O Diário de Uma Heroína escrita por Kagome_


Capítulo 7
Capítulo 7




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Quando entrei no quarto do hospital, sabia que a minha vida não seria mais a mesma. Puxa, quando liguei a televisão, pude ver minha cara na foto da carteirinha da escola, onde eu estava horrenda, e eu gritei tão alto, que acho que uns dez agentes secretos entraram no quarto armados. Sem brincadeira. Tipo assim, eu sabia que eu tinha pulado nas costas do sr. Esquisito e impedi que ele disparasse a arma na direção que desejava.  Mas não liguei que, com aquela ação, eu tinha na verdade salvado a vida de um dos líderes do mundo atual. Pelo menos, não liguei até os meus pais entrarem correndo no quarto do hospital um tempo mais tarde, quando o gesso já havia sido colocado. Os dois apavorados como eu nunca tinha visto antes.

- Kagome! Ah meu Deus, nós estávamos tão preocupados! – Minha mãe gritou, jogando-se em cima de mim e torcendo meu braço ferrado.

- Oi mãe – falei, bem baixinho... sabe como é, aquele jeito como você fala quando está se sentindo mal. Porque eu não sabia se os caras do serviço secreto tinham aberto o bico sobre eu ter cabulado aula de desenho, então eu não sabia se estava muito encrencada ou só um pouco. Imaginei que, se eles achassem que eu estava morrendo de dor, iam me dar um desconto.

Mas eles pareciam não ter noção de que eu tinha cabulado a aula.

- Kagome – minha mãe repetia sem parar – Está tudo bem com você? Foi só o seu braço? Está com dor em mais algum lugar?

- Não. É só meu braço. Está tudo bem. Mesmo.

Eu nem precisava me preocupar com o negócio da aula. Eles não estavam nem aí. Só estavam felizes por eu estar bem. Meu pai até conseguiu fazer umas piadas.

- Se você queria mais atenção nossa, Kagome, era só pedir. Não precisava se jogar na frente de uma arma.

HAHAHA.

Os caras do serviço secreto deram uns cinco minutos para derramarmos lágrimas e depois bateram na porta. Tinham um monte de coisas que queriam perguntar, mas como sou de menor, eles precisavam esperar meus pais chegarem. Aqui está uma pequena amostra das coisas que me perguntaram:

SERVIÇO SECRETO: VOCÊ CONHECE O HOMEM QUE ESTAVA SEGURANDO A ARMA?

EU: NÃO, NÃO CONHECIA O CARA.

SERVIÇO SECRETO: ELE DISSE ALGUMA COISA PRA VOCÊ?

EU: NÃO, ELE NÃO FALOU NENHUMA PALAVRA PRA MIM.

SERVIÇO SECRETO: NADA? NÃO DISSE NADA ANTES DE PUXAR O GATILHO?

EU: TIPO O QUÊ?

SERVIÇO SECRETO: TIPO: “ISSO AQUI É PARA A MIDORIKO”, OU QUALQUER COISA ASSIM.

EU: QUEM É MIDORIKO?

SERVIÇO SECRETO: FOI UM EXEMPLO. NÃO EXISTE MIDORIKO NENHUMA.

EU: NÃO, ELE NÃO DISSE NADA MESMO.

E assim por diante. Durou horas. Eu fiquei até rouca. No final, mau pai deu um basta:

- Vejam bem cavalheiros, achamos muito bom que os senhores queiram chegar ao fundo da questão, mas nossa filha passou por um acontecimento traumático e precisa descansar.

Os caras foram legais. Eles me agradeceram e deram um fora...mas alguns ainda ficaram ali na porta , e não iam embora de jeito nenhum. Tive que passar a noite no hospital. Eu não fiquei muito contente, mas os caras do serviço secreto disseram que era por causa de proteção.

- Não sei por quê. Vocês já pegaram o cara, né? – eu disse.

