O Preço de Amar Um Malfoy escrita por BlissG


Capítulo 1
Tenho defesas mais fortes


Notas iniciais do capítulo

"Manter o amor enterrado era como manter a raiva enclausurada, eu aprendi. Te corrói por dentro até que você quer gritar e chutar algo" – Vampire Academy, Shadow Kiss



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Estava entediado.

Sentado naquele sofá fétido, naquela mansão fétida, ele tinha, pela primeira vez, quase se arrependido de ter decidido trair o Lord e passar para o lado do “bem”.

Quase.
- Malfoy.
Remo Lupin atravessou a lareira e ele pôs-se de pé.
- Tenho boas notícias e más notícias, Malfoy.
- Mesmo? – perguntou irônico. Sinceramente, depois de ter fugido de Voldemort com um sucesso admirável apesar de preocupante e estar sendo caçado, literalmente, pelos comensais, ele duvidava que alguma coisa de bom realmente pudesse acontecer. As más notícias, no entanto, eram esperadas.
- Achei um lugar pra você ficar.
- Hum. – disse apenas. Esperava que fosse pelo menos um lugar agradável, mas ele achava que o fato de achar um lugar para ele ficar entrava no quesito “boas notícias” então só restavam as más.
- Você sabe que Hermione é uma garota ótima, capacitada, responsável e nascida-trouxa, não?
O loiro tinha ficado confuso com a mudança brusca de assunto. O que a sangue ruim da Granger tinha a ver com o assunto?
- Pois então. – continuou Remo – Ela completou 17 anos há uns meses, antes mesmo de Rony e Harry e consequentemente, entrou oficialmente para a Ordem da Fênix antes.
- E o que eu tenho com isso?
- Você tem tudo com isso. Hermione não teve uma missão durante meses e ela perturbou muito a todos nós por isso. – Remo se preparou para soltar a bomba - Ela não tinha uma missão até você chegar.
Draco deu um passo para trás e seus olhos demonstraram sua incredulidade.
- Está me dizendo que eu vou ser a missão da san... Granger? – ele quase a tinha chamado de sangue-ruim, mas deveria se lembrar de que não deveria usar esses termos perto de nenhum membro da Ordem. Deveria guardá-lo para si mesmo de agora em diante.
- Sim.
Draco deu um risada sarcástica.
- Não pense que Weasley e Potter deixarão o elo idiota deles ficar no mesmo metro quadrado, sozinha, com o perigosíssimo Draco Malfoy.
- Felizmente, Rony e Harry não tem nada a ver com isso e nem ficarão sabendo.
- E vocês? Não se importam em deixar Granger sozinha comigo? – ele perguntou sorrindo e imaginando quantas coisas que poderia fazer com a garota.
- Nós somos muito mais racionais, Malfoy. Nós sabemos que Hermione é um bruxa muito boa e poderosa e sabemos também que agora que você fugiu dos comensais, não vai querer se dar mal no único lugar que te oferece um pingo de proteção. – ele fez uma pausa – Estou enganado?
Não, não estava. Mas Draco não respondeu. Ele ainda tinha algum orgulho Malfoy guardado dentro de si... Não gostava de pensar que estava recebendo um favor da Ordem, se escondendo do Lord atrás dos bonzinhos. Ele gostava de pensar que estava se dando de presente para os nascidos trouxas, mestiços e traidores de sangue, afinal, quantas informações ele não poderia dar para ajudá-los? Era uma troca de favores.
- Quer dizer que a Granger vai ser minha babá? – perguntou com desprezo – Felizmente, ela não vai aceitar. Granger vai gostar dessa história tanto quanto eu.
- Hermione concordou com termos ao entrar na Ordem. Ela não pode se negar a uma missão que é imposta a ela.
Draco bufou. Sabia que não ia ser tudo flores mas ele teria mesmo que passar o resto do seu verão com a Granger no seu pé?


