Dear Pegasus, escrita por DiraSantos


Capítulo 17
O Bosque Encarando a Verdade, a Vontade dos Deuses


Notas iniciais do capítulo

Espero que agrade.
Boa leitura.



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Capítulo Dezesseis: O silêncio das Arvores, Encarando a Verdade

e a Vontade dos Deuses

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.Narradora.

 .

O ombro de Seth Gray estava latejando demais. A verdadeira dor tinha começado quando ele estava voltou para o chalé treze para tomar um banho frio. Era um costume que tinha, gostava de estar na água, o relaxava de alguma forma, era estranho para um filho de Hades, ele mesmo admitia isso, mas não mudava o fato que não nada mais que verdade.

Água fria pareceu aliviara dor por alguns minutos. Por deliciosos vinte minutos de banho. Essa havia sido a parte boa, a dor parecia ter sumido. Pingou até a mala que se recusava desfazer e vestiu uma peça intima e uma bermuda qualquer, mas quando passou à camisa da banda Metallica pela cabeça uma pontada aguda atingiu o espaço entre seu pescoço e o ombro esquerdo.

Era aguda e concentrada, mas não insuportável. Gray já havia passado por coisa piores, mas não deixava de ser incomoda.

Não se lembrava de mais nenhuma tarefa que devia fazer, e se tinha, não estava nenhum pouco preocupado com isso. Calçou os tênis que tinha ganhado de Quíron logo de manhã, colocou algumas gomas nos bolsos e saiu o mais rápido possível de lá, não querendo ouvir Nico falar, outra vez, sobre o piso molhado que ele, definitivamente, não ia enxugar.

Girou o ombro dolorido e olhou rapidamente para o chalé com um brilho dourado ofuscante. Não se podia dizer que era vingativo, mas quem é que gosta de perder? Ou naquele caso, de alguém diminuir a vitoria que você conseguiu com muito custo.

Eu vou acabar com aquele mauricinho da próxima vez, ele ferrou o meu ombro; pensou irritado. Girando o ombro começou a andar para nenhum lugar em especial, pensou no convite de uma linda garota de cabelos castanhos sedosos, um charme sedutoramente inocente e olhos... Bem ele não soube dizer de que cores eram. Uma bela mistura entre castanho, azul e verde. Mas lembrou o que Guilherme falara sobre essas garotas, filhas de Afrodite, sempre atrás de um romance trágico.

E a última coisa que Seth queria era um romance trágico.

Colocou uma goma na boca distraidamente, os olhos vagueando o lugar em busca de algo para fazer. No final seguiu para praia, para perto d’água como sempre. Mas essa parte não era culpa dele, a praia daquele lugar era simplesmente fantástica, calma e deserta demais para ele, mas ainda sim bonita a sua forma.

Gray se lembrava do caminho e também da primeira conversa que tivera com aquele grupo curioso. Mesmo estando no meio deles, não sabia dizer ao certo o que os fazia andar juntos, tinham personalidades diferentes, estilos diferente e definitivamente vários problemas no convívio.

O moreno presenciaria uma discussão entre a garota gótica e Sury, e só viera entender na manhã seguinte quando conversou com Guilherme que lhe explicou a guerra entre os gêmeos de Hermes e os de Erís, Lannister também disse que Carpe havia feito amizade com dos Stoll e isso incomodava Velkan e Valerie profundamente, quase como se fosse uma traição. O que na opinião dele era bem idiota.

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Passou um tempo sentado na areia na praia, olhando as ondas fracas se quebrarem na areia. Seth brincou o pircing, o passando entre os dentes. Queria surfar. Queria estar pegando ondas em Malibu, passar a noite de sábado vendo o jogo de basquete na sala com Owen, seu melhor amigo, queria poder dormir até três horas da tarde nas férias... Queria sua linda Malibu outra vez.

Já estavam em agosto, no último mês do verão.

