All The Right Moves escrita por salinaak


Capítulo 1
All the Right Moves


Notas iniciais do capítulo

Então, como eu disse lá no Disclaimer, essa fic é um presente para a renatinha_xD.
Mas já vou adiantando que ela ficou bem estranha! SAHUSHUASHUAHUSHUAS



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A gélida gota penetrou entre os fios negros e escorreu até que alcançasse a madeixa branca. Pendurou-se por um breve momento e então se desprendeu, derrubando-se pelo ombro e traçando uma linha úmida pelo peito alvo. Percorreu todo o abdome magro e perdeu-se no tecido macio da boxer recém colocada.

Os olhos castanhos de Tom não perderam nem um segundo desse movimento. Sem modéstia alguma: seu gêmeo era muito bonito, tanto quanto ele. Talvez até mais – mas isso ele não admitiria em público. Bill era ligeiramente mais alto e notavelmente mais magro. O cabelo arrepiado e com luzes brancas somado a maquiagem escura também faziam com que ele chamasse ainda mais atenção.

Tom nunca entenderia como um rapaz assim poderia ser gay.

É, isso mesmo. Bill, seu irmãozinho mais novo e bonito o suficiente para ter grande parte das mulheres que quisesse não queria mulher nenhuma. E isso totalmente era inadmissível para o mais velho, que mantinha os dreads loiro e castanho amarrados em uma espécie de rabo de cavalo.

— Você está completamente se desperdiçando, sabe? – O rapaz falou logo após dar um longo suspiro. Ainda mantinha o olhar fixo no corpo maior.

Bill se voltou para ele, que estava deitado sobre os lençóis arrumados da cama de casal que haviam divido na noite anterior. Estreitou os olhos de forma maliciosa e sorriu.

— Se você realmente acredita nisso, pare de me devorar com os olhos. – Gargalhou de forma suave com o tom rubro que as bochechas do irmão adquiriram.

— Não estou te devorando, idiota. Você é meu irmão! – O de dreads disse com uma leve e falsa conotação ofendida, arremessando um travesseiro no mais novo.

Bill riu desviando e então voltou a atenção para a camisa que ainda precisava vestir. Quando terminou de cobrir o corpo, notou que Tom agora estava sentado de pernas cruzadas sobre a cama e focalizava o nada, como se estivesse perdido em pensamentos. Sorriu de lado e então subiu sobre o colchão, engatinhando até o gêmeo.

— Conte-me... Em que está pensando? – Perguntou curioso e alargou os olhos como um cão pedindo por comida.

— Hm... – Tom girou o rosto para o lado, desviando o olhar para a parede. Sua bochecha voltou a adquirir a coloração rosada. – Como é beijar um homem?

O mais novo não resistiu e caiu em gargalhada.

— Mas o que é isso? Tom Kaulitz está sendo levado para o outro lado da força? – Bill continuou rindo, deitando sobre a cama e agarrando-se a própria barriga, tal era a intensidade de suas risadas.

— Eu não falei nada disso! – O irmão bufou e movimentou-se com a intenção de sair da cama, mas Bill agarrou seu pulso e ajoelhou-se sobre o colchão em uma velocidade extraordinária, colando os lábios na orelha do irmão.

— Você quer que eu te ensine, maninho? – Sussurrou com um sorriso divertido rasgando sua boca e em seguida saltou para trás, desviando de um chute que seria certeiro.

— Seu maldito tarado. – Tom revirou os olhos e em seguida suspirou, coçando os dreads. Bill nunca o levava a sério.

— Depende de quem você está beijando, Tom. – O de cabelo longo falou de repente, parecendo finalmente parar de brincar.

— Ahn? – O mais velho voltou sua atenção para o irmão que levantava da cama e ajeitava a roupa levemente amarrotada.

— Se você gosta da pessoa, o sexo dela não é realmente importante, é? – O mais alto voltou o olhar para o mais velho e lançou-lhe um compreensivo sorriso meigo. – Não deixe que essas coisas te confundam, apenas faça o que tem que fazer.

Tom inclinou a cabeça enquanto observava o gêmeo deixar o quarto. A série de duvidas que o possuíam eram quase evidentes, seus olhos nunca foram bom em disfarçar suas curiosidades. Bufou voltando a desabar sobre a cama.

O que deveria fazer?

***

A brisa acariciava seu rosto de forma tão suave que ele quase se sentia como uma pequena criança embalada no colo de sua mãe. Tirou o cigarro da boca e estendeu os braços, deixando-os apoiados sobre as pilastras da espaçosa varanda. Soprou a fumaça lentamente, analisando os desenhos disformes que se desfaziam no ar. Suspirou.

— Que é isso, cara, está apaixonado? – Georg zombou, atravessando o portal de grandes vitrais transparentes e apoiando-se nas pilastras ao lado do melhor amigo.

