Bella POV

Eu nem sabia que dizer. Custava muito assimilar toda aquela informação. E era ainda mais difícil saber que a tua própria família havia te enganado todos estes anos e sem terem ideia ou intenção de te contarem, fazendo tudo nas tuas costas. Os meus próprios pais e irmã. Como isto era possível? Não era o dinheiro nem nada disso que me estava na mente, era o facto de eles me terem apunhalado pelas costas sem eu dar conta e eu, como é óbvio, não ia deixar isto ficar assim. Eu estava mal, desiludida, perdida neste mundo.

Eu tinha perdido tudo o que restava do meu querido avô. Eles tiraram-me o que era meu por direito. George apenas confiava em mim, ele sabia que o resto das pessoas á sua volta eram apenas interesseiras. Eu sofri bastante quando ele faleceu, era o meu único amigo e familiar com quem eu gostava de passar os meus tempos livres.

Eu ia recuperar t-u-d-o o que me tiraram. Até porque a quantia exacta de dinheiro encontrava-se num documento. Cerca de 2,5 Biliões de Dólares. Deus, é maior que o mundo inteiro… muito dinheiro e eu nem sabia quanto aproximadamente os meus pais haviam gasto, não me admirava que pelo menos metade já tivesse sido gasto, é normal se eles vivem neste luxo todo.

Na segunda-feira lá fui eu completamente em baixo para as aulas. Claro que eu não iria faltar. Além disso eu necessitava ainda de falar com Edward sobre o beijo, só não sabia quando e como.

Alice, Rosalie e eu mal entrámos na escola, como sempre, os olhares voltaram-se logo para nós. A minha cara devia estar péssima, tal como a minha disposição para levar com o resto do dia de aulas. Fomos directas ao refeitório e sentámo-nos numa mesa vazia.

Eu já havia falado com o advogado Charles Felton, o mesmo do meu avô, e contei-lhe a história toda e ele próprio me contou que havia estranhado quando na altura da divisão dos bens eu não tinha ficado com nada. Ele estava disposto a ajudar-me, quase que gratuitamente, pois ele era um grande amigo do meu avô. Agora encontrava-se com 76 anos mas mesmo assim continuava a exercer a sua profissão. Eu esperava conseguir resolver tudo. Domingo, quando eles chegassem da tal viagem, eu iria confrontá-lo e contar que sabia de tudo o que haviam feito. Eles deviam ir presos pelo que fizeram… mas eu não ia chegar a tanto. Apenas iria processá-los e ter o que era meu, depois, por mais que me custasse, iria sair de casa e construir uma vida sem eles nela… pois sem dúvida eles não gostavam de mim… para eles eu não era nada, se não eles não teriam feito o que fizeram.

Senti um cheiro característico que eu conhecia muito bem atrás de mim… Alice e Rosalie olharam-se com um sorriso malicioso e eu virei-me para trás sem me surpreender com quem era. Edward. A reacção, como sempre, foi instantânea. O meu coração começou a bater descompassadamente e corei bastante ao lembrar-me do nosso beijo.

Olhei para os lindos e profundos olhos verdes e perdi-me neles.

- Posso falar contigo? – Perguntou com os olhos a brilhar. Eu quase babei para ele. Quase.

- Hum… sim. – Disse eu levantando-me e seguindo-o até a um corredor vazio da escola.

Ele virou-se de frente a mim e olhou-me intensamente. Fiquei sem fala. Nos seus olhos eu via pura adoração e amor, como eu nunca havia visto em toda a minha vida. Acho que até perdi a fala.

- Bella… sobre o que aconteceu... eu apenas quero te dizer que não me arrependo absolutamente de nada … podes dizer que foi um erro mas tu e eu sabemos bem que não foi… na verdade foi muito, muito bom e extremamente delicioso… e acima de tudo verdadeiro. – Ele disse com uma convicção que eu fiquei espantada. Talvez já estivesse na hora de eu dar a mim própria uma oportunidade de ser feliz. Edward era a pessoa que eu mais amava na minha vida, porque não dar-lhe uma oportunidade? Eu deveria dar-lhe e iria fazê-lo…

- Edward…

- Bella – interrompeu-me – Eu amo-te!

O meu coração deu um pulo. Ele declarara-se sem dúvida ou hesitação alguma. Ele amava-me… e eu a ele.

- Só não me voltes a magoar… porque eu não irei aguentar dessa vez. – Disse séria, mas por dentro eu morria de felicidade. Ele sorriu torto e com uma felicidade que nem havia palavras para descrever.

- Nunca mais. Pois eu amo-te! – Ele disse puxando-me ao encontro dele e abraçando-me com força como se me quisesse manter ali nos seus braços para sempre, eu não me iria importar nada.

Só espero ter feito o certo. Estava na altura de acontecer algo bom na minha vida.

Edward Cullen, o amor da minha vida.