Alice Jackson os Heróis do Olimpo escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 3
Capítulo 3 - Caça-Bandeira


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente. Espero que estejam gostando. Uma nova briga com as filhas de Ares está a caminho e uma das melhor amigas da Alice também está chegando. E o primeiro mistério, Katie Gardner, o que será que a filha de Deméter esconde?



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            Acordei novamente e me levantei, eu conhecia o caminho. Eu já havia saído ali, e resolvi experimentar. Depois de ir e voltar várias vezes, encontrei a saída.

            Depois de sair, percebi que já era noite, encontrei o Peter indo na direção dos chalés e fui atrás dele.

            Chegamos no centro de um dos Os e eu disse:

            _Uau...

            Peter pulou.

            _ Que susto! Não sabia que estava ai! Ei, você acordou bem a tempo!

            Eu já havia estado dali, mais nunca olharam com atenção para os chalés, cada um era de um jeito, os dois no final eram os maiores, um era quase totalmente feito de mármore branco, com colunas pesadas na frente. Também tinha portas de bronze polido, que, dependendo de onde se vê, parecem serem atravessadas por raios.

            O outro chalé grande no fundo, era feito com mármore branco também, mas era ornamentado com delicadas colunas, tinham também romãs e flores.

            Existiam outros chalés, mas os que mais me chamou atenção foram três. Um era um chalé rosa pastel, com cristais pendendo das janelas. Havia vários canteiros de rosas (sem espinhos) das mais variadas cores por perto, e estas aninham-se nas paredes.

            Outro era de mármore pálido e branco, ornado com grossas colunas torcidas em tranças e vários galhos da enorme oliveira que fica á oeste do lugar. O achei incrível!

            O terceiro me lembrava o filho do Sol, parece ser feito de ouro sólido. Apesar de ser noite, tinha um leve brilho.

            Um outro chalé, de ser tão feio, me fez dar atenção especial a ele. De um vermelho-vivo mal pintado, o chalé tinha seu telhado forrado de arame farpado, com uma cabeça de javali empalhada acima da porta central.

            Quer mais um chalé lindo? Este possuia um fulgor prateado no escuro. Imagens de animais e lanças enfeitam as paredes.

            Na mesma hora tive vontade de fazer mais chalés, tão lindos quando aqueles. O que fez-me lembrar-me dos meus projetos em casa. Será que papai poderia mandar eles para mim? Não tinha nem ficado ali um dia (conciente) e já tinha vontade de começar a fazer edificios e outros milhões de projetos.

            _ Venha, vou te mostrar meu chalé. O de Deméter.

            Peter me puxou para um chalé de um mármore escuro e amarronzado, possuia tomateiros nas paredes e uma cobertura feita de grama de verdade. Árvores das mais variadas frutas rodeavam o chalé, seus galhos entrando pelas janelas.

            _Olha só! Eu durmo ali!_ disse ele apontando para a parte de cima de um beliche, perto de uma janela, por onde entravam um galho muito grande.

            De repende entrou uma menina oriental no chalé.

            _Anh... Não sabia que tinhamos visitas._ Ela parecia confusa.

            _ Beth, esta é minha irmã, Alice. Alice, esta é Elizabeth Lee.

            _ Mas pode me chamar de Beth._ Ela estendeu a mão e eu a apertei.

            Os cabelos curtinhos dela bateram no rosto enquanto ela virava para ver outra pessoa entrar no chalé. Uma garota de cabelos pretos e lustrosos com os do Peter entrou no chalé.

            _Olá. Peter, é sua irmã?

            _ É sim, Katie. Ela é Alice.

            Katie tinha um olhar maligno, assim como Annabeth quando eu fazia algo incrível. Talvez eu estivesse imaginando coisas, pois Peter sorria como um bobo, não percebera o olhar dela.

            Beth também não parecia reparar, será que estava ficando louca?

            Bom, de qualquer modo, não queria deixar o Peter ali. Mas eu tive que fazer isso, naquele momento não, mas depois eu teria que deixar ele ali. Meu único consolo era saber que tinham mais filhos de Deméter ali.

            Puxei Peter para fora daquela casa e ele disse:

            _ O que você esta fazendo? Katie é a conselheira-chefa do nosso chalé!

