Erros Matemáticos escrita por valentinaLB


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente, olha eu aqui de novo. Sei que estavam esperando uma fic bem grandona, mas no momento isso é tudo o que eu tenho.
Espero que se divirtam!!
A linguagem desta fic pode parecer um pouco vulgar, mas foi necessário para manter a fidelidade dos diálogo dos personagens.

Meninas(os), desculpe-me a falta de uma capa. Vou procurar uma alma iluminada para fazer uma pra mim.



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CAPÍTULO ÚNICO

O garçom já servia a décima rodada de chopp e eu e meus amigos nem pensávamos em encerrar a nossa animada conversa. Se bem que no momento eu não estava achando nenhuma graça nas críticas que estava recebendo. Aquele bando de boiolas encasquetou de implicar com os pêlos do meu saco.

Emmett, o mais aloprado de todos, tentava convencer-me das vantagens da depilação.

- Cara, homem peludo é nojento! As garotas não gostam, elas preferem os lisinhos.

- Isso é muito gay, Emm! – Contra-argumentei. Eu realmente achava isso. – Depilação é coisa de mulher!

- Isso é higiene, Edward. Independe de gênero.

Alguém podia me explicar o que tinha de repulsivo em ter pêlos? Eu era homem, porra!! Todo adulto tem pêlos!! Que mal havia nisso?

- Você está me saindo o Sansão às avessas, achando que sua masculinidade está nos cabelos do saco, Edward. Isso não tem nada a ver.

Espantei-me ao ver que meu cunhado também se incluía no grupo dos “carecas”.

- Não vai me dizer que você também depila lá, Jasper?– Eu realmente estava surpreso.

- Claro que sim! A Alice faz questão e adora.

- Ei, dá pra esconder esses detalhes de mim? Ela é minha irmã, seu merda!

Eu sabia que ele e minha irmã transavam, mas ouvir aquilo fez meu estômago embrulhar.

- Foi mal... – Jasper desculpou-se.

- E você, Jacob? Não me decepcione, cara...

- Edward, ainda não percebeu que você é o único homem das cavernas dessa mesa?  Deve ser por isso que a Tanya te deu o fora. – Jacob falou rindo, se somando aos meus inquisidores.

- Pra começo de história foi eu que terminei com ela! E, se querem saber, ela era chegada num boquete. Essa teoria de vocês é uma besteira.

- Coitadinha!... Pentelho no dente ninguém merece!! – Emm começou a rir, fingindo que tirava algo dos dentes.

Só faltava saber se Seth, o único que ainda não tinha se manifestado, se aliaria a mim ou se eu estava realmente sozinho com minhas convicções.

- E você, Seth, faz essa boiolice de se depilar também? – Perguntei, torcendo para ter pelo menos um que concordasse comigo.

- O meu é lisinho como o de um bebê... – Seth fez apenas este comentário, gargalhando quando viu minha cara de derrotado.

- O Edward quer ficar mais rico ainda vendendo crédito de carbono da floresta que ele cultiva no meio das pernas. – Emmett não conseguia ficar sem proferir suas besteiras.

O que estava acontecendo no mundo, meu Deus? De repente eu tinha me tornado um alienígena em meu próprio planeta só porque tinha o saco cabeludo.

- Conforme-se, Edward. Ou você se depila ou será alvo do asco das garotas para sempre. Ou senão seu saco será o último habitat natural dos “chatos” em extinção.

- Asco? Pergunta para a Jane se ela sentiu nojo do meu pinto enquanto gemia como louca na minha cama...

- A Jane é minha prima, Ed. Isso foi jogo sujo. – Emmett reclamou.

- Foi você quem pediu!

- Não adianta ficar se gabando da sua fama de pegador, Edward. Que é nojento, é. As meninas gostam mais de homens depilados, isso já foi comprovado. Oitenta e cinco por cento das estudantes heterossexuais do Campus confirmaram isso na pesquisa que fizeram na universidade. – Jasper, o maior nerd que eu conhecia, usou dados estatísticos para dar o golpe fatal.

- Se quinze por cento não se importam com pentelhos, ainda sobra muita mulher que me aceita.

- Duzentas e quarenta. – Ele sussurrou para si.

- O quê? De onde tirou este número, Jas?

Jasper era o gênio da turma. Seus cálculos matemáticos podiam até ser doidos, mas não dava para negar que eram bem precisos.

