Sousuke chegou rapidamente ao apartamento, pegou a sua pistola que guarda no casaco e ficou em posição de ataque.

 

-“Vou tocar a campainha se ninguém atender eu arrombo a porta.”

 

Sousuke tocou a campainha, mas ninguém atendeu, tocou novamente, e de novo ninguém atendeu. Então ele disse em voz alta:

 

- Chidori se você estiver aí abra a porta se não abrir eu vou arrobar, vou contar até três.  um............................... dois......................................três.

 

Quando Sousuke foi com toda a força para arrancar a porta do apartamento ela se abriu,e ele acabou se arrebentando na cadeira e caindo de qualquer jeito.

 

- Sousuke o que você faz aqui?

 

Enquanto Sousuke se levantava dava a sua explicação.

 

- Eu fui a escola e o Hayashimizu-Sempai disse que você faltou hoje e como você nunca perde aula eu pensei que pudesse ter sido seqüestrada. Você está bem? Foi ameaçada? Aconteceu alguma coisa suspeita? Alguém esteve aqui?

 

- Como você pode ver eu não fui seqüestrada, nem ameaçada, ou qualquer coisa nesse sentido, eu só cof cof cof......

 

Quando Kaname tossiu Sousuke percebeu que ela usava o pijama, estava muito pálida, com os lábios levemente rachados, os olhos estavam um pouco fundos e ela respirava com dificuldade.

 

- Chidori você esta se sentindo bem? Pela sua aparecia detectei anormalidades na sua saúde.

 

- É por justamente isso que não fui a escola hoje Sousuke, durante a noite fez muito frio e acordei desse jeito. Kaname falou com um pouco de dificuldade porque a garganta estava doendo junto com todo o seu corpo.

 

- Você esta com febre? Sousuke colou a mão sobre a testa da Kaname para ver a temperatura.

 

- Acho que só um pouco.

 

- Não é só um pouco. Seu nível de febre esta alto. Acho melhor te levar ao médico.

 

 - Não é necessário Sousuke, é só tomar o remédio. Kaname ficou vermelha devido ao toque da mão do Sousuke.

 

- Deve estar piorando porque você esta muito vermelha.

 

- Nã... nã... não deve ser nada de mais. Kaname deu um sorriso pra disfarçar seu nervosismo.

 

- Realmente não é necessário Sousuke, além disso, meu corpo esta dolorido e... espera um pouco, você não tinha que estar na escola?

 

- Eu não vou à escola hoje.

 

- Como assim??? Hoje é prova de história japonesa, é a sua pior matéria, você não pode faltar vai ficar na recuperação.

 

- Não a problema, vou tomar conta de você hoje. Já comeu alguma coisa?. Dizendo isso Sousuke se dirigiu a cozinha.

 

- Como não a problema? Sousuke você pode perder de ano. Kaname estava realmente preocupada, devido às missões ele sempre acabava perdendo pontos na escola. 

 

- Chidori você não esta em condições de ficar sozinha, além do mais eu tenho que estar onde você está, e nesse caso você não se encontra na escola. Pelo que eu estou vendo você não se alimentou hoje. Vou fazer uma refeição adequada.

 

Kaname vê que Sousuke não iria mudar de idéia e como esta muito esgotada pra discutir preferiu deixar as coisas como estavam.

 

- Se é assim que você Sousuke tudo bem, depois eu falo com a professora pra deixar fazer uma segunda chamada com nós dois.

 

Kaname sorri pra Sousuke, ele não sabe o porquê, mas toda vez que a via sorrindo sentia satisfação, mas não era do trabalho cumprido era algo muito melhor, muito mais profundo.  

 

-Chidori é melhor ir se deitar, eu levarei a sua refeição na cama. Quanto mais descansar melhor.

 

- Era o que eu ia fazer, meu corpo esta pedindo cama, mas não precisa me levar nada, eu não sinto fome.

 

-Negativo. Ficar sem comer não vai adiantar em nada. Vá se deitar que em 0030 eu levo a sua refeição.

