100 Dias escrita por Rebecca Santiago


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Escrevi a one em poucas horas... duas, talvez três no máximo... e fiz, como sempre, porque precisava me livrar de algo que tomou conta da minha cabeça, uma coisa impossível de deixar de lado.

Espero que vocês se divirtam e aprovem a leitura. Desde já, aviso que não existem lemons, cenas hots, oba-oba e etc. Tem seu caráter sexual, e por isso a classificação +16, mas é algo para ficar apenas na imaginação.

Em todo caso, foi mt prazeroso escrevê-la!



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Isabella havia superestimado sua coragem. Agora, a seis mil metros de altitude, suspensa por cordas que apertavam sua cintura muito menos do que desejaria, sentiu uma nova série das tonturas que a atormentavam desde que haviam retomado a subida ao topo do Everest.

Ao seu redor, todos pareciam entusiasmados, alguns eufóricos. Haviam tagarelado sem parar nos primeiros dias de escalada, mas pouco a pouco a falação cessara e grossos cachecóis enrolaram-se em torno do rosto, golas altas foram ainda mais suspensas, deixando apenas alguns pares de olhos nervosos cobertos por óculos coloridos.

"Por que eu me meti nessa?", Bella questionou à si mesma.

E então se lembrou.

A sessão de fotos no topo da montanha mais famosa do mundo parecera tão ousada quanto surreal. Meses antes, quando seu empresário Mike Newton lhe fizera a proposta, ela havia recusado categoricamente.

_ Por que, Bells? Medo de altura? _ ele concluiu, esperançoso _ Nós teremos a melhor equipe de montanhistas que o dinheiro possa conseguir! Eu prometo à você. Merda, Bells! Não faça isso comigo... você sabe o quanto eu luto pela sua carreira. Então, pelo amor de Deus... não faça isso comigo.

Isabella tinha vinte e três anos, dentre os quais os últimos cinco dedicados à uma carreira de modelo que agora começava à deslanchar.

Mike fora o seu principal incentivador e haviam estado este tempo todo juntos. Em algumas ocasiões, juntos demais. O namoro entre os dois tinha o péssimo hábito de ir e voltar como um ioiô teimoso, e a situação muitas vezes saía do seu controle, provocando brigas que ela mesma desejava evitar.

Quando topou o trabalho, ficou subentendido que o havia feito em consideração à Mike. E ele ficou realmente agradecido. Tiveram uma noite de comemoração regada à vinho, macarrão ao molho peperoni e algumas horas de sexo, coisas estas que não dividiam há algum tempo.

Agora, refletindo sobre os acontecimentos dos últimos meses, Bella sentia-se coberta de vergonha por ser a única pessoa consciente do real motivo que a levara até ali.

Por um breve instante, seu olhar atravessou a equipe de montanhistas contratada, o fotógrafo irritadiço Louis Armànd, o reconhecido top model Jacob Black, o próprio Mike, e chegou exatamente onde queria chegar.

O chefe da equipe chamava-se Edward Cullen, e parecia não haver nada no mundo capaz de abalar sua segurança e fé em si mesmo. Metido em um abrigo vermelho vivo, que contrastava com a pele branco-neve, ele parecia altamente presunçoso e até mesmo soberbo.

Sob qualquer outra circunstância, Isabella teria odiado um homem como Edward Cullen. Por uma triste coincidência do destino, no entanto, ele era simplesmente o homem mais bonito que ela já conhecera, em toda a sua vida.

Apesar dos óculos para escalada, ela podia recordar muito bem o par de olhos verdes intensos com os quais se deparara pouco mais de três meses antes.

Olhos estes que voltaram-se na direção dela no exato momento em que Bella espiava seu dono, fazendo-a enrubescer e desequilibrar-se momentaneamente.

_ Cuidado, Bells! _ a voz de Mike saiu amortecida pelo cachecol.

O vento ao redor deles era úmido e gelado, mas Isabella pouo sofria com isto aquecida pelo equipamento especial que o chefe Cullen preparara mais de três meses antes, quando haviam começado a escalada. Desde então, haviam interrompido o caminho por centenas de vezes, parando para descansar, dormir e acostumar os seus corpos às péssimas condições do Himalaia.

