Alugando Hermione Granger escrita por da_ni_ribeiro, thysss


Capítulo 28
Capítulo Nove




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Aquele dia, em especial, Hermione sentiu-se enjoada. Fazia alguns minutos que Gina havia ido embora. Passaria mais um final de semana sozinha. Não tão sozinha, agora Toy, apesar de ter chegado a menos de 24 horas, já era um companheiro inseparável. Espreguiçou-se e seu estômago reclamou, o enjôo deveria ser de fome.

                Hermione olhou para o chão e o cachorrinho a encarava, seu pequeno rabo balançava de um lado para o outro, feliz em vê-la acordada.

- Você deve estar com fome... Mas antes eu vou precisar no banheiro – disse a morena correndo para o banheiro.

                Quase não deu tempo de chegar a privada. A pizza que havia comido a noite com Gina não havia lhe caído bem. Deu descarga e deixou-se cair em cima da tampa da privada. Suas pernas estavam fracas demais para sair andando por ai.

- Hermione? – a voz de Draco chegou aos seus ouvidos, quando ela levantou os olhos, lá estava ele, parado na porta do banheiro a observando, seus olhos cinza enigmáticos. – O que você está fazendo ai?

- Eu que te pergunto: O que você está fazendo aqui? – ela levantou-se, meio cambaleante e foi até ele, com um sorriso fraco no rosto. – Você não era para estar aqui.

- O que aconteceu com você? – Draco a segurou pelos cotovelos, dando apoio para ela. – Você está pálida. Quando foi a ultima vez que você comeu?

- Ontem a noite – respondeu a morena, deixando ser levada de volta para cama. – Que horas são?

- Já passa da 1 hora da tarde, Hermione – ele a sentou na cama, e sorriu ao ver o cachorrinho que até então não tinha notado. – Eu vou arrumar alguma coisa para você comer, fique aqui.

- Eu não estou doente, Draco – resmungou a morena.

- Eu vou arrumar alguma coisa para você comer e já volto – repetiu sério. – Por favor, fique aqui. Não vou demorar.

                Hermione tentou discutir, mas Draco já havia saído em direção a cozinha. Sentiu-se tranquila, afinal, Draco estava ali com ela. Por um momento sentiu-se triste, talvez. Havia esperado, por todos esses dias que haviam passado longe um do outro, que o momento do reencontro seria mágico, especial, puro engano. Ele havia sido frio, não mostrara nenhum tipo de emoção ao reencontrá-la depois de tanto tempo.

- Espero que você goste do macarrão – disse Draco depositando o prato na frente da castanha. – Não tinha muita coisa na despensa. Maria não tem vindo?

- Ela está doente – respondeu Hermione sentindo o estômago roncar. – O cheiro está ótimo.

- Espero que o gosto também – disse Draco sentando-se em uma poltrona ao lado da cama.

- Achei que só viesse semana que vem – Hermione deu uma garfada generosa no macarrão. – Não estava te esperando.

- Vim para ver como andam as coisas – disse Draco observando Hermione atentamente.

                De algum jeito, ela estava diferente, e aquilo o assustou. Seus olhos castanhos pareciam mais vivos, seu corpo de alguma maneira, havia mudado. Nada muito visível, mas ele podia notar, ele conseguia perceber. Como poderia ser capaz de notar algo tão sutil no corpo de Hermione?

- Por que você está me olhando desse jeito? – perguntou uma Hermione parecendo desconfortável.

- De que jeito? – perguntou Draco levantando-se, e agachando-se logo em seguida para pegar o pequeno cachorro no colo.  – Precisamos levá-lo ao veterinário.

- Draco, o que esta acontecendo? – a castanha levantou-se, e por um momento viu o mundo girar. – Por que você está me olhando desse jeito?

- Não estou lhe olhando de jeito nenhum, Herms – disse ele tentando aliviar a tensão. – Eu preciso descansar um pouco se você não se importa, dirigi a noite inteira.

- Claro, não me importo – disse ela chateada. – Eu vou deixá-lo descansar, Draco.

                Com um movimento delicado, Hermione pegou o pequeno Toy do colo de Draco e saiu do quarto, fechando a porta em seguida.  Draco bufou, antes era apenas uma suspeita, agora tinha quase certeza: Hermione estava grávida. Tirou o paletó, e foi até o closet e pegou sua calça de moletom mais velha.