 

- Eu não gosto da ração dos soldados Sousuke. Kaname fez uma careta se referindo à comida que Sousuke geralmente comia. (N/A: Quem gosta daquela gororoba baseado em carboidratos, fibras e carne moída? O.o’)

 

- Negativo. Não é ração dos soldados. Não se preocupe.

 

- Certo, certo, eu vou deitar, qualquer coisa pode ir me perguntar.

 

- Sem problemas.

 

Kaname entra no quarto e se deita, esta sentindo como se carregasse um elefante nas costas e com a garganta muito dolorida. Mas apesar de tudo estava muito contente porque certo sargento estava cuidando dela. Não era muito comum o Sousuke se preocupar tanto, mas ultimamente ele vinha mudando, não foi uma mudança rápida foi pouco a pouco, mas de fato Sousuke estava mostrando mais seus sentimentos, e não que era apenas um instrumento de guerra e sim uma pessoa normal. 

 

-“ É bom ter você em casa Sousuke”. Com esse pensamento Kaname pegou no sono.

 

Sagara estava na cozinha preparando uma sopa leve pra Kaname, estava muito familiarizado com a casa e por isso não se sentia estranho naquele ambiente, muito pelo contrario gostava mais de estar na casa da Kaname do que em seu próprio apartamento.

-“Quando eu estou aqui posso protegê-la de perto”.

 

Mas será mesmo que era só isso? Não, tinha algo a mais, só não sabia exatamente o que era.

 

- Acho bom ir vê-la.

 

Sousuke deixou a sopa no fogo que estava quase pronta. Ele entrou no quarto que estava escuro, olhou pra um abajur que estava em cima de uma mesinha e ligou pra dar um pouco de luminosidade. Sousuke viu que Kaname estava dormindo e aproveitou para verificar a temperatura. Tocando na testa e no pescoço dela viu sentiu que a febre estava muito alta. 

 

- Não posso simplesmente dar um remédio, tenho que saber se é grave ou não.

 

Sousuke olhou seriamente para a face da Kaname, ela estava demonstrando muita fragilidade, era muito incomum pra ele, sempre via uma Kaname agita, energética e falante. Vê-la dessa maneira trazia um incômodo terrível. Ele ouviu uns barulhos na janela e foi verificar. Começou a chover e muito forte e a temperatura caiu ainda mais.

 

- Preciso levá-la ao um médico, mas com essa chuva e esse frio só vai piorar o seu estado.

 

-Cof Cof Cof.... Sousuke é você que esta aí?

 

Kaname estava muito sonolenta e devido à febre sua mente estava um pouco confusa.

 

-Afirmativo.

 

-Esse barulho é de chuva. É por isso que estou com tanto frio. Por favor  Sousuke pega uns cobertores dentro do guara-roupas.

 

Sousuke pega os cobertores e cobre Kaname que fica muito vermelha com o gesto.

 

- Chidori é melhor um médico te analisar.

 

- Com essa chuva e esse frio eu só vou piorar se sair de casa, deve ser apenas uma gripezinha.

 

- Isso quem ira dizer é um especialista. Está decidido você verá um médico.

 

- Mas Sousuke lá fora está...

 

- Não será necessário você sair de casa. Eu volto em 0030 com a sua refeição. 

 

Sousuke saiu do quarto deixando a porta um pouco encostada.

 

-“O que será que esta cozinhando na mente maníaca do Sousuke”. Assim Kaname voltou a cochilar.

 

Sagara pegou o comunicador e acertou a freqüência, com um plano em mente.

 

- Aqui é URZO 7 falando, estou com problemas, alguém na escuta? Cambio.

 

- Aqui é URZO 2, estou na escuta. Oi Sousuke qual é o problema?

 

- Oi Mao. Angel esta caída.

 

- URZO 3 na freqüência. E aí Sousuke. A Kaname-chan esta doente? Desde quando?

 

Kruz também resolveu participar da conversa.

