Signatum escrita por MilaBravomila


Capítulo 50
One-Shot - Harper & Jules


Notas iniciais do capítulo

Bom, gente, como Harper salvou o mundo, eu achei justo finalizar com ela...rsrs espero que gostem!
Bjus



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O céu estava tempestuoso e aquele cheiro de morte e agonia voltava a invadir meus pulmões. A visão embaçada não me permitia enxergar quase nada. Sentia o suor escorrer pelo rosto e meu corpo tremia por dentro. Então ouvi mais uma vez aquele grito de dor que me atormentava e me fazia querer morrer. Era Jules. Ele gritava com a dor descomunal da tortura imposta por Lúcifer.

Com muita dificuldade eu conseguia ver seu corpo esbelto se contorcer no chão ensanguentado e a garganta gritar a plenos pulmões por misericórdia. Aquilo era o pior de tudo. Eu queria morrer, queria que Lúcifer me matasse e condenasse minha alma ao martírio eterno. Preferia isso ao vê-lo sofrer por mais tempo. Era como se meu coração fosse arrancado e triturado diversas vezes, tamanho sofrimento.

- Harper... Harper!

Abri os olhos assustada e deparei-me com Jules. Os olhos cinza brilhantes me encarando com preocupação. Meu corpo ainda sentia os abalos do pesadelo: o suor, a tremedeira, as lágrimas. Somente depois de algum tempo me dei conta de que estava gritando.

- Harper... fica calma, foi só um pesadelo.

A voz dele era como um bálsamo e aos poucos fui voltando ao normal. Jules se pôs sentado em nossa cama e me embalou nos braços como um bebê, protegendo-me de tudo a minha volta.

- Eu te amo, estou aqui e tudo vai ficar bem... – ele dizia enquanto me apertava contra si.

- Eu sonhei... sonhei que você...

- Xiii, já passou. – ele disse pondo a mão em minha boca, tentando evitar que eu falasse e relembrasse o pesadelo.

Ficamos daquele jeito por um tempo. Era noite e eu podia ouvir o vento e a chuva fortes contra a janela do quarto. Somente quando as imagens ficaram difusas e distantes, foi que eu consegui voltar a pensar.

- Eu tenho tanto medo de perder você... – falei de repente, quebrando o silêncio do quarto.

Ele sorriu e me encarou.

- Mas você não vai me perder... nunca.

Com carinho, Jules beijou meus lábios. A doçura em seu gesto foi tão grande que me fez sorrir. Lembrei do dia em que ele decidiu ficar, ficar comigo, como um mortal. Ao abdicar de suas asas, Jules me deu a maior prova de seus sentimentos e foi como se tudo o que eu sentia por ele se multiplicasse. Nós estávamos juntos agora... quero dizer, juntos mesmo. Uriel, mesmo não sendo mais um Arcanjo, ainda foi capaz de nos indicar algumas pessoas que foram muito úteis na incorporação de Jules como um mortal. Ele trabalhava agora e filho da mãe ainda ganhava mais do que eu.

Minha vida estava quase normal – isso porque eu jamais seria uma garota normal. Eu tinha um namorado lindo de morrer, um trabalho chato e entediante e contas a pagar... e também a minha sensibilidade extra de sensitiva beta, o que representava uma atividade a mais nos fins de semana quando saíamos atrás de espectros errantes. Mesmo não sendo mais um ser celestial e ter aquela espada sagrada, Jules ainda era foda... e cá entre nós, ele tinha uma espada sagrada... mas isso é outra história.

O fato era que eu nunca fui uma garota sentimental e chorona, nunca ficava fazendo manha e mostrando o quanto ele era importante pra mim porque, no meu íntimo, isso me faria parecer fraca. Mas havia situações das quais eu não conseguia fugir. Quando eu dormia, por exemplo, eu revivia aqueles momentos de aflição, os piores de minha vida, e ali eu mostrava minha fraqueza. Jules era minha fraqueza.

- Está melhor? – ele perguntou com a voz suave pra mim e, como eu já estava recuperada do pesadelo, tinha que disfarçar meu momento de sandice.

- É, estou bem. – respondi livrando-me de seus braços de forma natural.

Ele me encarava de um jeito único e eu sabia que aquele olhar queria dizer.