            Eu não podia contar a verdade para ele, então disse:

            _ É que eu queria conversar a sós com você_ menti._ Você disse que eu acordei a tempo. Para o quê?

            _ Ora, para o caça bandeira!_ disse sorrindo novamente.

            _ Caça bandeira? O que tenho com isso?

            Ele me explicou que era como um pique bandeira, só que o espaço era bem maior, tínhamos uma floresta toda.

             Disse-me também que o chalé de Hermes, de Circe, de Deméter, de Apolo, de Iris, de Jano, de Morfeu, de Anfitrite, de Eos, de Hebe e de Posêidon, estava no time azul, junto com o de Atena. Junto com o de Ares estavam Hefesto, Dionísio, Afrodite, Hades, Zeus, Nêmesis, Hécate, Perséfone, Éolo, Deimos e Fobos, e Nix.

            _ Ei, mas são 12 contra 14, não é justo!

            _ Mas o chalé de Afrodite quase não ajuda em nada. Na maioria das vezes elas ficam olhando o reflexo no lago.

            _ Mas são só meninas?

            _ Exatamente. 12 no total.

            _Não conheço ninguém do meu chalé, você pode me ajudar?

            _ Venha.

            Peter já sabia de muita coisa para ser seu segundo dia no acampamento. Passamos no meio dos chalés grandes e fomos em direção a um espaço aberto, que estranho. Todos os semideuses estavam sentados em mesas ao ar livre, umas 30 mesas, ou um pouco mais.

            Não sei por que olhei para trás, mas vi, no outro O, um chalé destruído quase totalmente, apenas alguns pedaços das paredes e eles estavam queimados.

            _ O que aconteceu ali?

            Peter olhou para trás, depois virou. Eu também.

            _Ah, o chalé destruído? É das filhas de Circe. Elas fizeram uma poção num caldeirão e BAM! Explodiram o chalé. Felizmente elas só ficaram um pouco arranhadas e queimadas.

            Ele disse aquilo como se fosse a coisa mais normal do mundo, mas ele só estava ali a dois dias! Como ele sabia tanto?

            _ E agora? Onde vão ficar?

            _No chalé de Hermes.

            _Por quê?

            _ Porque Hermes é o deus dos viajantes. Ele sempre acolhe os que não têm onde ficar. Mas, cuidado enquanto estiver entre os seus filhos, Hermes também é o deus dos ladrões.

            Andamos mais um pouco e chegamos às mesas.

            _ Esse é o refeitório_ disse Peter.

            Estranhei o fato de ser a céu aberto, e quando chovesse?

            _ O acampamento tem um controle mágico do clima, nada entra aqui a mesmo que o diretor queria. _ ele parecia ler minha mente._ E quase me esqueci, você ainda não o conhece. Venham, vou lhe apresentar a ele.

            Ele me levou em direção a uma das mesas. Nela estavam o Sr. Bru... Quíron e um sujeito de camisa havaiana, baixinho, gorducho. Tinha o nariz vermelho, grandes olhos chorosos e cabelo cacheado tão preto que era quase roxo.

            Chegamos perto da mesa e Peter disse:

            _ Olá Sr. D, oi Quíron. Esta é minha irmã, Alice.

            _Olá Alice, é um prazer revê-la_ disse Quíron.

            _Oi_ disse timidamente.

            O homem gorducho, o Sr. D, fez um gesto com as mãos e o ar virou vidro, uma taça. Olhei surpresa para aquilo. E com outro gesto dele surgiu vinho tinto na taça.

            _ Senhor D_ disse Quíron_ suas restrições.

            O diretor olhou para o copo.

            _Me desculpe, força do habito.

            E com outro gesto, a taça virou Diet Coke.

            _ Ele é um deus_ sussurrou no meu ouvido Peter.

            _Dionísio..._ falei baixo demais, que até eu não ouvi.

            Ele é o deus do vinho!, pensei. Mas ele não era mais animadinho? Esse até agora só fez reclamar. A letra D de Dionísio e o gosto pelo vinho eram características importantes, mas estava em dúvida.

            _O senhor é Dionísio? _ os deuses devem gostar que os chamem de senhor.

