Virgin Of 16 escrita por Hazy


Capítulo 1
The virgin of 16 is she!


Notas iniciais do capítulo

Bem, olá o/

Cá estou eu trazendo mais uma GaaHina pra quem gosta, e, dessa vez, é respondendo ao Desafio GaaHina de Fran_Hyuuga o/

Bem, são dois capítulos, como pedia o desafio, e postarei o segundo logo. (:

A Fran disse que ganharia pontos quem deixasse a personalidade original dos personagens. Bem, eu tentei, mas o Gaara ficou bem diferente, e por ser uma comédia que ela está narrando, modificou mesmo. A Hina ficou kawaii, mas tem uns surtos de bipolaridade que vocês vão entender na fic. q

Talvez eu perca pontos, mas deixo aqui a minha participação, e fico muito feliz mesmo em participar o/

Vou torcer para que o ganhador peça uma fic ItaHina pra você, Fran, porquê é o que eu pediria se ganhasse. o/

Eu espero que todos gostem, e em especial a criadora do desafio. (:

O título significa 'Virgem de dezesseis', vocês vão entender logo o por quê. xD

Bem, vou parar de falar e falar, e boa leitura para vocês.

Até logo. xD

Ah, ficou realmente grande. o_o



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.: Virgin of 16 :. 

Chapter one - The virgin of 16 is she! 

...

Quem aquela garotinha desprovida de estatura pensava que era? Me seguindo descaradamente em pleno centro de Tóquio, segurando sacolas de um mercadinho vagabundo que pareciam prestes a explodir, fitando o chão enquanto as mãos tremiam compulsivamente. Por acaso ela está tendo um colapso nervoso, ataque de pânico, é vítima de Mal de Parkinson ou o quê?

Bem, isso não é o que interessa. Ela está me seguindo há exatamente oito quadras – não tenho culpa se meu Camaro 78, herdado do meu falecido pai, não aguenta mais o tranco -, há mais ou menos três metros de distância, e a única coisa que eu consigo enxergar da criatura é uma cabeleira estranhamente azul, cobrindo o rosto que não falta muito para encostar no chão.

Mas agora eu quero ver, há! Estou há pouquíssimos passos de distância do meu prédio, e se ela realmente for uma stalker* disfarçada que quer roubar o meu humilde dinheiro, não vai conseguir ir muito longe.

Você deve estar se perguntando o porquê de eu estar tão estressado, preocupando-me com uma anã gigante que caminha atrás de mim como se fosse um encosto, fazendo suposições consideradas absurdas pelo resto da humanidade sobre os motivos que a levaram a me seguir. Acontece que eu sou um cara extremamente antissocial. Frio, calculista e sem sequer um amigo – sem contar, é claro, do meu querido colega de universidade que não sai da minha casa nem se sua mãe estiver morrendo ou se mudando para o Alasca.

Não adianta. Não consigo me relacionar, trato a todos com arrogância e é por isso, talvez, que eu tenha uma mente tão conturbada e criativa.

Voltando aos fatos.

Adentrei a portaria, seguindo diretamente para as grandes portas de vidro que a separavam do elevador. Eu morava num edifício de classe média, altamente confortável e com um elevador que fazia mais barulho que uma mulher tendo um filho por parto normal. E, como meu minúsculo apartamento ficava no oitavo andar, eu preferia me sentir desconfortável naquela lata velha do que enfrentar lances e mais lances de escada.

Mas o mais interessante disso tudo é que a menina realmente me seguiu até o elevador.

- Pretende me seguir até que eu entre na minha casa e você possa furtar descaradamente o meu pouco dinheiro? – Perguntei, deixando os valores da boa educação e gentileza lá na primeira das oito quadras.

A menina me olhou com a expressão mais terrivelmente amedrontada que eu vi na minha vida. Seu rosto era no mínimo, curioso. Olhos grandes e expressivos, num tom exótico que variava do branco ao lilás. Traços delicados.

- M-me desculpe, senhor... Mas eu moro no apartamento ao lado do seu.

