2000 Miles Away. escrita por biamcr_


Capítulo 11
Não sou muito poeta, mas sim um criminoso.


Notas iniciais do capítulo

Então, me perguntaram com qual frequencia eu posto e eu esqueci de responder. Então, eu posto quando dá hehe. Agora meus pais estão abrindo um novo negócio e eu tenho que cuidar do meu irmão, fazer meu almoço e cuidar dos animais (acreditem, meus pais tem quase um zoológico dentro de casa haha).. Daí fica foda de postar, né? Mas eu tento ir escrevendo algumas partes do capítulos quando dá, e posto quando tá pronto. :)



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Fui adentrando o lugar lentamente, com Gerard, que andava em passos mais rápidos, à minha frente.

Eu prestava atenção em tudo à minha volta, tentando absorver todos os detalhes sobre o lugar e as pessoas que me cercavam. Eu tentava entender, também, mas não conseguia. O que infernos fazíamos naquele lugar, afinal?

Mas, ao mesmo tempo, isso não era a única coisa que eu tentava entender. E por que infernos Gerard me beijara? Ele nunca demonstrava porra nenhuma de sentimentos por mim. Nunca.

 Talvez isso fosse a merda do amor, então. Essa maldita confusão. Você não sabe o que está sentindo nem quem você é. Os sentimentos de amor, raiva e confusão misturam-se, te deixando sem saber o que fazer.

Mas, porra, eu sabia. Eu sabia quem eu era, mas, repentinamente, eu não sabia mais. Gerard tirara toda a certeza presente em mim. Ou o amor o fizera...

Me perdi tanto em minhas incertezas que acabei não prestando atenção no lugar em que estávamos. As parades vandalizadas com tinta spray estava cheia de posters antigos, perto de alguns sofás rasgados, que podia-se ver algumas pessoas pessoas deitadas.

Aquele, definitivamente, não era um lugar que eu entraria. Cheio de gente bêbada e ignorante, que só queria saber de viver uma vida fútil e idiota. E, sinceramente, não parecia um lugar em que Gerard entraria também. Ele gostava de ficar sozinho, afinal.

Gerard entrava apressado por um corredor escuro e longo, enquanto eu continuava a prestar atenção em tudo.

– Espere aí fora, Frank. – Disse ele, sorrindo malicioso.

– Não, eu vou junto. Ninguém mandou você me trazer junto, agora vou entrar nessa porta aí com você.

Gerard rolou os olhos, fazendo uma cara de tédio.

– Fique aqui ou eu não te levo de você pra cidade.

– Quem é a criança agora? – Perguntei, sorrindo desafiadoramente. Não sei porque, mas, depois daquele beijo, achei que poderia tomar mais intimidade com ele.

– Vá se foder. – Disse, entrando.

Fiquei lá, obserando. As pessoas dançavam como loucas as músicas de bandas clássicas do Rock, enquanto bebiam alucinadamente. Eles se pareciam com Gerard no fato de beber pra caralho, sim, mas algo nele era diferente. Ele pareciam um bando de jovens alienados que estavam lá apenas porque a mídia mostrava isso o tempo todo como sendo a coisa "errada" e que não deveria ser feita.

Tentei olhar para dentro da sala em que Gerard estava pelo buraco da fechadura. Não pude ver nada, pois parecia que alguém estava na frente da porta, tapando completamente o buraco.

Eu já estava ficando impaciente... Estava quase pensando em sair daquele lugar e esperar no carro, quando ouvi um barulho. Algo se quebrando, para ser mais preciso.

– Vá se foder, seu imprestável! – Ouvi a voz de alguém gritando. – Não serve nem para fazer o que lhe é dito. Eu mandei você esconder  essas porras, não mandei?

– Gerard, eu não posso. Cansei dessa merda de vida. Eu desisto.

– Você o quê? Não pode desistir, entendeu? Eu te mandei fazer essa merda, você disse que o faria, agora não pode desistir. Você não tem escolha! – Gritou Gerard de volta.