Desde o início daquela aventura, muitos haviam cogitado desistir. Em especial o sempre insuportável Armànd, que ameaçara processar a todos caso alguma coisa grave lhe acontecesse durante aquela planejada loucura.

Mike não contou à Isabella, mas ele mesmo sentira ímpetos de cancelar a expedição. Era óbvio que nenhum deles, exceto os profissionais do ramo presentes, estava preparado fisicamente para aquele ato. Fora uma grande imbecilidade da sua parte insistir quando Bella mostrara-se tão mais racional a respeito.

Mas agora era fato consumado. O cume do Everest estava muito mais perto do que a sua base, e seria um desperdício abandonar aquela idéia quando estava em vias de se concretizar.

O único alpinista amador realmente empolgado era Jacob Black, o jovem modelo que contracenaria com Isabella naquela sessão de fotos. Jake tinha vinte anos, incrível carisma e sorriso magnético. Apesar da pouco idade, fora eleito pela People como um dos profissionais mais influentes no ramo da moda, naquele mesmo ano.

Com a pele morena, olhos negros que se destacavam no rosto anguloso e um corpo merecidamente elogiado pela crítica, vinha estudando meia dúzia de convites para filmar em Hollywood.

Apesar de toda a pompa, Isabella gostara dele desde o início. Jake era um garoto simples, de gostos nada refinados e gestos espontâneos. Além disso não se mostrava petulante ou arrogante como outros homens com quem havia devidido a cena.


Tampouco mostrava-se irritante como o detestável chefe Edward Cullen.

_ Você está bem, Bells? _ Mike indagou, seriamente preocupado com a última dispersão dela que quase culminara em uma queda a mais de seis mil metros do solo _ Ok, vamos parar pessoal! _ ele decretou, fazendo um amplo sinal com uma das mãos para o restante da equipe.

_ Bon Dieu, merci _ Louis Armànd respirou profundamente, levando todo o ar gelado das montanhas para os seus pulmões enquanto agarrava-se às pedras para com mãos em garras que não ousavam soltar. _ Pourquoi la merde je n'ai pas refuser...?

* Bom Deus, obrigado.
* Por que merda eu não recusei...?

_ De novo? _ um dos integrantes mais jovens da equipe de montanhistas, Lionel Mitch, surpreendeu-se. Tinha dezenove anos, olhos azuis claríssimos e cabelos louros compridos que voariam com o vento se não estivessem recobertos pelo capuz do abrigo azul metálico. Ele abaixou a gola do abrigo, balançando a cabeça para livrar-se mais facilmente dela, e revelou lábios vermelhos e ressecados do frio _ Paramos há cerca de cinco horas. Não podemos esperar até o anoitecer?

Bella não pôde escutar a sentença final sobre aquela discussão, mas soubera que partira de Edward e que fora favorável ao pedido de Mike. O olhar do chefe Cullen silenciara Lionel em uma fração de segundos, e ela teve pena do rapaz, cujos olhos pareceram ressentidos por sua reprimenda.

O procedimento para pausa era quase tão complicado quanto o de recomeço. Cordas precisavam ser desenroladas, medidas de segurança tomadas, análises de riscos eram feitas muito rapidamente. Tudo era calculado com precisão milimétrica. A equipe de escaladores parecia mesmo muito competente, todos bastante conscientes do que deveriam fazer e quando deveria ser feito.

Mas inegavelmente era Edward quem, de alguma forma estupidamente mágica, orquestrava aquela simetria. E tanto fazia se ele estava ou não ditando ordens para o resto do seu pessoal, eles o atendiam como se pudessem ler os seus pensamentos.

_ Então, tudo bem, Bells?

Mike cercou Isabella com seus olhos acinzentados e ainda mais preocupados do que antes. Talvez ela devesse sentir-se irritada por ele havê-la metido naquela burrice, mas no fundo - nem mesmo tão fundo assim - ela sabia que a culpa não fora de Mike Newton. Nem mesmo por um mísero instante.

_ Enjoada?

Edward Cullen havia caminhado na sua direção, e estava tão perto que ela quase podia sentir o seu cheiro. Ele tinha retirado os óculos de proteção e abaixado o capuz do abrigo, assim como o cachecol, e agora seus olhos verdes a encaravam com veneno indisfarçado.

