Eterno Verão. escrita por _BieberHot


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pelo atraso.
Notas finais.
Boa leitura! (:



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Quando acordou, na manhã seguinte, a casa estava em silêncio. Ficou deitada durante um longo tempo, pensando, imaginando o que faria. Poderia ir pra São Francisco enquanto Mike estivesse na Grécia, poderia fazer um aborto e ficar livre, mas admitia a verdade do que ele lhe dissera. Um aborto a destruiria tanto quanto a ele. Ela já sofreu perdas demais. E se ele tivesse razão? E se... E se fosse de Justin? Um último raio de esperança tremulou e morreu. Dois meses, ele dissera, e a médica jovem e com cara de tímida abanara a cabeça, concordando. Não podia ter sido de Justin. Assim ela ficaria nesse casulo de seda bege por uma semana, esperando que Mike voltasse, pra levá-la para casa, pra poderem recomeçar a mesma charada. Sentiu uma onda de pânico à idéia, e só o que tinha vontade de fazer era fugir. Saiu da cama e se vestiu. Tinha que dar um passeio, pensar. Caminhava pelas ruas de Paris, quando parou na agência dos correios. Não podia mais ficar longe de Justin. Discou o número dele, e pareceu levar séculos até que escutou a voz de Justin, mas levara menos de um minuto até ele atender. Pra ele, eram oito horas da manhã.

- Estava dormindo?

- Acabei de acordar. – Justin acomodou-se na cama com um sorriso. – Quando vai voltar pra casa?

Ela apertou os olhos e lutou contra as lágrimas em resposta.

- Logo. – Com Mike... E o bebê dele. – Sinto falta de você. – Agora as lágrimas já rolavam silenciosamente pelo seu rosto.

- Não tanto quanto eu de você, Marie. – Ele prestou atenção, tentando escutar. Havia algo que ela não estava dizendo, algo que ele não compreendia. – Você está bem? Está? Responda! - Ela não dizia nada, apenas ficava parada na cabine, aos prantos, calada. – Marie? Alô? – Prestou muita atenção, tinha certeza de que ela ainda estava lá.

- Estou aqui. – Era um triste sussurro.

- Ah, amor... – Franziu a testa, depois sorriu. – Alguma chance de eu ir para aí?

- Não muita.

- E que tal o fim de semana que vem em Carmel? É o fim de semana do Dia do Trabalho. Acha que já estará de volta?

Aquilo estava muito distante. Já ia dizer não, quando se deteve. O fim de semana que vem em Carmel, por que não? Mike estaria na Grécia, se partisse essa noite, eles teriam até o final do fim de semana, e quem sabe até mais um dia, antes dele voltar. Juntos, em Carmel. E depois tudo acabaria, como haviam previsto. O fim do verão teria chegado.

- Estarei em casa amanhã.

- Sério? Ah, meu amor... Que horas?

- Seis horas da manhã, no horário daí.

- Tem certeza?

- Claro que sim. – Disse a ele o nome da companhia aérea. – Ligo pra você se não conseguir pegar esse avião, mas se não ligar, pode me esperar. – E, então, rindo ao telefone, sentiu as lágrimas ardendo nos olhos de novo. – Estou voltando pra casa, Justin.

                                                   ***

Naquela noite, deixou um bilhete para a governanta da casa. Explicava apenas que tinha sido chamada a São Francisco, e que lamentava sair assim às pressas. Deu ordem à empregada para dizer a Mike, quando ele telefonasse, que ela não estava. Não havia nada que ele pudesse fazer, tinha que terminar o serviço na Grécia. Mike a deixaria em paz por uma semana. Ela agora estava livre, por mais uma semana. Só conseguia pensar nisso. Uma hora antes do pouso, mal conseguia ficar parada na poltrona. Sentia-se como uma criança. Foi uma das primeiras a sair do avião em São Francisco. Tinha sido uma linda manhã, mas nem mesmo isso foi suficiente para desviar seu pensamento de Justin. Só conseguia pensar nele enquanto o avião freiava junto ao portão, e ela esperava impaciente pra poder se livrar da poltrona. Já estava com um meio sorriso no rosto enquanto vestia o casaco. Seus olhos contavam uma infinidade de histórias, mas também dançavam e cantavam, enquanto se dirigia para a porta, junto com os demais passageiros. Então ela o viu, ali parado, sozinho no terminal, às seis da manhã, esperando por ela, com o casaco jogado sobre o braço e um sorriso no rosto. Correram um para o outro quando ela cruzou a porta, e Marie se jogou instantaneamente nos seus braços.