- Herms – disse ele chamando a morena.

                Draco saiu do quarto, a procura da castanha. Encontrou-a deitada no sofá, com o pequeno cachorro no colo. Os olhos se encontraram por poucos segundos, antes dela desviá-los. Ela parecia magoada com ele, só não conseguia compreender a razão. Será que ela não conseguia perceber que ele tinha dirigido a noite inteira só para poder vê-la?

- Achei que fosse descansar – disse uma Hermione mal humorada.

- Não estou com sono – respondeu ele sentando-se no sofá ao lado. – Na realidade, eu gostaria de saber se você quer jantar comigo hoje.

- Um encontro? – perguntou Hermione com um sorriso no rosto.

- Podemos dizer que sim – ele sorriu. – Como foram seus dias?

- Monótonos – respondeu sincera, afagando o pelo macio do cachorro. – Muitos trabalhos, muitos livros para ler, esse tipo de coisa. E como andam seus dias? Agitados?

- Nem tanto. Muitas reuniões, muitos problemas e principalmente: muitas cobranças. As coisas estão ficando cada vez mais difíceis para mim, Hermione. – admitiu Draco.

- Por quê?

- Não sou um homem digno de respeito, pois não tenho uma esposa.

- Draco...

- Mais uma vez: Case-se comigo, Hermione!

- Não posso, não ainda, Draco... – Hermione desviou o olhar do de Draco. Como queria aceitar aquele convite.

- Por que não?

- Porque não é o momento, eu preciso terminar a faculdade. Tenho muito que fazer antes de pensar em casamento.

                Não havia pior sentença do que aquela para Draco. A castanha sequer desconfiava do que estava acontecendo com ela mesma. Deveria contar? Deveria esperar que ela descobrisse? Talvez, quando ela descobrisse, fosse tarde demais para um casamento de urgência. A sociedade iria falar, todos iriam falar. Como ele não havia pensado nisso antes?

- O que você tem, Draco? – perguntou Hermione indo sentar-se do lado de rapaz, depois de colocar o pequeno cachorrinho no chão.

- Eu? – ele riu meio irônico.

                Em um impulso, Draco a puxou para si. A sensação de sentir os lábios de Hermione sobre o seus era única. Jamais havia experimentado uma sensação como aquela, talvez nunca estivera tão envolvido emocionalmente com alguém como estava naquele momento. Puxou-a para cima de si, iria matar a saudades do jeito como mais gostava: tendo-a ao seu lado, nua, depois de tê-la amado até se cansar. Sem pensar duas vezes, a pegou no colo.

                Ela lhe sorriu com os olhos brilhosos que revelavam o desejo contido por todas as semanas afastadas, retribuindo o sorriso dela, Draco a depositou sobre a cama, beijou seus lábios com paixão, mas logo se afastou para olhá-la nos olhos novamente. Já não estava tão pálida, e as bochechas de Hermione coraram, o que o fez sorrir.

- Tem certeza? – ele perguntou, o desejo contido implícito em seu tom rouco.

                Sorrindo ela voltou a beijá-lo, esperando assim responder a pergunta de Draco. Tudo que ela precisava para ficar bem era dos carinhos de Draco. Estava tão saudosa que mal podia respirar entre os braços dele, seus lábios toda hora se encontrando, até Draco começar a beijar-lhe o pescoço com uma avidez que Hermione tinha certeza de que deixaria marcas, mas isso não importava no momento.

                Com mãos ágeis e experientes, Draco ergueu a roupa que ela usava – uma camiseta dele – e sorriu ao encontrá-la sem sutiã, com um sorriso maldoso beijou e acariciou os seios que rapidamente ficaram turgidos, Hermione soltou um baixo gemido com a caricia, seu corpo arqueando levemente para ficar mais exposta a ele.

                Draco se afastou um momento para retirar a roupa que usava, e riu ao ver o olhar de Hermione percorrendo todo seu corpo, descendo do rosto para seu peito e sua barriga, as bochechas dela coraram involuntariamente ao mirar a ereção exposta e ela sorriu ao olhar-lhe as pernas.

