POV Taylor

 Eu estava em desespero. Não sabia o que fazer. Meus amigos foram obrigados a descer para algum lugar e eu fiquei sozinha com a deusa da vingança, com seu possível arco.

 Ela ainda me segurava pelo pescoço contra a parede. Era difícil de respirar, e meu corpo doía.

-Como você conseguiu o meu arco? – a deusa perguntou.

-Ele apareceu – eu disse com dificuldade.

 Ela pareceu não gostar da resposta a me jogou no chão. Eu deslizei e fiquei deitada no chão, se eu levantasse era capaz de ela fazer alguma coisa pior.

-Responda!

-Nós estávamos na floresta, procurando algum meio de ir para a Carolina do Sul...

-Por quê?

-Para cumprirmos uma missão.

-Que missão?

-Achar as deusas perdidas.

-Eu fiquei sabendo. – ela disse sorrindo.

-Quando do nada um arco apareceu na nossa frente. Eu fui até ele, deduzindo ser um presente dos deuses, de Apolo, e eu senti que era para mim, então eu o peguei.

-Só que isso tem dono.

-Eu não sabia...

-De algum jeito esse arco sumiu e foi parar com você... Como você entrou em meu castelo?

-Eu não entrei, eu juro que não roubei nada.

-Diga a verdade!

-Eu estou dizendo!

-Se você não responder eu posso fazer coisas muito piores com você...

-Por favor! Eu estou dizendo a verdade!

Foi ai que começou.

Uma dor percorreu meu corpo inteiro, desde a cabeça até a ponta de meus pés. Era uma dor insuportável, eu devia estar me contorcendo no chão de tanta dor. Eu tentei agüentar mais comecei a gritar. Isso durou alguns segundos até que parou. Meu corpo caiu no chão e relaxou. A dor ainda era ruim, mas não insuportável.

 A deusa chegou perto de mim, dessa vez com uma espada em sua mão.

-Você vai dizer?

-Eu já disse...

Ela pegou a espada e lentamente começou a riscar o meu braço. Não era um corte profundo, mas o jeito que ela riscou devagar me fez chorar. Ela traçou meu braço direito inteiro, bem de vagar, e quanto mais profundo mais eu gritava. Eu não tinha força para impedir, lutar ou me levantar.

 Ela começou a cortar o meu outro braço, como se estivesse pintando meu braço com uma espada.

Ela ria enquanto me cortava.

-Nunca mais roube algo de um deus – ela disse.

-Eu não roubei! – eu disse chorando.

-Pegar algo sem a permissão é roubar!

-Eu não sabia!

-Você roubou.

Ela começou com aquele poder dela de me torturar. A dor era ainda pior que a primeira vez, eu chorava muito e me contorcia no chão. Dessa vez eu tentei gritar por um nome, pedindo ajudar, e o primeiro nome que veio na minha cabeça foi dele.

-NICO!

-Chame seu amiguinho! Ele vai vim te salvar!  - a deusa gritava enquanto ria.

-NÃO! PARE! – eu gritava chorando – POR FAVOR! PARE!

-Diga a verdade!

-Traga o filho de Hades aqui! – a deusa disse para alguém – vamos torturar o garoto de uma forma diferente...

-NÃO! – eu gritava – NÃO!

 Se aquele era o modo que eu devia morrer, não queria que fosse na frente dele.

Um minuto depois Nico apareceu na sala, sendo segurado por dois vultos.

POV Nico

 No andar de cima Taylor não parava de gritar. Eu estava em desespero. O que aquela deusa deve estar fazendo com ela?

 Jess tampava os ouvidos tentando não ouvir os gritos, o que era meio impossível, pois ela gritava bem alto; e Connor tentava consola-la. Percy e Annabeth tentavam arrumar um jeito de sairmos da sela. E eu, bom, andava loucamente no meio da sela, murmurando coisas que nem eu entendia.

 Um tempo depois Taylor começou a gritar diferente. Ela gritava “PARE!” “NÃO!” “POR FAVOR!” e logo depois “NICO!”. Isso me deixou desesperado e um tempo depois dois vultos apareceram na sela, abriram, e me tiraram de lá. Annabeth me olhou com aquele olhar de um plano e logo eu entendi. Se eles me tiraram de lá, eles vão me colocar de volta, eu espero, e assim eles davam um jeito de fugir.

 Quando eu cheguei à sala que estávamos antes meu coração parou por um segundo. Aquela foi a pior cena que eu já havia visto. Taylor estava deitada no chão, seus braços estavam sangrando e ela se contorcia de dor no chão, chorando e gritando. Eu tentei me soltar, mais os vultos eram fortes.

 Quando a deusa me viu ela tirou a atenção de Taylor e assim, Taylor parou de se contorcer e gritar, mas ainda chorava. Então quer dizer que a deusa controla a dor pelos olhos.

  Taylor olhou para mim chorando, com um olhar que dizia “me ajuda”. EU tentei me soltar, mas não consegui.

-Solte ela! – eu disse – Por favor! Pare!

-Eu adoro isso! Não posso parar até que ela diga a verdade.

-Ela disse a verdade! Eu vi!

A deusa chegou perto de Taylor e levantou a blusa dela, e com a espada começou a cortar sua barriga. Taylor tentou não gritar, mas não agüentou, os gritos ecoaram na sala.

-Por favor! – eu disse – Solte ela! Me ponha no lugar!

A deusa olhou para mim, como se tivesse tido uma idéia. Eu sentia a morte em Taylor, ela não agüentaria mais, se eu fosse no lugar dela, talvez ela sobrevivesse. Eu morreria por ela.

-NÃO! – Taylor disse – NÃO FAÇA ISSO! DEIXE ELE IR!

-Desculpa – a deusa disse – Mas ela pediu, e com um movimento com as mãos os vultos me levaram para a sela de novo.