Youre My Soul escrita por BiiaahOShea, CaahOShea


Capítulo 4
Ciumes


Notas iniciais do capítulo

Oiiii meus amores e amoras!!
Tudo bem?
Bom, aqui está mais um cap. de You're My Soul betado pela Caah! o/
Esperamos que gostem!!
Vcs vão finalmente descobrir quem sussurrou no ouvido da Peg, e se preparem pq é agora que a fic começa a ficar booa!! Kkk'
Nos vemos la embaixo, certo? Boa leitura!



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-Olá – Uma voz sussurrou no meu ouvido.

Pulei para trás com o susto e percebi que era Lucas. Ele era do grupo de Nate, e vivia com eles a pouco, quando Cal salvou-o dos buscadores. Vinha muitas vezes aqui, porém ultimamente não pôde, não sei o motivo.

-Ah! Olá, Lucas. Faz tempo que não vem aqui.

Ele riu baixo.

-Sim, algum tempo. Então, Peg, como tem passado?

-Muito bem. E você?

-Igualmente, embora o tempo esteja curto. 

Concordei. 

-Hum... Desculpe-me Lucas, mas preciso ir. Tenho algumas tarefas para fazer... Nos vemos na hora do almoço?

-Oh, claro, compreendo. Combinado, então. Na hora do almoço. – Ele concordou e saiu andando.

Lucas era uma alma, e assim como eu havia se aculturado. Antes de ser perseguido ajudou um grupo de humanos na Flórida, mas eles foram pegos pelos buscadores, e quando souberam dele... Cal achou-o há mais ou menos dois meses, e a partir de então, Lucas vivia com eles. Cal havia me dito uma vez que ele não era uma alma muito... Típica. Era diferente dos demais, e não se importava com regra alguma. Não me preocupei com isso, até porque, quem disse que nós somos normais? Preferimos a nossa família humana do que os que nos são semelhantes. Ignorei essa ‘’alerta’’ de Cal. Gosto muito de Lucas, e não é porque ele é diferente que vou deixar de ser sua amiga. 

Peguei a louça suja em cima da pia e lavei-a. Precisava começar a fazer o almoço... O mais estranho é que hoje quase ninguém estava na cozinha. Sunny havia deixado a massa do pão coberta em cima da bancada e saído. 

Dei de ombros e comecei a fazer eu mesma o almoço. Com a madeira que Nate nos deu fizemos um armário para guardar alguns mantimentos na cozinha. Ele era um bom homem. Sempre nos ajudava. A vida na caverna mudou muito desde que o padrão de incursões mudou e quando achamos Nate. Na verdade, ele nos achou, mas isso não conta. Logo, o grupo de Nate viveria conosco, e isso mudaria tudo. Não digo que seria ruim, apenas... Diferente. 

Comecei a cortar o pouco de salsa que ainda restara. Os suprimentos minguaram alarmantemente rápido. Uma incursão deveria ser feita logo...

-Peg? O que está fazendo aí sozinha? – Melanie perguntou ao entrar.

-Fazendo o almoço. Onde estão todos? 

Ela deu de ombros.

-Quer ajuda? – Ela perguntou e veio me ajudar, sem me dar tempo de dizer que não precisava.

Cortei um pouco de cebola e coloquei em uma panela, deixando-a fritar. 

Depois de acabarmos fui à procura de todos avisar para almoçar. Logo a cozinha encheu de gente.

Quando encontrei Ian – o que levou um bom tempo – no depósito, fazendo sei la o que, chamei-o e fomos andando de mãos dadas.

-O que você estava fazendo? – Perguntei.

-Dando uma geral no depósito. Está muito bagunçado. 

-Ah. 

Quando chegamos à cozinha – depois de ficar conversando e enrolando para almoçar - cada um pegou seu prato e colocamos um pouco da comida. 

-Jeb, precisamos fazer uma incursão logo. – Avisei.

-Sem dúvida – Ele concordou e encheu a colher com a rala sopa e depois a despejou de novo no prato, com uma cara de insatisfação. Apoio o cotovelo na mesa e deitou a cabeça na mão, enquanto mexia a sopa. Revirei os olhos. Só Jeb para pensar na sopa rala justamente no fim do mundo.

Virei-me novamente para o fogão e coloquei mais uma colher de sopa. Depois, sentei-me ao lado de Ian. 

Comia tranqüilamente quando alguém sentou ao meu lado. Lucas.

-Oi. – Ele saudou.