Mas eles explicaram que mesmo ele estando preso, os amigos terroristas podiam querer se vingar de mim. Claro que isso fez com que minha mãe ligasse correndo pra Kaede pra ela trancar todas as portas da casa, mas o cara do serviço secreto disse para ela não se preocupar, porque já tinham mandado agentes para lá. Eles agentes, fiquei sabendo mais tarde, ficaram mantendo hordas de jornalistas longe do nosso quintal. Isso era um pouco aflitivo para a Kikyo (falei com ela ontem à noite):

- Caramba – disse ela – Eu só tentei dar para os caras da TV uma foto melhor sua. Fla sério, eles ficaram mostrando aquela foto horrorosa sua da carteirinha. Eu falei assim: “Caramba, ela é muito mais bonita que isso” e tentei dar outra foto pra eles, aquela da casa da vovó que você estava linda naquele vestido rosa, que você tingiu de preto, ele era tão lindo. Bom, mas daí eu abri a porta, e um monte de flashes começou a espocar na minha cara, mas quando eu ia começar a falar, os agentes me empurraram pra dentro, dizendo que era pra minha própria proteção. Fala sério, na boa, todo mundo vai pensar que eu sou irmã de uma esquisitona horrorosa... que é a sua cara naquela foto, Kagome, não quero ofender...

Era bom saber que, por mais que algumas coisas mudem demais, uma coisa, nunca vai mudar: minha irmã Kikyo.

Eu não dormi nada bem naquele hospital. Quando peguei no sono, a minha mãe levantou, abriu as cortinas para deixar o sol entrar. Então ela falou assim:

- Bom dia, dorminhoca!

Mas antes que eu tivesse tempo de perguntar o que é que tinha de bom, minha mãe falou, com a voz chocada, enquanto olhava pra janela:

- Ai... meu... Deus!

Saí da cama para ver o que ela estava vendo, e fiquei chocada ao ver umas 300 pessoas paradas na frente da calçada, todas olhando para cima. Quando apareci da janela, ouviu-se um barulhão, e todo mundo começou a apontar pra mim e a gritar meu nome.

Minha mãe e eu olhamos uma para a outra, boquiabertas, então olhamos pra baixo de novo. Tinha umas televisões grandes, com satélites, repórteres em volta, com microfones, e policiais por todos os lados.

- Humm – minha mãe murmurou – Acho que você devia... não sei. Acenar?

Parecia uma sugestão razoável, de modo que levantei meu braço e acenei. Mais vivas e aplausos ergueram a multidão. Depois que eu acenei pela segunda vez, ouvimos uma batidinha na porta e uma enfermeira entrou e falou:

- Ah, que bom que você já levantou. Achamos que sim, quando ouvimos os gritos. Chegou umas coisas pra você. Espero que não se importe, vamos trazê-las agora.

E daí, sem esperar pela nossa resposta, ela abriu a porta. Um enxurrada de enfermeiras uniformizadas, cada uma carregando um arranjo floral foi entrando no meu quarto, até que todas as superfícies planas, até o chão, estivessem cobertas da rosas e margaridas e girassóis e orquídeas e cravos e flores que eu não conseguia identificar, todas saindo do vaso e deixando um cheiro doce e enjoativo no ar. E não eram só flores. Eram ursinhos de pelúcia de todos os tamanhos, buquês de balões, um bando deles, com frases do tipo “OBRIGADO” e “FIQUE BOA LOGO”.

- Tem muito mais lá embaixo – informou a enfermeira.

- Hã? – minha mãe só conseguia dizer isso.

- Ainda estamos passando os cartões pelo scanner de radiação. – informou o cara do serviço secreto.

- Equipamentos de raio X? – minha mãe ecoou – pra quê?

- Lâminas de barbear. Alfinetes. Qualquer coisa. Só por segurança.

Parecia que a minha mãe começou a passar mal depois disso.

- Ah – fez ela.

Foi logo depois disso que o meu pai apareceu com a Kikyo, a Rin e a Kaede. A Kaede me deu um coque na cabeça pelo susto que eu tinha dado nela no dia anterior.

- Imagine como eu fiquei quando os policiais me disseram que eu não podia passar porque tinha ocorrido um tiroteio. Achei que você tinha morrido!

A Rin foi mais filosófica a respeito da coisa toda.

- A Kagome não faz parte do grupo que corre mais risco de morrer devido a violência de armas de fogo. Este compreende homens de 15 a 34 anos. De modo que eu não fiquei especialmente preocupada.

A Kikyo, no entanto, era a que tinha mais necessidade de falar comigo... sozinha.