Mas ao mesmo tempo, não queria ir. Queria saber o motivo de ter sonhado com Sury Carpe. Era aquilo. Aquilo sim lhe prendia no Acampamento Meio-Sangue... Claro, isso e o acordo que tinha com Perséfone. Teria que passar um tempo naquele lugar para acalmar os ânimos dos Deuses que estavam brigando por descobrirem que Hades tinha quebrado o tal pacto.

Bocejou longamente e se levantou colocando mais uma goma na boca se virou para ir para seu chalé a fim de dormir um pouco. No meio do caminho viu Nathaly Keller e Rany Crowfford correndo na direção contraria  a dele, ofegantes, ambas preocupadas; logo depois viu Miguel segurando um garoto sonolento pelos ombros perguntando algo que o dorminhoco negou,  Killian correu para outro jovem que passava ali.

Viollet e Púlox, seu irmão, também não estavam bem; mas quando viu Valerie correr, sozinha, procurando alguma coisa, soube que tinha algo bem errado. Achou Lika, a dríade roendo as longas unhas, os grandes olhos em um tom verde escuro.

Seth se aproximou dela e lhe tocou o cotovelo com cuidado.

—Lika aconteceu alguma coisa? —Perguntou com as sobrancelhas franzidas. A laranjinha se virou para ele, o lábio inferior sobrepondo o superior, um lagrima verde lhe escorria pela ponte do nariz empinado, estava trêmula.

—Sury sumiu. Ela... Ela... Ela não pode... —A dríade se pôs a chorar de verdade, escondendo o rosto na camisa do filho de Hades. Gray não gostava de ver garotas chorando, na verdade não gostava de ver ninguém chorando. Lágrimas nunca lhe traziam boas lembranças. Mas não quer dizer que ele sabia consolar as pessoas.

—Sumiu? —Ela assentiu e se afastou engolindo o choro, começou a passar os dedos pelos longos cabelos laranja rapidamente, parecendo tão nervosa quanto preocupada.

—Ela... Sury ouviu... Ouviu o que não devia ter ouvido. Ela não pode sair do Acampamento, vai estar em perigo mortal assim que colocar o pé fora desse lugar, os monstros a querem mais do que qualquer um de vocês meios-sangues. Tenho medo do que pode acontecer com ela.

Seth sentiu a cabeça rodar, era muita coisa ao mesmo tempo.

—Ela sabe que pode morrer, não sabe? —a pequenina assentiu, ele deu um pequeno sorriso— Então relaxa, ela não é tão idiota para sair daqui sabendo que pode morrer. Deve saber que tem gente que se preocupa com ela, não é?

—Sury não tem mais família, Seth. Descontrolada pode fazer qualquer burrice. —Viollet apareceu ali ofegando e o olhando quase de forma acusadora, como se ele pudesse impedir isso. O garoto franziu o cenho, dessa parte não sabia.

Sem graça, tentou disfarçar.

—Ela não vive com aquele cavalo? Pegasus? Já tentaram achar ele? —Perguntou olhando nos orbes roxas e depois olhou para o irmão ofegante que assentiu o rosto também preocupado, mas bem mais amigável do que a irmã mais nova. A verdade é que Pegasus fora o primeiro a ser avisado que ela tinha sumido.

—Já. Ele está procurando por ela.

—O que estão fazendo parados? Continue a procurar, ela não pode sumir! —Gritou Velkan cavalgava um pégaso tordilho negro, o animal também parecia agitado olhava para o céu. Sentia que seu primeiro desentende estava agitado também, e correspondia aquele chamado.

—Certo! Púlox vá procurar no Anfiteatro de novo, Lika fale com as dríades do limite do limite do Acampamento. Seth faça alguma coisa e vá procurar nos bosques. Eu vou procurar nas forjas e ver se Lannister a achou. Vão! — Vineyard saiu correndo para longe os outros igualmente, o próprio Seth acatara as ordens, nada poderia tirar a autoridade que a filha de Dionísio colocara na voz.

Então só rumou para o meio das arvores.

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Pegasus galopava pelo bosque, os olhos negros varrendo das raízes as copas das árvores. Os cascos de ouro cintilavam nos raios de sol que escapavam pelas folhas, a pelagem brilhava cintilante, estava um pouco amarronzada e as pernas esverdeadas pela grama, mesmo assim que visão era...