            _ Quem você pensou que fosse? Héstia? _ falou o diretor, mal-humorado.

            A cada minuto eu gostava menos do diretor. Por que raios ele me odiava tanto?

            _ Você tem problemas com desmaios. Desde que chegou aqui só ficou na Casa Grande, dormindo. Será que é filha de Morfeu?_disse o diretor.

            _Creio que não. Não tem as características corretas. Não tem sono o tempo todo e acorda facilmente._ disse o homem cavalo.

            Eu não entendia a razão do mau-humor de Dionísio, e nem porque estava ali. E por que o deus do vinho não pode beber vinho?

            Lembrei-me de algo e disse:

            _Quíron, aquelas meninas que estavam subindo a colina... São filhas de quem?

            _ A mais nova, Ísis, é filha de Íris, a deusa do arco-íris. E as outras duas de Zeus, não tenho dúvidas.

            Pensei no que Peter tinha me dito, de ter mandado uma mensagem de Íris para papai, eu poderia mandar uma também e perguntar de quem sou filha.

            Depois disso Peter me puxou para longe, para uma das mesas, onde havia mais ou menos 15 pessoas sentadas na mesa de piquenique de pedra.

            _ Oi, essa é minha irmã, Alice. Ela vai ficar no chalé de vocês.

            _Determinada ou indeterminada? _ disse um garoto de cabelo claro, nariz pontudo, sorriso malicio e sobrancelhas arqueadas.

            _Indeterminada.

            Depois ele se afastou. Reparei que todos eram parecidos.

            _ Oi, Alice_ disse um garoto, que havia se levantado.

            _Nós somos os conselheiros-chefes do chalé 11.

            _Não sabia que poderiam existir dois num mesmo chalé.

            Mas eles ignoraram.

            _ Bem- vinda, ao chalé de Hermes_ disse o mais alto_ Eu sou Travis e esse é meu irmão, Connor.

            Percy já havia contado alguma coisa sobre eles, aqueles eram os irmãos Stoll, e era melhor manter a carteira longe deles.

            Nós nos sentamos à mesa. Apareceram ninfas trazendo comida. Uvas, maças, morango, queijo e churrasco! Então vi as pessoas se levantando. Imaginei porque, mas nada veio a minha cabeça. Uma menina que estava do meu lado disse:

            _Venha, vamos até o fogo lá no centro.

Dirigi-me até lá e fiquei na fila. A garota à minha frente e os irmãos Stoll na frente dela.

Vi então que Travis jogou um morango bem vermelho (o mais vermelho) no fogo. Connor jogou um cacho de uvas bem redondas e a garota jogou o pão mais amanteigado.

_É para os deuses _sussurrou uma menina atrás de mim.

Joguei um pedaço do churrasco nas chamas e pensei: Para a minha mãe divina.

O cheiro da fumaça era incrível, tinha cheio de coisas boas como chocolate quente, hambúrguer e flores silvestres e de milhares e outras coisa que juntas, não deviam combinar, mas surpreendentemente combinavam!

            Então eu me sentei de novo e comi minha comida, então perguntei onde eu conseguia água e uma menina disse:

            _ Falei o nome de qualquer bebida não alcoólica e ela aparecera.

            Eu disse “água” e lá estava a água em um copo. Bebi e realmente era água!

Depois que todos acabaram de comer Quíron bateu o pé no chão e todo mundo parou o estava fazendo para prestar atenção.

_ Muito bem_ disse Dionísio depois de um suspiro._ Creio que deva disse olá, então olá. O diretor de atividades me pediu para lhes avisar que hoje, teremos um caça bandeira.

As mesas ficaram limpas.

Então ouvi um barulho alto, que sabia, de algumas forma que era produzido por uma concha de caramujos, mas eu nunca tinha ouvido uma antes.

            Annabeth entrou no refeitório segurando uma bandeira junto com dois de seus irmãos. A bandeira era grande, tinha cerca de 3 metros de comprimento, reluzindo em cinza, com a pintura de uma coruja em cima de uma oliveira.

            Depois Clarisse entrou correndo com mais duas de suas irmãs, com outra bandeira, do mesmo tamanho, mas vermelha, com a pintura de uma lança sanguenta e uma cabeça de javali.