                Posicionando-se sobre ela, novamente Draco perguntou se estava bem. Tinha saudades dela. De amar o corpo dela. De ficarem horas e horas naquela cama. Mas o resquício de consciência que lhe restava o fazia sempre se preocupar com o bem estar dela. Mesmo que estivesse morrendo de desejo, se Hermione não estivesse bem ele pararia.

                O que, para o seu alivio, não era o caso.

                Com mais delicadeza do que gostaria, Draco se posicionou sobre o corpo feminino, sentindo-a estremecer ante a aproximação de seus corpos, ambos agora nus, ela gemeu ao primeiro contato e arqueou ao senti-lo por completo em seu interior. Sentia falta desse contato entre eles.

                Minutos mais tarde Hermione se aconchegava contra o corpo masculino de Draco, beijou seu peito e inalou seu perfume, saudosa de estar junto dele. Com um suspiro se aconchegou melhor sentindo-o passar uma mão ao redor de seu corpo.

- Senti saudades – ela murmurou em voz baixa.

                Talvez fosse a satisfação pós coito, ou seu humor instável pela rotina louca dos últimos dias graças a faculdade, mas tinha de admitir que fazia tempo que não se sentia tão bem.

                Mais um mês com uma distância tão grande entre eles e Hermione podia apostar que logo estaria pedindo para acompanhá-lo, independente de seus próprios compromissos em Cambridge. Patético, ela sabia. Essa era uma das razões para não se deixar apegar as pessoas, mas com Draco havia sido inevitável.

- Tudo certo para você receber seu título? – perguntou logo em seguida, não queria deixar o silêncio se instalar no quarto quando Draco não lhe respondesse que também sentira sua falta.

- Não deve demorar – suspirou – logo após a virada do ano, o primeiro evento será esse. Até lá temo estar preso nas reuniões no parlamento, há muito mais burocracia para isso que eu imaginava... Mas agora que suas férias estão chegando, você poderá ir para Londres comigo por alguns dias. Ficamos no meu apartamento lá, assim você já vai aprendendo toda a rotina que envolve aquele lugar.

- Nós não vamos morar lá – ela retrucou com uma sobrancelha arqueada.

- Certamente não – ele respondeu rapidamente. – Mas ainda assim você deve saber como tudo ocorre por lá, se precisarmos.

                Antes que percebessem, acabaram pegando no sono. Hermione não demorou a acordar e sorriu vendo o semblante relaxado de Draco, deitado ao seu lado na cama. Passou gentilmente as mãos pelo cabelo despenteado e suspirou. Tinha marcado de se encontrar com Gina, haviam combinado no dia anterior já que supostamente ambas estariam sozinhas. Assim, se levantou para tomar banho, e antes de sair de casa deixou um bilhete para Draco.

                Apesar de que ele estava tão cansado da viagem, que provavelmente ela estaria de volta antes que ele acordasse.

                Iriam só a uma loja onde Gina havia separado algumas peças para escolher, assim Hermione poderia aproveitar para ver  algo para o jantar com Draco.

                Sorrindo entrou em seu carro, do caminho ligou para a amiga confirmando onde se encontrariam.

- Então ele surpreendeu você? – Gina perguntou animada enquanto caminhavam entre as araras de roupas. – Quem diria que o Malfoy seria capaz disso – revirando os olhos Hermione lhe deu um tapa no braço.

- Você está é com inveja porque o Harry não voltou antes da Escócia – rindo viu a amiga suspirar. Era verdade. – Isso que ele só foi embora há o que? Um dia?

- Como se você não ficasse lamentando a ausência de Draco logo na primeira hora – rindo as duas se dirigiram aos provadores. – Mas então, quais os planos para a noite? – perguntou com um sorrisinho malicioso que até pouco tempo atrás faria Hermione ficar corada até a raiz do cabelo. – Vão matar a saudade? – cutucou a amiga que riu com as bochechas levemente coradas. O que já disse tudo para Gina. – Não perdeu tempo mesmo hein? – maneando a cabeça entraram no grande provador e começaram a se despir.

                A amizade que tinham já era tão duradoura que não havia vergonhas nem constrangimento ao ficarem de calcinha e sutiã uma de frente para a outra. Cada uma pegou um dos vestidos que havia separado e se vestiram.

