P.O.V. Nico Di Ângelo:

Acordei, chequei o relógio. 3:OO da tarde. Ótimo, tínhamos perdido a aula. Olhei Thalia em meus braços e um sorriso se formou involuntariamente em meus lábios. Perdi a aula, mas foi por uma boa causa. Thalia não era uma menina fácil, eu conhecia ela há muito tempo antes de rolar. Foi isso que me fez ficar encantado por ela. Ela era especial.

Quer dizer, ela era uma gata. Isso. Ah, cara, quem eu quero enganar... Ela era especial e eu sabia disso... Nunca tinha sentido uma atração tão forte por alguém quando o que eu sinto pela Thalia...

– Nico? – disse ela baixinho. – Eu não acredito no que a gente fez.

Ela deu uma risada e olhou o relógio. Opa, porque ela estava ficando daquela cor? Não, isso não podia está acontecendo... De novo não...

– NICO DI ÂNGELO, EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ME FEZ PERDER O PRIMEIRO DIA DE AULA. EU NÃO ACREDITO. EU VOU TE BATER. VOLTA AQUI! DI ÂNGELO ABRE ESSA PORTA A-G-O-R-A!

– Não! Tá maluca? Com essa ira que você tá, se eu abrir a porta você vai me matar. E eu nem sei porque toda essa mudança de humor. Você bem qu...

– NÃO OUSE CONTINUAR! VOCÊ SE APROVEITOU DE MIM, NICO! EU ESTAVA FRAGILIZADA! E agora, eu me sinto um lixo.

Abri a porta bem de vagar e vi ela sentada na cama, olhando para baixo e senti que eu tinha magoado ela. Ou não. Afinal, o que estava acontecendo comigo? Eu não devia me importar, certo? Ok, vou lá, falo que eu não me aproveitei dela nada, deixo ela me da um tapa na cara e saio fingindo que eu estou irritado. Sem burrice, sem puxar o saco e nada de ficar todo derretido.

– Ei, Tha. Eu não me aproveitei de você. Eu gosto de você. Se quiser me dar um tapa pode, mas por favor, me perdoa se te magoei. – QUÊ?! E aquele lance de se derreter foi pelo ralo... Eu não conseguia. Eu era outra pessoa. Thalia Grace tinha me mudado. E eu não estava muito feliz com isso, para falar a verdade.

– Você não me magoou, Nico, eu me magoei. Porque eu tinha prometido que eu ia ficar longe de você, e eu não consegui. Eu sou tão fraca...

– Shhh... – disse, tapando a boca dela. – Mas você só fala merda. Você não é fraca, ok? A culpa não é sua se eu sou irresistível. – disse, rindo. Ela riu também. Meu trabalho estava feito, finalmente. Tinha a feito sorrir, e isso valia qualquer tapa, soco ou pontapé.

– Posso te pedir uma coisa? – ela disse, com os olhinhos brilhando.

– Pode.

– Compra bala pra mim? – ela falou com um sorriso do tamanho da China na cara. Eu comecei a rir.

– De quê?

– Qualquer coisa, bala é bala ...

– Tá bom. – falei, coloquei minha camisa e fui lá embaixo comprar... Ai, Thalia, Thalia...

P.O.V. Thalia Grace

Quando Nico foi comprar minha bala eu fiquei pensando. Em que? Em tudo. Quero dizer, a Gabi tinha me feito muito mal, muito mal mesmo, mas se não fosse por ela, eu não estaria onde eu estou hoje. Aquilo me fez ficar mais forte. Eu me reergui com a ajuda da Annie, e graças a ela eu estou aqui. Mas se não fosse a Gabi, acho que eu ainda seria a retardada que eu era. Então aquela vadia fez alguma coisa de certo, hã?

Quando Nico voltou, se sentou do meu lado e abriu o pacote. Em menos de meia hora, não tinha mais bala nenhuma.

– Acho que o meu dentista não vai gostar nada disso... – ele disse pensativo. PAUSA PARA MOMENTO HISTÓRICO. Nico estava pensando!

– Você está... Pensando? Oh, meu Deus, Nico Di Ângelo está pensando. – fui até a janela correndo e, antes que ele se desse conta eu já estava gritando. – PESSOAL NICO DI Ã...

Ele me agarrou pela cintura e tapou a minha boca. Eu comecei a rir enquanto ele me xingava.

– Eu sei que você me ama, Nico. Nem adianta xingar. – falei, me desvencilhando dos braços dele e indo tomar banho e colocar uma roupa mais decente. – Eu vou sair, ok?

– Pra onde? – ele perguntou.

– Ora, não sei papai, mas quando eu souber eu te falo, ok?

– blábláblá. Posso ir com você? – ele pediu, fazendo uma carinha irresistível. Ah, esse cara estava me deixando maluca.

– Pode. – falei, enquanto me dirigia ao banheiro com um grande sorriso na cara.

– Hm, Tha. Só mais uma coisa. – ele falou, me fazendo virar. – Você não vai me contar o que ela fez para você, né? – ele falou com uma cara meio decepcionada.

– Talvez. – fechei a porta do banheiro, abri o chuveiro quente e pensei... Nossa, ele era tãããão lindo, tão maravilhoso, e... Espera, o que você pensa que está fazendo Thalia Grace. Pense em outra coisa, cante, sei lá...

Estava tentando pensar em outra coisa quando eu vi. Um monstro gigante e nojento. Se aproximava de mais cada vez mais rápido, e eu não conseguia parar de gritar.

– Thalia? Thalia, tá tudo bem aí? – Nico perguntou do outro lado da porta. Botei uma toalha, destranquei a porta e saí de lá correndo.

– Tem um monstro. Gigante, nojento e cascudo. Mata, por favor! – eu gritei, pulando na cama.

Ele entrou no banheiro e eu pedi pra ele tomar cuidado. Ouvi um estalo e logo depois Nico estava com o mostro nas mãos.

– Então você tem medo de baratas? Eu tinha uma vizinha que tinha, também. Era todo dia um grito. Era horrível. Mas olha, essa é tão pequenininha. – ele disse se aproximando de mim.

– Sai de perto com essa coisa, Di Ângelo. SAI.

– Ok. – falou ele, jogando a dita cuja pela janela. – Só porque eu sou legal, e porque eu sei que agora você me ama mais ainda. Eu sei que eu sou irresistível e que você tá com vontade de me beijar agora. – ele disse se aproximando. Eu quase caí nessa de novo, mas alguma coisa me fez despertar e eu sai andando em direção ao banheiro. Antes de fechar a porta, eu ouvi ele suspirar e chamar meu nome.