Que visão mágica era ver o grande cavalo imortal correr pelas árvores que tinham apenas começado o processo lento de mudança de cor para o outono. Mas estava preocupado, o coração do Imortal estava angustiado, nunca perdera a energia de Sury Carpe desde que ela o havia curado, uma ligação havia sido construída ali. Pegasus reconhecia sua energia, algo entre um pouco magia e uma grande presença de espírito, mas agora... Parecia ter se evaporado no ar.

Uma hora.

Uma hora procurando sem achar nada, nem mesmo um sinal de sua energia, imaginava como estavam os outros; Sury poderia até não saber, mas Pegasus sim, ela era querida por muitos ali dentro, por mais que força-se a si mesma ter segredos e dores guardados para si, todos aqueles que estavam ao seu redor tomavam um pouco de sua solidão para si, permitindo que a garota se torne sociável.

Também exista Will Solace, o garoto tentava se aproximar um pouco mais dela, tentava adentrar a muralha que ela havia construído envolta do coração. Peg era o único que sabia o que havia atrás do muro, o único que andava por trás dele, estava machucada, escondia a dor de si mesma e, assim, não se permitia chorar todas as suas magoas. O filho de Apolo terá grandes desafios, não estava no caminho certo, Sury não era do tipo de garota que se pegava pela carência.

Era complicada demais para isso.

O cavalo alado viu uma clareira se abrir na sua frente, e bem no fim dela, sentada entre as raízes de um carvalho-português, viu a garota segurando as pontas dos tênis. Não se mexia ou falava alguma coisa alguma, mas quando chegou a menos de três metros dela, viu trilhas secas de lágrimas em seu rosto claro.

Peg bufou tristemente, avisando de sua chegada.

Viu Carpe apertar os olhos e algumas lágrimas lhe escaparem, se aproximou mais dela e apertou o focinho contra seu rosto, lhe mordiscando um cacho solto, ela soluçou tentando mais uma vez segurar as lágrimas. Pegasus lhe apertou mais e, dessa vez, ela se rendeu, lhe estendendo os braços, abraçou a longa cabeça do animal.

Pegasus a largou por uns segundos se deitando ao seu lado, as asas jogadas elegantemente contra as patas, o pescoço ereto ao olhar para ela. Sury desabou pela primeira vez, se jogou nas patas dianteiras cruzadas do animal, o corpo tremia com os soluços, não conseguia falar ou produzir algum som, somente aqueles “Hup, hup, hup” dos soluços e alguns gemidos.

O eqüino se compadeceu do seu sofrimento, lhe cobriu com uma das longas asas e deitou a cabeça em suas costas, lhe protegendo tanto do sol quando de descobrir que ele, mesmo tentando evitar, sentia pena da situação dela. Carpe odiava saber que sentiam pena dela, mas era inevitável, Pegs odiava aquilo. Pegasus já vira muitas histórias bem mais trágicas que a dela, mas tinha criado um vinculo com aquela semideusa, essa parecia muito mais importante.

Nenhum dos dois soube dizer quanto tempo ficaram ali, mas depois de algum tempo, não sentiu mais as lágrimas salgadas e quentes da garota escorrem pelos seus joelhos dobrados, só a sentia soluçar.

Ouviu a fungar e levantar levemente o rosto olhando para frente.

—Todos, Peg, todos mentiram para mim. Preferiam arriscar a minha vida a me contar a verdade, não confiaram em mim. —ela soltou uma pequena risada— Até mesmo Miguel... E eu o considerando meu melhor amigo. Que patético não Pegs? Fui idiota o suficiente para achar que eles eram meus amigos.

O cavalo bufou e balançou a crina a fazendo bater levemente no rosto da garota, não gostando como falava.

—Ah, Peg. É verdade, eles mentiram para mim. Não me disseram coisa alguma, todos sabiam. Não falaram nada sobre Cronos por que tinham medo que eu sacasse tudo. Mas agora não importa. —ela se levantou, os olhos decididos e vermelhos— Eu vou embora desse lugar.