- Bem, considerando por alto que o Campus tem cinco mil alunos e pressupondo que metade deles sejam mulheres, isso nos dá um total de duas mil e quinhentas. Tirando as vinte por cento que são lésbicas convictas, o número cai para duas mil. Se apenas quinze por cento delas preferem homens com cabelo no saco, temos aí um grupo de trezentas. Não podemos nos esquecer de tirar os vinte por cento das incomíveis, aquelas que “não rola” nem depois de quatro garrafas de tequila... Então, meu caro cunhado, sobrou para o seu harém de escravas sexuais apenas duzentas e quarentas fêmeas dispostas a se engasgarem com pentelhos.

A gargalhadas de Emmett poderiam ser ouvidas a quilômetros do bar.

- Sendo assim, acho que você já comeu todas, Edward. – Jacob começou a me zoar também. – Ou vai ter de repetir sempre as mesmas ou procurar no mundo alternativo.

Engoli todo o chopp do meu copo numa única golada. Lutar contra números era injusto.

- Edward, se você quiser eu te dou o telefone da clínica onde me depilo.

- Não que eu esteja convencido dessa baboseira toda, mas, hipoteticamente falando, se eu quisesse me depilar, como seria isso? - Eu já estava muito propenso a anotar o número do telefone que meu amigo estava me oferecendo.

- Eu faço com laser, que é definitivo, mas é melhor você fazer a primeira vez com cera quente, para ver se é isso mesmo que quer. Dói um pouco, mas dá para agüentar.

- Cera quente?...

Não sei por que, mas algo me dizia que eu conheceria o inferno de perto se embarcasse naquela loucura coletiva.

- E a velha e boa lâmina? – Perguntei, tentando ver se não dava para ser algo menos traumático.

Um coro de “nem pensar” soou em meus ouvidos.

- Nem pensa em fazer isso, vai ficar pinicando por dias seguidos e depois, quando os pêlos começarem a nascer, você vai parecer um porco espinho. – Emm aconselhou.

Seth me enviou por mensagem no celular o telefone e endereço da clínica.

Fui embora para casa pensando naquele papo de bêbedos.

Eu estava mesmo disposto a me despedir dos meus pelinhos? Ainda me lembrava do orgulho que senti quando eles começaram a nascer. Eu enfim estava me tornando um homem. Logo eu poderia transar com todas as garotas que eu quisesse...

E agora que eu era um homem de verdade, que tinha trocado as revistas pornográficas por mulheres de carne e osso, nem sempre nessa proporção necessariamente, meus amigos tentavam me convencer que os cabelos do meu saco me tornavam menos homem... Tinha algo errado com o mundo, algo muito errado!

Estacionei o carro e fiquei olhando a placa bem à minha frente.

“Depilação Masculina”

É, realmente essa loucura existia mesmo, não tinha sido nenhum tipo de pegadinha dos meus amigos.

Não sei quanto tempo levei para me decidir, mas quando vi estava entrando na recepção, olhando para os lados e torcendo para que ninguém conhecido me visse ali. Eu estava completamente constrangido...

Só tinha uma coisa que havia me feito tomar aquela decisão: o pequeno grupo de duzentas e quarenta mulheres que tinham sobrado para mim... Era muito pouco! Realmente exigia medidas extremas.

A recepcionista preencheu uma ficha com meus dados e fez a pergunta que eu mais temia.

- Vai depilar o quê, senhor?

Minha língua travou na hora e um fogo parecia queimar meu rosto.

Não tinha como aquilo ser menos constrangedor? Será que não dava para fazer o cadastro pela internet?

- Hum... É... Lá, né?... – Foi só o que saiu.

- Lá onde, senhor?

Podia jurar que a atendente estava se divertindo com minha cara.

- Você pode ler as opções para mim? – Dava para ver que tinha uns quadradinhos para serem marcados com informações na frente, que provavelmente eram o nome das áreas a serem depiladas.

Ela me olhou estranhamente, depois sorriu.

- Seriam os pêlos pubianos? – Ela perguntou.

Puta que pariu, como eu não tinha pensado nisso antes? De repente meu vergonhoso ato de arrancar meus estimados cabelos do saco tinha ganhado uma nomenclatura técnica e respeitável: “depilação dos pêlos pubianos”.

- EXATAMENTE!! – Me empolguei, contente por tudo ter se tornado tão mais fácil e científico.

Paguei e fiquei sentado, esperando ser chamado.

Não seria nada fácil deixar um homem ficar pegando nas minhas partes baixas. Na verdade esse era o detalhe que mais me incomodava. Não sei por que, mas a imagem de um negro de dois metros passando cera quente no meu pinto não me saía da cabeça... E não me agradava nada. Talvez fosse razoável traçar um plano de fuga, caso o ele viesse com gracinhas.