-Oi. – Respondi com um sorriso.

-Como o combinado, estou aqui. 

-Pois é. Não vai comer? – Perguntei ao vê-lo sem um prato.

-Não. Estou sem fome. 

-Ah.

Ficamos em um silencio constrangedor por algum tempo, e enfiei mais uma colherada de sopa na boca, desviando ligeiramente os olhos. 

-Você vai ficar aqui? – Perguntei. Lucas franziu a testa. – Digo; na caverna. Só por perguntar, é claro. Seria ótimo se ficasse. – Disse sinceramente.

-Talvez. Provavelmente. Seria muito... Interessante passar um tempo aqui. – Ele admitiu. 

-Entendo. Como vão as coisas com Nate?

-Bem. Ele disse que Jeb estava querendo que as obras comecem o quanto antes. Uma incursão está por vir? É isso?

Afirmei com a cabeça enquanto terminava de engolir mais um pouco da comida.

-Bom. Se quiserem, posso ajudar. – Ele ofereceu. 

Sorri.

Ele retribuiu o sorriso. Lucas tinha um jeito único de falar. Um tanto malicioso, mas ao mesmo tempo cordial.  

Nem percebi o tempo passar. Quando dei por mim, a maioria das pessoas haviam saído.

Ian envolveu minha cintura em seus braços e apoiou sua cabeça na parte de cima do meu ombro.

-Lucas. – Ian cumprimentou.

-Ian.

Novamente silencio. Abaixei os olhos e fiquei encarando o chão, sem saber o que fazer.

-Bem, eu vou indo. – Lucas disse. – Nos vemos mais tarde? 

-Claro. Até mais.

-Até. – Ele se levantou.

Pegou meu queixo brevemente entre o polegar e o indicador e foi embora, dando um sorriso torto.

Não deixei de notar que ele só se despedira de mim.

-Vamos? – Perguntei a Ian enquanto virava minha cabeça para olhá-lo.

Sua postura séria me assustou. Ele continuava a olhar para onde Lucas havia partido, com os dentes cerrados.

-Ian? – Chamei novamente, acordando-o de seu transe. 

-Sim? 

-Vamos? 

Ele fez que sim com a cabeça uma vez e levantamo-nos. 

Passamos o dia inteiro juntos, mas sem dirigir uma palavra ao outro. Isso começava a me angustiar. 

À noite ninguém do grupo de Nate estava presente. Puxei conversa com Ian, mas as respostas dele eram monologas. 

Já estava anoitecendo, e o tempo voara, praticamente. 

As pessoas começaram a ir para seus quartos, e fizemos o mesmo.

Entrei e fechei a porta.

-Ian, o que está acontecendo?

Ele franziu o cenho, não entendendo. Conhecia-o bem demais para saber que estava apenas fingindo.

-Não entendi. – Ele disse e tirou a blusa, substituindo-a por outra. Hoje estava mais frio.

Bufei.

-Não me venha com essa agora. Por que não está falando comigo desde o almoço? – Silencio. Foi aí que me lembrei – Não é por causa de Lucas, é? 

-Claro que não. – Sua voz falhou.

Dei uma risadinha no momento mais inoportuno.

Fiquei cara a cara com ele.

-Hum... Isso está me parecendo ciúmes... – Disse como quem não quer nada.

-Não estou com ciúmes. 

-Ah é? – Perguntei zombeteira.

-Uhum. – Ele negou.

-Então não se importaria se eu passasse a tarde amanha com ele, não é?

A expressão dele mudou. Em um movimento rápido – rápido até demais – Ian beijava a linha do meu maxilar. 

-Você joga sujo, sabia? 

-Eu? – Disse me fazendo de inocente – É só admitir. 

-Tudo bem. – Ian cedeu, me soltando – Eu estava com ciúmes. Não gosto daquele cara.

-Não vejo nada de mais nele. 

Ele suspirou.

-Você é boa de mais para perceber intenções maldosas nas pessoas – Ian brincava com uma mexa do meu cabelo – Tem alguma coisa no Dylan que eu não gosto. Já percebeu o jeito que ele te olha?

Seus olhos safira estavam intensos; preocupados; temerosos.

-Esqueça isso, meu amor. Não acho que ele seria o ‘’tipo de cara’’ que me faria algum mal.

-Não é isso, Peg! – Ele disse e sentou na cama, curvando-se um pouco.

Não entendia... Se não era isso... 

Só podia ser uma coisa, então.