- Pode tirar o cavalinho da chuva, eu apenas tive um sonho, não significa que você seja assim tão importante.

O sorriso voltou espontâneo no rosto quadrado e perfeito do meu anjo – sim, porque pra mim ele sempre seria meu anjo.

- Ah, é? – ele perguntou maroto – Não sou tão importante pra você?

- Sim, você é, mas não é extremamente importante, se quer saber. – eu disse fingindo indiferença e voltando a deitar, como se o tivesse convencido.

- Então você não sente falta de mim nem de nada do que eu faço? – ele perguntou deitando ao meu lado e mantendo o sorrido no rosto.

- Corta essa, meu irmão, eu posso me virar sem você, sabia? – respondi tentando segurar um sorriso, pois eu tinha entendido muito bem o tom que ele usou.

- E você não sente falta disso? – ele perguntou levando uma das mãos até minha perna e subindo lentamente.

Tremi levemente com seu toque quente e já sabia onde ele queria chegar. Mas eu não me daria por vencida.

- Não. – respondi virando pro lado.

- E não sente falta disso? – ele perguntou com a voz levemente rouca, enquanto aproximou seu corpo atlético de mim e sua mão subiu até minhas partes íntimas, sobre a calcinha.

- Não. – respondi já controlando a respiração.

- Então também não deve sentir falta disso... – ele continuou o sussurro já bem próximo ao meu ouvido e com os dedos habilidosos me estimulando no ponto certo.

Não respondi, pois minha voz já sairia trêmula. Firmemente sacudi a cabeça de um lado para o outro em negativa.

Jules respirou fundo, ainda mantendo o ar maroto no rosto. Seus dedos já me enlouqueciam.

Assim, ele se pôs sobre mim, sem interromper as carícias, e desceu o rosto, percorrendo com o nariz um caminho perigoso entre meu pescoço e os seios. Lentamente, Jules mordeu minha regata e puxou para baixo, expondo um dos meus seios já eriçados. Olhando em meus olhos, ele o lambeu delicadamente, dando leves mordidas no local. Meu corpo tremeu mais uma vez, já enlouquecido com a sensação.

- Tem certeza de que não sentiria falta de nada? – ele perguntou pouco antes de expor meu outro seio do mesmo jeito de antes.

Eu sacudi a cabeça lentamente, já sentindo a respiração acelerada, e ele prosseguiu.

- Então eu vou ser obrigado a fazer coisas com você pra que nunca se esqueça de mim.

Dizendo isso, ele subiu violentamente e capturou meus lábios de um jeito faminto e urgente. Já sem controle, minhas mãos arranhavam os bíceps mais perfeitos de que já tive o prazer de tocar. Depois de me deixar sem ar, Jules desceu com seus beijos por mim e não pude segurar um gemido ao sentir mais uma vez sua língua em meus seios. Meu corpo latejava de prazer por ele e o queria de todas as formas.

- Jules... – sussurrei sem pensar.

Minhas mãos arranhavam seu corpo e, desesperada, o puxei para perto. Queria sentir todo seu prazer dentro de mim. Mas ele sacudiu a cabeça em negativa e agarrou meus pulsos, prendendo-me na cama.

- Eu disse que vou fazer você se lembrar de mim pra sempre.

Seu corpo escorregou habilmente para baixo, e sua boca me cobria de beijos e mordidas. Senti as mãos deles deslizando em meu corpo com vontade, contornando a cintura e se embolarem na barra da calcinha, que saiu sem demora. Então ele desceu as mãos até minhas coxas, beijando minha barriga, contornando o umbigo lentamente. As mãos fizeram a pressão certa para que eu afastasse um pouco as pernas e não pude evitar outro gemido quando senti sua língua e seus beijos em minha feminilidade.

Céus, era perfeito.

Jules lambia e sugava avidamente, intercalando com momentos de suavidade sempre que eu me contorcia. Embolei os dedos em seu longo cabelo e fechei os olhos para apreciar a sensação de ter sua língua me dando prazer. Ele sabia muito bem o que mais me enlouquecia e eu gemia alto com as carícias desmedidas. Sem hesitar, ele levantou uma das mãos e acariciou meus seios enquanto me lambia gostosamente.

Não demorou muito para que eu sentisse a onda do orgasmo que Jules me proporcionou. Arqueando o corpo e gemendo mais do que imaginei, senti os espasmos deliciosos tomarem conta de mim.

