O Diário de Uma Heroína escrita por Kagome_


Capítulo 5
Capítulo 5




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Por sorte, estava chovendo na quinta-feira, quando a Kaede me levou para o ateliê. Isso significa que a possibilidade de ela achar lugar pra estacionar, procurar o guarda-chuva no banco de trás, sair do carro e me levar até a porta do estúdio era zero.

- Se você não estiver aqui exatamente às 5 e meia, eu vou atrás de você como uma louca. Entendeu bem?

- Tudo bem – respondi.

- Estou falando sério, Dona Kagome – frisou Kaede – cinco e meia em ponto. Ou eu vou estacionar em fila dupla, e você vai ter que pagar o guincho.

- Pode ser – respondi, saindo pra chuva – Até mais.

Então, corri até a porta do ateliê.

Só que é claro, não subi a escada. Bom, como eu is fazer isso? Eu tinha sido completamente humilhada anteontem? Eu tinha que estar lutando contra o sistema, não é?

Em vez de subir, eu esperei uns cinco minutos no hallzinho de entrada. E, nesse tempo fiquei pensando se aquilo que eu estava fazendo não era injusto. Tipo, meus pais gastam uma fortuna nas aulas de arte, e eu lá, matando aula. Quer dizer, ainda não estava matando, mas poxa, meus pais trabalhavam duro pra ganhar aquele dinheiro.

Ahh...e for pensar bem, eu sou a filha mais barata da casa. Tipo, eles gastam uma pequena fortuna com a Kikyo, já que ela precisa sempre de roupas novas, e todas as parafernálias de líder de torcida. E a Rin? Só as taxas de laboratório para ela usar, custam o produto interno bruto de um pequeno país subdesenvolvido. E, eu? Não gasto praticamente nada. De modo que eu não tinha que ficar preocupada com isso. Não mesmo. Fiquei esperando ali no vestíbulo, rezando para que ninguém entrasse enquanto eu me encolhia ali e dissesse:”Oi Kagome! Você não vai subir?”

Como se fosse possível alguém lembrar meu nome. Mas ninguém entrou. Passaram 2 minutos, e eu abri a porta com cuidado e olhei para a rua. A Kaede já tinha ido embora. A barra estava limpa.

Em primeiro lugar fui a uma loja de biscoitos. Ela tinha um cheiro ótimo. Comprei um confeito que ainda estava quente, e guardei na capa. Era proibido entrar com comida na Four Seasons, meu próximo destino.

Entrei e fui no lugar onde tinha fones plugados na parede para as pessoas ouvirem o CD. Enquanto ouvia alguns CDs, eu levava pedacinhos de biscoitos na boca, e repetia para mim mesma que aquilo que eu estava fazendo não era errado. Se alguém achou estranho uma garota de 15 anos, vestida de preto dos pés a cabeça, ficar por lá ouvindo música, ninguém disse pra mim. Todos os clientes estavam me ignorando. A maioria eram alunos cabulando aulas. Um deles era um cara meio velho, tipo com uns 30 anos, com roupas militares, carregando uma bolsa de lona. Ele ficou um pouco ali, onde eu estava, escutando música pelos fones.

Mais ou menos no segundo álbum do Do As Infinity, meu biscoito tinha acabado. Enfiei a mão no bolso e só tinha farelo. Também, aquela altura já eram quase cinco e meia. Eu precisava sair e esperar a Kaede chegar. Tinha escurecido quando eu sai da Four Seasons. Tinham muitos carros passando aquela hora. Fiquei parada na calçada. Parada ali não pude deixar de sentir pena de mim mesma. Tipo assim, lá estava eu: 15 anos, sem namorado, incompreendida, filha do meio rejeitada, dura, parada na chuva depois de ter cabulado aula de desenho porque não suporta críticas.

Enquanto eu estava lá, com pena de mim mesma, o velho que estava escutando música, saiu da Four Seasons e ficou parado ao meu lado, apesar de o sinal para atravessar a rua estar verde. Observei-o de canto de olho. Ele estava mexendo em alguma coisa na sua bolsa.

Depois disso, vi luzes vermelhas piscantes se aproximando através da chuva, quando percebi, eram carros da comitiva do presidente. Em vez de ficar animada porque eu iria ver o presidente, eu pensei: droga. A Kaede devia estar no engarrafamento e provavelmente a turma da aula de desenho iria sair de lá e me encontrar. E foi então que uma coisa superesquisita aconteceu. O jipão da comitiva aproximou-se da calçada e parou. E o sinal nem estava vermelho.

Assim como o jipão, todos os carros da comitiva pararam. Daí, uns caras com fone de ouvido saíram. E então, para meu completo espanto, o presidente desceu do carro e foi em direção da loja de biscoitos. Com um punhado de agente na cola dele, com uns walkietalkies na mão.

E então, enquanto eu estava parada na chuva, com as luzes vermelhas na minha cara, vi o sr. Esquisito (aquele da loja) jogar a capa de chuva pra trás. E revelou-se o que estava escondido. E, olha a minha cara quando eu olhei e vi uma arma enorme, que sacou e apontou para a direção do presidente.

Eu não sou corajosa nem nada. Eu só defendo o pessoal da escola quando o grupinho de populares ficam tirando onda com a cara deles.. Isso não significa que eu me jogo no caminho do perigo sem dar a mínima. Tipo, o combate físico mais próximo que eu cheguei a fazer, foi com a Kikyo pela posse do controle remoto.

E, obviamente, eu não sou a favor de combates. Mas sei lá. O que aconteceu a seguir era tão atípico para mim que foi como se outra pessoa tivesse possuído meu corpo durante um minuto, ou qualquer coisa assim. O que eu sei é que, em um segundo eu estava parada, observando o sr. Esquisito erguer q arma para atirar no presidente....

...e, no segundo seguinte, eu tinha me jogando em cima dele.


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