Entre o ódio e o amor escrita por Teddie, Madu Alves


Capítulo 17
O casal mais bizarro


Notas iniciais do capítulo

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Madeline’s POV

         Tudo estava em paz.

         O que me surpreende muito, já que eu sempre pensei que nos mataríamos antes do primeiro período da faculdade acabasse. E lá estávamos nós, já no final de maio e começo de junho, logo as temidas provas finais começariam e teríamos que estar todos preparados. O primeiro período estava finalmente chegando ao fim, e todos nós estávamos vivos e convivendo pacificamente. E mais incrivelmente ainda, parecia que Christopher e eu não éramos o único casal dessa história.

         Bem, a vadia e o francês estavam em um grude chato da porra, nem parecia que tinham terminado. Eu e o Christopher seguimos firmes com nosso estranho namoro, mas que dava super certo para a gente. Thomas e Katherine estavam em uma situação estranha, já que todos viam que rolava um clima. Só que ela tem namorado.

         E de acordo com o meu namorado fofoqueiro, “os safadinhos estavam na maior sacanagem com a porta aberta”. Como eu fui me apaixonar por um ser desses?

         E como a tia Madeline aqui gosta de resolver conflitos (eu não era fofoqueira), fui ver qual era da parada.

         Procurei Thomas pela casa inteira, deixando seu quarto por ultimo. Chegando lá, risos ecoavam, mas eu não liguei, bati na porta algumas centenas de vezes e logo Katherine abriu a porta, vermelha de tanto rir.

         – Ah, oi Madeline – Ela disse, secando uma lágrima que descia pelo rosto dela.

         – Tenho que falar com o Avassalador – Depois que comecei a chamá-lo assim, era quase impossível parar.

         – Por quê? – Olhei incrédula para ela. Aquilo era uma demonstração de ciúme? O bagulho tava feio mesmo.

         – Barbie, vê se para de encher o saco e vai ver se o Christopher ta me traindo vai – Eu vi que ela queria rir pelo meu comentário, mas continuou com a cara fechada.

         – Ah que seja! – Esbravejou e bateu a porta do quarto dela com força quando entrou no mesmo.

         – Acho que ta faltando oxigênio no cérebro daquela lá – Disse, entrando no quarto de Thomas e fechando a porta atrás de mim.

         – Ah oi Madeline, como você ta? – Thomas perguntou, enquanto ficava sentado em sua cama.

         – Vou ficar melhor quando você me contar que papo é esse de ficar de sacanagem com a Katherine no quarto dela, seu cretino. Nada contra ficarem no mesmo quarto, mas de sacanagem? Cara deixa de ser burro, a garota tem namorado. Mesmo caidinha por você, coisa que todo mundo já viu que ela está, não a faça ficar com a consciência pesada porque traiu o namorado dela com você. Ela não merece isso – Soltei tudo em cima dele de uma vez.

         – Aquele imbecil do seu namorado te contou? Ah, se é assim eu digo logo também, ele disse que é o rei das mulheres – Franzi o cenho, confusa. O que o papo sobre a Katherine tinha a ver com o fato de o Christopher ser sem noção?

         – E o foda-se? Meu namorado é burro e todos sabemos disso, o que estamos falando é sobre você e a Barbie. Se você está tão afim dela como está na cara, você não pode ficar nessa com ela. Sei lá, joga na cabeça um plano para terminar com o José

         – é John.

         – Tanto faz, estamos entendi... – Não consegui terminar de falar pois um grito me interrompeu.

         – AAAAAAAAH – E logo em seguida, ouvimos um barulho de algo batendo em alguém e rolando as escadas.

         Eu e Thomas saímos correndo quarto dele e vimos Christopher ao pé da escada gemendo coisas incompreensíveis  e Charllote olhando para Christopher com um olhar assassino.

         – Vadia, por que fez isso com meu namorado? – Ainda era estranho chamar Christopher assim, mas minha indignação era maior.

         – Ele sempre atrapalha. – Nisso, ela entrou para ou quarto dela e eu pude jurar que vi Joe ficar vermelho, antes de também entrar no quarto da vadia.

         Desci correndo até meu namorado e o encarei, ele me olhava de volta com cara de idiota (mais do que o normal).

         – Christopher, você está bem? – Perguntei preocupada.

         – É um anjo? Eu estou no céu? Anjos usam maquiagem preta?

         Revirei os olhos e me levantei, nada demais havia acontecido com o Christopher, ele só estava tonto.

         – Ele vai ficar bem, deixem-no ai.

         Thomas soltou um risinho e Kate me olhou, como se estivesse me repreendendo por deixar meu namorado largado no chão da sala. Já no meu quarto resolvi fazer uma coisa que não fazia há tempos. Falar com meu pai

         – Oi pai – Disse quando ele atendeu.

         – Oi? Você fica quase um mês sem me dar noticias e quando liga só me dá um misero oi? Eu deveria te deserdar

         – Pai, eu te liguei mais para contar algo.

         – O que? – Ele perecia curioso.

         – Eu estou namorando – Ele ainda não sabia que eu estava com o Christopher

         – Eu sei, com aquele estranho do Peter – Disse como se fosse o obvio.

         – Na verdade, eu terminei com ele e agora estou com outro.

         – Madeline, virou corrimão de escada que todo mundo rala a mão? Ta pensando o que da sua vida garota? Olha, se você aparecer grávida eu nem sei o que...