Ah, droga. Essa me pegou de surpresa. Mas eu não tinha culpa, pois morava ali há somente um ano e não conhecia – nem fazia questão de conhecer – os vizinhos. Então era do apartamento daquela garotinha irritante que vinham aqueles latidos exageradamente altos de um cão aloprado qualquer? Bom saber.

Mas espera aí... Senhor? Eu tenho cara de velho ou o quê? Não sou um senhorzinho de idade prestes a perder os dentes e muito menos sou casado com uma mulher gorda e que passa vinte e cinco horas por dia no salão de beleza, fofocando, para ser chamado de senhor.

Ótimo. A primeira pessoa que habitava aquele mesmo prédio que eu conhecia e começamos assim. Gaara, você não tem jeito. Mesmo. Esqueceram de bater na sua bunda quando você nasceu.

Enfim, resolvi deixar de prestar atenção na minha adorável vizinha e a deixei entrar no cubículo velho, apertando a tecla que nos levaria até o oitavo andar.

Percebi que a garota se sentiu constrangida com a minha presença, pois seu rosto ficou tão vermelho que eu poderia acreditar que ela era uma mutante ou algo assim, para mudar de cor tão rapidamente.

- Etto... Qual o seu nome? – Perguntou com a voz tão baixa que tive que me esforçar para conseguir ouvir.

- Não interessa.

- E a sua idade?

- Não interessa.

- E... há quanto tempo mora aqui?

- Não interessa.

Pronto. Depois de três cortes seguidos, duvido que mais alguma pergunta saia da boca da garota.

- Será que...

- Que droga! Poderia calar a boca por vontade própria, ou eu vou ter que obrigá-la a fazê-lo? – Esbravejei, vendo a garota se encolher o máximo que podia no canto do elevador, parecendo gritar por dentro para chegar logo ao andar.

E seus pedidos foram logo atendidos, pois no minuto seguinte o elevador parou e ela pôde finalmente se livrar da minha ilustre presença, abrindo a porta de seu apartamento na velocidade da luz e sumindo logo em seguida.

Bufei, fazendo o mesmo, e não me surpreendendo ao encontrar meu querido pseudo-amigo , o qual a mãe batizou de Uchiha Sasuke, largado no meu sofá, enquanto jogava no meu videogame e comia as minhas batatas fritas.

- Está parecendo um búfalo de tanto bufar.

Pelo amor de Kami. Essa foi a pior dos últimos tempos.

- Pode ir tirando esse seu traseiro gordo do meu sofá, agora. – Falei, não obtendo reação do Uchiha que continuava a degustar a única coisa que eu tinha para comer em casa, pouco se importando com o proprietário daquelas batatinhas. – Retire-se, já.

- Gaara... Vamos colocar a conversa em dia! Não se deve expulsar um amigo desse jeito, é falta de educação. – O maldito reclamou, cinicamente, enquanto jogava sem a menor vergonha na cara o pacote no meu carpete anteriormente limpo.

Cravei os dentes, respirando e contando até dez. Caminhei até o moreno confuso e o puxei pela gola da camisa amarelada, ignorando os protestos do outro que tentava se soltar. Arrastei-o até a porta e fiz questão de batê-la na sua cara após o expulsar de vez.

- Seu canalha! Juro que nunca mais apareço nesse condomínio! – Pude ouvir os últimos gritos do Uchiha, sorrindo largamente ao pensar que finalmente eu teria paz.

Paz!

Errado.

Eu estava limpando o meu carpete, passando incessantemente a vassoura para retirar os farelos gigantes que o meu querido companheiro de universidade havia espalhado pelo chão, quando escuto a campainha tocar.

E eu juro que se for o Sasuke ou algum cobrador, não respondo por mim.

Larguei a vassoura, passando uma das mãos pela minha testa suada e coberta por uma bandana, ajeitando o avental, enquanto me dirigia até a porta. Não tenho culpa de estar parecendo uma mãe dedicada – sou solteiro e moro sozinho, tenho que saber cuidar do lar.

