Sirius, o Sedutor escrita por N_blackie


Capítulo 7
Capítulo 7




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Planejando a Maior Despedida de Solteiro da História

Quando James falou que não ia fazer uma festa de despedida de solteiro, eu simplesmente tive de intervir. Vamos lá, todo cara que se preze tem uma, e especialmente um amigo meu, praticamente o profeta da solteirice. Para resolver esse assunto de importância suprema chamei os caras que mais conhecem James, nossos companheiros de quarto.

- Não acredito nisso! – James começou a rir assim que abri a porta do escritório da casa dele. Peter, Remus, Fabian, Frank e o irmão de Fabian, Gideon, estavam esperando ali. Era uma raridade até mesmo conseguir conciliar a agenda de todos, já que Frank agora morava na Alemanha com Alice, sua noiva (só eu tenho juízo dentre todos) e Fabian estava em tour pela Europa com seu livro sobre vinícolas francesas. É um bando de desocupados, mas são meus amigos.

- Estamos aqui para organizar uma festa, não? – Peter sorriu amistosamente, e corri para sentar junto deles. James gargalhava enquanto dávamos sugestões, e Remus resolveu dar uma de psicanalista enquanto Gideon ligava para reservar a boate.

- Já desistiu de morar sozinho, Sirius?

- Não, e provavelmente nunca vou.

- Sabe, acho que você pelo menos deveria voltar à Europa. – ele disse, me olhando com aquela expressão que ele aprendeu durante a faculdade. – Os Estados Unidos são longe demais.

- Eu gosto de lá, pelo menos não tem ninguém me enchendo o saco se eu uso a camisa pra fora da calça. – dei de ombros, me apoiando nos pés traseiros da cadeira em que estava.

- Isso são os seus pais. Você não acha que esse problema de adaptação tem a ver com eles?

- Remus, alguém te paga pra analisar a vida alheia?

- Fiz uma pergunta. Fugir não adianta de nada.

- Não estou fugindo!

- Pois então me diga. O que tem de tão bom em New York além da clara falta da presença repressiva que seus pais representaram ao longo de sua infância e adolescência?

- Mulheres gatas. – revirei os olhos. – Que inferno, Remus, não precisa de análise.

- Não é a opinião geral. E se encontrar uma mulher certa? Voltaria?

- Remus, eu vivo em New York. Encontrar uma mulher certa lá...

- E o que seria a mulher certa para você? – ele perguntou tão serenamente que tive vontade de socá-lo. Que merda, parece que sou problemático ou algo parecido.

- Sei lá! – cruzei os braços, mas ele ficou me olhando com tanta insistência que resolvi responder. – Talvez uma garota linda, engraçada, carismática, mas nem tanto, odeio gente exagerada. Sutil, delicada, mas forte, porque eu não vou ficar usando o dinheiro dos meus pais, que goste de trabalhar mas também de relaxar. Que goste de festas e de drinks.

- Alguém aqui pediu café? – Marlene entrou subitamente no meio da minha sessão, e escondemos os anúncios de boates embaixo da mesa. Senti o olhar de Remus na minha nunca só depois de ter levantado subitamente quando ela entrou, e sentei enquanto sentia o rosto ficar vermelho. Algo nela me fascinava, me prendia. Talvez fosse o fato de ela ser tão bonita. Passou ao redor da mesa distribuindo xícaras e colocando café em todas, e quando chegou em James, bagunçou o cabelo dele.

- Vocês acham que eu sou surda, é? Pensam que eu não sei o que todos esses homens estão fazendo reunidos dias antes de um casamento?

- Você sempre foi a mais perspicaz, Leninha. – Gideon pegou o papel onde ele tinha anotado os horários do clube e enfiou no bolso, piscando para ela. Senti um impulso tremendo de socar a cara dele. Ele nem é da nossa turma, o que está querendo com ela? E quem chamou ele para a festa, afinal? Cruzei os braços e fiquei esperando ele parar de dar uma de Romeo pra cima dela e sorri cinicamente.

- Vai ser a melhor despedida de solteiro da história.

- Se você está planejando, aposto que será.

- Com certeza. – sorri arrogante, e ela riu. Estava usando um vestido vermelho de verão de frente único (adoro ser amigo do pessoal fashion. Aprendi tanta coisa útil...) e umas sapatilhas. Podia quase ouvir Remus em voz alta, com o tom irônico "linda, engraçada, sutil, delicada, forte, trabalhadora, gosta de drinks...".

- Eu, erm... Vou indo, então. Vou deixar vocês ficarem sendo garotos.

Quando ela foi embora, Peter e Fabian começaram a cantarolar uma música do rei leão, e revirei os olhos antes de emburra de novo.

- Porque mesmo chamei vocês aqui?

- Seja honesto. – James estreitou os olhos. – Você e Marlene já se conheciam ou existe essa história de "amor à primeira vista"?

- Nunca a vi, e não estou apaixonado por ela. Serve assim?

- Você me ofende assim, sabe. – Remus se espreguiçou na cadeira. – Não somos tão idiotas. Desde a festa estão todos comentando como vocês dois parecem se conhecer.

- Talvez a gente tenha se esbarrado uma vez em New York. – comentei, e James bateu com força no tampo da mesa.

- Eu sabia! Onde, como, quando, porque, o que aconteceu, porque não contou?

- Você é da polícia, por acaso? – rosnei, mas todos me olharam até eu contar.

- A conheci na Vesper, a boate onde eu trabalho, num dia de folga, ela tava no bar, bebendo, eu também, dançamos um pouco, fomos pra minha casa e na manhã seguinte ela não estava mais lá. Não contei porque não é da sua conta, satisfeitos?

- Então você não só a conhece, como... – Gideon arregalou os olhos. – Fala aí, ela é boa?

- Você é nojento. – cuspi na direção dele antes de pensar no que estava falando.

- Oho, isso soa como ciúmes. – Peter riu. Olhei aborrecido para ele.

- Eu conheço uma coisa ou duas sobre ciúmes, e isso é ciúme!

- Respeito agora mudou de nome. – me revoltei e levantei, apontando para a porta. – Por mim já está terminada essa reunião.

- Amor também! – Remus gritou enquanto eu fechava a porta atrás de mim.

Sai do escritório resmungando, as palavras de Remus ainda ecoando pela casa.


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