Entre o ódio e o amor escrita por Teddie, Madu Alves


Capítulo 5
Ela não é a mesma hoje a noite


Notas iniciais do capítulo

quem gosta da Madeline com o Thomas desculpe, mas o capitulo está totalmente Madeline e Christopher *spoiler*
aproveitem



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Katherine’s POV

         Eu estava com raiva e radiando de felicidade.



         Com raiva porque Joe me botou pra correr na aula de hoje, mais cedo.


         – Flashback –



         Eu estava achando a aula bem produtiva, minha pronuncia estava melhorando.



         – Omelette de fromage, repita Katherine – Joe disse.

         Eu estava indo muito bem, essa era a décima vez que eu repetia essa palavra, que ele havia me falado o que significava, mas não tive o trabalho de memorizar, pois estava esperando John me ligar.



         – O que isso significa mesmo Joe? – Tentei ser persuasiva.



         – Omelete de queijo. – Ele disse suspirando



         – Omelette de flomagi – Repeti, sabendo que tinha errado algo. – Omellete de fronagi, Omme...



         – Quer saber, acho que já está bom por hoje. – Ele disse se levantando.



         – Não, eu ainda não consegui – Ele murmurou algo em francês.



         – Continuamos amanhã.



         – Mas... – Ele nem me deu tempo de terminar e foi embora da cozinha.



         Era impressão minha ou fiquei no vácuo?


          – Fim do Flashback –



         O lado bom é que John me ligou e disse estar morrendo de saudade, e que se eu quisesse ainda era tempo de voltar a Liverpool e ficar com ele, mas rapidamente neguei e discutimos um pouco, mas voltamos a fazer as pazes.



         Eu o amava muito e alem do mais ele é meu melhor amigo.



         Meu humor melhorou um pouco, mas ainda não estava bom, então saí para dar uma voltinha, Oxford era bem legal, mas eu ainda preferia Liverpool.



         Comprei umas roupas e passei no campus para dar uma olhada no que eu iria enfrentar nos próximos anos.



         Não havia muitas pessoas, só uns internos e veteranos fazendo certo reboliço.



         Como eu adoro fofocas e qualquer coisa do gênero me meti naquela farofada pra saber o que tinha acontecido



Um cara que parecia ser um veterano entregava folhetos, me entregou um dando uma piscadinha.



         FESTA PARA CALOUROS – dizia no papel.



         Eu era uma caloura, certo?  Demorou um pouco para a ficha cair, mas quando caiu, faltei soltar fogos de artifícios. Eu estava muito feliz. Eu era bem conhecida na minha antiga escola por fazer festas muito animadas.



         O papel não explicava direito, por isso fiz um cara parar para me explicar.



(...)



         Voltei para casa correndo para avisar o povo sobre a festa. Estacionei meu carro de qualquer jeito, barrando a saída do carro de Madeline, provavelmente ela não se importaria depois que soubesse do festão.



         – AAAH! – Cheguei gritando, poucos estavam na cozinha então gritei para os outros descerem. – MADELINE, JOE E THOMAS, DESCAM AQUI AGORA É URGENTE.




         Como parecia que eu tinha sofrido um acidente Thomas e Joe vieram correndo já Madeline veio lentamente, como se não se importasse conosco.



         De fato ela não se importava, ela trajava roupas pretas surradas, chinelo de dedo e óculos escuros muito irados. Parecia que ia limpar ago.



         – Onde foi o incêndio?– Christopher perguntou.



         – Não teve incêndio, mas vai ter isso – Disse mostrando o folheto, que foi passando de mão em mão – Amanhã às 8 horas!



         – Explica direito – Disse Christopher parecendo interessado



         – Bom – Comecei – Como diz no panfleto é uma festa dedicada aos calouros desse ano, como o numero de estudantes aumentou a festa vai ser numa boate aqui perto também porque vai rolar mais coisas, se é que me entendem, sabe né, coisas que seriam desrespeitosas numa faculdade e eu acho que estão certos sabe eu não gos...