... Lar? Mais parecia uma festa do auê de tanta gente que aparecia. Cobradores, o padeiro, o leiteiro, vendedores de livros e jornais...

Enfim, abri a tão conhecida estrutura de madeira, quando me deparo com dois rostos sorridentes e completamente desconhecidos por mim, além de um constrangido de que eu lembrava vagamente.

- Olá! – Começou a mulher, e eu juro que teria mandado-a embora na hora se soubesse que ela falaria uma quantidade tão grande e desnecessária de palavras nos próximos minutos. – Somos seus vizinhos e temos um favor a lhe pedir. Iremos viajar para visitar meu irmão nesse final de semana, vamos ficar fora apenas dois dias, então não se preocupe. Você viu, querido, esse avental? Que garoto mais esforçado! Limpa a casa e tudo! Tenho certeza que vamos poder contar com ele para cuidar da nossa Hinatinha nesse tempo! Tem só dezesseis aninhos, tão fofa! Mas que apartamento grande, não? Aposto que deve haver um quarto sobrando! Mas você sabe, vizinho é pra essas coisas! Não se preocupe, Hinatinha é uma garota tão querida, tão obediente, tão esforçada! Aposto que não irá lhe causar problemas! E que olhos lindos são esses? Tão verdes, tão sombrios, tão penetrantes! Apenas certifique-se de dar-lhe os remédios para a rinite diariamente, não se preocupe, o horário está marcado na caixinha. Se precisar de alguma coisa, liga pra polícia, pro hospital, só não ligue pra gente, vamos estar ocupados, ok? E se Hinata lhe causar problemas, não se preocupe, apenas lhe dê umas palmadinhas na bunda, criança é assim, é só apanhar que aprende, não é? Tudo bem, iremos levar o cachorro e a irmã menor, então não vai ocorrer nenhum problema! Muito obrigada, e contamos com você! Até segunda, voltaremos e poderemos socializar.

E a última coisa que vi foi a mulher empurrando a garota pra dentro do meu apartamento, juntamente a suas malas, sorrir e sair com o marido.

...

...

...

Mas. Que. Droga. É. Essa?

Uma mulher louca e extremamente irritante, aparece na porta de uma pessoa que não conhece e provavelmente nunca viu, largando a filha sem dar explicações ou pedir permissão por dois dias, e saindo sorridente com um homem pra viajar?

Eu tenho certeza que esse tipo de coisa só acontece comigo.

Eu ainda estava pasmo, olhando atordoado para a porta fechada, quando lembrei da garota. Procurei-a com os olhos, encontrando uma figura cabisbaixa, vermelha e parecendo extremamente constrangida. Eu a entendia, vergonha alheia, vergonha alheia.

- Então, onde estão as câmeras? Acabou a pegadinha! Vocês foram descobertos, ahá!

Silêncio. Uma droga de silêncio constrangedor.

A garota continuava fitando apenas o chão, enquanto eu finalmente caía na real e percebia que aquela situação inusitada não era uma brincadeira. Fui ingênuo ao pensar que era, mas, concordem comigo, isso não acontece com qualquer um.

- M-me desculpe... por incomodá-lo. – Ouvi sua voz soar fraca, como quem se esforça muito para falar.

Balancei a cabeça, sentindo-a doer logo em seguida. Mas o que é isso, meu Deus?

Respirei fundo, lutando para me manter calmo, levando em consideração que a menina não parecia ter culpa do que estava acontecendo. Deveria ser horrível ter pais que lhe largam desse modo na casa de um estranho. E se eu fosse um torturador de criancinhas? Ou pior, um estuprador? Mas, de qualquer forma, eu não podia abrigar uma adolescente em casa. Sem chances para um cara extremamente arrogante e antissocial como eu.

- Então, garota, circulando. Não posso cuidar de você enquanto seus pais viajam. Encontre outro lugar pra ficar. – Declarei, dando de ombros e me sentando no sofá, indicando a porta com o polegar.