_ Eu... estou bem _ Bella encontrou forças para responder, embora não se sentisse nada bem na verdade. De fato, acreditava que vomitaria as tripas a qualquer momento, e esperava fazer isso bem nas botas de montanhismo do Sr Chefe de Equipe Edward Cullen.

_ Não, ela não está bem _ Mike tomou a palavra por ela, envolvendo a garota pelos ombros em um abraço protetor _ ELA ESTÁ VERDE! O senhor não percebeu isso, Sr Cullen? Disse que seria perfeitamente seguro escalarmos com a sua equipe, mas eu estou percebendo que isso foi um grande... um enorme... e espero que não um IRREPARÁVEL ERRO!

Edward observou Mike por apenas um instante, antes de sorrir de canto cruelmente.

_ Eu sinto muito pelo fricote da sua namorada, mas a culpa foi sua por ter decidido trazê-la aqui em cima.

_ Ora, seu... !


Mas Edward já havia lhe dado as costas, muito provavelmente entediado com a discussão.

Bella percebeu-se apanhada em um misto de vergonha e fúria, e o abraço carinhoso de Mike não estava ajudando em nada. Principalmente por que apesar de ter sido insultada por Edward Cullen e ter sentido vontade de matá-lo, alguma coisa que ela não ousava nomear havia assaltado o seu corpo com uma potência quase febril.

Isabella observou Edward caminhar para longe deles, as pernas longas e musculosas completamente a vontade dentro da calça impermeável que ela estava detestando usar. Era isso o que ela mais odiava, aliás. Saber que estava no território dele, a mercê dele, dependendo dele. Um homem que claramente a detestara no exato instante em que se viram, no início daquela expedição.

_ Odeio você, Edward Cullen _ ela grunhiu entredentes.

_ Eu também odeio, Bells _ Mike concordou, e a garota aconchegou-se mais no abraço afetuoso dele, procurando proteção contra o terremoto que começava a se formar dentro dela.




Pouco mais tarde, quando todos comiam, o sol começou a se pôr diante da montanha. Eles pararam para assistir à magnífica cena, que não ficava menos fascinante a cada dia. Os raios tinham uma tonalidade dourada, e banhavam as pedras como fogo se alastrando, lambendo vagarosamente o caminho por onde passava.

Bella permitiu que Mike apertasse a mão dela dentro da sua, o rosto iluminado pelas centelhas do sol que se despedia. Sentiu um nó travar sua garganta e imaginava que ele estaria sentindo o mesmo, embora não fossem absolutamente o casal mais romântico que conheciam. Ultimamente, aliás, pouco se comportavam como um casal. E, se fosse sincera consigo mesma, deveria admitir que não sentia-se mais como a namorada de Mike Newton, mas como sua grande amiga.

Talvez aquilo não fosse tão ruim assim, afinal. Uma amizade verdadeira é incomparavelmente melhor do que um amor que não existe.

Algum tempo depois, o espetáculo natural teve seu fim. O sol foi levado para longe, deixando que o vento soprasse ainda mais gelado pelos céus do Himalaia.

Isabella teve uma breve sensação de poder, sabendo que era a primeira modelo à participar de uma sessão de fotos no Everest. Estava de fato orgulhosa por cada dia vencido na escalada daquela montanha, não importava o que o babaca do Edward Cullen pensasse à seu respeito.

Lembrar dele fez com que se virasse na direção onde estivera sentado na última hora, desfrutando o jantar com os outros. Ali ainda estavam Lionel conversando com Jake, Armànd tirando fotos da paisagem com sua Nikon Professional, e os três outros montanhistas que integravam a equipe do Cullen, um deles uma mulher de trinta ou trinta e cinco anos, tão loura que seus cílios pareciam fabricados com ouro em pó.

Bella sentiu um formigamento de curiosidade espalhar-se por seu corpo, e obedecendo aos instintos, deixou Mike terminar sua refeição, afirmando que se recolheria para dormir.

O acampamento simples havia sido armado no interior de uma das reentrâncias da montanha. Bella não teve dificuldade nenhuma para localizar a barraca que dividiria com Mike, em lona verde escura. No entanto, seguiu até estar diante da barraca cinza e preta, cujo dono conhecia perfeitamente bem.

