06 - Harry Potter e a Sentinela dos Errantes escrita por alinecarneirohp


Capítulo 13
SEIS NOTÁVEIS E UM RENEGADO




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 Quando os professores chegaram ao salão, Rúbeo estava pálido, acabara de lembrar-se de canino, só na cabana à beira da Floresta Proibida. Ele gemeu e olhou para Harry, dizendo:

-         Canino, tenho que pegá-lo...

-         Rúbeo – a voz de Dumbledore soou atrás dele – se há errantes lá fora, ele já devem estar próximos... não posso permitir.

-         Professor – disse Harry – eu sou mais rápido que Hagrid... deixe-me resgatar Canino.

            Hagrid olhou para Dumbledore, que disse:

-         Se abrirmos a porta e você ver algum errante, não vá.

-         Deixe-me ir com ele – Draco, que estivera em silêncio aproximou-se – Eu também corro bastante e posso soltar o cão enquanto ele me dá cobertura.

-         Não percam tempo então.

            Silenciosamente, Dumbledore abriu as portas do castelo e Draco e Harry saíram. Ouvia-se vindo do fundo da floresta proibida um som baixo e gorgolejante. Era o gemer dos errantes se aproximando. Dentro da cabana de Hagrid, Canino gania desesperado. Harry postou-se à porta da cabana , e Draco abriu-a, entrando rapidamente. Canino rosnou quando o viu mas ouviu a voz de Harry dizer:

            - Calma Canino, ele está comigo.

            O cão deixou que o rapaz se aproximasse, e ele o soltou. No momento em que chegou à porta da cabana, Draco viu algo que Harry já vira, e que era apavorante.

            Cerca de cem metros adiante, a floresta proibida estava morrendo. As árvores estavam murchas. Pássaros fugiam para o céu. Um arrastar de pés e os gemidos murmurantes e agonizados de gargantas apodrecidas enchia o ar. E da floresta vinha o cheiro de coisas imundas, de morte, de decomposição. O cheiro nauseabundo dos errantes. Ele olhou para Harry e os dois começaram a correr para o castelo, Canino os acompanhou, ganindo como um filhote, ainda se viravam para ver lá atras as sombras cadavéricas dos monstros que vagarosamente iam se aproximando, espalhando a morte conforme se aproximaram. Entraram pelas portas de carvalho e viram que o salão estava cheio, todos os alunos e professores de Hogwarts haviam se reunido ali assim que eles saíram, e estava havendo uma chamada, ninguém que ficasse do lado de fora escaparia dos errantes. Quando o último aluno respondeu “presente”, Dumbledore disse:

            - Isolate!

            Ouviu-se o som de todas as portas e janelas sendo trancadas, quase simultaneamente. Um escudo de luz se formou, visível através das janelas e além dele, podia se ver os primeiros errantes atingindo o gramado em volta de Hogwarts. Dumbledore parecia ter se preocupado também com o lago, pois uma camada azulada cobriu a água.

            - Isso nos dará tempo – disse o velho bruxo, mais sério que Harry jamais o vira – para libertar a sentinela. Todos aqui a partir de agora tem que estar unidos para defender Hogwarts. Poderíamos conseguir vassouras e voar para longe daqui, mas não podemos permitir que coisas como os errantes entrem em Hogwarts. Seria o fim do mundo da magia. Toda magia de Hogwarts morreria. Se alguém quer ir embora, levante a mão e eu consigo uma vassoura para cada um, que poderá partir através da torre Norte.

            Pouquíssimos alunos, incluindo Crabble, Goyle, Emília Bulstrode e mais três ou quatro, todos da Sonserina levantaram as mãos, olhados pelos outros com um pouco de desprezo. Dumbledore murmurou alguma coisa para Madame Hooch e eles foram levados à Torre Norte, de onde partiriam, orientados pela professora para sair do alcance dos errantes. Todos os outros preferiam morrer à entregar a escola. Dumbledore recomeçou:

            - Este escudo pode durar até  24 horas. Acaba de anoitecer, o que nos dá até o anoitecer de amanhã para libertar o único ser que pode destruir os vinte mil mortos vivos que estão lá fora, alguém que está esperando por isso há  mil e duzentos anos. Preciso de sete pessoas. – dezenas de mãos se levantaram, os professores o olharam, pensando que seriam eles os encarregados de soltar os errantes. Atlantis Fischer também parecia querer participar. – Não adianta querer ser herói – continuou Dumbledore – Não serei eu que escolherei as sete pessoas, e sim a sabedoria desta escola.

