Na rua estava um carro velho, num vermelho desbotado, parecia mais com laranja, devia ser mais velho do que minha vó, eu não entedia muito de carro, mas aquele devia ser uma caminhonete Chevy. Fui em direção ao carro, e lá tinha um homem de cadeira de rodas e uma garota de cabelos  longos.

          - Oi, Eu sou Billy Black e essa é minha filha Leah Black!

          - Oi. – disse indiferente, ainda olhando para aquela lata velha.

           - Lembra-se deles Edward? Leah brincava com você quando era pequeno.

           - É, lembro. Ela me vestia com roupas de menina e me chamava de Edwarda.

           Terriveis lembranças. Eu não podia fazer nada, eu era ameaçado por ela, ela era mais forte do que eu, e era daquelas meninas briguentas.

       Leah começou a rir, eu olhei de cara feia para ela, mas ela só continuou a rir.

    - Foi bons tempos Edwarda.

Queria que eu estivesse com um pau na mão pra dar na cabeça dela.

   - E ai Edward, gostou do carro? Talvez ele ajuda a pegar umas gatinhas, garotas gostam de clássicos.

  - É, se eu passar na frente do asilo aposto que as velhinhas vão assobiar pra mim.

  - Aproveita que você não tá podendo escolher, as velhinhas adora garotões.

 Eles começaram a rir de mim, ótimo.

  Tinha anoitecido, e fui me preparar para dormir. Não dormi nada naquela noite, ficava aquele barulho irritante da chuva na janela. Quando amanheceu, me troquei e fui para a cozinha Charlie já estava tomando café.

    - O que tem pra comer?

    - Ovos, bacon e queijo cheddar. – falou ele com a boca cheia.

    - Não tem cereal?

    - Eu não como porcaria.

    - Ah, e essa gordura toda é o que?

    - Vitaminas. – falou ele terminando de comer.

    - Será que você podia fazer essa coisa ai pra mim? – falei, quando ele vinha em direção a pia, ele deu um arroto bem na minha cara, veio aquele bafo em cima de mim.

    - Você tá com o braço quebrado por acaso?

    - Não – respondi sem entender.

    - Então faz você folgado, ta me achando com cara de empregada? – falou ele pegando seu casaco e sua arma que estava pendurado – Estou indo trabalhar, fui!

    - Mas eu não sei fritar ovo! – falei.

   - Se vira. – falou ele lá da porta.

    Ah que ótimo. Eu nunca tinha cozinhado na minha vida, to vendo que eu vou morrer de fome. Tentei fazer meu café, comecei pelo os ovos, pelo que eu vi na televisão tem que batem eles em algo duro para ele trincar e depois despejar ele na frigideira. Peguei um e bati ele na pia, eu acho que bati com muita força porque ele espatifou tudo na pia. Droga. Segunda tentativa, bati ele o mais fraco possível, ele trincou, então tentei abrir ele em cima da frigideira, só que o trem tava difícil de abrir, coloquei mais força, então foi ovo e casca junto. Tirei as que estavam por cima, agora era o queijo, coloquei uma fatia por cima, e coloquei o bacon do lado do ovo para fritar. Esperei alguns minutos e o negocio começou a pipocar, estava voando gordura pra todo lado, tentei virar o ovo e espirrou gordura em mim.

   - Aiii.

  Estressei e desliguei o fogão com muito custo. Despejei o que tinha na frigideira num prato, e o que sobrou fui um ovo frito pela metade, o bacon frito de um lado só, e o queijo nem tinha derretido direito. Comi assim mesmo, tava com fome, depois de comer a gororoba, peguei meus materiais e entrei na lata velha. Nem pra ser um carro melhor. Lá dentro estava com um cheiro estranho, será que o cheiro da maconha ficou impregnado naquele carro? eu estava ficando doidão só de estar lá dentro, tinha que me lembrar de dar uma lavada nele depois da escola. Liguei o motor e a caminhonete fez um barulho alto, será que ela chega até a escola? Rezei pra que sim. Não foi muito difícil achar a escola, era impossível se perder naquela cidade. Estacionei meu carro, ele deu uns pipoco, e saiu uma fumaça, todos estavam olhando pra mim. Sai de lá mais vermelho que um tomate, e fui em direção a secretaria pegar meu horário. Lá tinha uma senhora com óculos fundo de garrafa, ela me olhou  com uma cara pervertida que eu fiquei até com medo.