Parou por um instante à entrada, alisando os braços que se arrepiavam, mesmo protegidos pelo abrigo branco que Mike lhe comprara antes da expedição. Ali, naquela parte recuada do Everest, o impacto do frio era bem mais suave do que em todo o resto. Estranhamente ela sentia um tremor ainda maior se apossar do seu corpo, os dentes batendo uns contra os outros, audivelmente, enquanto as pernas bambas não consentiam em aquietar-se.

_ Alguma coisa errada com a minha barraca?

A voz veio de trás dela, grossa e determinada. Bella deu um salto de puro pavor, sentindo-se como a gatinha assustada encurralada por um animal maior e mais forte.

Edward a encarava presunçosamente, a arrogância parecendo diluir-se dentro dos olhos cor de esmeralda. Havia aberto o zíper do abrigo, e agora as ondulações no seu peito estavam mascaradas apenas pela camisa preta de gola alta, justa o suficiente para que Isabella pudesse perder-se em uma série de fantasias inapropriadas.

_ Eu... achei que tivesse ouvido. Alguma coisa _ ela balbuciou, corando ao pensar em sua própria estupidez de ir até ali.

Edward Cullen não era a pessoa mais amigável do mundo. Sendo assim, invasão de privacidade deveria ser o item número um em sua lista negra.

Os cabelos dele moviam-se tranquilamente, revoltos pela brisa fria que os envolvia. Aquela era a única coisa tranquila na sua aparência. Em todo o resto, ele era como um predador, rondando o animal ferido em meio à floresta até que ele se rendesse.

_ Alguma coisa _ ele repetiu, sério demais para estar zombando dela, embora no fundo ela soubesse que estava.

_ Sim. Me desculpe... eu me enganei. Boa noite Sr Cullen, vou voltar para o meu...

_ Namorado? _ o tom dele não foi ríspido, mas dotado de um desdém que a congelou subitamente.

Certamente, Edward Cullen era um ser incompreensível. Recusava-se completamente à ser educado. Estava claro que, para ele, convenções sociais não tinham a menor relevância. Ele as ignorava totalmente.

_ Eu ia dizer lugar _ ela não escondeu o choque. _ Acho que o senhor precisa descansar para... para continuarmos amanhã.

Ele sorriu de canto, aquele mesmo sorriso gaiato que ela havia percebido mais cedo, quando discutira com Mike.

Isabella não gostava daquele sorriso. Especialmente porque despertava um frisson dentro dela que parecia impossível de ser controlado.

_ Eu fui inspecionar o equipamento de segurança. Garantir que tudo estaria às ordens pra amanhã _ ele justificou sua ausência, caminhando na direção de Bella com um cigarro aceso entre os dedos.

Ela pensou que ele realmente era do tipo de homem com péssimos hábitos. Ao contrário do que desejava, a confirmação daquilo apenas fez com que ficasse ainda mais envolvida por Edward. Ele era a clássica representação do perigo, e como tal, uma atração forte demais para ser ignorada.

_ Certo _ ela murmurou, dando um passo para trás assim que julgou estarem muito perto.

Edward era alto e o corpo dele assomava diante do seu, os olhos perigosamente cravados nos dela. Naquela proximidade, Bella podia ver cada linha do seu rosto, cada distinto contorno, incluindo os longos cílios que recobriam as pálpebras, fazendo-a pensar nos anjos de uma pintura que contemplara em Roma, acompanhada de Mike.

_ Eu não sabotei o seu equipamento, Srta Swan. Fique tranquila.

Ela desejou não ter estremecido diante daquele aviso feito em tom de provocação. Mas de fato isto ocorreu, e ele pareceu ficar satisfeito, lançando mão de outro daqueles sorrisos enigmáticos.

_ Não entendi a piada, Sr Cullen. O senhor poderia repetir?

Edward demonstrou uma certa surpresa com a reação inesperada de Bella. Em geral ela era tímida e cordial, deixando a agressividade para os outros ao redor. Isabella era o tipo de mulher que precisava de um homem para protegê-la. Frágil e submissa. Na cama, certamente seria doce e quente, alternando entre momentos de puro constrangimento e prazer intenso.

Edward pensara bastante nisso nos últimos dias. Nos últimos cem dias. Era inegável que alguma coisa acontecia entre ele e a Srta Swan, e apenas o seu namorado babaca não era capaz de perceber. O fogo que ele sentia correr nas suas veias era o mesmo que via nos olhos dela. Inclusive agora, enquanto ela estava irritada demais até mesmo para raciocinar sobre aquilo.

