Harry estava mais uma vez na Rua dos Alfeneiros nº 4, sentado no parapeito da janela pensando em tudo que tinha acontecido no seu último ano. 

Não era possível, não podia ser real. Seus pais tinham morrido, Cedrico também e agora Sirius,o seu padrinho. Não era algo fácil de suportar. Foi logo acordado dos seus devaneios  quando viu uma coruja muito branca se aproximando.

- Edwiges – disse Harry.

A coruja pousou, trazendo uma carta pendurada na pata, e Harry a tirou para ler enquanto dava água para uma Edwiges cansada.

- É do Rony – pensou, e logo as suas dúvidas se confirmaram ao ver a carta do amigo.

Harry,

Desculpe por não ter escrito antes para você, mas eu e Hermione estamos com muitas saudades. Meu pai conversou com Dumbledore. Ele disse que nós podíamos te buscar amanhã às nove para passar as férias conosco na Toca. Sei como deve tá sendo difícil pra você, por isso achamos que deveria vir. 

Estou esperando a sua resposta pela Edwiges, e caso você não mande, vamos te buscar de qualquer jeito.

Abraços,

Rony

Harry leu e releu a carta várias vezes, até que decidiu arrumar o malão e mandar a resposta para Rony. Escreveu um simples “sim” e se deitou, esperando ansioso pelo dia seguinte.

 Estava com saudades da Mione, dos Weasleys, e o que ele achou mais estranho, estava com saudades de um deles em especial: Gina.

Aquela manhã estava gélida, e Harry rapidamente se levantou, lembrando que ainda não tinha avisado aos Dursleys, e como não sabia de que modo iriam buscá-lo, resolveu ir avisá-los. Ainda faltava uma hora para as nove. Tomou banho, se vestiu e desceu, avistando tia Petúnia na cozinha preparando o café para o Duda.

- Hum... Tia Pétunia – disse apreensivo

- Desembucha, garoto – disse ela ríspida

- É que meus amigos vem me buscar às nove e eu só queria te avisar – informou calmamente

Pétunia congelou, falou um simples “ok” e o mandou ir logo para o quarto.Ele subiu, desceu com o malão e com a gaiola vazia de Edwiges, pois já tinha mandado a coruja ir voando.

A campainha tocou e Harry atendeu. Quando olhou, para sua surpresa, quem estava lá era Dumbledore.

- Oi, Harry – o cumprimentou

- Oi, professor.  Desculpe perguntar, mas o que o senhor faz aqui? – falou tentando não parecer displicente.

Dumbledore riu e respondeu.

- Resolvi te buscar, já que tínhamos algumas coisas pertinentes sobre as quais devíamos conversar.

- Hm... – foi a única coisa que Harry conseguiu responder no momento.

- Eu vou despachar seus pertences e podemos aparatar para a Toca depois de conversarmos – falou Dumbledore.

Eles andaram pela rua estreita, logo depois de Dumbledore ter mandado suas coisas para a Toca.

-Bom, Harry – disse o professor cortando o silêncio - Precisamos nos aprofundar em algumas coisas durante o seu ano em Hogwarts. Vou lhe dar aulas sobre vários assuntos e você vai reaprender Oclumência e Legilimência

- Tudo bem, professor- disse Harry um pouco nervoso

- Porém, não temos tempo para isso agora. Vou aparatar com você para A Toca, e tenho que te pedir para não sair das imediações, porque várias feitiços de proteção foram lançadas em volta da casa, e não queremos causar problemas ao Sr. e Sra. Weasley, não concorda ? – perguntou ele serenamente

- Sim, senhor.

Eles aparataram e chegaram à Toca, onde Dumbledore se despediu e disse que eles se veriam em Hogwarts. Harry logo chegou à entrada da toca, e bateu duas vezes na porta.

- Quem é?- perguntou a Sra. Weasley apreensiva

- É o Harry.

Ela abriu a porta e o abraçou fortemente.

- Harry! Como está magro! Aqueles trouxas não estão te alimentando direito! Não esperávamos você aqui tão cedo. Vamos entrando – disse ela gentilmente.

- Harry? Ouvi bem? Harry está aqui? – gritou alguém que ele reconheceu ser a Mione.

- Estou sim! – disse ele um pouco mais alto. 

Gina, Rony e Hermione desceram correndo e abraçaram Harry. Quando a Gina o abraçou, este sentiu uma sensação muito estranha, como se quisesse isso mais vezes, só que resolveu não comentar.

- Há quanto tempo está aqui, Mione? – perguntou Harry.

- Só alguns dias – respondeu a garota analisando-o.

- Vamos comer, Harry. Estou esfomeado – disse Rony.

Todos riram.

- E quando não está? – disse Gina sarcasticamente, fazendo-os rir mais.

- Não é porque está namorando, Gininha, que tem de ficar irritando seu irmão! Deveria estar com o Dino, ao invés, de ficar irritando a gente - disse Rony com raiva.

Harry se sentiu mal quando ouviu isso. Foi como se um dementador o tivesse atacado e toda a felicidade do mundo tivesse acabado. Ele ouviu bem, Gina e Dino namorando? Não sabia porquê estava se sentindo assim. Era estranho. Deveria ser só porque ela era irmã do Rony, mas no fundo ele sabia que não era.

- Tudo bem, Harry? – perguntou Hermione que continuava a analisá-lo.

Gina e Rony ainda discutiam, mas se viraram quando a garota perguntou isso

- Ah... Sim, eu só estou cansado. Vou me deitar – disse tentando convencer a si mesmo.

- Ok, Harry - disse Rony, que não parecia notar nada de errado - pode ir pro quarto do Percy.

- O quê? – perguntou.

- Bem, todos nós concordamos que devia ficar lá.

- Ah...  Obrigada. Vou indo, então.

Harry subiu, seu malão e Edwiges já se encontravam no quarto.  Ele deitou na cama e não viu mais nada por um longo tempo, até que acordou com um sussurro no ouvido que o fez se arrepiar

- Oi, Harry - disse Gina - Está na hora do jantar

- Hmm... Obrigada, Gina - disse ele

E quando Gina ia se levantar, ele segurou sua mão e ela a olhou assustada.

- É verdade que você e o Dino... -  disse ele tentando usar toda a sua coragem

- Eu e o Dino o quê?

 - Hm... Sabe, estão...  Namorando – disse ele

 - Ah, isso... É sim - disse ela indiferente

Harry não conseguia ver mais nada a não ser o seu rosto, a sua pele, o fato de ela ser linda, o fato de querer beijá-la. Quando viu, já tinha a puxado e eles já estavam se beijando. Então, ela parou e olhou pra ele, chorando

.- Você não devia ter feito isso, Harry – ela disse - Eu estou namorando - e depois saiu.

Harry ficou arrependido.  Queria pedir desculpas, queria que aquilo não tivesse acontecido, mas tinha sido bom... Muito bom, na verdade.