- Ah, Justin! – Havia risos e lágrimas nos olhos dela, mas ele nada disse, apenas abraçou-a com força.

Pareceu levar uma eternidade até que ele se afastou.

- Fiquei muito preocupado com você, Marie. Que bom que voltou.

- Também acho.

Fitou-lhe os olhos, mas não teve muita certeza do que via. Uma coisa ele sabia que estava ali – dor, porém mais do que isso não podia ver. Ela apenas o abraçou com força.

- Vamos pra casa?

Ela fez que sim, e seus olhos ficaram marejados de lágrimas de novo. Para casa. Por uma semana.

                                                     ***

- Está se sentindo bem? – Ela estava deitada na cama dele, de olhos fechados e um sorrisinho no rosto. Fazia quatro horas que estava em casa, e passara todo esse tempo com ele na cama. Eram apenas dez horas da manhã, mas ela não pregara o olho no vôo de Paris. Ele não tinha muita certeza se era o efeito do longo vôo que estava vendo, ou se a semana da morte de Madame Duras a havia desgastado ainda mais do que imaginara. – Marie, tudo bem? – Ele a observava quando ela abriu os olhos.

- Nunca me senti melhor na vida. – O seu sorriso dizia que estava falando sério. – Quando vamos pra Carmel?

- Amanhã, depois de amanhã, quando você quiser.

- Será que podemos ir hoje?

- Talvez, vou ver o que posso ajeitar com Meg. Se ela não se importar de cuidar da galeria sozinha enquanto estivermos fora, tudo bem.

- Espero que ela possa. – Falou suave, mas ansiosamente.

Ele foi preparar o café deles.

- Amanhã é a sua vez. – Gritou pra ela da cozinha, com voz cantada, e ela riu enquanto cruzava o quarto, e ficava parada no vão da porta o olhando. Agora não tinha importância se faziam amor com o filho de Mike no ventre dela. Tinham feito durante todo o verão, e ela não estava ligando. Queria fazer amor com Justin. – Marie?

- O que? – Marie sorriu e inclinou a cabeça.

- O que há de errado? Quero dizer, além do óbvio... Tem mais alguma coisa?

Já ia lhe dizer que aquilo era suficiente, mas não podia mentir pra ele.

- Surgiram alguns probleminhas enquanto eu estava na França.

- Alguma coisa que eu deva saber? – Como Mike, ele estava desconfiado da saúde dela, pois parecia frágil demais. Olhou-a atentamente, de onde estava. Ele não precisava saber do bebê. Teria sido diferente se fosse dele. – Que tipo de probleminhas? – Os olhos dele sorriram um pouco, enquanto perguntava. – Fritos ou mexidos?

- Mexidos está ótimo. – Só de pensar em ovos fritos, ficava verde, mas conseguiria comer os mexidos, contanto que não sentisse demais o cheiro do café. – Não quero café.

- Como? – Perguntou, parecendo chocado.

- Desisti do café durante a Quaresma.

- Acho que você está uns seis ou sete meses adiantada.

Sete meses... Sete meses. Desviou a atenção do pensamento e sorriu.

- Pode ser.

- E então? O que há de errado?

- Ah, não sei. – Ela entrou na cozinha e envolveu-o com os braços, apoiando-se nas suas costas. – Não sei... Só gostaria que a minha vida fosse um pouco mais simples.

- E... – Virou-se, no círculo dos seus braços, e ficou de frente pra ela.