_ Diga-me, Srta Swan... essas alterações de humor são comuns na senhora? _ ele sorriu, provocador _ Ou seria uma fantástica crise de TPM? Eu gostaria de saber, até porque parece que eu sou a vítima preferia dos seus insultos.

Isabella sentiu o queixo despencar alguns centímetros. Suas mãos crisparam-se furiosamente, os braços retesados ao lado do corpo. Seu queixo contraiu-se como se ela estivesse prestes à se libertar de um peso insuportável, que viera suportando há tempo demais.

Bom, talvez estivesse.

_ Meus insultos? Meus insultos?! O que o senhor anda enrolando nesse cigarro afinal, Sr Cullen? Como ousa dizer que eu o tenho insultado, quando claramente... _ ela se interrompeu, percebendo que tinha ido longe demais.

Bella respirou fundo, feliz por seu ataque de ira não haver convocado a presença de Mike. Tudo o que não precisava agora era explicar o motivo do seu comportamento explosivo com o chefe da equipe de montanhismo, cujos olhos a interrogavam com um brilho que nada mais reservava de divertido ou petulante.

_ O senhor não gosta de mim, Sr Cullen. Isto já ficou muito claro. Entretanto, creio que nós devamos nos tolerar...

Em um momento, Edward Cullen estava a uma saudável distância dela; em outro, eles estavam tão perto um do outro que Isabella podia sentir o calor da sua respiração, o cheiro mentolado da sua boca, que parecia impregnar o ar e torná-lo tão ardente que o frio era subitamente esquecido.

Seus rostos estavam praticamente colados, contudo os lábios não atreviam-se à se tocar.

"Deus, não permita que ele me toque... Deus, não permita que ele me toque..." ela entoava por dentro, temendo que qualquer reação da parte dele pudesse quebrar a tênue linha de auto-controle dentro dela, partir o modesto fiapo que era a sua sanidade. Seu corpo todo estremecia sobre o jugo dele, as mãos ainda crispadas... desta vez não para reprimir o desejo de agredi-lo, mas para sufocar a tentação de sentir a sua pele, deslizar seus dedos por aqueles macios cabelos cor de bronze, em direção ao rosto tenso, à barba cerrada por fazer...

Isabella sabia que qualquer movimento de Edward em sua direção seria o ponto de partida para alguma coisa que não ousava mensurar. Alguma coisa tão forte e intensa que lhe dava medo descobrir.

_ Eu sinto muito, Srta Swan _ o Cullen murmurou rouco, inclinando um par de olhos quentes para ela. _  Mas acho que não sou capaz de tolerar a senhora.

Bella sentiu o corpo incendiar, a respiração escapando da sua boca aos ofegos. Aquela reação não era nada normal, estando eles dois a seis mil metros de altitude, açoitados por um frio de enlouquecer. Muito à contragosto, precisava admitir: não havia frio algum perto de Edward Cullen. O Everest era tão quente como Palm Beach em pleno verão, e o corpo dela ressentia-se por não poder estar despido e curtindo cada momento do paraíso.

_ Sr Cullen, eu não acho...

_ Eu também não _ ele concordou, fechando os olhos. _ Mas isso realmente importa, Bella?

Ela sentiu o nariz dele roçar no dela, e incapaz de resistir, cedeu seus lábios para que Edward a tomasse, sedento e impulsivo, exatamente como soube que seria.

Cem dias. Não existe tempo limite para a redenção.

Não importa o quanto você resista.


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Notas finais do capítulo

Olá, queridas! Como vocês estão?
Espero que bem e, a propósito, vou bem tbm. Obrigada (:


Espero realmente que a leitura tenha proporcionado bons momentos, afinal é para isso que ela serve não é?

Bom, creio que essa tenha sido minha primeira história desprovida de lemons, e fico feliz por ter conseguido escrever alguma coisa - e gostado do resultado - sem me apoiar nas cenas mais quentes, minhas companheiras constantes.

Então, não vou me estender demais... gostando ou odiando a one, gostaria que deixassem seus comentários aqui oks?

Beijos para vcs e uma excelente semana!