            _ Aquelas são as bandeiras?_ perguntei para uma menina loira do meu lado.

            _São.

            Depois Quíron começou a falar:

            _Heróis!­_começou_ Vocês conhecem as regras. O riacho é o limite. A floresta inteira esta valendo. Todos os itens mágicos são permitidos. A bandeira deve ser ostentada de modo destacado e não deve ter mais de dois guardas. Os prisioneiros podem ser desarmados, mas não amordaçados ou amarrados. Não é permitido matar nem aleijar. Servirei como juiz e médico do campo de batalha. Preparem-se!

            Depois de ele estender as mãos, as mesas se cobriram de equipamentos.

            _ Uau! Tenho mesmo que usar isso?_Ouvi Peter disser.

            A menos que queira se machuca feio, tem. Pensei. Também pensei em ir avisar a ele que era melhor ele se equipar bem, mas outra oriental se encarregou de lhe avisar isso.

            Coloquei uma armadura muito grande (e pesada). Encontrei também uma espada, que era muito pesada. Fiquei imaginando como o Peter se sentia, se eu que era quase 3 anos mais velha que ele não podia aquentar aquilo...

            Depois de colocar a roupa fui falar com o Percy e a Annabeth.

            _ Oi, Percy, Annabeth_ ainda não gostava muito dela.

            _ Oi_ disse Percy, depois olhou para o lado _ Cuidado com isso Lisa!_ olhou da Annabeth para mim, depois de novo para ela._ Tenho que impedir que eles se matem.

            Então ele se foi. Annabeth e eu ficamos olhando para o Percy, que foi tirar a espada da mão de uma menina.

            _ Quem são?_perguntei.

            _Irmãos do Percy.

            _ Filho do deus do mar?

            _É.

            Normalmente nossas conversas são simplesmente isso. Não temos muito que conversar, já que não gostamos muito uma da outra.

            _ Olha, Alice. Você vai ser uma das guardas da bandeira, junto com a Yasmin Young.

            _ Quem?

            _Aquela ali_ ela apontou para uma garota um pouco mais velha que eu, de cabelos escuros, maquiagem e muito linda._ Ela é filha de Circe, a conselheira-chefa.

            _ Ah...

            _ Vou te apresentar a ela.

            Ela me empurrou na direção da garota.

            _ Essa é Alice. Alice, Yasmin. Vou deixar você sozinhas, tem muito que conversar.

            Depois ela se afastou.

            _Anh... Olá._disse ela.

            _Oi.

            _ De que chalé você é? Nunca te vi aqui.

            _ Sou nova no acampamento, estou no chalé de Hermes.

            _ Impossível. Eu também estou lá e ainda não te vi.

            _ É porque eu fiquei desmaiada o tempo todo.

            Nós duas rimos. Estávamos no mesmo chalé e ainda não tínhamos nos encontrado por causa dos meus desmaios.

            _ Eu e minhas irmãs estamos lá temporariamente. Só até nosso chalé ser reconstruído.

            _ Quem foi?

            _Quem foi o que?

            _ Quem foi que destruiu o seu chalé?

            _Anh... Eu..._ ela abaixou a cabeça.

            Coloquei a mão no ombro dela e disse algo como:

            _ Não se preocupe, uma vez...

            E ela começou a rir, não entendia a razão das risadas dela, então ela apontou por cima do meu ombro.

            Olhei para trás e não consegui segurar o riso. Uma filha de Afrodite estava colada em uma cadeira e Connor Stoll estava com maquiagem, parecendo um palhaço.

            Olhei para Yasmin. Ela estava chorando de quanto rir. Todos riam como loucos, até Travis se divertia.

            Então os dois saíram correndo, e ao o que tudo indicava, rindo!

            Juro que quase deram as mãos, mas nada foi comprovado.

            Naquele momento ouvi Annabeth gritar:

            _ Azul! Em frente!

            Yasmin pegou dois capacetes e me deu um deles.

            _Anh... Obrigada.

            _ Não tem de que.

            Tinha um penacho em cima dele, que me diferenciava do grupo vermelho. O do grupo azul era azul e o do vermelho (obviamente) vermelho.