- Muito arrumado...

- Muito decotado...

- Curto...

- Comprido...

                Rindo Hermione saiu do provador sendo seguida pela amiga, e arregalou os olhos ao ver o horário em seu relógio. Já eram quase sete da noite, o que significava que ela estava mais que atrasada para começar a se arrumar e ir jantar com Draco.

                Apressando a amiga, as duas andaram rapidamente até o carro de Hermione, onde se despediram com um abraço.

- Arrasa – gritou Gina ao se afastar.

                Sorrindo, Hermione entrou no carro e acelerou para casa. Por sorte Cambridge não era uma cidade muito movimentada, principalmente nos finais de semana quando muitos dos estudantes iam para casa de seus pais e familiares. Assim, não demorou a chegar ao prédio de Draco – e que por hábito já começava a chamar de casa –, entrou no elevador e seu sorriso se fechou.

                A verdade era que havia adorado o momento com Gina, mas tivera de esforçar para não chamar a atenção da amiga, uma hora o provador havia ficado abafado demais, e enquanto Gina continuava a provar vestidos alheia ao que lhe passava, Hermione se sentou no banco acolchoado que ali havia, rezando para que aquele sentimento ruim passasse logo, ou pelo menos despercebido.

                Agora que o vento da noite já a havia feito melhorar, sentia-se bem e pronta para sair com Draco, só estava cansada de tanto ficar sorrindo. Porque claro, os paparazzis estavam sempre por perto, havia visto um e outro ao redor das lojas, pelo menos dessa vez eles foram discretos, pensou ela.

                Para o bem deles era bom que permanecessem assim, do modo como seu humor vinha variando ao decorrer do dia, não duvidava nada do que seria capaz de fazer para afastá-los.

                Entrou no apartamento sem fazer muito barulho e sorriu ao sentir o pelo macio de Toy roçar contra suas pernas, aparentemente ele estivera lhe esperando. Mas então onde Draco estava?

                Sorrindo deixou as sacolas sobre o sofá e se abaixou para pegar o filhotinho, sentia vontade de ficar o tempo todo abraçada a ele, aproveitando enquanto o pequeno samoieda não crescia, pois sabia que não demoraria para Toy ficar grande demais para o seu colo. Grande demais inclusive para aquele apartamento, pensou Hermione com o cenho franzido.

                Como fariam com o cachorro quando Toy estivesse crescido?

                A cobertura de Draco era espaçosa... Talvez pudessem deixá-lo na parte de cima do duplex, uma área equipada mais para convidados, com piscina, churrasqueira – que Hermione podia apostar que nunca fora usada – e até uma mesa de bilhar. Draco uma vez lhe dissera que aquela área era bastante usada quando estava na faculdade, e ela bem podia imaginar, alguém solteiro e rico como Draco Malfoy, acompanhado de outra dúzia de amigos solteiros e ricos que nada tinham para fazer além de beber e festejar.

                Com uma careta agradeceu por só conhecê-lo agora.

- Hermione? – a voz de Draco veio do corredor, logo ele se encontrava a sua frente com o semblante mais sério que horas antes.

- Alguma coisa errada? – perguntou ela com o cenho franzido, ainda com o cachorro no colo.

- Não – Draco maneou a cabeça esticando a mão para afagar o cachorro e se inclinou para lhe dar um selinho. – Esse carinha aqui já se apegou muito a você – disse com o semblante sério, de maneira forçada, que fez Hermione sorrir.

- Ciúmes do cachorro? – ela perguntou rindo, fazendo a perguntar soar como brincadeira. Mas a verdade era que morria de vontade de ouvi-lo dizer que sentia pelo ciúmes dela perto dos outros, ele já havia dito algo sobre sua amizade com Ronald, mas aquela situação era completamente diferente.

- Não – deu de ombros. – Até porque comigo por perto ele não poder ficar tanto assim com você – disse rindo.

                Como que entendendo o que seu dono dizia, Toy se aconchegou mais nos braços de Hermione e lhe lambeu o rosto, como que pedindo e retribuindo o carinho que ela lhe dava.