Ele foi diminuindo o ritmo, mas continuou a lamber e explorar tudo o que podia.

Eu ainda estava ofegante quando ele subiu e me encarou com o rosto extasiado de luxúria.

- Você é deliciosa... e eu quero provar você todos os dias, te enlouquecer em todos os momentos desse jeito pra que você nunca mais repita aquilo, entendeu?

Eu estava mole, sem ação, e apenas acenei, sem conseguir respondê-lo.

- Ótimo. – ele disso triunfante enquanto deito ao meu lado.

Eu não iria deixar barato, não mesmo. Mesmo com as pernas trêmulas, sentei na cama virei o corpo por sobre o dele. Jules estava excitado e eu o queria de uma forma avassaladora.

Assim como ele fez, eu o beijei de forma ardente, como nunca em minha vida. Ele correspondeu, cheio de vigor e vontade. Ainda sentada sobre ele, abaixei sua boxer mais rápido do que pensei ser possível. Depois, rudemente me encaixei nele. Foi tão rápido e profundo, que Jules gemeu de prazer. Eu acho que devia sentir dor por ser tão violenta comigo mesma, mas o tesão por ele era tanto que não me importei. Repetido uma, duas, três vezes o movimento, até que ele estava contraído e de olhos fechados, sentindo tudo o que eu o oferecia.

Com movimentos sinuosos, eu subia e descia de seu corpo, aproveitando todo seu corpo perfeito a meu comando. Jules xingou alto e levou as mãos até meus quadris, apertando com força e vontade, guiando os movimentos, já completamente embebido em prazer. Mas eu não queria isso, ele tinha me tido de seu jeito, agora eu o teria do meu.

Sentei com força sobre ele e inclinei o corpo pra frente, cravando as unhas em seu peito.

- Agora você é meu. – falei decidida.

Agarrei seus pulsos e os retirei da minha cintura. Ele entendeu o recado e me deixou controla-lo. Então eu aproveitei e o fiz sofrer, cavalgando com vigor por um tempo e depois fazendo lentamente, só para deixa-lo desesperado.

Jules respirava com dificuldade e estava se controlando visivelmente... e eu adorava aquilo. Então eu encontrei um ângulo perfeito, que me permitia senti-lo por inteiro e, ao mesmo tempo, sentir as sensações mais intensas em mim. Ele não resistiu e voltou a segurar meu quadril com força, mas não controlou o ritmo, apenas me seguiu e em pouco tempo, ele estava gemendo meu nome e sentindo um forte orgasmo. Meu próprio corpo sentia o prazer dele, as contrações latentes. Tinha sido absolutamente perfeito.

Caí com as pernas mais trêmulas ainda ao seu lado, e ele me puxou para si. Ainda tentava recuperar o fôlego quando me disse:

- Você não precisava fazer isso... eu jamais esqueceria você, de forma alguma.

Eu ri e me aninhei em seus braços musculosos, levemente suados com o esforço. Eu sabia que ele me amava e eu também sabia que eu mesma o amava mais que tudo nesse mundo. Era ridículo pensar que um dia eu poderia esquece-lo... eu sequer poderia viver sem ele.

Foi no meio do círculo protetor dos braços de Jules que eu dormi e voltei a sonhar. Dessa vez eu não tive um pesadelo. Eu sonhei que caminhava ao seu lado em um lugar muito bonito, o mais belo que jamais avistei. Ao longe havia uma luz, uma luz dourada que era como o sol. Eu não sabia o motivo, mas meus instintos mais profundos me diziam que eu devia ir até lá.

Nós corremos alegres até a fonte da luz. Era um livro, um livro que eu conhecia. Ele estava fechado, como deveria ser. A capa era grossa e parecia ser de ouro e diamantes, brilhava imponente aquecendo a todos com sua luz. Não havia desenhos ou imagens, apenas símbolos; eram letras que estavam dispostas verticalmente e que eu só conseguia ver em determinado ângulo. As letras formavam uma palavra, a mesma que eu tinha tatuada em meus pulsos, a mesma que formava o lacre sagrado que apenas uma vez foi rompido: SIGNATUM.


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Notas finais do capítulo

FIM (dois)... rsrsrs