         – Volta para festa – Disse Thomas me interrompendo



         – Mal educado, mas voltando a festa vai ser para qualquer um, mas os calouros entram de graça, eu explico, vai ter tipo nossos nomes lá na entrada, dos calouros, e então entramos sem pagar, o resto vai se estrepar. – Ri com a minha rima idiota – Então, topam? – Terminei perguntando.




         Eles fizeram caras pensativas, mas logo Christopher anunciou:



         – To dentro – E com isso fizeram as outras pessoas toparem também.



         – Eu vou – Disse Charlie.



         – Conta comigo – disse Thomas.



         Bem, quase todos concordaram.



         – Eu não gosto de festas – Disse Joe – Não vou, mas obrigada por avisar – Disse se retirando.



         Olhei esperançosa para Madeline que revirou os olhos.



         – Mas nem fodendo – ela disse indo para garagem – Tenho mais o que fazer tipo lavar meu carro – ela disse indo para a garagem.



         – Lembre-se de tirar o carro da garagem – Chris gritou perturbando-a.



         – Não sou tão burra como você – Ela gritou de volta deixando ele com cara de bunda mal lavada.



         – PUTA QUE PARIU! – Escutei ela berrar da garagem



         Foi ai que me toquei.



         Meu carro estava bloqueando a passagem dela.



         – O DONO DESSA BOSTA DE AUDI TEM UM SEGUNDO PARA TIRAR ESSA PORRA DAQUI, SENÃO EU PASSO POR CIMA.



         Ela parecia falar muito serio.



         – Vocês podem me dar um minuto? – Perguntei para os outros que ainda estavam na cozinha e fui correndo tirar meu carro de lá.



Madeline’s POV

         Eu estava puta da vida, mas melhorou um pouquinho depois que a lourinha burra da Katherine se mancou e tirou a droga do carro dela da onde estava, mas eu tinha que admitir, o carro dela era lindo.



         Depois que finalmente lavei meu carro, subi para tomar um bom banho, pois eu estava toda nojenta de água, espuma e suor. Lavar o carro não é tão bom assim.



         Depois que sai do banho, vesti uma camiseta velha do AC/DC uns shorts velho e chinelos. Parei para ver meu telefone. Sete chamadas não atendidas.



         Todas do meu pai.



         Desde que fui embora ainda não tinha falado com ele. Resolvi então ligar para ele, que atendeu no terceiro toque.



         – Madeline, minha filha! Como você está? Estava tão preocupado, já se passaram uma semana e nada de você ligar e então eu estava pensando já o pior! Como você está?



         – Pai, eu estou ótima, decorei meu quarto, as pessoas daqui são incrivelmente legais –– Exagerei no sarcasmo. Eu odiava a todos. Até o Thomas, que era meu “amigo”. Embora que eu não tinha nada contra o francês.



         Ele não cheirava nem fedia para mim.



         – Se eu não te conhecesse diria que estava sendo sarcástica – Ele disse rindo. Peguei meu livro, e fui rumo à sala com o telefone no ouvido.



         – Ainda bem que você não me conhece – Disse rindo



         Perto da sala vi Christopher vindo em direção aos quartos, ao ver que eu estava sorrindo sorriu também, fechei a cara para ele na hora.



         – Filha, tenho que voltar ao trabalho, vida de medico não é fácil.



         – Eu sei pai, – Quando Christopher viu que na verdade eu falava com meu pai e por isso sorria, ficou com uma cara de bunda gigantesca. Quase ri.



         – Eu te amo, tchau.



         – Também te amo, tchau.



         Desliguei o telefone e suspirei.



         Sempre que falava com meu pai voltava a ser a garota de quase oito meses atrás. A garota que foi enterrada junto dela.



         Ignorando Christopher, Charllote, Thomas e ou outros fui para a piscina ler um pouco.



         Depois eu fui dormir, com um pressentimento de que algo não iria prestar...



(...)


         Acordei com o mesmo pressentimento, mas ignorei.


         À tarde, eu ainda estava com esse pressentimento, mas continuei ignorando. Resolvi me “socializar” com o povo com que eu morava. Traduzindo, eu ficaria lendo meu livro e eles que fossem para o inferno.