***


- Que droga, Hermione! – murmurou Gina no escuro do quarto – Não quero ir pra casa amanhã!
- Não queria que você fosse...
- Rony é um idiota! – ela bufou – Chamou Harry pra passar o verão lá em casa só pra me torturar!
- Ele não fez por mal... – defendeu.
- Ah, tá bom! – disse sarcástica.
- Ok, um pouquinho... – Hermione riu – Mas pensa no quanto deve ser difícil pra ele ver sua irmã apaixonada pelo seu melhor amigo.
- Tudo bem, vou pensar. – ela tentou ver o rosto da amiga – Estou pensando no quanto é difícil pra mim ver ele apaixonado por você! – ficou em silêncio – Não, nenhum pouco! Só quero que os dois parem de enrolar e fiquem juntos de uma vez.
Gina sabia que a amiga estava vermelha mesmo sem conseguir vê-la.
- Gina... Seu irmão e eu... Não temos mais nada a ver.
- Vai dizer que você não gosta mais dele? – perguntou incrédula.
Hermione suspirou.
- Por que você nunca acredita quando eu digo que não?
- Porque é impossível! A única maneira de você deixar de gostar do meu irmão é você gostar de outro cara. E quem mais você poderia gostar se você só convive com Harry e Rony?
Hermione mordeu o lábio sentindo a culpa a invadir de novo.
Gina encarou o silêncio dela de uma forma diferente.
- Não tente me enganar, Hermione! É apaixonada por ele, não tem nada de errado nisso! Só não entendi porque você não aceitou o convite dele pra passar as férias lá em casa...
- Ah, é que... – Hermione tinha preparado uma boa desculpa mas não precisou dá-la, Gina a interrompeu.
- Não que eu esteja reclamando, pra onde eu iria fugir se você estivesse lá também? Pra casa da tia Muriel? – Hermione riu – E além do mais, sempre nos divertimos muito quando eu venho pra sua casa, Mi.
- Verdade. – concordou Hermione se lembrando do dia que tinha passado juntas – Mas sua mãe te obrigou a voltar pra casa amanhã.
- É. E eu tomei uma decisão.
- Que decisão?
- Vou falar com Harry... sobre o que eu sinto.
Hermione arregalou os olhos e seu coração acelerou.
- Sério? – disse com a voz fraca.
- Com certeza.
- Você acha que ele... é apaixonado por você também?
- Estava querendo te perguntar isso. Você conversa com ele muito mais do que eu! O que VOCÊ acha?
A culpa a invadiu de novo.
- Eu não sei, Gina. – disse tentando manter a voz normal – Isso só ele pode te dizer.
- Então eu acho que vai ser mesmo amanhã.
- Vou pra Toca com você amanhã.
- Passar o resto das férias?
- Não... Lupin pediu pra mim ir no largo Grimauld, então eu vou passar na Toca primeiro, dizer um “alô” para Harry e Rony e ir pra lá via flu.
- Sobre o que ele quer falar com você?
- Não sei, mas parecia sério.
As duas ficaram em silêncio por uns minutos, então Hermione perguntou:
- O que você vai fazer... se Harry não for apaixonado por você também?
- Não sei... – disse com a voz fraca - Nem pensei nisso... Provavelmente vou tentar não morrer!
Hermione achou a frase da amiga um pouco dramática demais mas não fez nenhum comentário, ela devia estar muito nervosa.
- Gina...
- O que?
- Você sabe que é minha melhor amiga.
- Eu sei. – Gina sorriu – Você é minha também.
- É... E eu nunca faria nada pra te machucar... Não de propósito.
- Eu sei, Hermione. Te amo por isso.
- Também te amo, Gi.


***


“Não acredito que eles vão fazer isso comigo.”
Foi o que Hermione pensou assim que Lupin lhe disse que ela teria que ficar de olho o verão todo em Malfoy. Ele provavelmente já esperava a reação da garota e foi logo se adiantando e falando que quando ela entrou na Ordem, lhe foi dito que as missões não eram nada fáceis. Só que Hermione, por sua vez, interpretou as coisas de um modo diferente... “Nada fáceis” pra ela significava que ela poderia morrer em missão ou se machucar feio mas... cuidar de Malfoy? Como ela sabia que não adiantava reclamar, ela apenas ficou olhando pra ele e acenando com a cabeça enquanto ele falava, intimamente tentando digerir tudo aquilo. Draco Malfoy numa casa trouxa. Na casa de uma sangue ruim. Na casa dela.
Oh, Deus... Será que a guerra estava deixando tudo de cabeça pra baixo?
Então depois disso, Malfoy a seguiu pela lareira e os dois, sem nem olhar um pra cara do outro, foram para a casa dela. Seus pais não estavam em casa, tinham ido para uma conferência na França e Hermione lamentou por isso. Se houvesse uma tentativa de assassinato, não haveriam testemunhas.
Ela o levou até o quarto de hóspedes e disse da porta:
- Se precisar de alguma coisa, é só chamar. Eu janto ás 19h, se estiver com fome, é só achar a cozinha. Se não estiver com fome, - ela deu de ombros – tanto faz.