- Ei, espera! – Ela parecia desesperada. – E-eu não tenho pra onde ir! Não pode me largar na rua!

Fitei-a, meio... desnorteado. Onde estava aquela garotinha tímida do início? De onde viera aquela voz extremamente firme e autoritária, que me fez ter o grande trabalho de completar um giro de noventa graus com a minha cabeça apenas para olhá-la?

- Fora.

- Eu não vou.

Suspirei, me controlando. Novamente, eu pergunto: quem aquela garotinha pensava que era?

- Tudo bem. – Decretei. – Você pode ficar. Mas antes me responda uma coisa.

Ela me olhou, curiosa, enquanto eu me esforçava para não rir externamente, pois internamente eu já estava quase sem fôlego.

- Seus pais levam o cachorro para viajar, e deixam você?

E a última cena que eu vi foi a de uma menina emburrada carregando as malas em direção ao meu quarto, que sabe-se lá como ela sabia onde era.

...

A garota – que eu não consigo recordar o nome – passou o resto da noite estudando, no quarto de hóspedes que eu não fiz questão de arrumar para ela, apenas indiquei onde estavam as coisas que precisaria. Pouco me importei por ter lhe dado cobertores empoeirados que não eram usados há séculos, ou por ter lhe indicado uma cama que poderia quebrar com o peso do meu gato – eu tenho um gato – de tão velha que estava.  Não que meu gato fosse magro. Na verdade, ele era obeso, e eu desconfiava que o bichano poderia pesar mais que a garota. Ok, sem exageros.

Por sorte ela já havia tomado um banho, e só precisaria usar o meu chuveiro no dia seguinte. Não gosto de dividir o banheiro, e quanto mais atrasar para que eu precise fazer isso, melhor.

Ah, falando do gato, eles se deram muito bem. Sebastião – e não me perguntem por que o meu gato tem um nome que nem tem origem do meu país – não era amável, não era sociável e nunca parava em casa – novamente, não me perguntem como ele fazia para escapar do oitavo andar -, porém, foi só a menina chegar que o gordo já se infiltrou pela porta do quarto de hóspedes, e, desde então, não apareceu mais.

Jantamos qualquer coisa que eu fiz, por mais que a mocinha tenha se oferecido para cozinhar. Eu deixaria esse trabalho com ela pelos dois próximos dias, mas nessa noite estava com uma enorme vontade de comer lámen instantâneo.  Ela não reclamou. Também não falou; mal se mexeu.

A noite continuou assim, ela no quarto e eu na sala, quase me esquecendo da presença feminina na casa. Quando chegou a hora de dormir – que pra mim era depois das duas da manhã -, deduzi que ela já estaria dormindo, então não fiz menção de passar em seu quarto. Eu não passaria lá nem que ela estivesse acordada, pois não haveria motivo algum.

E eu estava ciente de que os outros dois dias seriam tranquilos como esta noite.

Eu estava redondamente enganado.

...

Acordei sentindo um cheiro muito bom vindo da cozinha. E aí pensei: mas que droga é essa? Cheiro bom vindo da cozinha? Mas quem estava lá? O Jason? Um psicopata? Ou talvez o Sebastião? Não, o máximo que o gato poderia fazer na cozinha era um cocô gigante capaz de provocar intoxicação em todas as pessoas que estivessem dentro de um raio de dez quilômetros.

Segui normalmente até a cozinha, apenas com meu costumeiro calção de dormir.  Seja quem fosse que houvesse invadido meu humilde apartamento, eu expulsaria em menos de um minuto.

Eis que, quando finalmente meu corpo chega ao local, me deparo com um corpo feminino debruçado sobre o fogão. E que corpo feminino.

Foi aí que me lembrei que eu não morava mais sozinho, ao menos por dois dias. A menina que eu não me recordava do nome usava apenas um pijama que parecia apertado, ou era propositalmente justo, não sei. Só sei que o short parecia curto demais.

Ela sentiu minha presença e virou-se, sorrindo, fazendo-me sair de meus pensamentos nada castos.