   - Oi eu sou...

   - Edward Swan, eu sei, na verdade todo mundo sabe, e eu sou Verônica – ela falou comigo me lançando aquele olhar 171.

  - Vim pegar meu..

  - Horário? Aqui, pegue – essa filha da mãe não ia deixar eu terminar de falar? Ela entregou o horário para mim deslizando sua mão na minha.

  - Hããã, obrigado – queria sair de lá o mais rápido possível.

  - De nada, se precisar de mim estarei ao seu dispor.

  - Ok, Tchau.

  Sai quase correndo de lá, o que há com o povo dessa cidade? Chegando perto do prédio, Eita o que era aquilo? um garoto estranho com uma roupa muito feminina – com um lenço rosa e uma calça bem apertada – vem em minha direção.

  - Oiee, eu sou Eric. Você deve ser Edward Swan? – falou ele dando beijinhos na minha bochecha. Ah não acabou com o meu dia, ele era gay?

  - É sou. – pelo jeito todo mundo sabia quem era eu.

  - Qual é a sua próxima aula?

  - Inglês.

  - Vamos eu te levo até lá – falou já me puxando pelo braço.

  - Não precisa, eu encontro o caminho, até porque essa escola não é muito grande.

   - Deixa de ser tímido bobinho. Vamos.

  Não era timidez não, o que as pessoas pensariam de mim andando com ele?

Mas não teve jeito, ele me arrastou até a sala. Chegando lá, todos estavam olhando pra mim, e o professor Masen me apresentou á sala, coisa que eles não sabia quem eu era, mas mesmo assim, fiquei vermelho, e acabei tropeçando nas minhas próprias pernas. Alguns riram, que bom eu sou o centro das atenções, odeio isso. Tinha uma menina do meu lado que não parava de falar um minuto, acho que o nome dela era Jéssica, ela estava dando em cima de mim, realmente não entendo esse povo, lá em Phoniex, ninguém dava bola pra mim eu era o excluído, agora essa já é a segunda menina que dá em cima de mim. Deve ser falta de opção, cidade pequena é assim, acho que todo mundo já pegou todo mundo eu era a carne fresca do pedaço. Bom pra mim. Acabou as primeiras aulas e fui pro refeitório. Sentei-me junto com o Eric – não queria mas fazer o que – com a menina tagarela a Jessica e com o Tyler que conheci na aula de historia.

O povo estava tagarelando sobre algo desimportante, olhei para o canto do refeitório e os vi pela primeira vez, eles eram muito diferentes, tinha um alto musculoso junto com uma garota bonita gostosa, loira, o outro tinha cabelo loiro enrolado junto com uma garota pequena de cabelos espetados e curtos e por ultimo, a garota mas linda que eu já vi, seus cabelos longos e ondulados na cor castanho, magra, pálida e sua pele parecia seda, seu corpo perfeito, fiquei hipnotizado por ela. Eles tinha algo em comum todos eram pálidos, e eles tinham uma beleza extraordinária. Eu como sou muito curioso perguntei ao Eric

   - Quem são eles? – perguntei ainda olhando pra eles, especialmente para a garota de cabelo cor de chocolate.  De repente ela olhou em minha direção. Eita fui pego no flagra.

   - Ah esse povo sem sal e estranho? – falou em um tom de desdém.

   - É – falei com a cabeça abaixada, estava vermelho de novo, droga eu tinha que parar com isso, tava parecendo uma menininha.

  - Ah, eles são os Cullen, o grandão ali, o gostosão é o Emmett, a loira falsa com ele é a Rosalie, o doidão do cabelo loiro é o Jasper, e aquela nanica com ele é Alice. E a anti-social ali encalhada é a Bella. Eles foram adotados pelo Dr. Delicia Carlisle Cullen, mas eles se pegam, menos a Bella.

     - Porque?

    - Parece que ninguém aqui é o bastante pra ela.

