Charlotte se levantou e ficou observando Katherine andar de um lado para o outro. Sem agüentar o silencio que estava ela resolveu terminar com o mistério.

-O que veio fazer em Mystic Falls?Aposto que uma visitinha amigável não é o motivo. -Perguntou Charlotte cruzando os braços.

-Tem toda a razão. Eu não teria ninguém para visitar, já que Damon e Stefan deixaram claro que se eu voltasse para essa cidade arrancariam meu braço fora. -Disse ela distraidamente enquanto brincava com ma pétala das rosas que tinha em uma bela vasilha sobre a mesa da cozinha.

-Quer parar de estragar mais a decoração?-Falou Charlotte apontando para os estilhaços de vidro da jarra que se quebrara segundos antes. -Se nenhum dos Salvatore quer você aqui por que você esta AQUI?

-Porque eu tenho uma amiguinha aqui que pode me ajudar nos meus planos vingativos. E vou é claro precisar da ajuda dela, já que vou ter que ficar na moita se não quiser chamar a atenção dos dois garotinhos. -Disse Katherine agora parada com uma das mãos na cintura e outra apoiada na parede.

-E posso saber quem é essa amiguinha pra eu saber em que nível ela está pra ajudar uma vaca como você?

-Se eu fosse você não insultava muito ela. -Disse Katherine rindo gostosamente. -Já que ela é você.

Charlotte não conseguia acreditar como aquela mulher poderia ser tão obtusa ao pensar que um dia fariam algumas coisas juntas.
Esperava que Katherine gritasse que era primeiro de Abril, que estavam participando de um programa de pegadinhas vampirescas. Mas a Pierce apenas permaneceu parada co aquele sorriso debochado no rosto.

-Se você bateu a cabeça ultimamente pode me falar Kat, que vou entender perfeitamente o seu estado de amnésia, pois se esqueceu que o dia em que eu vou te ajudar será o dia de são nunca!-Falou Charlie indo em direção a cozinha passando por Katherine e esbarrando propositalmente no ombro da vampira.
É claro que Katherine já imaginava que a resposta seria essa, mas tinha tudo planejado de como convencer a garota a ajudar. Não... Não iria tirar vantagem por ser séculos mais velha que ela, tinha uma carta na manga que era muito mais garantido que a força bruta.

-Se você me ajudar, eu te ajudo a encontrar sua filha. -Ofereceu Katherine. Charlotte parou em meio a caminho da pia cheia de copos. Ela ficou em silencio até se virar para a vampira morena e falar calmamente.

-Não vai conseguir minha ajuda fazendo promessas idiotas que sei que não vão ser cumpridas, ainda mais por uma pessoa como você.

-Não é uma promessa. É um fato, pois descobri que ela ainda está viva e é como uma de nós. Vampira que anda pelo mundo através de aventura e cara gostosos...

-KATHERINE NÃO QUERO MAIS OUVIR ESSE ASSUNTO!-Explodiu Charlotte tremendo de raiva. Para se segurar ela apoiou na bancada e segurou o rosto entre as mãos.

“A criada se dirigiu até a porta e a abriu devagar. Charlotte conseguiu ouvir que ela conversava com a pessoa que se encontrava na entrada da casa. Pela voz que conseguia ouvir muito de longe, era um homem.

-Monique... Quem se encontra parado na porta de nossa residência?-Perguntou Charlotte por um momento se esquecera da presença de Damon e Stefan Salvatore juntos com a moça na sala.

A criada correu até onde a garota estava e fez uma pequena e humilde reverencia antes de responder a pergunta.
-Senhorita Belfast é um jovem que afirma ser filho de um amigo de seu pai, minha senhora. Ele pede desculpas por chegar sem a permissão ou convite de algum dos donos da casa, mas pede para falar com o seu pai.

Charlotte se endireitou e pigarreou baixinho.
-Mande esse jovem entrar, pois não queremos que fique doente no vento gelado e cortante que faz lá fora. -Ordenou a garota. Damon a observava com vivo interesse.

-Parece uma verdadeira senhora da casa. O jeito que dá ordem aos empregados é algo de se admirar em uma menina tão jovem como a senhorita.

-Muito obrigada senhor Salvatore, mas como perdi minha mãe quando apenas era uma pequena rapariga tive que aprender a verdadeira dona da casa enquanto meu pai se encontra ausente em seus aposentos de trabalho. -Falou ela um tanto arrogante, mas era realmente essa impressão que queria passar.

Minutos depois Monique voltou com um moço em sua companhia, caminhando apressadamente.
Não era um garoto, muito menos um adolescente. Já tinha a aparência de um homem formado e sem duvida muito elegante e bonito. Tinha os olhos azuis, uma barba por fazer, que era um tanto ofensiva para aquela época, deixando sua aparência desleixada e um cabelo castanho combinando com sua beleza.

Ele se apressou em cumprimentar Charlotte beijando galanteadoramente o dorso de sua mão. Típico cumprimento daquela época dos homens nas belas mulheres.

-O senhor pode esperar meu pai voltar de onde quer que ele esteja nos arredores da casa. Tenho o palpite que não vai demorar senhor... -Falou Charlotte com uma pausa curiosa para ser informada do nome do belo homem.

-Jared. Jared McGraien. Posso esperar sim, meu pai pediu para dar um recado ao SrºBelfast.-Falou ele com uma voz grave.

-Aposto que realmente deve ser importante, então enquanto espera se junte a nós. Estávamos conversando amigavelmente. Esses são...

-Damon e Stefan Salvatore. Já os conheço. –A interrompeu se sentando ao em uma poltrona desocupada. Charlotte voltou a se sentar em seu lugar.”

-Merda. Porque tenho que ficar lembrando essas coisas?-Sibilou baixinho Charlotte ainda apoiada na bancada de louças da cozinha. Katherine a olhava aguardando ansiosa alguma resposta. Quando percebeu que a vampira loira não iria falar nada resolveu apressar as coisas.

-Eu sei quem é ela, mas provavelmente você acha que vou escolher uma vampira qualquer na rua e te dizer que é sua filha. Pode deixar querida, vou fazer isso da maneira mais certa do mundo. Mas vou querer a minha ajudinha em troca. Sem isso não teremos nada feito e tudo será uma grande perda de tempo para nós duas. -Disse Katherine ainda parada encostada na parede-E pare de ofegar como se fosse ter um ataque do coração. -
Acrescentou impacientemente.

Charlotte não estava passando mal, mas aquelas lembranças entravam em sua mente sem serem convidadas e mexiam com seus pensamentos e fazia tudo voltar a ser confuso. Seu passado em geral foi confuso, mas parecia que essas memórias de muitos anos atrás estavam voltando para esclarecer alguma coisa inacabada. Então de nada iria adiantar entender seu passado sem ter uma ajudinha no futuro.
Virou-se para encarar Katherine.

-Vou te ajudar e quero ser ajudada. Mesmo acreditando que possivelmente minha filha já não exista mais, meu maior desejo é encontrar essa garota. Mas se você estiver mentindo para mim Katherine eu juro que essa será a ultima mentira que vai contar. Eu morro tentando, mas te levo junto comigo pro fundo do inferno. -Falou Charlotte em seu famoso tom de ameaça assustador. Mesmo Katherine sendo muito mais forte que ela, não mediria esforços em destroçá-la em mil pedaços caso aquilo fosse mais uma de suas mentiras.

-Você tem a minha palavra Belfast. -Disse ela sem se deixar repreender.

-E então Pierce... Em que você quer ajuda?-Perguntou Charlotte puxando uma cadeira da mesa e se sentando imaginando que aquela conversa iria longe.