- Eu estou fazendo seu café da manhã. – Informou, as bochechas corando levemente. – Me desculpe por invadir sua casa. – Fez uma reverência.

E a garota parecia não notar meu olhar sobre seu corpo. Ingênua; ingênua demais. E isso poderia lhe trazer muitos problemas.

Ah, eu era homem, afinal. E ela era bonita, coisa que eu não tinha percebido com as roupas largas que usava no dia anterior. Mas eu não gostava de garotinhas. Já tinha vinte e poucos anos e me interessava apenas por mulheres, por mais que nunca houvesse tido um relacionamento sério com nenhuma.

Mulheres, entendeu?

Bem, mas eu estava feliz. Finalmente teria um café da manhã decente, então? Afinal, garotinhas virgens de dezesseis anos devem cozinhar bem, não é?

Errado.

Quase regurgitei, literalmente, quando vi aquela “coisa” – sim, porque eu não sabia o que era aquilo – saindo da panela. E aquele cheiro bom, de onde era?

Ela pareceu constrangida ao ver que suas intenções acabaram dando errado. Mesmo assim, serviu aquela bolota queimada em um prato e o colocou diante de mim. Olhei para aquilo e depois para ela, esperando explicações.

- T-talvez o gosto não e-esteja tão ruim... – Tentou, sorrindo disfarçadamente.

Era por causa da cama? Ou dos cobertores velhos? Não precisava ter apelado desse jeito!

- M-me desculpe... Eu nunca cozinhei antes.

Ri sarcasticamente, olhando-a, inconformado.

- Então por que foi fazer a comida? Se era para desperdiçar dessa forma, seria melhor se tivesse ficado dormindo. Para começar, ninguém lhe deu permissão para mexer nas minhas coisas.

E eu percebi. Percebi que havia sido duro demais com ela. Suas intenções eram boas, além de tudo. Ela só queria agradecer por eu tê-la deixado ficar em minha casa.

Hinata – depois de muito esforço eu lembrara de seu nome – abaixou a cabeça, recolhendo as panelas e o meu prato, pedindo licença.

- M-me desculpe... Você tem razão. – Sua voz saiu fraca, como quem se controla para não chorar. – E-eu vou limpar... e pagar tudo.

E eu não consegui fazer nada para impedi-la quando ela terminou seu trabalho e foi para o seu quarto, cambaleando.

E, sim, eu fiquei com a consciência pesada.

...

Durante a tarde, passei na locadora para alugar um filme, comprar algo para comer durante a noite e visitar a minha irmã, Temari, que já me cobrava aparições há mais de um mês. Eu sou um ‘dono de casa’, tenho que saber me virar.

Quando ela soube que eu estava dando uma de ‘babá’ duma adolescente de dezesseis anos, se tornou uma animação pura que batia qualquer palhaço de circo e começou a me dar milhões de dicas para entretê-la. E quando eu falei da mancada que tinha dado a repreendendo daquela forma durante a manhã, só faltou Temari aparecer com uma metralhadora e começar a atirar compulsivamente em mim. Falou tantos palavrões que eu consegui me sentir ofendido.

Foi ela que me recomendou o filme, e foi só quando eu cheguei em casa que me toquei que terror poderia não ser uma boa ideia. Bem, agora já foi.

Me surpreendi quando vi algumas notas de dinheiro em cima da mesinha de centro da sala, acompanhadas de um bilhete que dizia:

“Me desculpe por desperdiçar sua comida, e atrapalhar sua manhã. Eu iria embora se tivesse para onde ir, porém, prometo que será como se eu não estivesse aqui. Não vou incomodá-lo mais.”

Mas que droga de pontada no peito é essa?

Ignorei o dinheiro, seguindo para o quarto de hóspedes com a intenção de pedir desculpas. Já eras quase sete horas da noite, eu a mandaria para o banho e a convidaria para assistir o filme logo após. Talvez assim conseguisse melhorar a situação. Por mais que eu fosse um idiota anti-social, reconhecia que havia errado.