***


Na hora do jantar, infelizmente pra Hermione, Malfoy realmente deu as caras.
Na verdade, ele queria ir tanto quanto ela queria que ele fosse, mas a fome tinha falado mais alto.
Para a primeira noite, Hermione preparou uma comida normal. Normal para os bruxos, quer dizer. Mas ela não pretendia fazer essa gentileza para Malfoy nos outros dias.
Os dois se sentaram na mesa e se serviram enquanto um silêncio encômodo reinava. Draco não gostava de se sentir mal nem acuado, então decidiu implicar com a Granger. Talvez o fizesse se sentir melhor.
- Então você entrou na famosa Ordem da Fênix antes do Santo Potter? Imagino como ele deve ter se sentido bem com isso.
- Harry é maduro o suficiente pra saber que só pode entrar na Ordem quando tiver 17.
Hermione sabia que ele ia começar a irritá-la logo mas ela tinha defesas.
- Ah, claro... Tinha esquecido como ele é perfeito. – debochou.
- Ele não é perfeito... Mas pode ter certeza que ele é melhor que você.
- Por quê? Porque ele escolheu o lado do bem? Se não percebeu, eu estou do lado de vocês agora. Estou com os “bonzinhos”.
Hermione respirou fundo e olhou bem pra cara dele.
- Não sei o que você disse pro Lupin ou pro resto da Ordem que os convenceu de que você se arrependeu de tudo que fez. Mas eu não estou convencida.
- Não preciso te convencer de nada.
- Com certeza que não. Mas vamos ser claros, essa história de bom moço pra cima de mim não cola, ok? Eu só te aceitei aqui porque eu não podia fazer nada pra evitar isso... Sinceramente, eu anseio pelo dia que eles vão se arrepender de ter te deixado entrar, eu só espero que seu planinho estúpido não cause muitos danos. Uma vez comensal, comensal pelo resto da vida.
Draco não acreditava nas palavras dela. Ela não deveria ser a cabeça do trio maravilha? Não deveria ser a razão naquilo tudo? Ele realmente achou que a convivência com ela não seria fácil mas não passou pela sua cabeça que ela não acreditaria nele. Ela achava o quê, que ele tinha traído o Lorde e praticamente assinado um mandado de busca pela cabeça de Draco Malfoy a troco de nada?
- Eu não cheguei a ser comensal, Granger. – disse com a voz mais arrogante do mundo.
- Que seja.
- Não acredita mesmo que as pessoas possam mudar?
- Acredito. Mas você?
Ele arqueou uma sobrancelha.
- O que você quer dizer com esse papinho furado, Granger?
- Simples. Que você não precisa fingir o bom moço aqui. Eu posso não conhecer as suas intenções, mas eu sei que não são boas.
Ele teve vontade de rir. Granger achava mesmo que o conhecia tão bem assim?
- Já que eu não preciso fingir, ótimo. Vou fazer o que eu quiser. – ele se levantou e Hermione reconheceu o brilho nos olhos dele... era desafio. – Mas você sabe o que isso significa.
- O que isso significa? – perguntou confusa.
- Guerra.
E ele saiu.
Hermione ainda ficou se perguntando o que ele queria dizer com aquilo por um tempo, mas decidiu que não valia a pena ficar tentando decifrar Malfoy. Botou a louça pra lavar e foi dormir.