- Vamos ver – ela riu ao olhar para Draco, que apenas revirou os olhos.

- Como foi o passeio com Gina? – ele perguntou pegando o cachorro e colocando-o no chão, que rapidamente se afastou indo explorar o cômodo.

- Muito bom – ela sorriu. – Aproveitei para pegar algumas camisas que havia deixado separada para você, queria que você fosse lá escolher, mas como você ficou tanto tempo em Londres – deu de ombros. – Camisas que não são pretas!

                Maneando a cabeça Draco riu. Do mesmo modo que ele lhe dizia o que fazer – e a irritava, ela vinha mudando sua vida e o provocando com alguns aspectos. Seu guarda roupas agora tinha uma quantidade de jeans que ele nunca imaginara possuir, sempre adepto das calças sociais e sapatos. Tinha também sapatênis, camisas polo e todas de cores que não eram o preto tão característico dele.

                Aos poucos Hermione ia fazendo as mudanças, tentava ser sutil, ele sabia, mas a questão era que agora seu guarda roupa de itens pretos se resumia a uma porta, enquanto todo o resto ficava por conta das novas peças que Hermione ia colocando ali.

                Ao voltar de cada viagem, abrir seu guarda roupa era como abrir o de um estranho.

- Tem alguma cor que você ainda não pôs no meu armário? – perguntou ele com ironia e ela revirou os olhos, sempre que chegava com roupas novas para ele era o mesmo comentário.

- Comprei camisas escuras, se te interessa – ela deu de ombros – só que não são pretas. E desculpe por querer mudar seu visual de luto permanente – maneando a cabeça ele riu do sarcasmo dela. Era sempre assim.

- Só acho que está bom assim – ele deu de ombros. – Da última vez que voltei de viagem encontrei até um par de tênis, que você e eu sabemos que eu nunca vou usar.

- Nunca se sabe – ela retrucou estreitando os olhos.

- Nunca!

                Revirando os olhos Hermione se afastou para sentar no sofá, abaixou-se e pegou Toy no colo, que curioso como era já tinha um sapato na boca. Por sorte seus dentinhos ainda eram pequenos demais para fazer qualquer estrago – porque Hermione sabia que determinados itens naquela casa, por mais que Draco tivesse dinheiro para comprar milhares iguais que substituiriam, o deixaria muito irritado se fossem estragados. Ainda mais por um cachorro.

- Vamos ficar aqui amorzinho? – ela falou com o cachorro com uma voz melosa, mas muito comum entre as dondocas e seus cachorrinhos, só para irritar o namorado. – Pelo menos você não fica reclamando ao invés de agradecer.

                Rindo Draco se aproximou, mas não sentou ao seu lado, nem tocou nela, nem no cachorro.

- E os nossos planos para o jantar, você ainda quer sair? – perguntou ele.

- O que você sugere? – ela perguntou. – Aonde vamos dessa vez?

                Uma hora depois estavam sentados em um pequeno, mas aconchegante restaurante japonês. Draco lhe sorriu após fazerem os pedidos, e ela sorveu um gole de seu suco. Por mais que Draco sempre a convidasse para tomarem um vinho, ainda era fraca demais para a bebida, e do jeito que seu paladar andava incomodado nos últimos dias, era melhor nem arriscar.

- O que você fez enquanto eu sai? – perguntou ela puxando assunto.

                Odiava quando ficavam um olhando para o outro sem saber o que dizer.

- Só atendi uma ligação – deu de ombros – tinha acabado de levantar. – William queria saber como tinha sido a viagem de volta.

                Obviamente não era só para isso que William havia lhe ligado. O amigo lhe perguntara sobre a viagem, mas principalmente sobre a preocupação de Draco, se tinha fundamentos ou não. Discutir com alguém o que estava pensando foi de certo modo um alivio, mas por outro lado só fez duvidar ainda mais de que estava certo. O que, por consequência, voltara a incomodar sua consciência.

                No momento arrependimento o dominava. Mas era tarde demais para isso.

                Por isso não dissera a Hermione o que fizera, pedira para um dos funcionários da portaria ir a farmácia, obviamente se fazendo passar por um de seus vizinhos – o que não era difícil para alguém com a influência e os contatos de Draco Malfoy – e conseguira para Hermione um teste de gravidez.

