryan novamente, deitando ao seu lado. Começou a fazer carinho em seu rosto.

– Eu... Eu te amo, Brendon – disse, fechando os olhos em seguida.

– RYAN! RYAN, NÃO OUSE DORMIR! – Brendon disse, batendo na parede – Ryan...

Brendon passou pelo menos dez minutos chorando e tentando fazer Ryan acordar; até a campainha tocar e ele ir abrir a porta.

Quando deu por si, estava numa ambulância, segurando a mão de um Ryan desacordado.

Ficou horas esperando na sala de espera do hospital, comendo todos os cubos de açúcar de lá, até que o médico apareceu.

– Sr. Urie? – disse, e Brendon assentiu – Talvez queira falar com o sr. Ross enquanto ele não dorme.

– Ele... Ele vai sobreviver?

– Vai, só fizemos uma pequena cirurgia nele. Ele ficará bem – o médico sorriu – O senhor é parente?

– Sou o amor da vida dele – Brendon disse, indo em direção ao quarto – Rybear, nunca mais me assuste desse jeito, tá me ouvindo? – colocou sua mão em cima da de Ryan.

– Desculpe, Brenny. Mas prometa NUNCA MAIS me deixar.

– Eu prometo. Eu te amo. Você é tudo o que eu quero e preciso. Meu Rybear, só meu.

– Eu te amo, Bden. 


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso, espero que tenham gostado, porque é a primeira fic que eu posto. Sempre escrevi, mas nunca postei por falta de coragem.
Beijos ♥



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