Matt jogava em seu mini-game enquanto eu saboreava meus chocolates. Eu ainda estava desconfiado... afinal, porque o Near estaria daquele jeito...? E porque o Matt tinha que estar sem camisa...? É claro que ele era um galinha de marca maior, mas... vou tentar ver um outro lado da historia:

'' Bom... o Matt podia ter acabado de sair do banho e o Near deve ter entrado, como o Matt adora exibir seu corpo bem definido, ele deve ter ficado sem camisa e o nosso quarto era abafado ... 

E o Near devia estar com aquelas marcas roxas no pescoço porque quando eu jogo ele no chão, as vezes ele cai em cima dos bonecos dele... então deve ter ficado a marca... ''

–– É ISSO! –– falei alto sem perceber. 

–– O que? –– Matt perguntou.

–– N-NADA... ou melhor,  NADA QUE SEJA DA SUA CONTA. 

–– Grosso... –– Matt assobiou e eu mostrei-lhe a língua. 

O ruivo riu –– E essa roupinha justa, ein?

–– O que que tem minha roupa? 

–– É para mim? –– Ele sorriu. 

–– N-NÃO! 

–– E pra quem seria? 

–– PRO SEU PAI MATT, PRO SEU PAI... 

–– Meu pai? –– zombou –– Ah, você não faz o tipo dele, Mello... 

–– Vai se foder. 

–– Porque está irritado? 

–– Porque o Near estava aqui hoje mais cedo? 

–– Cara, você é muito ciumento.

–– Você não vai responder? 

–– Tudo bem, se quer saber... –– o ruivo guardou o mini-game no bolso de trás da calça. –– Ele e eu estamos ficando á um tempo... e ...

–– Eu sabia que não podia confiar em você, Matt... –– me levantei da cama sem a miníma vontade de ouvir o resto da frase. Abri a porta e sai correndo para o jardim, mas logo, esbarrei no L. 

–– Oi –– Ele disse com um gato no cólo. 

–– O-oi... –– respondi confuso e irritado.

–– O que aconteceu? 

–– n-nada... –– limpei as lágrimas. –– Porque você está com esse gato no cólo? –– perguntei.

–– Quer mesmo saber? 

–– se eu perguntei, né. 

–– Porque eu sou '' O cara '' –– ele disse todo cheio de sí.

–– Novidade... 

–– Mello... você está bem? –– L me fitou –– Você parece um tanto... irritado... –– ele colocou o gato em cima da minha cabeça. –– Talvez o Kito-Chan te acalme... –– L colocou o polegar sob seu lábio. 

Aquela foi a gota d'água. Eu indo me confessar? Matt possívelmente me traindo? Um gato na minha cabeça? EU IRIA EXPLODIR. 

–– L... –– sussurrei com uma voz doce. –– E COMO QUE ESTA PORRA DESTE MALDITO GATO CHAMADO KITO-CHAN VAI ME ACALMAR, SEU IDIOTA?! –– gritei. 

–– Hum... –– L murmurou –– Acho que meu método não está adiantando... –– O detetive colocou a mão em seu bolso e tirou um morango de dentro do mesmo –– Quer um morango? –– perguntou. 

–– NÃO! EU NÃO QUERO MORANGO! –– gritei ainda mais alto. 

–– Não precisa ficar nervoso. –– Ele disse inexpressivo.

–– MAS EU ESTOU!

–– Porque? 

–– NÃO É DA SUA CONTA. AGORA PEGA ESSE GATO E SOME DA MINHA FRENTE!

–– Tem certeza que não quer um morango? –– voltou a perguntar. 

–– NÃO! –– tirei o gato da minha cabeça e o entreguei ao L. –– SOME. 

–– Tchau. –– L se afastou e logo sumiu entre os corredores. Aquele cara era um completo idiota.  

Eu fui para o jardim e me escondi entre as árvores. Queria ficar lá sozinho para pensar um pouco... mas quando minha mente começou a fluir, percebi que tinha alguém me observando... alguém tipo, um albino enxerido.

–– O que foi? –– Perguntei irritado. 

–– Oi... 

–– Garoto, você é anormal! –– bramei. 

–– Mello, você e o Matt estão... juntos? 

–– P-porque você quer saber? –– perguntei um pouco nervoso. 

–– Vocês estão? 

–– NÃO! –– Droga, eu queria ter dito que sim.

–– Ok... –– ele deu passos lentos de volta para o orfanato. Era agora que eu ia ser cornô. Fodeo amigo, fodeo.