            Partimos marchado para a floresta, Clarisse e o grupo vermelho foram pelo outro lado.

            _ Venha, quase sempre fico como guarda da bandeira, é muito fácil, se alguém quiser pegar a bandeira, você ataca. Acha que pode fazer isso?

            _ Com certeza.

            Sorri. Ela me levou para um lugar na floresta. Perto de uma árvore não muito grande, como era um lugar muito afastado ninguém iria pensar em ir ali.

            _ Esse é espírito da coisa. Você já jogou queimada?

            _ Claro, meu time sempre vence.

            _ Já viu aquelas pessoas que só desviam, que só se escondem?

            _ Vi.

            _ Então reparou que elas não apresentam perigo, e por isso só no final são queimadas?

            _ Boa ideia. Se não apresentarmos perigos ele não viram.

            _Viram sim, precisam da bandeira, mas se mantermos silêncio eles não vão nós achar, porque estaremos só desviando, não atacando.

            _É lógico e faz muito sentido.

            Eu sorria, que inteligência a dela. Pensei em Annabeth, se eu falasse aquilo ela ficaria com aquele olhar maligno.

            _E, além disso, é tudo muito fácil, fácil até demais, você deve saber sobre a minha mãe, não é?

            _ Com certeza, ela mora no mar de monstros e transforma os marinheiros em porcos.

            _Isso antigamente, porcos tão trabalho, é mais fácil fazer porquinhos da índia.

            _Verdade.

            _Mamãe me deu um dom, o de também transformar homens em porquinhos da índia.

            _ Legal! Se algum menino vier aqui vai levar!

            _Exatamente.

            Eu tenho que admitir, ela é bastante inteligente.

            Logo ouvimos passos, ficamos no estado defensivo.

            _ É cedo demais para eles aparecerem_ disse ela.

            Os passos ficaram mais alto, alguém estava vindo.

            _Oi_ disse uma voz atrás de mim, o que me fez pular.

            Yasmin se virou em um salto e jogou a mão para cima da pessoa. Virei, tudo o que pude ver foi meu irmão e de repente ele sumiu! Olhei para Yasmin.

            _ Ei, ele é meu irmão! Esta no time azul!

            _ Desculpe. Mas ele me assustou.

            Ela se abaixou e pegou um porquinho da índia na mão.

            _ Mas ele ficou fofinho, não é verdade?

            Ela sorriu.

            _Ai!_ disse jogando meu irmão no chão_ Ele me mordeu!

            _Peter!_falei.

            Peguei o ratinho na mão.

            _ Transforme ele de volta!

            _ Não! Ele me mordeu!

            _ Vamos! Ele é meu irmão.

            _Tudo bem, mas se esse ratinho me morder de novo ele fica porquinho da índia para sempre!

            Ela fez um gesto. E o peso aumentou na minha mão. Coloquei rápido Peter no chão e em questão de segundos um garoto de cabelos pretos e olhos castanhos estava agachado no chão.

            _Peter!_ exclamei.

            O abracei.

            _ O que houve?_ perguntou ele._ Como você...?

            _ Poço transformar os menino em porquinhos da índia._Disse ela._E se você me morder de novo, nanico, vira rato para sempre!

            Peter me abraçou de novo.

            _ Você é corajosa_ disse ele baixinho, de modo que só eu ouvi.

            _ Andem, o jogo já começou e não pode ter mais de duas guardas.

            _ Tudo bem, já vou andando._ Disse Peter.

            Então Yasmin encostou-se em uma árvore. Sentei-me em uma pedra e procurei relaxar. Mas nem um minuto depois ouvi o som de uma voz desconhecida. Virei-me e vi Yasmin no chão.

            _O que houve?_mas ela ignorou minha pergunta.

            _Dríade maldita! Πηγαίνετε στο κοράκια!_ a parte em grego é um xingamento.

            _ Quem é você?_perguntei.

            _Sou Macie, um espírito da natureza, uma dríade.

            _Vá embora antes que eu taque fogo em você!_berrou Yasmin, ainda no chão.

            _Eu vou, mas volto.

            E saiu saltitando. Algum tempo depois ouvi as comemorações, e como a bandeira azul ainda estava ali, avisei para Yasmin que sairia para ver se realmente havíamos ganhado.