 

- Ela acordou assim hoje. A temperatura caiu drasticamente em Tókio. Estamos a 10°, provavelmente a mudança do clima a afetou.

 

- Porque você não vai lá aqueça um pouco Sousuke?!

 

-IDIOTA PARA DE DIZER COISAS INUTEIS!!!

 

Sousuke ouvi um barulho de coisas se quebrando e algo caindo no chão com uns gritos de dor misturados.

 

- Não dê atenção ao pervertido Sousuke.

 

- Sem problemas. Além disso eu já a aqueci.

 

- O QUEEEEEEEEEEE??? .Disseram Kriz e Mao ao mesmo tempo.

 

- Conte tudo. Quero saber os detalhes. Falou Mao empolgada.  

 

- Afirmativo comandante eu irei relatar. A exatamente 0005 atrás eu fui verificar o estado da Angel, ela estava dormindo e eu chequei a sua temperatura que estava alta, começou a chover foi nessa hora que ela acordou.

 

- Vai logo pra parte principal Sousuke, seu garanhão.

 

- Cala a boca Kruz deixa ele falar.Continue Sousuke.

 

- Quando Chidori acordou estava fazendo mais frio e então ela me pediu...

 

- Ela te pediuuuuu....... Falou Kruz e Mao ao mesmo tempo e na maior expectativa.

 

- Para pegar cobertores no guarda roupas e eu a cobri, e assim ela ficou aquecida.

 

Sousuke escuta um barulho de duas coisas grandes caindo no chão.

 

- NÃO FOI ISSO QUE EU QUIS DIZER CEREBRO DE BROTOSSAURO.

 

-CALA A BOCA KRUZ VOCÊ ESTA GRITANDO NO MEU OUVIDO.

 

-EU NÃO ESTOU GRITANDO NO SEU OUVIDO,  ESCUTA O QUE EU ESTOU DIZENDO MAO, UM DIA VOCÊ CAIRÁ SOBRE OS MEUS PÉS IMPLORANDO PRA EU DIZER COISAS EM SEU OUVIDO E.......

 

Sousuke escuta de novo um barulho de coisas quebrando e algo grande caindo no chão. Ele suspira ao ouvir a briga de Kruz e Mao pelo comunicador, já estava acostumando com as atitudes dos dois amigos de sua equipe.

 

- Agora fale Sousuke, o que você quer de nós? Falou Mao um pouco séria.

 

- Eu quero um médico, mais não um qualquer, quero um especialista da Miltri.

 

- Um médico? Bem, o Dr.Keven é perfeito, mas ele esta de férias em Hong Kong. E você sabe como ele é.

 

- Não a problemas, eu vou pagar muito bem a consulta. Mande-o pegar a rota D9 lá vai ter um jato, mande ele dizer ao piloto para seguir o plano AN1, ele vai chegar aqui em 0015.   

 

- Ok vou providenciar isso agora, em 0020 ele está aí.

 

- Entendido URZO 2.

 

- URZO 3 falando, até mais Sousuke e manda um beijinho pra Kaname – chan. Cambio desligo.

 

- Também mande lembranças minhas Sousuke.

 

- Entendido URZO 2. Mandarei lembranças.

 

-URZO 2 saindo da freqüência. Cambio desligo.

 

Sousuke guarda o comunicador.

-“Chidori ainda deve estar dormindo, não vou atrapalhar o sono dela”.

Enquanto isso Sousuke avisava o motivo da ausência da Kaname e sua na escola. Ele sabia das responsabilidades que ela tinha e não queria que Kaname fosse prejudicada. Ele reparou que tinha muita coisa na sala que estavam fora do lugar, e como já estava familiarizado com a casa começou a arrumar a bagunça. Também varreu o tudo para a Kaname não ter trabalho. Lavou os pratos e levou o lixo pra fora, ele não se incomodou nem um pouco com isso, pois era tudo que já fazia no seu próprio apartamento e facilitar as coisas pra Chidori era o mínimo que podia fazer. Gostava de ajudá-la e gostava mais do que deveria.

 

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