         A noite chegou e lá pelas sete horas a maluca da Katherine chegou até nós com uma roupa engraçada. Ela usava um vestido preto que seria bonito se não estivesse mal combinado com a sandália dourada e a maquiagem, e o cabelo solto a deixava estranha. Eu estranhei o porquê dela estar assim, mas não tinha nada ver com a vida dela.


         – Gente, ou melhor, Charlie, me ajuda como eu estou para a festa? – Ela perguntou desesperada.


         A festa.


         Eu havia me esquecido completamente, mas eu não iria mesmo.



         – Você esta bonita Kate – A falsa disse. A Katherine não estava feia, só estava mal arrumada.



         Ela estava quase virando a cara para onde eu estava então voltei a ler, implorando para que ela não pedisse minha ajuda. Mas como na minha vida só tem desgraça. Ela falou em alto e bom som:



         – E você Madeline, o que acha?


         Olhei para ela, me perguntado se devia ou não dizer. A Madeline antiga, a que se preocupava com tudo isso, que adorava uma boa festa, queria ajuda - lá. Mas a nova madeline, lutava para prender a antiga dentro de um micro buraco na minha mente. Era muito confuso



         – Até parece que ela vai conseguir te ajudar Kate, olha como ela se veste. – Charllote disse rindo acompanhada pelo Christopher.



         Foi o que bastava para a antiga Madeline se soltar.



         – Vem – Eu disse puxando a Katherine pelo braço até o quarto que ela disse ser o dela.



         Não reparei em decoração, fui direto ao armário, procurar roupas, nada era muito bonito, mas teve uma peça que me chamou a atenção e seria perfeita para a garota.



         – Veste isso – Procurei por sapatos e achei um legal – Calça isso – Joguei os sapatos sem olha-la – Onde você coloca suas jóias? – Ela apontou e eu procurei por alguma legal e achei uma que seria a combinação perfeita. – Coloca isso, vai se vestir, e tira essa merda de maquiagem da sua cara que eu vou fazer algo decente.


         Ela apenas concordou e foi ao banheiro se trocar. Ela voltou vestida calçada, com jóias e com a cara limpa.


         Vi suas maquiagens resolvi optar por uma sombra lilás um batom clarinho e blush leve, já que a roupa dela não tinha nada que deixasse ser usado uma maquiagem muito forte.


         Terminei fazendo um coque no cabelo dela, deixando a franja e uns fios meios soltos.


         Ela se olhou no espelho e se chocou


         – Eu to um arraso, obrigada, obrigada, obrigada – Ela disse pulando e tentando me abraçar. – Desculpe, sei que não gosta. Não quero pedir, mas, por favor, vá à festa conosco.


         Eu ia dizer não, mas seus olhos estavam tão pidões e ela parecia o gato do Shrek. Finalmente resolvi.


         – O.k eu vou mas não conte a ninguém. Só enrole-os até eu chegar.


         – Tudo bem, mas ande rápido – Dizendo isso ela foi embora para se reunir com os outros.


         Já eu, arrependida, fui me arrumar para minha tortura.


Thomas’ POV

         Quando Kate desceu as escadas eu finalmente percebi duas coisas.


         Uma, era que essa loirinha era muito linda.


         A segunda coisa era que Madeline escondia muito mais do que aparentava.


         E eu não fui o único a notar isso, já que todos olhavam para Katherine tipo assim - O.O


         – E então como estou? – Perguntou sorrindo.


         – Está linda – Christopher disse e todos concordamos.


         – Foi ela que fez isso? – Perguntou Charlie visivelmente assustada pelo bom gosto evidente de Madeline.


         – Foi, sabe no começo eu fiquei com um pouco de medo dela me deixar roqueira, mas eu admito que estou um arraso. Charlie, você não tem que se arrumar também? – Ela perguntou



         – Tenho, vou indo – Ela disse indo correndo para seu quarto.