                Só que agora imaginava estar mais amedrontado que ela com o resultado. Além do mais, precisava tocar no assunto com calma.

- E como vai o casamento? – Hermione perguntou apenas por simpatia e Draco maneou a cabeça.

- Como se você se interessasse – ele riu e ela resmungou algo.

- Pelo menos se eu souber que eles estão bem, significa que ela vai deixar de nos incomodar – isso era verdade.

                Mas no exato momento em que as palavras saíram de sua boca, Hermione quis buscá-las de volta. Odiava parecer tão ciumenta.

- Deixa pra lá – suspirou.

                Fora isso o jantar correu muito bem, Draco parecia mais relaxado e o fato de não serem incomodados por paparazzi foi um alivio. Finalmente um lugar em que podiam ficar em paz.

                Abraçada a Draco, Hermione se deixou guiar para o carro e suspirou ao se aconchegar no espaço banco do Lamborghini.

                Quando Draco abriu a porta do apartamento, Hermione foi logo para o quarto, sorrindo para Toy que a seguia por todos os lados. O cachorrinho ficara deitado próximo a porta, sobre um tapete, esperando que eles voltassem.

                Jogou-se sobre a cama minutos depois, surpresa por estar tão cansada. Draco não demorou a entrar no quarto e riu ao vê-la jogada no meio da cama, abraçando todos os travesseiros.

- Esse final de semestre tá acabando comigo – ela resmungou ao ouvi-lo rir. – Faz dias que eu não sei o que é dormir mais que cinco horas por noite – ele maneou a cabeça tirando a roupa para ficar apenas de cueca. Era sempre assim que ele dormia.

- Amanhã eu ajudo você – ele disse ao voltar do banheiro, depois de fazer sua higiene.

- Eu vou cobrar – ela resmungou e Draco maneou a cabeça, o ritmo de Cambridge era realmente pesado, e imaginava que para Hermione estar aceitando a sua ajuda de livre e espontânea vontade, sem nenhum comentário irônico, era porque estava realmente ficando complicado para ela.

                E temia que a situação só fosse piorar.

- Vem dormir – ele disse e ela resmungou se movendo na cama. Tirou o vestido jogando-o em algum canto do quarto e logo foi para debaixo dos lençóis. Deitou e sorriu quando Draco a abraçou por trás para dormirem de conchinha.

                O jantar havia sido delicioso. Mas durante a madrugada o estômago de Hermione mostrou que não o havia agradado tanto assim. Um enjoo forte a fez correr para o banheiro, vomitando ali o seu jantar. Não demorou para Draco estar ao seu lado, segurando seu cabelo e depois a ajudando a escovar os dentes.

                Havia sido brusca ao levantar, era óbvio que ele acordaria, pensou ela. Mas por outro se sentia bem por vê-lo ali, cuidando dela.

                Draco sem dificuldades a levou de volta para cama, onde ficaram um encarando o outro sem saber o que dizer.

- Herms? – ele a chamou ao vê-la fechar os olhos. – O que você tem?

- Eu só...

- Mais cedo você disse que era culpa das besteiras que comeu ontem com a Gina... Depois que era por estar tanto tempo sem comer... Mas e agora? – perguntou com o cenho franzido.

- Não sei – ela suspirou. – Esses últimos dias têm sido uma loucura, Draco. Devo só estar estressada por tudo isso. Sozinha aqui, a faculdade, esses paparazzi que não nos deixam em paz, meus pais me ligando porque querem conhecer você... – foi despejando tudo, atropelando as palavras. – Mas essa semana acaba as entregas de trabalho e provas, e se eu não melhorar vou num médico.

- Herms – suspirou segurando a mão dela. – Acho que não é estresse...

                Ele se levantou e foi até o closet, tirando de uma de suas gavetas um saco pardo, então voltou a se sentar na cama e o entregou a ela.

- O que é isso? – perguntou ela com o cenho franzido.

- Acho que você pode estar grávida – respondeu ele.


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Notas finais do capítulo

n/a: mais uma vez atrasou e eu sinto muitissimo por isso, mas estágio e faculdade estão sugando minha vida e todo meu tempo "/
beijos.