- Vem aqui – ordenou, e me arrastou para o banheiro – Más notícias – anunciou – Ouvi o diretor do hospital perguntar para o papai quando você estaria pronta para a sua coletiva de imprensa.

- Coletiva de imprensa? – deixei meu corpo cair pesadamente sobre a tampa do vaso – Você ta tirando uma com a minha cara, né?

- Claro que não – disse Kikyo, toda agitada – Você virou heroína nacional. Todo mundo está esperando sua coletiva de imprensa. Não se preocupe com isso. A sua irmã mais velha Kikyo já assumiu o controle.

Dizendo isso, colocou a bolsa de ginástica que carregava na pia. O que quer que tivesse lá dentro, fez um barulhão.

- Vamos começar pelo começo. Primeiro, vamos cuidar desse cabelo.

A Kikyo assumiu o controle naquele banheiro só porque eu estava em um estado físico tão fraco, por causa de tudo que tinha acontecido. Tipo, eu não tinha mais forças. Eu gritei, na esperança de algum cara do serviço secreto aparecer, mas ninguém apareceu.

- Isso aqui é awapuhi – disse Kikyo, jogando um troço no meu cabelo – é um extrato de gengibre havaiano especial. Use para lavar o cabelo. E isso aqui é um esfoliador corporal de damasco...

- Kikyo! – eu berrei quando esse troço caiu nos meus olhos – O que é que você está fazendo comigo?

- Estou salvando você. Você deveria estar me agradecendo.

- Agradecendo? Por quê? Por me cegar para sempre com extrato de gengibre havaiano?

- Não, por tentar transformar você em algo que se assemelha a um ser humano. Você tem noção de como é humilhante pra mim ver as pessoas me ligando... a noite inteira... dando uma de: “Ei, aquela é a sua irmã? O que aconteceu com ela? Ela faz parte de algum tipo de culto?”

Quando abri a boca pra reclamar, a Kikyo jogou um monte de pasta de dente dentro. Enquanto eu engasgava, ela continuou:

- Olha aqui, pega esse condicionador, é do tipo que os cavalariços usam nos animais antes de uma apresentação.

- Eu... – Ainda com os olhos cheio de xampu, não consegui vê-la, mas tentei atingi-la com o gesso – Eu não sou cavalo!

- Já percebi – respondeu ela – Mas você precisa mesmo disso aqui, Kagome. Enxágüe e repita, por favor.

Quando a Kikyo terminou, eu tinha sido esfregada, depilada e esfoliada quase a morte. Meu cabelo também tinha passado por uma seção de secador. Mas, preciso reconhecer que eu fiquei bem bonita. Eu não me importei, com o xampu, o condicionador. Até dava para aturar o rímel, a base e o gloss.

Mas a Kikyo passou dos limites quando tirou da bolsa uma blusa azul bem luminoso e uma saia que combinava.

- De jeito nenhum – Exclamei – Eu uso seu batom, sua maquiagem. Mas as suas roupas eu não vou usar.

- Kagome, você não tem escolha. Todas as suas roupas são pretas. As pessoas vão achar que você é adoradora de Satã. Você vai se vestir igual a uma pessoa normal, e vai gostar.

Com essas palavras, a Kikyo me atacou. Gostaria de resaltar que ela tinha vantagem injusta sobre mim porque:

a)      ela era 5 centímetros mais alta que eu

b)      ela não estava prejudicada com um pulso quebrado

c)      ela não precisava ficar segurando uma toalha envolta do corpo e

d)     ela lê a seção do certo e errado desde que ela aprendeu a ler, então, eu não precisava me preocupar de eu estava me vestindo bem.

Quando saí do banheiro, estava usando tudo da minha irmã. Basicamente, eu não tinha nada a ver comigo mesma. Então, quando eu saí daquele banheiro, eu estava bem esquisita. E foi quando a minha mãe, que estava parada com cara de preocupada no meio de tantas flores, mandou.

- Kagome, humm, tem alguém aqui que quer falar com você.

Eu me virei, e lá estava o presidente.

Eiii gente! Desculpa a demora, é que o meu pc deu problema e não deu pra postar, então eu demorei um pouco. Espero q tenham gostado do capítulo. Digam oq acham. Críticas? Sugestões? Só falar...

Muito Obrigada por estarem acompanhando.


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