         O tempo foi passando e ficávamos falando amenidades. Estava estranhando o porquê de a Charllote estar demorando tanto.



         Surpreendi-me de novo quando ela voltou acompanhada por um Joe meio desanimado.



         – Cara, você disse que não iria – Exclamei.



         – Mas Charllote me convenceu – Ele disse suspirando.



         – Bom, já que estamos aqui, podemos ir em..– Chris não conseguiu terminar a frase, pois Kate gritou



         – NÃO, – Todos olhamos assustados para ela – Quer dizer, vamos ficar mais um pouquinho, ta tão cedo – Ela disse com uma voz melosa


         – Mas nem pensar, já são mais de 08h30min vamos rápido antes que só sobrem aquelas garotas feias que ninguém quer pegar, inclusive eu – Exclamou Christopher.


         – Mas não, quer dizer.. ér – Todos olhamos revoltados para ela por ela estar nos atrasando – O.k, mas eu tenho que dizer que ESTAMOS INDO – Ela falou bem alto e todos olhamos para ela com cara de paisagem – ESTAMOS INDO.



         Nada de novo.



         Ela suspirou e disse:



         – Vamos logo



         Tudo aconteceu muito rápido, um barulho de algo quebrando todos olhando para o lugar do barulho quando vimos uma Madeline descendo as escadas, mas linda do que nunca.



         Claro que a maquiagem era a mesma de sempre, mas seus cabelos estavam propositalmente rebeldes, deixando Madeline uma típica roqueira.



         Eu nunca achei uma roqueira tão linda.



         – O que estão olhando? – Ela perguntou – Temos que ir para esse cacete de festa né, larguem essas caras de otários e vamos.




         Ela estava com a jaqueta aberta revelando que seu vestido tinha uma espécie de corpete. Ou tanto faz como seja o nome daquilo, mas faziam o corpo dela ficar muito bonito. E ela tinha umas pernas bem torneadas.



         Ela entrou no seu carro e Eu e Christopher também entramos.



         – Saiam do meu carro. Os dois – Eles resmungou.



         – Mas por quê? – Chris perguntou.


         – Eu não quero vocês aqui. Thomas, você é meu amigo, se quiser pode ficar. Christopher, eu te odeio, vaza.



         Ele saiu resmungando e entrou de cara amarrada no carro da Kate



         Ela deu partida no carro em silencio e começou a dirigir assim também.



         – Falando sério, por que está indo?



         – Deu vontade – Respondeu e suspirou – E aquela lourinha me convenceu



         Ri e ela me acompanhou



         – Vai ser legal – Tentei anima-la



         – Sei – Ela disse apenas



         O resto da viagem foi tanquilo, como ela não disse nada também não disse. Ela precisava de espaço.


         Ela não obteve dificuldades para estacionar e a entrada foi fácil, nossos nomes estavam lá e estava tudo certo.


         Dentro a música tocava alto, olhei para os lados e vi que todos já tinham entrado. Madeline tinha ido para o bar e os outros haviam ido dançar, menos Joe que foi procurar uma mesa para ficar.



         Decidido a não me importar mais com nada fui até o bar pegar uma bebida e logo vi uma garota legal, ela tinha olhos castanhos grandes, cabelos pretos e era bem branquinha, mas era bem bonita.



         Aproximei-me dançando dela e disse:



         – Sou Thomas e você?



         – Stacy – Ela me olhou por uns segundos e me atacou.



         O beijo dela era muito bom, então decidi aproveitar, passei minhas mãos pelo seu corpo e se aproximou mais de mim, como se isso fosse possível, deixando meu “amigo” bem animado. Ela sentiu e por isso gemeu baixo.



         – Vamos sair daqui – Ela disse me levando para um banheiro.


         – No banheiro? – Perguntei, mas ela não me respondeu, só voltou a me beijar.



         Bem, se ela queria no banheiro, quem sou eu para negar isso a ela?



         Josephe’s POV

E.T- Katy Perry feat. Kanye West



         A batida da música era legal, contagiante até, mas eu não tinha coragem o suficiente par dançar. Não que eu não soubesse, mas eu acho que eu tinha muito do antigo francês em mim, aquele que gosta de conquistar. Aqui as pessoas só sabem se agarrar.



