Capítulo 17

Shine a light through an open door

Brilha uma luz por uma porta aberta

Love and life I will divide

Amor e vida vou dividir

Turn away cause I need you more

Volte porque preciso mais de você

Feel the heartbeat in my mind

Sinta a batida de coração na minha mente

It's the way I'm feeling I just can't deny

É como estou me sentindo, não posso negar

But I've gotta let it go

Mas tenho que deixá-lo ir

We found love in a hopeless place

Nós encontramos amor em um lugar sem esperança

                                                We found love – Rihanna feat. Calvin Harris

Rosalie POV

As duas semanas que antecederiam o julgamento de Emmett passaram voando. Entre tantos plantões dele no hospital, visitas a Alice e a Daphne e o esperado noivado de Edward e Bella, os dias tinham passado e eu nem sequer havia percebido.

Parecia que eu entrara em sono profundo e acordara na última segunda-feira antes do julgamento do meu futuro marido. Emmett já estava de malas prontas para Chicago e, se tudo desse certo, na semana seguinte ele já estaria de volta.

Era pelo que eu torcia loucamente.

–Você vai ficar bem, Emm. – dei um beijinho em sua covinha assim que ele a deu chance de aparecer em seu rosto. Nós estávamos em frente a nossa casa; o táxi já esperava Emmett do lado de fora com destino ao aeroporto JFK.

Travis e Ella ainda estavam na escola, ainda não passara do meio-dia e o período de estudos era integral. Os dois já tinham se despedido de Emmett pela manhã.

–Se cuida! – ele pediu. – Não vá fazer nada que não faria comigo olhando.

Revirei os olhos.

–Eu já sou bem grandinha, vou saber me cuidar. – sorri um pouco e lhe dei um selinho. – Tem certeza que não quer que eu vá com você? Nem que seja para ficar no hotel...

–E quem vai cuidar dos seus pestes, Rose? – ele deu um sorriso tranquilo. Abri a boca para argumentar, mas ele me calou com um beijinho. – Você. Eles não vão querer ficar tanto tempo longe da mãe; e nem você deles, eu aposto.

Nesse ponto ele realmente tinha razão. Travis e Ella ainda eram apenas crianças... Minha caçula tinha feito sete anos não fizera nem um mês. Eu tinha que ficar ali. Emmett estava irritantemente certo.

–Tudo bem. – assenti, o que fez com que ele sentisse um orgulho aparente. Só não sabia se era de mim, por ter concordado de prontidão; ou se dele mesmo, por finalmente conseguir isso de mim.

Talvez um pouco dos dois.

–Mas – comecei, tirando rapidamente aquela expressão de sua face. Ele achava mesmo que eu não reclamaria nem um pouco? – Acho que não tem problema eu ir com você até o aeroporto, tem?

Emmett me apertou em um abraço de urso.

–Achei que nunca pediria. – ele riu em meu ouvido. – Vá se trocar, Rose. Rápido.

–Bobinho. – beijei seu rosto e tirei meu robe.

Seus olhos se arregalaram com a surpresa de me ver pronta para sair. Ajeitei meu cabelo e peguei minha bolsa que repousava sobre o sofá.

–Mas é claro. – ele se conformou, revirando os olhos com bom humor. – Como não pensei nisso antes?!

Ri sonoramente e puxei-o pela mão, caminhando até o táxi que nos aguardava. Depois de Emmett deixar sua mala no porta-malas, optamos por sentarmos os dois no banco traseiro. Tínhamos pouco tempo; queria aproveitá-lo ao seu lado. Não tinha nem noção de quanto tempo demoraria para vê-lo novamente.

–Chegamos. – o motorista do táxi alertou depois de uma viagem silenciosa. Emmett e eu não precisávamos dizer nada para nos expressarmos perfeitamente bem um com o outro.

O homem desceu do carro e tirou a mala, entregando-a a Emmett.

–Vou sentir a sua falta. – confidenciei quando abracei meu namorado. – Ainda posso ir com você...

–Não Rose... Pense nas crianças. – ele insistiu e me deu um longo beijo. – Nos vemos em breve.

–Assim eu espero. – bufei por causa da contrariedade. – Vá com Deus e boa sorte lá. Vai ficar tudo bem.

Ele assentiu um com um sorriso discreto e seguiu para dentro do grande e esplendoroso JFK. Dei meia-volta para voltar para casa, e o taxista, assim como fora instruído durante o caminho, estava a minha espera.

–Pronta para voltar? – ele perguntou, desencostando-se de seu próprio carro e abrindo a porta do passageiro para mim.

Fiz menção de entrar no veículo, mas parei no meio do caminho. Eu sentia a necessidade de ficar até o avião de Emmett realmente partir.

–Quanto deu a corrida até aqui? – perguntei. O homem arqueou uma sobrancelha, mas entrou no carro para checar o taxímetro.

–27 dólares e... –ele começou a dizer, mas já tinha pego trinta dólares em minha bolsa e entregado a ele.

–Pode ficar com o troco. – disse e saí correndo, adentrando o famoso JFK. Pude ouvir algum murmúrio do taxista atrás de mim, mas não me importei com isso nem um pouco. Tinha que correr antes que perdesse Emmett de vez ali no meio de tanta gente.

Mas talvez já fosse um pouco tarde demais. Havia várias pessoas naquele lugar; não tinha conhecimento que o movimento era tão intenso assim no início da semana. Nunca vira tantas pessoas de terno e gravata em um só ambiente, e olha que eu tinha experiência no assunto, já que eu já frequentara diversos lugares mais formais por conta da minha profissão.

Onde eu encontraria Emmett em um lugar com um fluxo de pessoas tão... Impossível?!

–Com licença. – notei uma aeromoça passar por mim de forma apressada. Ela era da companhia aérea que Emmett usaria. – Está indo para Chicago?

A mulher assentiu sem parar seu caminho, e então eu passei a segui-la.

–Você está atrasada! – ela me advertiu. – Tem que correr para o check-in!

–Não, não vou viajar... – expliquei. – Estou procurando meu namorado. Ele vai viajar com vocês.

–Despedida? – ela perguntou sem olhar para mim, apenas desviando de tantas pessoas para alcançar seu destino. Eu fazia o mesmo.

–Sim... – suspirei, mas não diminuí meu ritmo.

–O portão de embarque para os passageiros do voo da uma e meia está ali. – ela apontou após alguns minutos, finalmente parando. – Seja rápida, senão não irá alcançá-lo.

–Obrigada pela ajuda. – sorri de leve e saí de seu encalço sem dizer mais nada. Nem mesmo sabia o nome daquela aeromoça; mas fiquei muito grata a ela quando vi Emmett sentado em uma das inúmeras cadeiras que havia ali.

–Rose?! – ele estranhou quando me viu ali, mas abriu um sorriso maravilhoso. O meu sorriso.

Ele levantou-se quando parei em sua frente e nos beijamos longa e mais apaixonadamente do que antes.

–Passageiros do voo American Airlines 2589 para Chicago: favor se prepararem para o embarque.

Mas é claro.

–Eu amo você Rose. – ele despediu-se de mim com um beijo na testa. – Não faça nada de idiota.

Revirei os olhos e podia jurar que minha boca se retorcia naquele bico tão característico de Ella quando contrariada.

Eu só queria poder ir junto ou poder fazer com que ele ficasse.