            Dumbledore fez um movimento e o chapéu seletor apareceu em sua mão. A professora Minerva trouxe o banquinho e pôs no centro do salão. Dumbledore pôs sobre ele o chapéu, que começou a falar, em tom sério , mas ainda assim em versos:

            Antes, muito antes de aqui chegarem os fundadores

            Houve um massacre feito por necromantes

            E os mortos foram escravizados pelos captores

            E cada cadáver tornou-se um errante.

            O mal tomou a alma dos cativos

            Mudando de quem os toca a sorte

            Por onde passam estes mortos vivos

            Nada cresce, apenas a morte

            Apenas um ser os podia tocar

            O filho perdido de um mundo extinto

            Grande de coração, mas sem luz no olhar

            Fraco de aparência, imbatível no instinto.

            Os captores dos errantes se apavoraram

            Sabendo que o guerreiro seria sua perdição

            E na tumba negra os errantes encerraram

            Selando sua pedra com uma maldição

            Para libertar dos errantes a ira

            Sobre a tumba devia verter sangue inocente

            Sangue quente  sobre a pedra fria

            Para o jugo de morte caminhar novamente

            O Guerreiro sábio decidiu esperar

            Impotente diante da maldição

            O momento certo para lutar

            E livrar a planície da perdição

            Mas aí havia uma complicação:       

            Num sono de morte resolveu mergulhar

            Mas guerreiro, montaria, espada, escudo

            No mesmo lugar não podiam repousar

            Assim o rapaz ao sul foi confinado,

            O escudo à leste, a montaria ao norte

            No oeste a espada, tudo bem guardado

            Bem vigiados, para não fugir à sua sorte.

            Assim, sabendo que chegou a hora

            De tirar o guerreiro do sono que mergulhou

            É preciso escolher os que farão a obra

            De acordá-lo para a batalha que tanto esperou.

            Para recuperar a espada no oeste,

            Sirius Black e Rony Weasley irão

            Ao norte para despertar a montaria

            Harry Potter e Draco Malfoy seguirão

            Neville Longbotton pode parecer improvável

            Para com Hermione Granger seguir em missão

            Mas seus conhecimentos o farão  notável

            E junto com ela o escudo tirará da escuridão

            Finalmente ao sul, onde repousa o guerreiro

            Irá solitário, o bruxo para sempre marcado

            Atlantis Fischer, o nobre cavaleiro

            Para esta missão será designado.

           

            O chapéu seletor quedou-se mudo e todos olharam para os escolhidos: Harry, Rony, Hermione, Atlantis, Neville, Sirius e Draco. Alvo Dumbledore olhou-os e disse:

            - Vamos para minha sala, preciso orientar o que cada um irá fazer.

            Eles o seguiram em silêncio. Caminharam até a sala do diretor, onde ele abriu um grande mapa sobre a mesa, que devia ser muito antigo. Era um mapa mágico, onde as coisas apareciam animadas, como o mapa do maroto. Via-se a massa dos errantes  cercando Hogwarts, e uma outra massa cinzenta aglomerada no cemitério de Hogsmeade. Quatro pontos brilhavam no mapa, um em cada direção. Dumbledore começou a explicar o que cada um faria:

            - Sirius e Rony: Aqui no pé desta montanha há uma fonte, nesta fonte há um guardião cheio de ira, contornem sua ira e conseguirão a espada. Hermione e Neville: Não se preocupem com a aparência da criatura que está com o escudo, mas sim com a sua astúcia, vocês vão achá-la numa casa com um jardim, pouco além deste ponto. Provavelmente ele vai querer negociar com vocês, usem a sua inteligência e ele não conseguirá envolvê-los. Draco e Harry, a montaria não tem guardião, mas nem por isso será fácil para vocês... Não o despertem de forma brusca ou irão se arrepender. Atlantis, você deve ir a esse ponto, além de Hogsmeade e abrir a porta de uma grande cripta escavada na pedra. Veja este símbolo – ele deu um pergaminho ao bruxo – ele marca a porta da câmara. Toque com este pergaminho a primeira porta e ela irá se abrir. Não toque na pedra tumular, deve retirá-la usando magia, ou do contrário você irá ser morto pelo feitiço que guarda a câmara do sono do guardião. Quando ele estiver desperto, nenhuma força das trevas se aproximará. Eu vou levá-los para a torre e vocês partirão de vassoura. Não se preocupem com os errantes, vocês estarão todos além dos muros de Hogwarts. Quando conseguirem seus objetivos, voem todos para o ponto sul. Cada um de vocês levará isso – ele entregou a cada um uma espécie de bússola – ela mostrará o quão perto estão de seu objetivo, e do objetivo final ao sul.

            Todos foram pegar as vassouras. Harry pegou sua Firebolt, e Draco pediu ao time de Quadribol da Sonserina que cedesse as Nimbus 2001 para os outros. Foi um pouco difícil, ele precisou argumentar que se não fizessem isso, provavelmente não haveria mais escola para praticarem Quadribol. Quando o grupo se reuniu no Salão, Dumbledore ordenou que viesse comida para eles e eles comeram, sendo observados pela escola toda, que também estava reunida para o jantar. Draco pediu à Sue que ficasse do seu lado enquanto jantavam.

            Finalmente chegou a hora de rumarem para a Torre Norte: eram exatamente dez horas da noite.

            Num canto, Neville despedia-se de Gina:

-         Eu queria que você soubesse de uma coisa que eu nunca te disse: Gina, eu te amo – ele a abraçou: - eu não sei porque o chapéu me escolheu, não sou bravo nem forte, mas se você disser que também me ama, eu acreditarei nisso...

            -  Eu te amo, Neville. E você é bravo e forte.

            Harry pegou a foto que tinha junto de Willy e a pôs no bolso da veste, apertou a mão dos outros notáveis e abraçou Hermione e Rony, ao mesmo tempo:

-         Tudo vai dar certo – ele disse.

-         Amanhã a esta hora estaremos rindo disso – respondeu Rony, que apesar disso estava muito sério. Ele beijou Hermione e disse: - Não se atreva a morrer.  – Ela riu e respondeu:

-         Se você morrer, eu vou ficar muito zangada com você.

            Sirius beijou a filha, que estava no colo de Sheeba, que tinha lágrimas nos olhos. Ela entregou Hope para Smiley por um instante e abraçou com força o marido, dizendo:

-         Você vai sobreviver, eu sinto – Ela sorriu e o beijou de leve na boca – mas, por favor, volte inteiro para mim.

-         Não se esqueça que eu te prometi outro filho – e ele riu – para quem me esperou tanto, você está muito impaciente... uma noite passa depressa.– Nesse momento Harry se aproximou e abraçou os padrinhos.

            Draco estava frio num canto e Sue se aproximou:

-         Draco... me perdoe por ter te tratado tão mal.

-         A culpa não foi sua – ele acariciou o rosto da garota  - eu fiz muitas coisas que não devia. Ele ergueu-se e juntou-se aos outros sem beijá-la.

-         É hora – disse Dumbledore.

            A todos ficaram olhando enquanto os sete guerreiros  subiam para a torre Norte. Ao chegar lá, Dumbledore enfiou a mão no bolso e tirou a varinha de Draco, entregando-a a ele. Estava inteira:

-         Eu a consertei. Use-a com sabedoria. – Draco balançou a cabeça e olhou para Harry. Os dois se encararam por um minuto em silêncio, e ainda em silêncio, voltaram os olhos para a negra noite sem lua nem estrelas. Lá adiante nuvens se adensavam sobre Hogsmeade. Então, olhando para direção que deviam tomar, os sete levantaram vôo ao mesmo tempo. Seis notáveis e um renegado.


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