Encontrei-a dormindo de bruços, mas seu corpo estava rígido, como se tomasse o cuidado para não deixar a velha cama desabar, mesmo inconscientemente. Aproximei-me da cama, observando seu rosto. Ele estava levemente inchado e marcado.

Ela havia chorado.

Mas eu sou muito imbecil mesmo.

Eu não era de me sensibilizar dessa forma, de pedir perdão ou sentir remorso quando era duro com alguém. Normalmente eu era duro com alguém, porém, nunca, de forma alguma, eu me senti arrependido. Não era da minha natureza, mas dessa vez, eu estava.

Respirei fundo, tocando seu braço com cuidado para não acordá-la de forma brusca. Ela demorou um pouco para despertar, e quando percebeu que era eu quem a chamava, corou e virou o rosto.

Sentei no espaço ao seu lado na cama, vendo-a me fitar, surpresa.

- Eu...  – Comecei, receoso. Eu não me lembrava da última vez que havia me desculpado por algum de meus erros. - Etto... Me desculpe. - Completei.

Hinata abaixou o rosto, fitando as próprias mãos, os cabelos cobrindo-lhe parcialmente a face.

- Me desculpe por tê-la tratado tão mal. Você teve boas intenções e eu... a fiz chorar por ser tão idiota. 

- E-eu... não estava chorando por causa disso. – Declarou, ainda cabisbaixa. Como era difícil lidar com adolescentes, Kami.

Pensei um pouco. Ela não parecia disposta a me contar o motivo, então tentei deduzir sozinho com a minha cabeça não muito rápida pensando em mil possibilidades.

Até que finalmente cheguei a uma conclusão.

- Etto... Você estava chorando por que... seus pais a deixaram com um estranho? – Perguntei, preocupado. E isso sim era uma novidade: eu preocupado com alguma coisa; com alguém que eu mal conhecia.

- Hai. – Assumiu, envergonhada.

Eu a entendia de certa forma, mas não perguntaria mais nada. Hinata não parecia querer falar sobre isso e eu a respeitaria.

...

Avisei-a do filme e ela concordou em assistir, alegando que já havia me desculpado, e que eu estava certo em algumas partes. E era verdade, ué.

Pois então. Mandei-a tomar um banho – com muito custo, pois, como já falei, não gosto de dividir o banheiro – e arrumei um colchão de casal da sala, bem grande, para ficar mais confortável para mim. Ela que assistisse no sofá. Já ia colocando o filme no DVD player quando ouvi um grito estridente vindo do banheiro.

Como todo bom homem, já ia tentando deduzir o que era: uma aranha, uma barata, uma formiga ou um pernilongo gigante. Garotinhas virgens de dezesseis anos costumavam ter medo dessas coisas.

Por fim entrei no banheiro.

Só não esperava ver o que eu vi. Não esperava MESMO.

A morena estava enrolada numa toalha, com os cabelos pingando no chão do MEU banheiro, fora do tapete que eu coloquei especialmente para não molhar o piso, apontando para nada mais, nada menos que uma...

...

......

.........

Não, leitor. Não era uma barata, uma aranha, uma formiga ou um pernilongo. Não era um ser nocivo para a humanidade.

Era apenas uma...

Continua.


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Notas finais do capítulo

Háa! O que será que é, Kami-sama xD

Bem, espero que quem leu tenha gostado, e deixe um review para mim saber o que pensou (:

Quanto mais reviews, mais cedo eu posto. O prazo é até dia 31, então, se não houverem reviews verdadeiros - nada de up, gostei, posta, né gente? - vou postar no último dia do prazo. q Chantagista on -q

Bem, é uma tentativa de comédia, e a personalidade do Gaara mudou bastante, mas é esse o jeito que eu gosto de escrever, então, melhor assim o/

Espero mesmo que todos gostem, especialmente a Fran (:

Ja nee, volto logo - ou não, depende de vocês - com a parte final.

O que era, hm? xDDD