Passos.

Apesar de saber que tinha que manter ela dentro dos limites mágicos do Acampamento, ele ouviu a uns duzentos metros alguém se aproximando a passos lentos e relaxados, o cavalo se levantou, arrancando um pouco de grama com os cascos reluzentes, olhando por onde a criatura parecia se aproximar.

—O que foi, Peg? Tem alguém vindo? —Sury se aproximou do animal e trançou os dedos em sua crina. Ela se sentia mais segura com ele. Na verdade, no momento, Pegasus era o único em quem confiava agora.

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Seth Gray passou por debaixo de um galho baixo, estava quase uma hora atrás dela, mas mesmo assim empenhado em achá-la. Outra vez pensou na forma estranha que se sentira quando a pegara nos braços estando desmaiada ou na forma com que a pequena Lika e Rachel pareciam saber demais.

Voltou à realidade quando viu uma clareira logo a frente, pulou uma raiz alta e foi em direção ao espaço aberto iluminado pelo Sol das duas da tarde. A luz amarelada o cegou por um segundo, mas quando voltou a enxergar viu que, na outra ponta, Pegasus e Sury surpresos, o encaravam.

Eu sabia que ela ia estar com esse cavalo, pensou risonho.

Começou a andar em direção aos dois, e quando chegou lá percebeu que ela andara chorando e também estava trêmula. Os olhos estavam vermelhos e também uma trilha seca de lágrimas descia de seus olhos até o queixo. Chorando. Por que todos estavam chorando naquele dia?

Suspirou e olhou pela primeira vez nos olhos do grande Imortal e percebeu que, não era somente um animal. Os olhos negros brilhavam e mandavam uma mensagem clara para o filho de Hades, talvez nem tão clara assim, mas de alguma forma ele conseguiu entender o que dívida fazer:

Mantenha-a nesse acampamento.

Seth puxou o ar com força, e quando finalmente voltou para ela, tinha um sorriso quase engraçado no rosto. Para Sury não fazia sentindo algum, mas foi bom, muito bom ver alguém sorrindo de verdade para ela.

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.Sury Carpe.

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Apertei meus dedos na crina. Por que ele estava aqui? Seth estava usando uma bermuda e uma blusa da Metallica, parecia tão natural que quase me esqueci do que havia ouvido e do fato que todos, absolutamente todos, tinham me escondido a verdade.

—Toda a tua galera está uma pilha atrás de você. —Disse ainda sorrindo. Franzi os lábios e limpei o resto das lágrimas que estavam no meu rosto, bufei e o olhei nos olhos.

—Que morram. —Gray levantou as sobrancelhas, e passou a mão na nuca, arrepiando os cabelos.

—Eles estão preocupados...

—Estão com medo que eu destrua tudo, é só isso. Como eu disse que morram. —Rugi. Seth levantou o rosto me olhando nos olhos, calado, aquilo me incomodou. Parecia estar lendo a minha cabeça.

—Você é muito ingrata. —Disse normalmente. Aquilo foi uma bela tapa no meu rosto, engoli minhas palavras e observei seu rosto leve e sem expressão. O filho de Hades soltou o começo de uma risada e deu alguns passos na nossa direção, distraído olhando para a grama.

—Sabe, tem umas dez pessoas atrás de você lá fora. Os dois góticos se separaram para procurar, aquela dríade pequenina, Lika, está literalmente verde de tanto chorar de preocupação... Cara, eu não sei o que você ouviu, e quer saber? Pouco me importa, mas dar uma de vitima de uma conspiração é muita idiotice. Já parou pra pensar que eles não tiveram escolha?

Senti lágrimas escorrendo enquanto ele se aproximou de Pegs e lhe acariciou o focinho.

—Eles... Eles mentiram para mim. —Gaguejei, resistindo a tentação de chorar mais e sair correndo para longe. Seth deu de ombros e coçou atrás das orelhas de Peg, sem nem me olhar continuou com seu sermão.