Meu coração foi na boca quando uma moça loira de branco se aproximou.

- Acompanhe-me, Sr. Cullen.

Eu estava entrando em pânico, mas mantive as aparências, seguindo-a corredor à dentro.

Ela abriu uma porta e se foi, me deixando sozinho. Quando entrei deparei-me com a criatura mais linda e doce que já tinha visto.

Um par de olhos castanhos me fitou, emoldurado por longos cabelos cor de chocolate, que cacheavam levemente na altura dos ombros.

- Prazer, meu nome é Bella! Farei sua depilação. Dispa-se completamente e deite-se, por favor.

- Cadê o negão?? – Aquelas palavras escapuliram da minha boca por puro desespero de causa. Não dava para acreditar que aquela garota doce e ingênua ia presenciar o dia mais vergonhoso da minha vida.

- Que negão? – Ela perguntou calmamente, dando sinais de que não tinha entendido bulufas do que eu estava falando.

- O negão que ia me depilar. – Expliquei, como se fosse óbvio.

- Sr. Cullen, - ela leu meu nome na ficha – não fazemos este tipo de serviço aqui. Tenho um amigo gay que trabalha com depilação também. Posso te dar o endereço. Eles...

- O quê? – Interrompi sua estranha conversa. O que aquela moça estava insinuando?

- Estou dizendo que não temos depiladores gays aqui.

- E QUEM FALOU QUE EU QUERO UM DEPILADOR GAY? – Aquela garota devia ser doida!

- Você pediu um “negão”, lembra?

Meu Deus, e eu que pensei que as coisas não podiam ficar piores... Agora ela estava pensando que eu era uma bimba depravada.

- Ei, eu não sou gay! Eu só achei que esse serviço era feito por homens. – Me expliquei.

- Edward, você não tem de me dar explicação. Decida-se, dispa-se e vamos começar.

Aquilo ia ser mais difícil do que eu imaginava...

- Vocês não teriam uma depiladora no estilo “enfermeira alemã”, aquelas gordas com cara de sádica? – Eu sabia que esta pergunta selaria definitivamente meu diagnóstico de louco, mas só de pensar em ficar nu na frente daquele anjo já me deixava desesperado.

Bella me olhou com compaixão e medo ao mesmo tempo.

- Edward Cullen, sinto muito não podermos realizar seus estranhos fetiches, mas ou faz comigo, ou não faz...

Não tive coragem de ir embora.

- Tudo bem, faço com você. – Eu tinha chegado ao fundo do poço...

Minhas mãos tremiam enquanto eu tirava minha calça. Quando retirei a cueca eu definitivamente estava à beira de um colapso.

Meu medo era não me controlar e acabar ficando excitado durante a depilação. Aquilo realmente me preocupava.

- Bella, já aconteceu de algum cliente se empolgar aqui, mesmo sem querer? – Perguntei, morto de vergonha.

- Edward, se você conseguir ficar de pau duro depois que eu der a primeira puxada, seu nome vai para aquele quadro dos “Machos de Verdade”. – Ela falou sério, apontando um quadro em branco na parede.

- Mas não tem nenhum nome lá...

Ela não disse nada, apenas sorriu cinicamente.

Entendi o recado... Deitei-me resignado.

Por sorte ela estava de costas para mim, preparando algo numa vasilha de inox.

Vestiu luvas, colocou touca e máscara e se voltou para mim, segurando um paninho branco nas mãos.

- Abra as pernas e relaxa!

Realmente meu poço tinha um fundo falso. Podia ficar mais vergonhoso sim... E ficou.

Senti uma coisa quente me tocar e então...

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!!!!!!!!!!!!!!!

- PUTA QUE PARIU!!!!!!!! O QUE FOI ISSO, MEU DEUS? – Gritei, imaginando que a pele do meu saco tinha ficado pregada naquele pedaço de paninho dos infernos. Podia jurar que vi minhas bolas batendo na parede e voltando, tipo Squash.

- É, dói um pouco mesmo, mas com o tempo vai se acostumando. Quer morder uma toalha? Alguns clientes mais sensíveis acham que ajuda.

Como aquela garota encantadora podia ter se tornado um ser tão cruel em questão de segundos? O capeta tinha mil faces mesmo!

- Não, eu aguento. – Falei num fio de voz. Não ia deixá-la pensando que eu era um frouxo, mesmo que minha testa estivesse molhada de suor e lágrimas escorressem dos meus olhos.