Tom apenas riu e tragou novamente, soprando o ar um pouco mais rápido do que a última vez. Georg era o baixista de sua banda. Possuía as madeixas castanhas e longas que dançavam acompanhando o fraco vento.

Ficaram alguns minutos em silêncio, apreciando os sons, cheiros e sensações que apenas a noite é capaz de trazer.

— Bill me contou que você conversou com ele hoje. – O baixista comentou de repente, virando de costas para o pilar, apoiando os cotovelos no mesmo.

— Ah, além de pervertido, ele é fofoqueiro. Ótimo. – O mais novo entre os dois reclamou, revirando os olhos.

— O quê? – Georg perguntou, virando a cabeça de lado e observando o amigo mirar o céu.

— Nada. – O outro respondeu e tragou o cigarro uma última vez, deixando que o toco caísse no chão e pisando sobre ele. Em seguida, moveu-se para a mesma posição que o amigo, ficando de frente para as grandes portas de vidro. – É, eu fiquei curioso para saber se era diferente de beijar uma garota, mas Bill só falou coisas que me deixaram pensando.

— E você chegou a alguma conclusão? – Um leve nervosismo despontava na voz do mais velho. Algo como ansiedade.

— Acho que só vou saber depois que beijar algum cara. – Ele respondeu e ergueu o rosto em direção ao melhor amigo. Os olhares se fixaram.

— E você pretende fazer isso? – O baixista murmurou, sua voz quase sumindo.

Silêncio e um olhar intenso. Apenas isso.

— Bill disse que eu deveria tentar com alguém que eu goste. – Foi a última coisa que Tom pronunciou olhando para Georg. Em seguida ele desviou o rosto para a direção oposta e começou a despejar as palavras de forma rápida, nervosa. – É ridículo. Como se algum dia eu fosse começar a gostar de um cara pra fazer isso. Nem sei por que é que tive essa curiosidade idiota e...

O de dreads ameaçou começar a andar em direção ao portal, mas teve seu pulso envolvido com força.

— Droga, Tom! – Georg falou entre dentes. O rapaz voltou a encará-lo e o mais velho pode sentir as bochechas esquentarem. – Faça isso de uma vez.

Os lábios do maior tremeram de leve como se tentasse dizer algo. A insegurança banhava seu olhar, mas as pequenas e escuras esmeraldas de Georg o deram forças. Ele fez um movimento de cabeça que indicava que concordava e endireitou-se em frente ao menor.

Puxou o ar com força uma última vez, virou o boné de lado e curvou-se em direção ao rosto do melhor amigo em um movimento rápido. Tinha medo de desistir no meio do ato.

Georg fechou os olhos assim que sentiu os lábios macios do mais novo se pressionarem contra os seus. Sentiu o metal gelado do piercing do maior ferirem de forma gostosa a sua boca. Ficaram naquele contato simples durante alguns instantes. Precisavam de segurança.

O baixista foi o primeiro a quebrar o contato, afastando os lábios somente alguns milímetros para novamente pressioná-los com força nos do outro, lambeu-lhe timidamente a boca e Tom enfim deu-lhe passagem.

As línguas se tocaram com hesitação. Começaram uma massagem lenta, exploravam-se de forma suave. Tom deixou as mãos suprirem a necessidade de se agarrarem aos fios sedosos do mais velho e então Georg finalmente sentiu-se a vontade para envolver o corpo maior e aprofundar o beijo.

Definitivamente não era como uma valsa. Apesar de por vezes hesitante, o movimento sincronizado não era delicado. Estava tomado por uma necessidade que ambos os garotos possuíam. Uma agressividade a medida certa. E aos poucos se tornou cada vez mais rápido, mais intenso.

Tom enroscou uma das mãos nos fios da nuca de Georg e deixou que a outra segurasse o rosto do melhor amigo. Este o empurrou contra as pilastras, eliminando qualquer tipo de espaço que ainda pudesse haver entre seus corpos.

Provaram-se como podiam, mordiscando, lambendo, sugando. Saciariam toda a duvida, toda a curiosidade, toda a necessidade e todo o desejo que custavam a admitir. O ar faltou.

Separaram-se arfantes, rostos vermelhos, lábios inchados. Sorriram.

— Então...? – Georg perguntou incapaz de encarar o melhor amigo.

— É, foi como Andy falou... – Tom riu, inclinando-se para que os olhos castanhos pudessem encontrar os verdes. – Sempre é bom quando é com uma pessoa que a gente gosta.

O rapaz terminou a frase e riu, sendo ele a desviar o rosto, dessa vez. Georg deixou que um sorriso simples se desenhasse em seus lábios e puxou a gola do maior para que pudessem retomar de onde pararam.

Agora, o próximo passo seria aprenderem a ser discretos.


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Notas finais do capítulo

Ficou meio "ahn?", né? SAUSHUASHUA
É, eu sei! xD~
Renata, espero que você não tenha odiado. SHAUHUASHUA
E obrigada de novo e mil vezes. *-*