— De novo: Já parou pra pensar que eles não tiveram escolha? Não sou o cara certo para está te falando isso, já fiz muita merda da minha vida, isso eu posso te garantir, mas nunca fui tão idiota para afastar minha família. —Mais um soco.

—Eu não tenho família, minha mãe e minha irmã morreram e... —Ele meneou com a cabeça pouco ligando para o que eu falava.

—É, é eu já soube disso. Meus pêsames, sério, mas te liga! Só por que vocês não são do mesmo sangue não quer dizer que não sejam sua família. Sinto muito por elas, mas ter um pai deus não vale lá muita coisa se você não tiver amigos, vale? Eles quase nunca aprecem e nunca vão apareceram em uma festa do dia dos pais na sua escola quando estava na quarta serie, e isso não vai mudar.

Ele respirou fundo e me olhou nos olhos, com um sorriso de canto.

—Você perdeu sua mãe e sua irmã que eram seu porto seguro, e achou outras pessoas que se importam com você, droga. Tem meio-sangue por ai que morre sem ter um amigo e você está reclamando de quê? —suspiro— Não seja burra para jogar isso fora, eles são o que são, mas a cima disso... É a única coisa que você tem, valeu?

Calei-me e olhei para baixo reprimindo mais uma onda choro. Era verdade. Eu não tinha mais orgulho depois dessa, mas não quer dizer que eu abaixei minha cabeça, apertei meus punhos com força, a sãs de Peg empurrou minhas costelas. Não sabia o que falar, ele tinha razão... Eles eram meus amigos, e não importava o quando Asclépio se esforçasse o passado não ia mudar.

Meus amigos eram o que eu tinha aqui na terra, eram a única coisa em quê eu devia me agarrar. Gray suspirou e segurou meus pulsos com calma, levantamos o olhar ao mesmo tempo. Ele sorriu para a mim.

—É melhor irmos. —Disse ele e segundos depois ouvi um grande “BUM!” e um nuvem de fumaça subindo ao longe.

—Deuses, o que os Stark estão fazendo? —gemi, e pulei no dorso de Pegasus, percebi que Seth continuava lá embaixo, me fitando com um sorriso natural. — Quer voltar andando ou quer uma carona?

—Você não tinha oferecido. — Num movimento rápido ele pulou na garupa de Pegs, revirei os olhos e segurei nos fios pálidos da crina do cavalo.

—Se segura. Peg vai rápido, antes que eles explodam mais alguma coisa. — Um relincho alto, ele se ergueu nas patas traseiras forçando ao filho de Hades se agarrar a minha cintura. Um calafrio correu minha coluna me lembrando sonho de hoje, minha mente imaginando como realmente ficar com ele. Seth tinha um aperto forte.

Peg me lançou um olhar e correu em direção ao acampamento. Tinha quase certeza que ele rindo daquilo.

Quando voltamos ao acampamento vimos o chalé de Thanatos cheio de fumaça todos os pálidos de cabelos escuros saiam às pressas tossindo se jogando no chão, ri. Não pude não rir e tudo ficou melhor quando vi Karen tentando acordar a garota cheia de dreads que estava desmaiada e com o rosto cheio de fuligem, mas isso durou pouco tempo, Valle a pegou pela gola da camisa e a jogou no chão, os olhos amarelos em fúria.

—O que você fez com ela, Sallin?! Se você fez alguma coisa com o meu bichinho... —Senti medo de Valerie naquela hora.

—O que? Ficou louca, gótica? Do que você está falando?! —O punho magro e pálido da filha de Erís se ergueu. Pulei de Peg e me coloquei na frente dela, me sentindo um tanto idiota por ter protegido a filha de Thanatos estática no chão.

As labaredas amarelas dos olhos dela apagaram, mas ela não me abraçou apenas me deu um soco forte no estomago. Guinchei e meu curvei tentando respirara, mas fui impedida pelo irmão mais amável de Valle. Velkan me puxou para os braços magros, não era exatamente acolhedor ou quente, na verdade era frio e duro, mas de algum jeito me senti bem.

