- AAHHH!!! Carlisle deixou!!!! – Alice pulava e gritava feliz na sala da minha casa, me matando de susto. Ainda bem que meu pai já estava trabalhando e não viu aquele circo logo pela manhã.

- Deixou o quê, Alice? – Perguntei, já imaginando a resposta, desviando minha atenção do maravilhoso filme que estávamos assistindo na TV.

- Deixou a gente ir pra Ilha Esme curtir as últimas férias escolares de Forks!!!

O rosto de Alice não poderia ser mais feliz. “E eu com isso?”, pensei voltando minha atenção para a televisão. Queria realmente entender por que Alice acha que o local em que ela vai passar as férias é de meu interesse. Mas ela ficou me olhando com aquela cara de “Vai, pergunta mais, que eu quero falar!”, então desliguei a TV de uma vez e perguntei:

- Mas Alice, que raio de Ilha é essa?

Batata. A cara dela se resumiu em uma enorme expressão de surpresa, ela levou a mão direita à boca, com aquele anel enorme de prata cravejado de ametistas reluzindo em seu dedo indicador, e o som das palavras que saíam de sua boca exprimiam toda sua glória em compartilhar a fofoca comigo.

- Mentira que você não sabe? OMG! É a Ilha que Carlisle deu de presente para Esme! O lugar é maravilhoso, vai por mim!

Aquela conversa não acabaria tão cedo. Olhei para ela tentando fazer minha melhor expressão de “Ah, que legal, incrível, como sobrevivi até hoje sem saber disso?”, e continuei perguntando, tentando parecer interessada.

- Mas a Ilha é da Esme, então porque pediram ao Carlisle?

- Por que a Esme não pode saber... – disse ela com aquela cara de moleca. - DROGA! – ela mudou de moleca para irada em uma fração de segundos.

- O que houve, Alice? – desta vez minha curiosidade era real, adoro quando Alice tem estas visões repentinas, que mudam toda hora.

- Eu. Mato. O. Emmett. E. Sua. Boca. Grande.

- O que tem o Emmett?

Eu tive de controlar a vontade de rir, porque a expressão de ira estampada no rosto de Alice era impagável, ela parecia um “smurf” revoltado.

- Ele acabou de contar pra Esme. E ela está dando um ataque de pelancas lá em casa. Vamos Bella, vamos acalmá-la!

Então Alice me puxou pelo braço e me enfiou no carro, tão rápido que nem terminei de inspirar uma só vez quando vi o cinto de segurança atrelado sobre mim, e o carro dando a partida, furioso.

Aquele porshe amarelo combinava tanto com ela que dava até medo, parecia que Alice e o carro eram uma coisa só.

- Alice, acho que podemos ir mais devagar... – Falei morrendo de medo, não da velocidade, mas do meu estômago. – Não que eu não confie em você, mas eu não quero despejar meu café da manhã humano no estofado de couro super-limpo e super-confortável do seu carro perfeito...

Ela reduziu na hora. E minha náusea também diminuiu.

A estrada em frente à grande, branca e envidraçada casa dos Cullens estava toda acesa, e eu podia ouvir da esquina, de dentro do carro, o som de objetos sendo arremessados pelos ares, e partindo-se em pedaços ao atingir seu objetivo (provavelmente o Emmett).