         Olhei em minha volta vendo se eu via todos os meus colegas de casa. Madeline estava bebendo, Christopher estava dando uns amassos numa ruiva, Charlie dançava despreocupadamente e Kate dançava muito... sensualmente com um cara. Ela não tinha um namorado?



         Bebi mais um pouco do meu refrigerante. Eu odiava bebidas alcoólicas. Eu estava visivelmente arrependido de ter vindo a essa bagaça.



         Charlie vendo que eu não estava animado veio até mim, com um sorriso culpado no rosto.



         – Desculpe te trazer até aqui, eu devia ter visto que você não gostaria – Ela disse falando perto do meu ouvido, pois a música estava super alta.



         Charlie estava muito bonita. O azul combinava com ela.



         – Quer dançar? – Me surpreendi pelas palavras que saíram da minha boca.



         Ela assentiu confusa, mas sorrindo. Como se não esperasse que o nerd chamasse a garota bonita para dançar.



         Colei nossos corpos, fazendo eles se moverem no ritmo da música. Minhas mãos passavam delicadamente pelo corpo dela como se fosse uma peça de porcelana, que pode se quebrar por qualquer motivo. E talvez de fato fosse



         Ela estava de costas para mim, com a mão na minha nuca. Por isso a virei fazendo-a ficar de frente para mim.



         Colei mais nossos corpos, fazendo sua perna ficar entre as minhas. Eu e ela havíamos percebido eu a dança já havia mudado há muito tempo. Era algo mais intenso.



         – Onde foi parar o nerd que lê livros improvisados de poesias? – Ela perguntou no meu ouvido



         – Ele está aqui, apenas dançando um pouco com a amiga – Disse.



         Tentamos colar nossos corpos como se fosse possível aproxima-los mais. Estávamos curtindo muito o momento



         Dançamos mais um pouco até que a musica acabou. Ela me olhou com uma grande intensidade nos olhos, e apenas se aproximou, mas eu a impedi:



         – Não ainda. Vamos apenas dançar mais. – Eu com certeza não estava no meu estado mais normal, mas a Charlie estava começando a exercer um poder estranho sobre mim.



         O poder de me fazer esquecer de que eu era um nerd francês com problemas com o pai.



         – Você é tão diferente dos outros. – Ela comentou.


         – Eu sou francês, é diferente – Comentei rindo – Vamos dançar – Puxei-a até mim e voltamos a dançar no ritmo da música.

Christopher’s POV


If you want it to be a good girl (get yourself a bad boy) – Backstreet Boys


         Havia acabado de dispensar uma gatinha. Como eu disse era uma gatinha, mas beijava muito mal. Na verdade todas as garotas que eu tinha ficado até agora beijavam mal. Nenhuma beijava igual a...



         Só podia ser loucura da minha mente que estava meio doida porque o resto do meu corpo precisava de uma garota. Urgente.



         De longe vi uma garota dançando sozinha, mas fui interceptado por outra. Era baixinha, lourinha e tinha olhos muito verdes.



         – Preciso fazer uma coisa – Ela estava visivelmente bêbada – Vem comigo


         Ela saiu me rebocando para a parte mais alta da boate e também a mais escura. Eu podia ver a todos, mas ninguém nos via. Isso era muito bom.


Se o que você quer é ser uma boa garota,

Arranje um cara mal

É eu gosto disso, haha.

         Ela começou a distribuir beijos pelo meu corpo, começando pelo pescoço e foi descendo pelo meu abdômen até chegar perto do cós da minha calça. Era nessa hora que eu tinha que intervir. Eu podia ser safado, mas isso era muito baixo para ela.



Se o que você quer é ser rebelde

Tem que saber pra quem ligar baby (esse sou eu)

Se você gosta mesmo de calor

Arranje alguém que esquente o lugar querida (isso sim)

         – Hey, eu nem sei seu nome e você quer fazer isso?


         Ela apenas me olhou divertida.