Na segunda puxada eu tive certeza que nunca mais teria uma ereção na minha vida. Na verdade parecia que meu pinto tinha saído junto com os pêlos. Eu tinha virado um eunuco, tinha certeza!

A sessão de tortura continuou.

Quando ela me pediu para virar de lado para depilar o ânus vi esvair pelos meus poros as últimas gotas de dignidade que me restavam.

A história do Sansão era verdadeira. Assim que o derradeiro pentelho se foi eu já me sentia como uma mocinha submissa à mercê daquele gigante com um paninho quente nas mãos.

Assado, humilhado e mancando, despedi-me do “meu carrasco”, vulgo Bella,  e fui para o carro pensando seriamente em assassinar quatro caras que até poucas horas antes eu considerava meus amigos.

Nos dois primeiros dias fiquei de cama. Até para tomar banho doía. De que me adiantava ter mais de mil e quinhentas mulheres desejando minhas genitais depiladas se eu não conseguia nem botar meu traumatizado pinto para funcionar?

Definitivamente aquela não tinha sido uma boa idéia.

Com berros e palavrões botei para correr Jasper, Emm, Seth e Jacob, que ficaram me ligando para saber como é que tinha sido a depilação.

No quarto dia já me sentia melhor. Minha ereção matinal comprovou que tudo estava voltando ao normal. A saudável relação com meus amigos tinha se normalizado, embora não conseguisse abandonar o desejo de vingar-me deles.

Eu ainda estranhava quando me olhava no espelho, mas tinha de admitir que a depilação havia dado um toque glamoroso ao meu “amigo”. Ele parecia maior ainda! Um verdadeiro “guerreiro Viking”.

- Cullen!

Ouvi uma voz doce e familiar me chamando nos corredores da biblioteca e me virei para ver quem era.

Lá estava meu anjo negro, olhando-me com cara de riso. Sem o avental branco e o assustador paninho branco na mão ela parecia menos perigosa e mais linda ainda.

- Oi, Bella! – Cumprimentei-a constrangido.

- Oi, Edward! E aí, sobreviveu?

- É, estou aqui, né? – Brinquei. - E você, o que faz por aqui?

- Eu estudo aqui, Cullen.

- Verdade? – realmente aquilo era uma surpresa para mim.

- Deve estar se perguntado por que nunca me viu. É que eu vivo correndo das aulas para a clínica. Tenho de trabalhar muito para pagar a faculdade, então quase não tenho tempo de passear pelo campus.

- Ah, deve ser por isso que nunca nos cruzamos.

- Então tchau! Já estou atrasada. Volta lá quando for se depilar de novo.

- Ah, claro! – Respondi com o rosto em brasas, lembrando-me das humilhantes posições que tive de ficar na frente dela. – Tchau, Bella.

Já tinha uma semana que eu e Bella tínhamos nos encontrado e eu não conseguia me esquecer do seu sorriso.

Eu a procurava pelo campus, mas nenhum rosto era o seu. De uma forma que eu não conseguia explicar, ela tinha tomado conta de todos os meus pensamentos e sonhos.

- Vai lá na clínica e chama ela para sir, cara! – Emm sugeriu, com seu modo simples de ver a vida...

- Eu não volto naquele lugar nunca mais! Aquilo lá parece Guantánamo.

- Então fica aí esperando o destino colocar ela mais uma vez na sua frente.

- Isso nunca vai dar certo, Emmett. Ela depilou meu cu, cara... Isso é muito humilhante e degradante. Não tem como termos um relacionamento romântico depois disso. – Lamentei.

- O pior é que eu concordo com você. – Emmett falou, meio desconsolado.

- De onde foi tirar essa idéia absurda de se apaixonar por sua depiladora?  - Jacob também não via futuro na minha nova paixão.

- Isso tá parecendo “Síndrome de Estocolmo”. A vítima se apaixona pelo carrasco... – Até Seth estava tirando sarro dos meus sentimentos.

Realmente eu não sabia o que estava acontecendo comigo. A única coisa da qual eu tinha certeza era que precisava ver Bella mais uma vez... E mais uma, e mais uma...

- Cullen!

Eu quase desmaiei quando ouvi aquela voz. Virei-me e dei de cara com meu anjo outra vez. Ela sorria e por alguns segundos eu me senti flutuando.

- Oi, Bella!

- Oi!

- Você sumiu, não te encontrei mais...

- Estive muito ocupada. Faltei algumas aulas.

- O que você vai fazer agora? Podíamos tomar um suco, o que acha? – Não sei onde arrumei coragem para fazer aquele convite.

- Pode ser, cancelaram minha próxima aula mesmo.

