Rachel acordou em uma cama de hospital. Não sabia o que estava fazendo lá. Tentou sentar-se, mas a cabeça estava a ponto de explodir. Onde estava antes do hospital? Não conseguia lembrar…

  Então, ela viu os próprios pulsos enfaixados e se lembrou, deixando-se cair na cama logo em seguida.

  Não sabia onde estava com a cabeça quando tentou se matar, Charlotte precisava dela, não podia deixá-la.

  Mesmo assim, o fato de estar no hospital não fazia sentido. Alguém a tinha salvado, quem?

  Virou a cabeça e viu um relógio na parede. Meio dia e cinco. Sentia-se cansada, como se não dormisse a muito tempo, mas tinha acabado de acordar. Virou de novo na cama e percebeu que uma agulha leva a veia do braço dela, soro. Olhou para o outro lado, seus olhos caíram sobre uma poltrona, nela, uma morena adormecida. Lizzie!

  Queria poder gritar e acordá-la, mas achou que isso não seria certo. Pôs-se então a pensar. Ligar os fatos. Tinha tentado se matar, a porta se abrira no seu último momento de consciência era disso do que se lembrava. Então acordara em um quarto de hospital e Lizzie estava do lado dela, em uma poltrona. Lizzie devia tê-la salvado, mas isso não fazia sentido nenhum, levando em conta o fato de que ela e Lizzie tinham brigado poucas horas antes.

  Que dia seria aquele? Quanto tempo passara dormindo? Horas? Dias? Semanas? Tá, isso era assustador.

  Agora só conseguia pensar na filha.

  O que ela estava querendo? Deixá-la órfã?

  Amaldiçoando-se mil vezes, ela viu quando Lizzie abriu um dos olhos.

  Abriu um olho e depois o outro. Os esfregou e deu um pulo, correndo na direção de Rachel.          

  _Você acordou! Finalmente! Que bom que está bem. Você nos deu um susto, em? Nunca mais, ouça bem, nunca mais nos de um susto desses! Acho que ia te perder!_ disse ela, enquanto abraçava desajeitadamente Rachel.

  _Calma. Vamos, me explique o que aconteceu.

  Lizzie soltou-a na hora e começou a contar tudo o que tinha acontecido naquela manhã.

  _ Então eu abri a porta do banheiro e te vi. Foi horrível! Ah, Rachel, é muito bom te ver bem!         

  E Lizzie a abraçou de novo.

  _Lizzie, para. Quanto tempo passei aqui?

  _Dois dias.

  _Dois dias??

  Lizzie balançou a cabeça.

_ Não acredito._ Rachel murmurou._ Você e eu não tínhamos brigado?

  A morena apenas assentiu.

  _O que você estava fazendo na minha casa?

  _A Patricia me ligou. Disse que você tinha ligado para ela e eu voltei para sua casa. Estava me sentindo culpada.

  _Então, amigas de novo?

  _Amigas de novo._ disse Lizzie sorrindo e abraçando Rachel de novo.

  Naquele mesmo dia, Rachel fez que fez e deu um jeito de sair do hospital. Queria voltar para casa para cuidar da sua pequena preciosidade, Charlotte.

  Quando chegou em casa, a primeira coisa que fez, foi subir as escadas e entrar no quarto da filha. Ela estava lá, deitadinha no berço. Pegou-a no colo e se sentou na poltrona, dando-lhe o peito.

  Charlotte bebeu com gosto.

  _Isso, minha menininha. Bebe bastante.

  Nesse momento, Lizzie entrou no quarto, seguida pela Sra Moore.

  _Ah, que coisinha fofa!!_ falou a amiga.

  _Eu sei! Sou muito orgulhosa por ter uma filhinha tão fofa…

  _Ah, garotas._ começou a Sra Moore._ Sabiam que o Sean vai se casar?

  _Não._ falaram Rachel e Lizzie ao mesmo tempo, incrédulas.

  _Verdade. Ela e a Samantha vão se casar mês que vem.

  _Aquela loira de nariz arrebitado?_falou Lizzie.

  _Ela mesma.

  _Nossa! Quem diria, não, Sra Moore?

  _Deixe de formalidades querida. Meu nome é Suzan.

  _Certo, Suzan._ disse Rachel, achando estranho chamá-la assim.

  As três mulheres ficaram ali, fofocando, afinal toda mulher precisa de uma distração de vez em quando.

  _Se o Sean vai casar, precisamos de vestidos novos, certo?_ falou, empolgada, Lizzie, que adorava ter um motivo para gastar.

  _Com certeza._ disse Rachel, rindo da amiga.

  Nesse ponto, Rachel devolver Charlotte ao berço e as três saíram do quarto, assim que ela dormiu.

  Voltaram a sala. Depois de mias um pouco de conversa, Rachel ofereceu a elas o almoço, que as morenas aceitaram com prazer.

  Depois de comer (Rachel tinha um estranha paixão por salmão), as Moore foram embora, antes convidando Rachel para um jantar na casa de Suzan, que era conhecia pelos membros da família como a Casa Principal, já que agora existiam muitas casas dos Moore.

  A noite chegou e Rachel; depois de amentar Charlotte e ficar um bom tempo com a filhinha no colo, a admirando; se arrumou para o jantar.

  Um longo vestido verde, brincos, maquiagem. Queria estar prefeita. Depois, respirando fundo, deixou Charlotte aos cuidados da Sra Summers, a babá.

  Pediu que trouxesse seu carro e entrou no banco de trás, tinha um motorista.

  _ Está belíssima Rachel._ disse o motorista.

  Rachel, não aceitava que os funcionários a chamassem de Srta Williams.

  _Obrigada._ disse ela entrando no carro.

  _ Aonde vamos?_ perguntou o motorista, entrando também.

  _Ora, a casa dos Srs Moore, certamente. Vai haver um jantar para toda a família.

  _E a senhorita é considerada da família, suponho.

  _Claro que sim. Passei minha vida inteira na casa deles, namorei dois filhos deles, tive uma filha do já falecido Edward e como se não bastasse, sou melhor amiga de Elizabeth Moore, a mais nova. Não poderiam se esquecer de mim.