-Ian... Não importa que ele seja uma alma como eu. Cal também é, e nós mantemos amizade. Não será diferente com o Lucas.

-Não acho que ele se contentará apenas com sua amizade – Ele disse com raiva.

Peguei seu rosto em minhas mãos e o fiz olhar nos meus olhos.

-Preste bem atenção, Ian O’Shea. Você é o único que eu amo, está ouvindo? O único que me faz feliz. E não me importa o que você é, muito menos Lucas. É com você que eu quero ficar. Só com você. Não vai ser ele nem ninguém que vai mudar o que eu sinto pelo simples fato de ser como eu. Agora deixe de bobagem. Eu te amo. 

Os olhos dele tornaram-se mais intensos. Sua expressão triste transformava-se em emocionada.

Ian passou a mão no meu cabelo, tirando uma mexa que grudara no meu rosto.

-Eu te amo, te amo muito Peg. Mas entenda... Eu tenho medo. Não quero te perder. Você é tudo pra mim. – Ele suspirou.

As lágrimas chegavam aos meus olhos por causa desse momento tão profundo. 

-Não tenha medo. Eu sempre vou te amar. Sempre. – Disse e me aproximei, roçando levemente meus lábios nos seus.

O silencio predominava. A única coisa que podia ouvir-se naquele quarto era nossos corações disparados e o som de nossos lábios se movendo delicadamente, juntos.

Encostei minha testa na sua e ficamos de olhos fechados, a respiração irregular. 

-Eu te amo – Ian disse intensamente.

-Eu também te amo. Não quero que se sinta assim. Não quero te deixar temeroso em relação a Lucas. Só peço que entenda que ele é meu amigo, e que gosto dele. Por favor?

Ele suspirou.

-Vou me controlar, prometo. Não posso te proibir de ficar com ele. Se quiser, que o faça, então. Mas não prometerei nada de gostar dele. Esse cara me irrita, e não vou, não quero ter uma amizade com esse sujeito. 

-Não vou forçar a barra entre vocês. E obrigada por me entender. Sabe o quanto isso é importante para mim, não sabe? 

Ele riu baixinho e deu um beijo em minha testa.

Ele levantou, ficando de costas. Passou rapidamente a camiseta pelos olhos, e só agora eu percebera que seu rosto estava um pouco molhado de lagrimas. Ele foi buscar alguma coisa na cômoda e depois se deitou ao meu lado, abraçando-me por trás.

Apagou a lanterna e tudo ficou escuro.

Sentia-me péssima. A única vez que eu o vira assim foi no pior dia da minha vida. E o dia em que eu descobrira que o amava com toda minha alma. Meu coração ficou apertado. Se eu soubesse o quanto a minha amizade com Lucas machucava Ian, nunca teria... Jamais me arriscaria a deixá-lo assim... Agora Ian sabe que ele é o único que eu amo, e que sempre vai ser assim. Sempre.

                                                           °°°°

Amanheceu e levantei-me ainda sonolenta. Ian terminava de se trocar quando levantei, meus cotovelos apoiando-me.

-Bom dia. – Ele disse sorrindo após me ver acordada.

-Bom dia. – Disse com a voz embargada pelo cansaço. Não dormira bem essa noite.

-Dormiu bem? – Às vezes parecia que Ian tinha o dom de ler meus pensamentos...

-Não muito. – Admiti – Tive um pesadelo...

Ele se aproximou mais.

-Mesmo? Sobre o que era?

-Não me lembro... Era muito confuso.

-Ah. 

Depois de me arrumar, saímos para o café da manhã. Hoje eu era a encarregada de regar o campo junto com Carol, Heidi, Melanie e Geoffrey. Ian limparia os espelhos junto com os outros, então trabalharíamos no mesmo lugar.

Quando fomos para o campo, Jeb e todos mais trabalhavam arduamente. 

Peguei três baldes e fui enchê-los no riacho. 

Voltei com eles cheios até a borda e distribuí a água em uma parte do campo onde não havia ninguém.

Kyle ajeitava a escada para limpar os espelhos esquerdos, enquanto Ian limpava os de trás, Jared os direitos e Aaron os da frente. 

Terminei meu trabalho rapidamente e Jeb dispensou-nos. O dia passou rápido. 

Peguei uma roupa e fui para a sala de banhos.

Caminhava tão distraída por entre as ‘’piscinas’’ que dei de frente com alguém. Era muito escuro para saber de quem se tratava. Mãos me seguraram antes que eu caísse.