- Eu te amo. – Droga, por que tinha que ser agora? Por que tinha que lhe contar tão cedo? Ficou com os olhos cheios de lágrimas, mas forçou-se a olhar pra ele. – E... As coisas não vão se resolver tão fácil quanto eu pensava.

- E você alguma vez pensou que seria fácil? – Os olhos dele não se desgrudavam dos dela.

- Não, porém mais fácil do que é.

- E como é que é?

- Não posso abandonar Mike, Justin. – Pronto, falara. Ah, meu Deus, dissera-lhe. Olhou pra ele por um tempo interminável, os olhos se enchendo de lágrimas.

- Por que não?

- Não posso, não agora. – E nem mais tarde, não depois de ter tido o filho dele. Me procure daqui a 15 anos.

- Você o ama, Marie?

- Pensei que amasse, tinha certeza, e sei que já amei. À anos que está acabando. Eu não entendia, até esse verão. Havia mesmo vezes, quando eu estava com você, em que não tinha certeza se devia deixá-lo ou não. E também achava que talvez o amasse.

- E não ama?

- Não. – Era um pequeno soluço sufocado. Finalmente, desviou o olhar e enxugou o rosto com as mãos. – Só me dei conta disso faz alguns dias. Aconteceu uma coisa... E eu soube. – Porque não quero o bebê dele, Justin, quero o seu!

- Então, por que vai ficar com ele? – Falava com uma calma estranha.

- Motivos. Não importa o porquê, vou ficar. – Olhou pra ele agoniada, de novo. – Quer que eu vá?

Mas ele apenas fitou-a, depois saiu silenciosamente do aposento. Escutou-o na sala por um momento, depois ouviu-o bater a porta do quarto com todas as forças que tinha. Ficou parada na cozinha durante algum tempo, atordoada. Sabia que tinha que ir embora agora, não haveria Carmel, mas todas as roupas dela estavam trancadas com ele, no quarto. Não tinha escolha exceto ficar até que ele saísse. Finalmente saiu, uma hora mais tarde. Ficou parado no vão da porta, olhos vermelhos, abatido. Ela não teve certeza se ele estava furioso, ou simplesmente abalado.

- O que você estava me dizendo, Marie? Que tudo acabou?

- Eu... Não... Eu... Ah, meu Deus! – Ela pensou que ia desmaiar, mas não podia, não agora. Inspirou fundo duas vezes e sentou na beira do sofá. – Tenho uma semana.

- E depois?

- Desapareço.

- Naquela vida solitária de novo? Como pode fazer isso consigo mesma? – Parecia atormentado.

- Talvez seja o que eu tenha que fazer, Justin.

- Não entendo. – Já ia voltar para o quarto, mas se deteve, virando-se pra olhar para ela. – Marie, eu falei... Disse a você que poderia ser apenas durante o verão, e... Que eu entenderia. Foi o que eu disse, não tenho o direito de mudar agora, tenho?

- Você tem todo o direito de estar bravo, ou muito, muito magoado. – Ela viu os olhos dele ficarem marejados de lágrimas, e sentiu os próprios ficarem do mesmo jeito, mas Justin não vacilou, olhando-a fixamente.

- Estou as duas coisas, mas é porque eu te amo muito.

Ela balançou a cabeça, mas não conseguiu mais falar. Pôde apenas voltar para o círculo dos seus braços. Pareceu levar horas até que eles se soltassem.


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Notas finais do capítulo

AMOOOOOOOOOOOOORES! Sábado foi a minha festa de 15 anos, e foi simplesmente incrível! Minha melhor amiga, a @_SwagBieberBR, que não mora na minha cidade, veio até aqui só pra me ver e fazer festa junto comigo. Ela me deu o UTM. Nossa, nós não nos víamos a 2 meses. Eu tava morrendo de saudade e fiquei muito feliz. Passamos o domingo juntas e por isso eu não tive tempo de postar.
Mas e então, o que estão achando? :)
Reviews são sempre bem-vindos, vocês sabem. Até a próxima!
#MUCHLOVE.