Internato Ausgefallen - Flores escrita por itsritz


Capítulo 31
Capítulo 32




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Katherine tivera pesadelos naquela noite. Ela não se lembrava direito, mas quase tudo o que via eram vultos, garrafas e canos. Fazia muito tempo que ela não sonhava com o seu passado. O galo cantava quando ela foi sacudida por Jynx que, meio sem graça, lhe dizia algo que ela não conseguia entender bem.

- O que...?

- Kitty, acorde, é Natal... - dizia ele.

A garota abriu os olhos e sentou-se na cama. Sua cabeça doía. Ela viu que Jynx tinha um band-aid no dedo e um curativo no pescoço, e lembrou de tudo o que havia acontecido. Ficou meio envergonhada, mas ela tinha que esquecer. Era Natal.

Ficou ainda mais sem graça quando viu Jynx estender um presente em sua direção. Deu-lhe um sorriso e abriu a caixa. Eram luvas brancas, aquelas que ela sempre reclamava que gostaria de ter. Ficou feliz por Jynx ter lembrado de todas as vezes que ela passava na vitrine da loja e praticamente comia as luvas com os olhos.

- Ah, muito obrigada, muito obrigada! - disse ela, feliz.

- Não há de quê, Kitty - respondeu ele, sorrindo.

- Venha, meu presente está lá debaixo da árvore... - falou Katherine, puxando Jynx pelo braço até a árvore.

Loou e Sam já estavam sentados lá, abrindo os presentes com seus nomes. Quando Katherine e Jynx entraram, todos olharam para eles.

- Já são quase onze horas - disse Loou - Que horas vocês aí foram dormir?

- A gente... - começou Jynx.

- O que é isso no seu pescoço, Jynx? - perguntou Sam, levantando-se e indo na direção de seu amigo. Ele tocou o curativo de leve, preocupado.

- É... a minha sorte, sabe? - sorriu o outro, meio tenso, mas Sam já parecia ter entendido.

- Sua sorte, sei... Mas venha cá, deixa eu te dar o seu presente.

Sam pegou um embrulho vermelho no pé da árvore e estendeu na direção de Jynx, que pegou-o e abriu-o. Era uma pelúcia de gato preto. Na hora que Loou a viu, ela lembrou que nunca mais vira Nikki.

- Eu sei que você sente falta da Nikki - disse Sam.

- O que aconteceu com ela, Jynx? - perguntou Loou.

- Na verdade ela está em casa, me... proibiram... de ficar com ela na escola. Entende? Mas muito obrigado, Sam... - disse Jynx, abraçando Sam e beijando-lhe a bochecha.

Passaram o resto da manhã e o início da tarde abrindo seus presentes e conversando. Loou sentia-se bastante feliz, apesar de sua atitude quase sempre fria e indiferente. Jynx e Katherine alegaram que haviam de voltar para casa, para passar o resto do Natal com a família. Sam foi embora também, dizendo que ia visitar a avó.

Loou ficou sentada no sofá, observando a árvore de Natal, sozinha. Imaginava se Adam iria mesmo visitá-la. Pensava no fato de os dois serem bastante sozinhos e por conta própria. Adam vivia naquela floresta, fora abandonado pelos pais quando descobriram seus poderes incríveis... Loou pensava o porque de ele estar sempre sorrindo.

Loou ouviu alguns ruídos vindo de trás, mas seu devaneio era tamanho que ela não deu muita atenção. Apenas quando duas mãos cobriram seus olhos é que ela acordou. Virou-se, rápido, e deu com Adam, rindo.

- Feliz Natal - disse ele.

- Você quase me matou de susto! - gritou Loou, irritada.

- Desculpe - Adam ria - Mas... Eu te trouxe um presente!

- Trouxe? O que?

Adam entregou à Loou uma caixa com um colar de prata, com um relógio bem pequeno. Fazia muito tempo que Loou não ganhava um presente bonito como aquele.

- É como aquele outro seu mas... Menor. Eu achei bastante bonito - sorriu Adam.

- Obrigada... 

Adam sentou-se do lado dela e olhou a árvore de Natal montada. Não deu atenção aos papeis de presente espalhados no chão.

- Você montou essa árvore sozinha? - perguntou ele.

- Não... A Katherine, o Jynx e o Sam estiveram aqui - respondeu Loou, meio culpada.

- Nossa, eles foram embora bem no dia que eu cheguei?

- Sim - disse Loou, sorrindo.

- Ah, tudo bem, é bom que nós podemos ficar sozinhos aqui - disse Adam, abraçando Loou. - Ou não. Seu pai...?

- Não se preocupe. Meu pai abandonou a mim e à minha mãe quando eu tinha 12 anos.

Loou achava interessante o modo no qual ela contava tudo para Adam, apesar de não saber praticamente nada sobre ele. Ela conseguia ser sincera com aquele garoto, e não sabia o por quê. Se ela conseguisse perguntar, talvez acabasse entendendo mais sobre a vida dele. Mas e a coragem? Talvez sua curiosidade fosse maior do que sua vergonha. Ia descobrir mais sobre Adam naquele dia (ou dias?) que ele passaria lá.


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