—Nunca mais suma desse jeito! Droga! —Gritaram os gêmeos em sintonia, logo depois Rany me puxou do meio dos dois e me abraçou, e para uma filha de Eros ela tinha bastante força, depois Viollet que em deu um soco fraco no ombro me prometendo a morte da próxima vez que sumisse com Púlox somente afirmando com a cabeça, Nathy quase me matou quando também me abraçou.

—Eu quase matei doze pessoas hoje por sua causa! —Berrou, atrás dela Rany dizia “quinze” baixinho o que em deixou mais culpada ainda. Depois veio Guilherme  me levantou comas mão gigantes, e Miguel.

Deuses. Nunca me senti tão mal. Killian me deu um sorriso largo a me abraçou com força, sussurrando que eles podiam explicar que tudo ai ficar bem, que eles nunca sairiam do seu lado. Quando em largou os olhos castanhos brilhavam pelas lágrimas... Qual é ele era sim meu melhor amigo, talvez ele não tivesse tido escolha.

Claro, Lika não podia ficar de fora.

A laranjinha soltou um grito ao longe e correu ao meu encontro. Pulou em cima de mim agarrando-se ao meu pescoço e agora sim, meu coração diminuiu de tamanho, ela era tão parecida com Blythe em certos pontos; sempre preocupada comigo, me fazendo me sentir melhor, me trazendo comida, tinha o mesmo sorriso contagiante dela.

Por mais estranho que pudesse ser, aquela dríade de laranjeira, com seus cabelos que Peg adorava comer... Era a pessoa que mais me lembrava minha irmã naquele lugar.

—Você está bem?! —Me perguntou com lágrimas verdes no olhar. Dei um meio sorriso e lhe acariciei os cabelos.

—Estou sim, só precisava pensar um pouco. —olhei para Seth, que me abriu um sorriso e piscou para mim— Estou bem agora.

Aquele clima familiar pouco durou. Will se aproximava de mim quando ouvimos um ronco alto de uma moto e depois algo que parecia um carro; descendo a colina, um moto Harley flamejante e ao seu lado um conversível vermelho cintilante que, quando estacionou não muito longe dali soltava fumaça de calor.

E de dentro deles saíram  duas pessoas completamente diferentes mas igualmente estranhas e poderosas. Uma delas eu conhecia, era Apolo em toda a sua elegância e perfeição e, deuses, como ele ficava mais lindo ainda no Sol, se é que é possível... Em ele sorriu para todos nós e piscou para mim.

O outro eu não faço idéia de quem era. Era musculoso, ruivo com o cabelo cortado em estilo militar, usava coturnos negros com roupas de motoqueiro, não sorria e tinha o rosto cheios de cicatrizes. Olhou-me com dois orbes vermelhas que pareciam que iam explodir a qualquer momento.

Ele saiu da moto e foi que eu vi que ele tinha um tesado gigantesco na cintura.

—Você, Sury Carpe. —a voz do homem e parecia uma faca arranhando aço. — Tenho uma má noticia pra você.

Apolo revirou os olhos e me olhou com remorso, com um pequeno sorriso de desculpas nos lábios rosados.

—Ares, olha para ela. Acha que representa perigo? Fora que é tão bonita, pare com isso. Ah! Oi querida, como vai? –O deus solar se virou para uma filha de Demeter que ficou muito parecida com um tomate  de tão vermelha. Fechei os olhos e puxei meu ar, tentando ficar calma.

—E qual é a má notícia? —Ele tirou o tesado da cintura, que se transformou em uma espada de duas mãos gigantesca.

—Você morre hoje, por ordem do Olímpo.

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Notas finais do capítulo

Eai gostaram?
Gente eu não vou escrever muito, tenho que em arrumar par escola tô superatrasada.
Comentários?
Puxões de orelha
E um Super agradecimento para: AliceePotter, pela RECOMENDAÇÃO LINDA, OBRIGADA FLOOOOR
Sem mais delongas.
Beeeijos!