            Sai em direção ao riacho, mais eu estava sem nenhuma arma! E agora? Achei que era melhor voltar, mas ouvi:

            _ Alice!!!_ era meu irmão.

            Corri na direção da voz, mesmo sem nada, ele era meu irmão, e eu tinha que fazer alguma coisa.

            Ouvi mais algumas vezes o grito, e ele vinha de um lugar afastado, do outro lado do riacho. Quando finalmente encontrei meu irmão, ele estava amarado e amordaçado! Exatamente como as regras proibiam.

            _ Peter! Quem fez isso com você?_ me aproximei e tirei o pano da boca dele.

            _ Corra, Alice. É uma armadilha!

            Nem bem ele terminou de dizer isso duas filhas de Ares pularam de trás de uma árvore.

            _Ora, ora, ora. O que temos aqui?_ disse um delas.

            _ Vocês não podem fazer isso!

            _ E você também não podia ter feito aquilo, mas fez!_ então reconheci elas como sendo as irmãs da Clarisse que me atacaram no banheiro.

            _ Quem é você?

            _ Eu? Segunda no comando do chalé de Ares, ajuda Clarisse em tudo. Mas, por você, mas conhecida como a garota que vai te matar!_ então era verdade, era ela a irmã de Clarisse que queria colocar minha cabeça no vaso._ Meu nome é Emily Sathur.

            _ Eu sou a outra garota que você atacou no banheiro. Sou Kristen McCloudy.

            Elas falavam como se elas fossem as vitimas e eu a quem as atacou! Que injustiça!

            _Soltem o meu irmão! Ele não tem nada a ver com isso.

            _ É claro que tem, ele nós amarrou! Que droga de cipós, garoto. Como fez aquilo?_ agora Emily se dirigia ao meu irmão.

            _ É fácil quando sua mãe é a mãe da terra._disse ele, a expressão nada aterrorizada.

            Era difícil ele não ficar com medo das coisas, devia estar fazendo um enorme esforço.

            Então, como já era de se esperar, as irmãs atacaram.

            Abaixei-me como da outra vez. Já estava começando a me acostumar.

            _ Erraram.

            Emily pegou sua faca e veio para cima de mim. Ela era previsível demais. Apesar de já saber o que ela iria fazer, pensei em como poderia deter-la.

            Pensei em algo que me seria muito útil, um cipó do Peter.

            _Peter! Cipó!

            _ O que?

            _Cipó!

            _ Estou amarrado, é impossível.

            Ele tinha que tentar, era necessário.

            _ Você quer se machucar feio?_disse enquanto desviava de um ataque da Emily. _Ou elas te machucam, ou quando isso terminar, eu pessoalmente te mato! É melhor você me dar um cipó logo!

            _ Tá bem, tá bem.

            Pensei comigo, Coitado. Mas era melhor o assustar do que nós nos machucar, certo?

            A Emily atacou de novo, sem arma nenhuma eu só conseguia a distrair. Sem arma, eu não a venceria. Ela era mais forte, mais velha e tinha uma faca. Era impossível.

            _ Anda Peter!

            Chutei a Kristen, o que fez com que ela se chocasse contra uma árvore e desmaiar.

            _ Alice, eu não vou conseguir amarrar elas_ choramingou ele.

            _ Eu só quero um pedaço, será que é pedir de mais?

            Então a Emily me empurrou e eu cai. Estava preste a desmaiar. Tudo estava escurecendo... Mas algo me acertou na cara, e me fez voltar ao normal.

            Um cipó do Peter!

            Ele tinha conseguido!

            _ Desculpa!_disse ele.

            Eu não tinha tempo para responder. Agora eu tinha uma arma, eu poderia atacar.

            Peguei o cipó e comecei a usá-lo como chicote, mas não era nada fácil.

            Primeiro eu me auto-chicoteie, a Emily riu. Depois, quase deu certo, se ela não tivesse desviado e eu acertado uma árvore.

            _ Você é ridícula._ disse ela e riu._ É muito divertido ver isso, mas vamos ver como você reage a isso.

            E ela fez algo que me surpreendeu, ela fez um corte no pescoço do Peter, felizmente, pegou só de raspão, mas ele gritou.