         – Não precisa saber meu nome, apenas sinta.



         Então eu deixei e nesse momento percebi. Algumas garotas eram muito desesperadas mesmo.

E se você quer que isso aconteça

Gata, você tem que arranjar uma cara...

... Um cara que faça acontecer.

E se você quer que isso dure

Tem que saber quem chamar

Gata, ele tem que ser o melhor (esta noite sou eu)

         Quando a garota já estava encostando sua boca no meu membro, que estava já pulsando de desejo, eu vi. E sinceramente não gostei nadinha.



Se o que você quer é ser uma boa garota

Arranje um cara mal

Se o que você realmente quer é ser uma boa garota

Arranje um cara mal

Consiga um que possa ser, tem que ser...

Sim, alguém que seja.

Se o que você quer é ser uma boa garota

Arranje um cara mal



         Madeline estava dançando agarrada com o cara, e quando eu digo agarrada, eu quero dizer que eles estavam se engolindo praticamente na pista de dança. Ela estava com uma taça na mão. Pelo visto estava bêbada, e o cara estava se aproveitando dela.

Se o que você gosta é de inovação

Arranje alguém criativo, baby.

Se o que você quer é ser agarrada

Arranje alguém que te pegue de jeito, querida (oh sim).

         Eu não sei o porquê, talvez tenha sido a raiva de vê-la com outro, mas provavelmente a falta de respeito do cara com ela. Mas eu arranjei coragem par deixar a garota do boquete para lá e partir até a Madeline. Foi o meu maior erro.

He he he, agora ouça

Há coisas que sua mãe não deve saber

Há coisa que eu realmente quero te mostrar

Há coisas que quero te mostrar como se faz

Você me deixa mostra-las agora mesmo? (oh meu bem)

         Eu me dividi em dois, sem saber se eu voltava pra outra garota, que provavelmente já devia estar com outro cara, que estava aproveitando bem. Ou se eu ficava e ia até Madeline, para ela não ser abusada, não no sentido literal, por aquele cara. Mas por fim, eu fui até ela.

Se você quer ser boa (11 vezes)


        
– Madeline, venha comigo – Minha voz a assustou e o amigo, mas ela se separou.


        
E mais uma vez eu tive a prova de que ela estava bêbada.



         – Chris, meu best.– Ela se voltou para o garoto que estava com ela – Desculpa gatinho, mas se o meu best me chama eu vou, nós somos inseparáveis, mas não se esqueça de mim – E então ela o beijou, mas parecia que estavam desentupindo uma pia ou transando, porque eu quase não conseguia descrever quem era quem ali.


         Tudo bem, eu exagerei, mas era quase isso.


          Ela veio até mim, mas quando a outra começou, ela quase me deixou surdo.


Cristina Aguilera – Not Myself Tonight

         – AAH Chris! Eu adoro essa musica, vem dançar – Ela saiu me puxando para o meio do povão tropeçando nos próprios pés.



         É ela estava muito bêbada



         Ela colou nossos corpos, como da vez que me chutou, mas dessa vez só passava a mão de leve nas minhas costas. Ela então sussurrou no meu ouvido uma parte da música:


         – Você sabe? Hoje eu estou me sentindo um pouco fora do controle. Essa sou eu? Você quer ficar louco? Porque eu ou ligo aah…

         Estremeci, mas continuei parado enquanto ela dançava. Nunca me senti tão vulnerável e burro perto de uma garota.



         Fiquei parado igual a um otário enquanto a Madeline roçava em mim, eu posso abusar dela certo? Eu a livrei disso com um cara estranho, mas eu não sou estranho e sou confiável. Como ela disse, eu era o best dela. Mas, ela estava muito bêbada.


Estou fora do caráter

Estou em forma rara

E se você realmente me conhecesse

Você saberia que não é a norma



         Ah, não quero nem saber. Puxei a Madeline pra mais perto de mim, ela sorriu. Coloquei as duas mãos na bundinha dela, enquanto ela se esfregava em mim. E eu aproveitei pra roçar nela.