***


Draco se levantou bem cedo no dia seguinte.
Queria andar pela casa antes da Granger acordar para achar coisas que pudesse fazer para perturbá-la. Ele não estava brincando quando disse que era guerra, obviamente Granger tinha ficado totalmente confusa com aquilo mas logo ela entenderia as regras do jogo... Ela não devia ter fama de inteligente á toa.
A casa era realmente muito bonita, isso ele não podia negar. Os pais da Granger deviam ser um daqueles trouxas com dinheiro, eles pareciam ter tudo do bom e do melhor.
Quando ele chegou nos fundos da casa, viu uma enorme banheira cheia de água onde ele sabia que os trouxas nadavam. Ele se aproximou mais e viu um homem desconhecido catando folhas das árvores que haviam caído na água. Como estavam no meio da guerra, Draco se certificou que estava com a varinha - porque sabe-se lá o que os comensais fariam agora para botar as mãos nele – e se aproximou.
- Quem é você?
- Eu sou Steve, o “cara da piscina” como me chamam por aqui. – o homem parecia simpático mas Draco não estava afim de gentilezas – Você deve ser o hóspede da srta. Granger.
- É, sou eu. – respondeu contra-gosto. – Vou entrar. – com certeza não ganharia nada conversando com um empregado.
- Certo. E eu vou terminar meu trabalho. – ele voltou sua atenção para a piscina – Srta. Hermione gosta de mergulhar de manhã e ela não vai querer me esperar terminar meu trabalho.
Draco parou de andar e sorriu.
Granger gostava de mergulhar de manhã, é?
***
Hermione acordou muito bem disposta, apesar de consciente da presença de Malfoy em algum canto da casa, jogou uma água no corpo, escovou os dentes e foi para a piscina dar seu mergulho de costume.
Andou até os fundos da casa só de biquíni mas percebeu que havia um movimento na piscina.
- Steve! – ela se aproximou chamando o rapaz – Ainda não acabou?
E então ela olhou para a piscina e viu, de longe, que havia uma forma embaçada de alguém nadando. Será que Steve tinha se aproveitado do fato de seus pais estarem viajando para tirar uma casquinha da piscina?
- Steve! – chamou – Se quisesse nadar, era só pedir.
E então a forma emergiu na água e...
Não era Steve.
- MALFOY! – ela se aproximou um pouco mais da beirada – O que você está fazendo na minha piscina?
- Sinceramente, Granger, você é a pior anfitriã de todas.
- E, sinceramente, eu vou ter que ficar te lembrando que você...?
Foi então que os olhos dela caíram sobre a parte do corpo dele que estava dentro d’água e seu coração acelerou ao mesmo tempo que seu rosto ficava vermelho. De raiva, de vergonha, de todas as emoções possíveis.
Draco segurou o riso enquanto olhava para a cara de Hermione, parecia que ela ia explodir a qualquer momento o que era muito ruim porque ele nem tinha começado a jogar ainda.
Ela botou as mãos na cintura e respirou fundo.
- Por Merlin, me diz que você está com uma sunga da cor da sua pele.
Ele sacudiu a cabeça.
- Hum-hum.
- MALFOY, SEU...
E então ela parou no meio da frase e respirou fundo outra vez. Não ia perder a calma, era exatamente isso que ele queria.
- Seu...? – ele perguntou divertido.
Hermione o olhou, tentando focar apenas no rosto dele. Tudo bem que não dava pra ver nada porque a água embaçava tudo mas mesmo assim era constrangedor... sem falar que seus olhos teimavam em cair sobre a parte que estava dentro d’água... e a que estava fora também porque, fala sério, que garota poderia resistir a um peitoral muito bem definido por causa de cinco anos de quadribol?
Ela continuou falando calmamente quando por dentro estava gritando e berrando e xingando Malfoy de todos os nomes possíveis.
- Eu sabia que você era – e contou nos dedos – um idiota, uma criatura perversa e malvada... Mas não sabia que era pervertido também.
- Se você quiser eu saio... – ele andou até a beirada da piscina.
- NÃO – ele a olhou fazendo uma cara inocente que deixou Hermione com mais raiva ainda – ouse...
- Ah, qual é, Granger...
Ele continuou andando e Hermione se virou de costas rápido.
- Você me paga, Malfoy... – ela disse de costas – Isso vai ter volta.
Ele saiu e se enrolou numa toalha.
- Vai dizer que não apreciou a visão?
- Graças a Merlin, eu não vi nada demais aí.
Ele se aproximou dela e disse em seu ouvido. Hermione prendeu a respiração.
- Ah, então não fique triste... Sua imaginação toma conta do resto.
Ele se afastou e Hermione soltou o ar dos pulmões, sua mente maquinando formas de se vingar de Malfoy.



***


Draco estava entediado.
Fala sério, fazia dois dias que ele tinha pregado a peça da piscina em Hermione e ela ainda não tinha feito nada pra se vingar! Sinceramente, será que as regras não tinham ficado claras? Um atormentando o outro até que alguém explodisse de raiva e entregasse o jogo para o outro. Será que era assim tão difícil?
Bom, era melhor pensar na possibilidade de ela não ter entendido o jogo do que pensar na possibilidade de ela estar tramando alguma coisa. O que ela poderia estar aprontando que levava dois dias? Só podia ser algo bem, bem ruim. E conhecendo Granger, sabia que ela não ia pegar leve com ele.
Mas foi no final do segundo dia, que ele percebeu que a possibilidade B era a certa. Draco se deitou na cama e três segundos depois uma coceira insuportável tomou conta do corpo dele. Tudo coçava.
Ele se levantou da cama rápido desconfiando que tinha alguma coisa ali e se enfiou dentro do banheiro que o quarto de hóspedes tinha e entrando embaixo do chuveiro com roupa e tudo.
- Droga, Granger...
E mesmo com a água caindo, a coceira não passava!
Ele experimentou vários feitiços mas depois de muitas tentativas falhas, ficou óbvio que Granger tinha usado alguma coisa trouxa pra causar essa coceira toda.


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Notas finais do capítulo

N/A: Oi, gente! Primeiro capítulo ON! Espero que gostem, digam o que estão achando! Ah, só para deixar umas coisas claras! Desconsiderem o Enigma do Príncipe e as Relíquias da Morte, ok? Nessa fic Dumbledore continua vivo, assim como o mundaréu de gente que morreu nas Relíquias da Morte!

BjuX