            Agora ela tinha conseguido, se ela ainda não tinha me tirado do sério, naquele momento ela o fez. Deixou-me mais do que furiosa, me deixou fora de mim, de um jeito que eu nunca me senti antes.

            Dei um salto e (ainda não sei como) chutei a cara dela! Foi um chute e tanto, e ela cai!

            Esperei ela se levantar e como em um passe de mágica, consegui tirar a faca da mão dela usando o cipó! Achei que eu só poderia estar sonhando, como de uma hora para a outra eu havia aprendido a usar aquilo?

            Depois disso foi tudo muito fácil, ela atacou outras duas vezes, desviei. Então eu consegui, enrolei-a com o cipó, e fiz-la rodar como um pião e se chocar contra uma árvore e ela também desmaiou.

            Então eu... Tudo apagou de repente, eu desmaiei. Eu sempre desmaio.

***

            Quando acordei novamente, não estava naquele quarto escuro, estava em uma cama, não era tão macia como a do quarto escuro, mas era boa.

            Sentei-me e olhei em volta, várias pessoas corriam de um lado para o outro, sem se darem conta que eu estava acordada. Ouvi algumas pessoas dizendo:

            __... ela realmente fez isso?

            _Inacreditável! Como...?

            _... mas, por que ela...?

            _Será que se machucou muito?

            _ Pessoal! Silencio, por favor! Ela acordou!_ disse uma voz familiar, mas eu não conseguia achar o seu dono.

            Todos se calaram, cerca de 20 rostos olhavam para mim. Fiquei confusa, no inicio sem entender nada. Mas alguém se sentou na cama em que eu estava, era Yasmin.

            _ Calma, você esta no chalé de Hermes. Relaxe, parece que teve uma briga feia com duas garotas do chalé de Ares, seu irmão nos contou tudo.

            Peter!, pensei. Como já era de se esperar, ele exagerou no que havia acontecido na pequena briguinha.

            _ Deite-se, precisa descansar_ disse Yasmin.

            Eu deitei, e uma garota, era a que estava na frente quando jantamos, me trouxe pudim.

            _ Olá, meu nome é Ashley_ e enfiou pudim na minha boca.

            Ela tinha as mesmas sobrancelhas arqueadas, o nariz pontudo e o sorriso malicio das crianças do chalé de Hermes. Os cabelos eram loiros, compridos e lisos.

            _Engula, vamos. Você não viu o tamanho deste corte?_Disse ela.

            Só então percebi que no meu braço esquerdo havia uma atadura, que envolvia quase meu braço todo. Senti que doía muito, e pensei, ela abriu o corte que ela mesma fez, e desta vez ele esta maior.

            _ Ei, cadê o Peter?_ ela enfiou outra colher de pudim na minha boca.

            _ Está bem, se é isso o que quer saber.

            _ E, ei, o que é isso?

            _ Ambrosia_ disse ela enquanto me dava mais uma colher.

            _ O.k. Ashley, chega_ disse Yasmin.

            Eu me sentei, reparei que todos ainda olhavam para mim.

            _ Ei, que tal irmos para a praia? Ainda temos 20 minutos antes do horário de dormir. Temos muito que conversar, e bom, com todos olhando..._sussurrou ela no meu ouvido.

            Assenti com a cabeça e nós duas saímos do chalé e fomos à direção do refeitório, mas passamos por dentro dele e chegamos a uma praia muito grande e bonita.

            _ Eu me esqueci de perguntar, quem ganhou?

            _ Nós!

            E nós duas comemoramos o que não havíamos comemorado antes, apesar de nós ter ganhado, eu estava desmaiada e ela preocupada demais para comemorar.

            _ Alice, tenho que te contar algo_ começou ela depois de termos caído na areia fofa e ficarmos olhando o mar._ Conversei com os filhos de Hermes e com as minhas irmãs, e nós entramos em um acordo, eu e você vamos correr na corrida de bigas amanhã.

            _ Como é?

            _ Corrida de bigas _falou lentamente._ Nós duas vamos correr nela.

            _Tá, isso eu entendi, o que eu não entendi é como eu vou correr se nunca fiz isso antes.