Estou fazendo coisas que normalmente não faria

Meu antigo eu se foi, me sinto nova em folha.

E se você não gosta disso, foda-se.


         Eu estava me sentindo um pouco canalha, mas a culpa era dela se eu havia perdido um maravilhoso boquete, pelo menos eu achava que seria maravilhoso, mas é um boquete é um boquete afinal das contas.



A música está tocando e eu estou dançando

Eu normalmente fico no canto, só esperando.

Estou me sentindo incomum

Eu não me importo, porque essa é a minha noite.



         Colei novamente nossos corpos e Madeline para fazer a dança ficar melhor rebolou até o chão, me fazendo ir com ela. Eu estava ficando muito excitado.


Eu não sou eu mesma hoje à noite

Essa noite eu não sou a mesma garota, mesma garota.

Eu não sou eu mesma hoje à noite

Essa noite eu não sou a mesma garota, mesma garota.

         Madeline levantou rebolando e se virou, ficando de frente para mim, passou as mãos pelo meu corpo e mordeu os lábios sensualmente.

Estou dançando muito, tomando doses, me sinto bem.

Estou beijando todos os garotos e garotas

Alguém chame o médico, porque eu perdi a cabeça.

         Nessa ultima parte Madeline, passou as mão pela cabeça e a sacudiu de leve, como se estivesse meio louca.

Estou fazendo coisas que normalmente não faria

Meu antigo eu se foi, me sinto nova em folha.

E se você não gosta disso, foda-se.


        
Então, Madeline apertou meu membro e eu gemi baixo. Foi quando eu vi que não podia ir mais longe que isso. Eu não iria me aproveitar da mina só porque ela tava doidona.



         – Vamos Madeline, temos que ir embora – Disse autoritário. Ela deu uma risadinha e juntou nossos corpos, se pendurando no meu pescoço.



         – Porque Chris, só porque o negocio tava ficando bom, está me decepcionando – Ela mordiscou o lóbulo da minha orelha.



         Ela estava me seduzindo, e confesso que estava quase conseguindo, mas eu não iria ser tão canalha, a mina tava muito bêbada, e como dizia a música, ela não era assim. O que comprovava é que ela tinha me chutado e me botado para correr das vezes que eu tentei seduzi-la.


         – Nós vamos nos divertir, madeline, deixe só eu te levar a um lugar – Disse já a tirando daquela boate.



         Fora dela, o silencio reinava, só se escutava um leve barulho da música e o vento passeando por entre as arvores. Procurei pelo carro dela e foi impossível não ver aquele monstro estacionado.



         – Me dá as chaves Madeline – Pedi



         Ela sorriu marota, e eu vi que lá vinha merda.



         – Vem buscar – ela sinalizou com indicador.


         Suspirei. Estava começando a gostar mais dela sóbria. Mesmo que para isso eu levasse joelhadas.



         Aproximei-me e tateei os bolsos da jaqueta. Achei as chaves, mas quando as peguei, madeline saiu correndo. Suspirei de novo. Ela bêbada era chata pra cacete.



         Apenas a joguei sobre meus ombros quando ela tropeçou em seus próprios pés. Ela começou a me bater nas costas.



         – Me solta porra, eu sei andar, você é cruel, eu te ODEIO – Ela chorava, literalmente, eu sentia as lágrimas, mas as ignorei. Apenas abri o carro e a coloquei no banco do carona, prendendo o cinto – Eu sei dirigir, não encosta no meu carro seu viadinho. Seu sem amor a vida, seu reprimido, seu broxa, seu gay, seu...



         – A  sessão de elogios vai durar até quando? – Falei irritado enquanto dava a partida no carro.



         Ela estava quieta e eu estava estranhando, queria olhá-la, mas a estrada estava escura e não queria bater. Foi então que ela começou.



         – Bilu-bilu-bilu-bilu. – Ela cutucava minha boca como uma criança retardada



         Bati na mão dela enquanto com a outra eu dirigia, sorte que já estávamos perto de casa. Ela voltou a fazer e repeti o ato. A mesma coisa aconteceu umas três vezes até que perdi a paciência.



