“Ele respeita o meu espaço

E nunca me faz esperar

E me liga exatamente quando ele disse que vai

Ele é próximo da minha mãe,

Conversa sobre negócios com meu pai

Ele é charmoso e encantador

E eu estou confortável

Mas eu sinto falta de gritar e brigar,

E dos beijos na chuva

E às duas da manhã e eu xingando seu nome

Você estava tão apaixonado que agia insanamente

E esse é o jeito que eu te amo

Arrasando e desfazendo,

É o friozinho na barriga como o de uma montanha russa

Eu nunca imaginei

Que eu pudesse sentir tudo isso

E esse é o jeito que eu te amo

Ele não pode ver o sorriso que estou fingindo

E meu coração não está machucado,

Porque eu não estou sentindo mais nada

E você era indomável e louco,

Tão frustrantemente, intoxicante

Complicado, não escapei

por algum erro e agora...”

No dia seguinte Draco apareceu cedo no hospital, os poucos médicos que estavam nos corredores eram os do dia anterior. O rosto do loiro era de quem tinha passado a noite em claro, os cabelos estavam bagunçados e a roupa amassada. No dia anterior havia aparatado direto em sua casa, estava atormentado com o pensamento que Hermione ainda o amasse, porque ele sentira o colar dela vibrar sobre sua blusa enquanto a beijara, mas se ela o amava então porque iria se casar?

Quando se preparava para dormir, sua mãe apareceu esbravejando que Draco havia voltado para o país para cuidar das empresas Malfoy e não para se divertir num hóspitalsinho com a sangue-ruim. Então o loiro simplesmente trocou de roupa e saiu de casa a deixando gritar aos quatro ventos que ele era um rapaz irresponsável e que a envergonhava.

Acabou dormindo em um motel trouxa.

Estava distraído quando trombou com Blás no 2° andar, ele estava levando sermão de Luna sobre algo. Pararam ao ver o loiro.

-Andou farreando noite passada meu amigo? – Perguntou o moreno rindo.

-Blás? O que faz aqui?

-É culpa da Luna. – disse o moreno abrindo os braços.

-Minha seu idiota? VOCÊ LARGA SEUS FILHOS E A CULPA É MINHA? EU DEVIA MATAR VOCÊ! – gritou Luna irritada e saiu em direção ao térreo.

-O que aconteceu? – perguntou Draco assustado.

-Ela só fica desse jeito quando acontece algo com os gêmeos, é de assustar mesmo...

-Blás, o que aconteceu com seus filhos?

-Nada demais, eles caíram dentro de uma poção no laboratório de Xenofilio e ficaram verdes. – Disse ele.

-Quer que eu dê uma olhada?

-Do jeito que você está vai acabar matando eles. – respondeu rindo – E eu adorei. Eles também.

-Eu estou bem Zambine, mas tive que dormir num muquifo trouxa porque a mamãe não calava a boca um segundo.

Blás começou a rir escandalosamente, mas calou-se ao ver Hermione se aproximando.

-Você está ferrado – cantarolou ele. – Bom dia Granger!

-Dia Zambine, o que houve?

-Longa história, mas vou indo.

Draco seguiu pelo mesmo caminho que Luna enquanto Hermione analisava Draco. Ela havia decidido ignorar completamente o acontecido.

-O que aconteceu com você? – perguntou exasperada.

-Nada, eu estou bem, ok?

-Vai tomar um banho, você está parecendo um mendigo.

***

Eram exatamente 18h30min da noite e Hermione estava se preparando para partir, o dia tinha sido bastante cansativo com um Malfoy irritado fazendo milhares de perguntas sobre cada mínimo local do hospital, sem falar das cenas que tinha tido que aguentar quando via as mulheres dando em cima dele.

-Granger, já terminei as poções que me pediu. – disse o loiro invadindo sua sala.

-Já falei pra bater, sou sua chefe, não sua amiga, você tem que entender isso. – murmurou ela cansada.

Ele riu.

-Você é minha chefe sim, o que torna as coisas bem mais excitantes.

-Cale a boca, você já pode ir embora. – disse Hermione virando as costas pra ele e abrindo a porta.

Draco sentou-se na cadeira dela e ficou observando.

-Granger, porque vai casar com aquele ogro? – perguntou curioso.

-Não é da sua conta!

-Enquanto não me der motivos, eu não sairei daqui.

Hermione suspirou e sentou-se frente a ele. Realmente queria ir pra casa.

-Victor é romântico e carinhoso, ele é alguém que sempre vai estar por perto quando eu precisar, alguém que me apoiara em tudo, que me entende e faz o que eu quero, ele é alguém que me diz sempre que estou linda e que não me faz esperar. Nunca.

-Você não precisa de alguém assim.

-E eu preciso de alguém como?

- Alguém como eu, você precisa de mim.

-Você? Você é exatamente o tipo de pessoa que eu não preciso, você mente, trapaceia e joga, você foge quando lhe apetece. Eu preciso de segurança e estou segura assim, aqui, com Victor.

-Depois não venha chorar aos meus pés Granger.  Eu voltei por você, você foi a única que não viu isso.

-Vá embora Malfoy!

Draco saiu em passos lentos do hospital, talvez esperando que ela corresse atrás dele e lhe pedisse pra ficar, talvez não quisesse chegar em casa e ter que enfrentar todas as lembranças com ela.