            _ Se você não quiser, tudo bem, mas iria ser tão legal...

            _ O.k, eu concordo.

            Ela quase deu um pulo de alegria e me disse que ela guiaria a carruagem e eu seria a guerreira, isso queria disse que eu distrairia as outras bigas.

            _ A biga esta pronta há muito tempo, eu iria correr com a Bia Parker, do chalé de Hermes, mas no caça-bandeira, ela quebrou a perna.

            Depois de uma longa explicação sobre como eram as corridas, que durou cerca de 10 minutos. Eu avistei uma pessoa caminhando na praia, este era o Percy, que veio falar conosco.

            _Olhando o mar também?_ perguntou ele.

            _Na verdade, conversando sobre a corrida de amanhã._Disse Yasmin.

            _ Você vai correr?_Perguntou ele surpreso para mim.

            _Vou, algo contra?

            _ Claro que não, mas você chegou há tão pouco tempo e esse seu machucado...

            _ Relaxa, eu sei me defender muito bem, você presenciou isso.

            _ E você vai dirigir?_perguntou meu primo.

            _ Não, serei a guerreira!_disse.

            Ele me olhou, surpreso e se sentou na areia perto de nós.

            _ Mas e o seu machucado?

            _ Percy, não aprendeu ainda que a família Jackson não têm medo de aventuras e que adora um bom desafio?

            Ele riu.

            _Você é corajosa.

            Fez-se silencio durante algum tempo e depois a Yasmin disse:

            _Vai correr com a Annabeth?

            _ Vou_ respondeu Percy, sem tirar os olhos do mar.

            _No que você esta pensando?_perguntei para o Percy.

            _Estou pensando no dia que fiz 16 anos, salvei o Olimpo, fiz os deuses jurarem que iriam reconhecem seus filhos quanto tiverem 13 anos e recusei a imortalidade.

            _ Você é louco?_perguntei

            _ De amor, isso sim. Fiz isso pela Annabeth._ E ele continuou:_ E foi bem aqui que meu pai disse que iria mandar mais irmãos para mim, a principio, pensei que estivesse brincando, mas depois...

            _Apareceu uma tropa de crianças dizendo que eram filhos do deus-mar e acabaram dando muito trabalho, exclusivamente para você? E ao invés de ir salvar o mundo você tem que contar histórias? E os fazer dormir? E eles são muito mais do que a encomenda? Acham que tudo é apenas brincadeira?_disse Yasmin.

            _Bom, não é exatamente assim... Na verdade é, tudo isso o que você falou_ disse ele._ Tem a Lisa e o Michel que são irmãos gêmeos, tem também o Lion e o Martin.

            _ Mas não são muito..._disse eu.

            _ Eles valem por 100, pode acreditar.

            Ficamos alguns minutos olhando para o mar e de repente Yasmin olhou no relógio e disse:

            _ Esta ficando tarde, 4 minutos para as harpias da limpeza aparecerem e devorarem a gente. Venha Alice, vamos para o chalé.

            Ela se levantou, tirou areia do short e ficou esperando nós dois levantarmos, eu disse:

            _Percy, você vai também?

            _ Vou ficar só mais um pouquinho, vou conversar com o meu pai.

            _Ah, e só mais uma coisa, vindo para cá eu vi a Annabeth ler um livro, ele é sobre arquitetura, não é?_Disse eu.

            _Deve ser, ela só lê sobre isso, chega a ser irritante _respondeu ele.

            _Será que você pode pega-lo emprestado para mim?

            Ele riu e fez que sim com a cabeça.

            _Então tchau, Percy.

            Levantei-me e a Yasmin também disse tchau. Nós duas voltamos para o chalé, ela se deitou em um saco de dormir e eu na cama em que havia acordado.

            Eu não conseguia dormir, por mais que tentasse, fiquei mechando de um lado para outro até sabe se lá quando, mas depois de muito mexer, consegui dormi.


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Notas finais do capítulo

Sei que tá um pouco parecido com Percy Jackson em alguns pontos, mas esperem que vai ficar BEM diferente lá para frente.
A Yasmin e sua mão ainda vão dar muito que fazer e vão fazer um monte de coisa destrutiva, esperem.