         – Pai, eu estou namorando o Christopher – O interrompi.

         – Por que não disse antes?

         – Porque o senhor tava tendo um ataque de viado

         – Olha o respeito garota. Bem eu gosto do Christopher, é um bom menino e não é estranho como o Peter – Revirei os olhos – Filha, tenho pacientes agora, depois nos falamos, está bem?

         Não consegui me despedir, ele desligou na minha cara. Eu estava feliz, não gostava de esconder nada de meu pai. Eu estava triste, pois minha mãe não estava ali para dividir a felicidade que eu sentia comigo. E eu estava preocupada.

         Será que Christopher já estava bem?

         Com meus pensamentos avoados, acabei adormecendo...

Christopher’s POV

         Kate e Thomas me ajudaram a ir para o quarto. Eles me carregaram e me deixaram na cama, com um cobertor por cima. O que Kate disse que era frescura. Frescura ou não, meu corpo inteiro estava doendo por culpa da Charlie.

         Tudo começou quando eu fui tirar uma dúvida de uma matéria que eu tinha em comum com a Charlie. Como estava tudo silencioso quando coloquei o ouvido na porta da Charlie, saí entrando no quarto dela e a vi por baixo de um Joe sem camisa, enquanto eles trocavam olhares apaixonados.

         Ai eu disse “seus safadinhos, amizade colorida da na moda mesmo”

         Nisso, eu só me lembro da Charlie vindo para cima de mim com uma bola de vôlei e eu rolando as escadas e vendo uma anja roqueira. Que me abandonou a mercê da morte.

         Eu amava aquela mulher, mesmo ela sendo cabeça dura.

         Logo após descansar muito, descansar mais um pouco e por fim descansar mais, resolvi fazer uma avaliação geral da minha vida.

         Primeiramente, uma coisa bem diferente me aconteceu, eu fora rejeitado. Nos E.U.A, eu estava acostumado a ser o centro das atenções. Bonito, inteligente, jogador de futebol, pegava todas as meninas e não me importava nem em saber seus nomes. Aqui na Inglaterra, eu era só mais um aluno, peguei quase ninguém e pela primeira vez, eu havia me apaixonado. O que me leva ao segundo quesito.

         Eu nunca havia me importado de verdade com alguma garota, com seus sentimentos. Com Madeline era diferente. Eu queria saber como ela estava, como havia sido seu dia, se ela estava se sentindo segura. Eu queria protegê-la, eu queria ser aquele do qual ela se orgulhava de ter como namorado.

         Eu a amava mais do que tudo.

         Olhei as horas, 2h05mim da matina, eu teria aula e estava acordado, para me distrair, resolvi mandar uma mensagem para Madeline.

         De: namorado romântico
         para: minha namorada chata

        

Oi, se estiver acordada, venha aqui, estou sentindo sua falta. Te amo

        

         Esperei. Esperei até quase pensar que ela estava dormindo. Então ela entrou. Estava com uma calça de caveirinhas roxa e uma regata preta, seus cabelos estavam soltos e ela estava sem maquiagem nenhuma. Estava mais linda do que nunca

         – Christopher, o que quer? – Ela perguntou. Sua voz estava doce, porém rígida.

         – Deita aqui comigo, meu amor – Disse.

         –Não vamos transar – Eu ri

         – Não tinha pensado nisso. Sei lá, só queria ficar perto de você.

         Ela sorriu e deitou ao meu lado. Minhas mãos involuntariamente se enroscaram com as dela. Ela olhou para as nossas mãos e me olhou. Nossos olhares se cruzavam e estavam intensos, mas nenhum de nós se atrevia a quebrar esse momento.

         – Você está bem? – Perguntou preocupada

         – Agora está. Você me deixou a beira da morte – Brinquei.

         – Você é um idiota – Rimos.

         Ficamos batendo papo até as 3 da manhã. Conversávamos sobre tudo, minha família, meus amigos americanos. Minha antiga vida. E dificilmente falávamos sobre ela. Eu não queria pressiona-la a nada. Eu sabia que ela me contaria quando se sentisse a vontade.

         Nós não sentíamos a necessidade de nos beijar nem nada. Tudo  o que sentíamos estava sendo demonstrado por nossas mãos entrelaçadas.

         –Christopher, temos que dormir. Amanhã tenho aula as nove.

         – E eu as dez, mas tudo bem, podemos dormir.

         Ao contrario d que pensávamos, não dormimos, ficamos naquela troca de olhares. Por fim, ela disse:

         – Eu te amo

         Tudo pareceu ficar melhor dentro de mim. Nunca pensei que pareceria tão gay quanto agora. E nunca pensei que gostaria de parecer gay.

         – Eu também te amo

         Nossos lábios se tocaram. Não foi um beijo quente nem nada. Foi um beijo apaixonado, que demonstrava tudo o que sentíamos um pelo outro. Acho que era o melhor beijo que já tinha dado nela. Nos separamos quando o ar faltou e nos olhamos novamente.

         – Boa noite Christopher

         – Boa noite Madeline

         Ela se virou, numa espécie de conchinha, sem separar nossas mãos. Por fim, parecia que eu estava a abraçando, enquanto nossas mãos estavam grudadas. Logo, a respiração dela estava calma, indicando que dormia.

         Eu também não tardei a dormir, e fui dormir com um pensamento em especial.

         Eu estava onde eu deveria estar, com quem eu deveria estar.

         E nada mais importava.


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