Sentindo a felicidade me consumir, sentamos na cantina, tomando suco de laranja e rindo, ou melhor, Bella ria ao se lembrar da minha primeira seção de depilação.

- Bella, por favor, esquece isso! – Pedi, escondendo o rosto com as mãos, não tão te brincadeira quanto ela imaginou. – Foi muito humilhante!

- Eu devia ter te filmado, Cullen. Você estava hilário.

- Aquilo que vocês fazem é tortura. Eu devia ter te denunciado. – Brinquei.

- Ah, qual é, Edward, vai me dizer que não é legal ter uma garota de tocando lá?

- Tocando lá? Chama aquilo de toque? Bella, você quase arrancou minha pele. Eu fiquei dois dias de cama!

- Ah, não acredito! Vocês homens são muito moles!

Bella abriu a bolsa e tirou um paninho branco de dentro.

Minha reação foi automática... Meus olhos se arregalaram e eu me joguei para trás, quase caindo da cadeira. Eu estava completamente sequelado.

Ela olhou sua mão, seguindo a direção do meu olhar assustado e entendeu o que estava acontecendo.

- Ei, é só uma toalhinha para eu limpar o suco que caiu na minha roupa!

Bella ficou dando gargalhadas da minha cara, balançando a cabeça.

- Eu tive pesadelos com esses paninhos, Bella. Não brinca com isso... É serio.

Ela riu mais ainda com o meu lamento.

Poucos dias depois daquele encontro na cantina, e de outros, ela aceitou meu convite para sairmos para dançar e eu estava definitivamente obstinado a beijá-la naquela noite. Eu ia me declarar.

Jasper, Emmett, Jacob e Seth estavam esparramados por meu quarto enquanto eu me arrumava para sair com Bella.

- Aí, Edward, mostra como ficou pra gente! – Seth pediu, gargalhando ao ver minha cara de indignação.

- Tá me estranhando, Seth? Olha bem se eu tenho cara de quem fica se mostrando pra homem!

- Quero ver se o serviço da Bella é bem feito. Amanhã eu tenho uma sessão marcada com ela...

- O quê?...

Quando percebi eu já estava em cima dele.

- Seu filho da mãe, se você for lá eu arranco seu amiguinho na faca! – Eu estava possesso de ciúme, só de pensar em Bella encostando, mesmo que com luvas, no pinto dele.

- Eu estou brincando, Edward! Calma, cara!! – Ele estava se divertindo com meu destempero.

Só então eu me recompus.

- Vocês estão proibidos de fazer depilação com a Bella, entenderam?

Acho que entenderam.

A noite foi perfeita. Terminamos nos beijando e foi o melhor e mais ardente beijo de toda minha vida.

Em pouco tempo estávamos no maior amasso. Minhas mãos percorriam o corpo de Bella, extasiando-me com a perfeição de suas curvas e o aroma de sua pele macia.

Toda a dor, todo o constrangimento, as assaduras, as bolas inflamadas... Tudo o que eu havia passado tinha valido à pena. No meio àquele horror eu tinha conhecido a mulher da minha vida e estava ali com ela, ouvindo-a gemer com minhas carícias.

- Bella, vamos para um lugar mais calmo? A gente podia ir pro meu apartamento, o que você acha? – Convidei-a aos sussurros, quando minha boca finalmente conseguiu se desgrudar da dela.

- Edward, infelizmente não vai rolar nada além disso aqui.

- Por que, Bella? Eu te amo de verdade, estou apaixonado por você! Vamos, Bella, vai ser bom!!

- Eu também estou gostando de você, Edward, mas não podemos ir pra cama...

- Por que, Bella?

Ela se afastou um pouco e me olhou com um sorriso sem graça nos lábios.

- Edward, tenho algo para lhe confessar: eu acho super ridículo homem depilado! Não consigo sentir tesão por homens assim. Eu acho isso tão... Tão gay... Eu broxo quando vejo...

- Não sei por que você fez isso. Aqueles pêlos negros eram tão lindos!

Senti meu cérebro estalar. De repente a imagem do meu “guerreiro viking” tinha se transformado em um velho e solitário tronco de uma árvore derrubado, abandonado em um desmatamento qualquer.

Duzentas e quarenta... e uma!! Jasper tinha feito os cálculos errado. A matemática não era tão exata assim...

Algum daqueles filhos de uma égua dos meus amigos poderia me dizer quanto tempo levava para um pentelho crescer?

Duvidava que eles vivessem o suficiente para me darem tal informação depois que eu pusesse minhas mãos neles...


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