         – Porra, para com isso – Me permiti olhar para ela vi que ela fez beicinho.



         Arrependi-me na hora, eu não devia ter gritado com uma bêbada, mas ela estava me enchendo o saco.



         O resto da viagem foi em silencio, de vez em quando u olhava Madeline e ela parecia cantar algo bem baixinho, já que seus lábios se mexiam.



         Era isso ou ela estava fazendo alguma macumba para mim



         Estacionei o carro na garagem e quando vi Madeline já estava do lado cambaleando



         – Eu sou uma burra mesmo. – Disse segurando as lágrimas.



         – Não é não Madeline, e não deixe ninguém dizer isso a você – Por incrível que parecesse, minhas palavras eram verdadeiras.



         Aproximei-me dela e passei minha mão delicadamente no seu rosto e a vi fechar os olhos sentindo meu toque. Por impulso aproximei nossos rostos e colei nossos lábios



         Por mais que estivesse bêbada, tinha gosto de cereja, o que provava que ela havia tomado Martinis.



         Era um beijo diferente, não havia desejo ou raiva, éramos só duas pessoas se beijando.



         O beijo se acabou porque o ar havia acabado. Ela ficou vermelha e eu sabia que era hora de mudar de assunto.



         – Vá tomar um banho que eu vou fazer um café para você.



         – Não, não gosto de café nem de ficar sem maquiagem, principalmente perto de você!



         – Eu levo para você no seu quarto – Sorri persuasivo e vi que teve efeito, já que ela suspirou.



         – Tudo bem – E foi embora cambaleando.



         Onde eu havia me metido? Eu nunca fiz isso por garota nenhuma, na verdade eu nunca fiz isso por ninguém.



         Preparei o café com calma, deixando bem forte para ver se a bebedeira dela curava e levei com cuidado para o quarto dela.



         Pela primeira vez, bati na porta e ouvi um “entre” bem baixo. Entrei com cuidado, mas quase deixei cair. O por quê?



         Madeline estava muito bonita e sexy com essa camisola, quase a agarrei, mas não podia fazer isso com ela. Não naquele estado.



         Engoli em seco e reuni minha força de vontade para dizer:



         – Aqui está seu café. – Ela se virou e dessa vez quase ri. Ela estava com seus óculos de sol na cara – Qual é a dos óculos?



         – Eu já disse, não quero que me veja sem a maquiagem – Disse com a voz arrastada.



         Ela bebericou o café e fez uma careta, mas bebeu mesmo assim.



         – Obrigada – Me disse entregando a xícara.



         – Por nada, qualquer coisa eu vou estar no meu quarto.



         – Não, quer dizer, fica aqui, vai que eu preciso. Me sinto uma bêbada carente – Ri.



         – Tudo bem, só vu levar essa xícara lá pra baixo.



         Ela concordou e eu nunca desci as escadas tão rápido, passei no meu quarto rapidamente para trocar de roupa, ficando só com um moletom e uma camisa e voltei para o quarto da Madeline.



         Encontrei-a deitada na cama de baixo olhando para o teto. Se ela me ouviu entrando não disse nada. Preparei-me para ir para a cama de cima, mas ela me barrou.



         – Deita aqui comigo – Ela chegou o máximo pro lado que a cama permitia.



         Deitei do seu lado e acabamos ficando de conchinha na cama, mas não sei como isso aconteceu.



         – Eu fico muito boba quando bêbada. – Ela sussurrou.



         – Fica mesmo – Brinquei e ela me bateu de leve.



         – Pelo menos dessa vez não fiz nenhuma besteira.



         Besteira? Como assim. Fiquei em silencio uns minutos até finalmente perguntar:



         – Como assim uma besteira?



         Mas ela não me respondeu, ela respirava tranquilamente.



         Estava dormindo.



         Retirei os óculos com cuidado colocando-os no chão.



         Então ela havia feito uma besteira quando bêbada, isso estava claro, mas exatamente o que?



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Notas finais do capítulo

o que acharam?