  Fiquei encantado pela Bella, nome apropriado para ela. Tyler me acompanhou para a aula de biologia porque era aula dele também. Quando entramos na sala de aula, Tyler foi se sentar com seu par, na verdade todas as mesas já estavam ocupadas, só tinha uma vazia, e Bella estava sentada lá. Enquanto fui até o professor para me apresentar e pedir para que ele assinasse meu papel, olhei discretamente para Bella, no momento em que passei ela ficou rígida, ela me encarou com um olhar hostil e furiosa, olhei para o outro lado rapidamente. O pessoal será que alguém que trocar de lugar comigo? Entendo porque aquela era a única cadeira vazia, depois daquele olhar mortal, fiquei tremendo as bases. O Sr Banner me entregou o papel e graças a Deus ele não fez apresentação. Me entregou o livro e fui para o meu lugar. Coloquei meu livro na mesa e me sentei sem olhar pra ela, mas pelo canto do olho vi ela se afastar e sentar na ponta da cadeira e virando a cara como se eu estivesse com o cheiro ruim. Me cherei disfarçadamente, credo eu estava cheirando maconha, será que ela sentiu esse cheiro? Não estava tão forte assim, mas mesmo assim o que ela vai pensar de mim, que sou um maconheiro? Vou matar o Charlie juro que vou. O professor estava passando uma matéria que eu já havia estudado, mas mesmo assim fiz minhas anotações. Como eu era curioso demais, a fifizinha aqui, olhei para o lado e Bella estava na mesma posição, no canto da cadeira – eita essa mulher daqui a pouco vai cair daí- e também estava com o punho cerrado, essa era a reação das garotas quando me conheciam, mas eu nem abri a boca. A hora estava passando lenta demais, e Bella não relaxa um minuto. Espie de novo e quase cai da cadeira, ela estava me encarando, seus olhos negros cheio de ódio. Quase gritei “o professor acho que a Bella quer me matar”. Nessa hora o sinal bateu, e Bella saiu num vulto, antes mesmo de eu levantar Bella já tinha saído. O que há de errado com ela, eu não fiz nada. Fiquei paralisado no meu lugar. Ela era muito má. Não era justo. Peguei minhas coisas, tentando bloquear a raiva que me consumia, para não acabar chorando. Droga o quão macho eu sou, mas eu não conseguia me controlar nesse aspecto. Estava saindo para minha próxima aula.

    _ Você é Edward Swan? – perguntou uma voz masculina.

 Olhei para trás e vi um garoto loiro com a mão esticada para um aperto de mão.

  - Sim.

  - Oi eu sou Mike.

  - Oi.

  - Precisa de ajuda para sua próxima aula?

  - Estou indo pro ginásio. Acho que consigo encontrá-lo.

  - è minha próxima aula também.

 Fomos juntos até o ginásio, Mike era um tagarela também, mas era uma pessoa boa, tinha sido a pessoa mais legal que eu conhecera aquele dia.

  Enquanto entravamos no ginásio Mike me perguntou.

    - Você passou a mão na bunda da Swan ou o que? Nunca a vi agir assim.

Não foi só eu que tinha percebido. Banquei o sonso.

    - Aquela sentada ao meu lado?

    - Sim, parecia que ela estava com dor.

- Nem conversei com ela.

- Ela é uma garota estranha.

Com certeza era.

O treinador me deu um uniforme, mas não me fez vesti-lo para aula. Eu odiava Educação Física, além de me machucar, machucava as pessoas que estavam do meu lado. Não era bom com esportes, na verdade não era bom com nada. Assisti a alguns jogos e finalmente o sinal tocou, fui para a secretaria entregar os papeis, e Bella estava conversando com a secretaria, ela nem percebeu minha presença, escutei a conversa e Bella queria trocar o período de biologia por qualquer outro. Não podia ser por minha causa, tinha que ser outra coisa. Bateu vento gelado derrubando os papeis. Bella ficou rígida e se virou lentamente para me olhar – o rosto dela era muito lindo - com aquele olhar mortal. Gente me arrepiei todo. Ela se virou para secretaria.

 - Então deixa. Vejo que é impossível. – ela falou com aquela voz aveludada. Parecia até musica. Ela se virou sem olhar pra mim e foi embora. Fui ate a secretaria.

  - Como foi seu dia? – perguntou ela me olhando de cima a baixo.

  - Bem -  entreguei os papeis a ela.

  - Se você se sentir sozinho ou não fizer nenhum amigo, me procura, vai ser um dia inesquecível. – falou ela passando a língua nos lábios.

 Eita, sai capeta!!! Sua pedofila.

 - Tá bom tchau.

Sai correndo de lá. Cheguei no estacionamento e meu carro era praticamente o ultimo carro no estacionamento. Entrei Chevy boca de fumo, e fiquei pensando na Bella, apesar de ela querer me matar, ela tinha mexido comigo. Amanhã eu iria conversar com ela e perguntar qual o problema dela.