– É sério, cara, eu to me mandando. Já chamei os caras e eles estão chegando. Me desculpa, mas minha consciência não me deixa viver dessa maneira. – Disse o primeiro, que era um desconhecido para mim, demonstrando insegurança na voz.

– O que infernos você quer dizer com "chamei os caras"? – Ouvi Gerard gritar, logo após um barulho de algo quebrando-se novamente. – Você chamou a polícia, seu idiota? Você chamou? – Ele dissera o final da frase entre dentes, dando a perceber que sua raiva chegara ao máximo. – Você está fodido, entende?

Eu já estava começando a me assustar, pois nunca havia visto Gerard daquele jeito. Eu não sabia o que ele poderia ser capaz de fazer, e tinha medo de descobrir.

Eles continuaram com a discussão por um momento, até que tudo ficou silencioso e eu decidi entrar.

Péssima hora eu escolhi.

Gerard encontrava-se apoiado sobre uma parede, segurando um cara e apontando uma arma na cabeça do mesmo.

– Você, meu caro amigo, me desafiou. Você não deveria ter feito isso, me entende? E não deveria, de jeito nenhum, chamar a polícia. Então acho que precisamos ficar empatados, sim? Você tentou foder a minha vida, eu fodo a sua.

Por um segundo, eu soube o que iria acontecer. Eu soube o que ele iria fazer... E eu só tive tempo de murmurar um "Gerard, não..." antes de um ouvir, em resposta, um inconfundível barulho. Sim, aquele barulho que eu já estava cansado de ouvir nos filmes de terror e de policiais.

Em poucos seguntos, o cara já estava caído no chão. Sangue escorria por todos os lados, e Gerard corria pela sala, jogando algumas coisas em uma mochila – inclusive a arma.

Ele abriu a janela e, pela primeira vez, senti como se ele percebesse que eu estava ali. Gerard acenou com a cabeça para mim, enquanto saia pela janela. Apenas o segui, meio atormentado e tentando entender a situação.

Sempre que eu ouvia falar ou via assassinatos na televisão, eu sentia como se aquelas pessoas estivessem super dramatizando a notícia. Quando uma pessoa morre, ela apenas morreu. Pronto. Mas isso foi até eu ver a porra numa morte ao vivo... E o pior, ser a única maldita testemunha do crime cometido pelo cara que eu amo.

– Que merda foi aquela? – Perguntei, quando entrei no carro. – Por que você fez isso, Gerard?

Ele não respondeu nada, apenas começou a dirigir aquele carro como um louco.

– Gerard, precisamos conversar. – Falei novamente, alguns minutos depois.

– Não somos um casal idiota, Frank. – Respondeu ele, tranquilamente.

– Eu preciso saber a resposta de algumas coisas. Coisas que você fez!

– Pergunte.

– OK, pra começar, o que infernos tinha naquela casa? O que você pegou nessa mochila? Por que você matou aquele cara? – Gerard, eu não acredito que você foi capaz. Digo, eu não esperava isso de você.

– Por que não esperava isso de mim? Você deve aprender, criança, que na vida real, as pessoas são capazes de tudo. Você tem que sair desse pequeno mundo de fantasias em que você vive. Nem tudo é perfeito e nem todos são como você. Você tem que aprender, também, a driblar sentimentos ridículos e aprender a se virar. Porque, na vida real, sobrevive o mais esperto... Os outros se fodem. – Ele sorriu malicioso. – Mas eu nunca me fodo, como pode perceber.

– Por que você o matou?! – Gritei.

– Para de gritar, caralho. Os policiais devem estar nos procurando agora, e seus gritos vão foder ainda mais a situação.

– Nos procurando? Porra, eu não matei ninguém! – Nesse momento, a coisa que eu menos esperava e queria que acontecesse, aconteceu. Eu comecei a chorar. – Aonde estamos indo, Gerard? Eu não quero viver uma vida ridícula de procurado pela polícia.

– Não se preocupe, nada vai acontecer. E não chore também, pois nada acontece comigo e você está comigo, logo, nada acontecerá com você também. Estamos indo a um lugar seguro.


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