-Ai, me desculpe. Não percebi...

-Shhh. Relaxa. Não tem problema. – Lucas interrompeu-me.

As mãos dele ainda estavam em ambos meus ombros.

-Estava muito distraída. – Expliquei.

-Preocupada? 

-Não, apenas... Absorta. 

-Ah. Bom, não quero te atrapalhar. Nos vemos por aí.

-Tchau.

Despedimo-nos e entrei na água quente. Passei rapidamente o sabão de cacto pelo corpo e depois de não haver mais vestígios de suor, saí da água. 

Enxuguei-me e vesti a roupa limpa. Meu cabelo pingava, encharcado. Enrolei a toalha nele e saí da sala. 

Fui para o quarto descansar um pouco, e achei estranho Ian não estar ali. 

-Peg? – Ouvi Jamie chamar do outro lado.

-Pode entrar.

-Só queria avisar que Jeb está convocando alguns na sala de jogos para uma reunião. Você vem?

-Já estou indo. – Disse apressada, penteando o cabelo. – Pronto. – Abri a porta e Jamie me recebeu com um sorriso. Retribuí e fomos para a sala de jogos. 

Ian vinha correndo, e parou quando me viu.

-Já ia te chamar. Vamos. – Ele pegou minha mão e andamos apressadamente pelos corredores.

-Ah, aí estão vocês. – Jeb disse quando chegamos.

Alem de nós dois, Melanie, Jared, Andy, Brandt, Elizabeth, Lucas, Cal e Fernanda estavam presentes.

-Certo. Está planejando uma incursão, Jeb? – Ian perguntou.

-Está faltando muita coisa, e o que resta não tardará a acabar. – Explicou.

Assentimos.

-Achei mais fácil formar dois grupos. Para ir mais rápido. Logo, temos que começar a obra. Pensei assim: Melanie, Jared, Ian, Peg, Lucas e Fernanda. E o outro grupo seria formado por: Andy, Brandt, Elizabeth e Cal, que é menor, pois Cal será a única alma.

Todos de acordo ou alguém tem alguma objeção? 

Negamos.

-Perfeito. Que tal amanhã? 

-Acho que quanto mais rápido, melhor. – Afirmei. 

-Então está marcado. Amanhã de manhã. 

Nos despedimos de Jeb e cada um foi arrumar suas coisas. 

Peguei a mochila que guardávamos no fundo de uma gaveta e coloquei em cima da cama. Ian pegou uma troca de roupa para ele e uma para mim. Arrumei na mochila tentando ocupar o menor espaço possível. Colocamos mais algumas coisas e fechei-a.

-Espere. – Ian disse. – Tome, coloque isso também. 

Ele me jogou uma arma, e desviei automaticamente.

Ian fez uma careta zombeteira, com um pouco de sarcasmo. Pegou a arma que havia caído no chão e guardou ele mesmo na mochila.

-Qual é o problema em pegar isso? – Ele perguntou, com a expressão ainda pasma. 

-Sabe que não gosto de armas. – Sussurrei.

Ele riu um pouco e me deu um beijo.

-Sabia que você fica ainda mais linda assim?

-Assim como? – Perguntei baixo, meu rosto esquentando. 

-Toda vermelhinha. – Corei ainda mais.

Novamente ouvi sua risada baixa.

-Está tudo pronto? – Perguntei, mudando de assunto.

-Acho que sim. Só precisamos levar um pouco de água. Pegamos alguma coisa pra comer no caminho...

Concordei, acenando com a cabeça. 

Já anoitecia, e estava morta de cansaço. Amanha sairíamos muito cedo, e precisávamos estar descansados.

-Hum... Acho que vou dormir. – Disse. 

-Eu também. Só preciso avisar Kyle. 

-Ok.

Ian saiu do quarto e me deitei. 

O cansaço me consumiu em pouco tempo, e meu cérebro só teve tempo de registrar braços conhecidos me envolvendo antes que a escuridão me engolisse completamente. 


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Notas finais do capítulo

Tadinhoo do Ian, neh gente! Que dó...
E esse Lucas... Hum... suspeito. Kk'
No proximo cap. a incursão, não percam hein!
Quanto mais reviews, mais rápido eu posto! *sorrisomaligno*
MUAHAHAHAHAHAHA! #pareii#
Não esqueçam de comentar! Façam duas autoras hipermega felizes!
Até o proximo capítuloo! Esperamos vcs nos reviews!
Beijooooooos!