Shadow Kiss por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

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Eu levantei cedo, como de costume. A minha noite tinha sido péssima. Minha mente ficou assombrada pelas cobranças de Rose. Eu nunca gostei de negar o que quer que fosse a ela. E agora, que Adrian tinha conseguido convencer a rainha a aceitar a presença dela e de Lissa no julgamento, eu me sentia pior ainda. Eu entendia perfeitamente que a minha influência era infinitamente menor que a de Adrian, mas não conseguia deixar de me sentir muito irritado com isso.

Arrumei rapidamente minha pequena bagagem. Nós iríamos passar poucos dias na Corte, não precisaria levar muita coisa. Como ainda demoraria um pouco para decolarmos, fui comer algo, no refeitório dos guardiões. Lá encontrei o Peter, que foi um dos que me acompanhou no resgate a Lissa, quando Victor a seqüestrou. Ele era instrutor da Academia e aparentava ter por volta dos trinta e cinco anos. Ele também parecia preocupado com a possibilidade de Victor sair impune.

“Ei Belikov, pronto para enfrentar Victor Dashkov?” Ele falou se sentando na cadeira em frente a minha “Eu soube que a rainha permitiu que a princesa e Rose testemunhassem. Eu espero que isso dê mais credibilidade às acusações contra ele. Corre um rumor que ele tem chances de ter sua pena abrandada, por ser da realeza.”

“Ele não vai sair impune, isso é o que importa. E por ser da realeza, é o de menos. Se a rainha o deixar livre estará indo de encontro aos interesses de outra pessoa, também da realeza, que é a Princesa Vasilisa.”

Ele balançou a cabeça em concordância. “E verdade. E o que ele fez foi muito sério. Nos meus anos de guardião, nunca vi um Moroi fazer algo tão terrível contra outro. Não sei realmente o que foi pior: ele convencer a filha a se tornar um Strigoi ou torturar a Princesa para explorar a magia dela.”

O currículo de maldades de Victor era bem extenso. Eu imaginava quantas coisas ele teria feito em toda a sua vida que ficaram ocultas ou foram acobertadas por ele ser influente. Eu tinha certeza que existiram coisas terríveis que nem todos sabiam. Eu tirava pelo feitiço que ele lançou em mim e em Rose. Aquele feitiço que ainda me deixava por noites em claro, pensando na proximidade em que estivemos de termos a nossa primeira noite de amor.

Eu terminei o meu café da manhã e me dirigi a pista de pouso, onde o jatinho da Academia estava sendo preparado. Alguns ajustes na aeronave ainda estavam sendo feitos pela tripulação. De longe, avistei os demais que iriam. Rose estava entre eles. Eu realmente não tinha vontade de lidar com ela naquela hora.

Eu sabia que ela iria me cobrar por Adrian ter conseguido levá-las e eu não, por isso permaneci no grupo de guardiões, conversando amenidades. Mas não adiantou, quando ela me viu, correu até mim. Eu me preparei mentalmente para o que viria.

“Eu sinto muito, me desculpe.” Ela falou humildemente, e eu reuni muito autocontrole para me manter neutro. Eu realmente não estava esperando por pedidos de desculpas.

“Desculpar pelo quê?” perguntei friamente. Eu percebi que ainda estava muito chateado por toda a indiferença dela ontem.

“Por todas as coisas terríveis que eu lhe disse ontem. Você conseguiu – você realmente conseguiu. Você fez eles nos deixarem ir.”

Aparentemente ela não sabia quem tinha intercedido por elas, junto a rainha, e fiquei impressionado por Adrian não ter corrido para contar a ela que tinha feito isso.

Mas outra coisa me deixou ainda mais chateado. Ela não estava se desculpando por ter se arrependido, mas sim por achar que eu tinha conseguido o que ela queria. No final das contas, ela só estava se preocupando com ela mesma. Eu permaneci imparcial, não queria começar nenhuma discussão com ela ali, na frente de todos.

“Não fui eu, Rose. Não tive nada a ver com isso.”

Ela ficou paralisada, me olhando, tentando entender o que tinha acontecido. Alberta chamou a todos, nos autorizando a embarcar. Nós, os guardiões, entramos por último e nos arrumamos, dentro da aeronave, da maneira típica de guarda. Alguns se posicionaram nos acentos do fundo. Eu sentei com outro Guardião em frente a Adrian. Dificilmente algum Strigoi nos atacaria ali, mas nunca deixávamos a guarda baixar, quando tínhamos Morois para proteger.

Rose estava sentada, junto a Eddie, estranhamente quieta. Adrian se sentou na poltrona em frente à dela, já bebendo, como de costume. Todo momento, ele se virava para falar com ela, flertanto abertamente, mas não vi Rose encorajá-lo, também não mantive a minha atenção nela.

O avião levantou vôo e eu desejei mentalmente chegar logo. Eu não estava gostando nada de ouvir Adrian atrás de mim falando o tempo todo. Ele estava muito bêbado. Eu podia jurar que ele tinha passado a noite inteira bebendo.

“Nós vamos para a Corte. Você não está excitada com isso?”

“Qual delas? A da realeza ou a legal?” a voz de Rose era impaciente.

“A da realeza. Você trouxe um vestido?”

“Ninguém me disse para trazer.”

“Então... isso é um não?”

“Sim.”

“Sim? Eu pensei que você tivesse dito não.”

“Eu disse não e você sabe. Eu não trouxe vestido algum” sua voz agora era altamente irritada. De onde estava, eu não podia ver Rose, mas eu podia imaginar seu rosto raivoso. Apesar de não entender o que estava a deixando assim, confesso que gostei muito de ouvir o tratamento grosseiro que ela estava dando a Adrian.

“Então precisamos conseguir um para você!” Adrian falou muito alto.

“Você vai me levar para fazer compras? Vai me colocar em uma limusine para me considerarem uma acompanhante confiável?”

“Às compras? Até parece! Tem alfaiates lá. Vamos conseguir algo feito sob medida.”

“Não vamos ficar tanto tempo. Eu realmente preciso de um vestido para o que vamos fazer lá?”

“Não. Eu apenas gostaria de lhe ver vestindo um.”

Rose não respondeu. Eu permaneci olhando pela janela, com os meus ouvidos atentos, prestando muita atenção naquela conversa.

“Algo preto.” Ele continuou. “Feito de seda, eu acho... talvez com rendas. Você gosta de rendas? Algumas mulheres acham que elas coçam.”

“Adrian” Rose falou por entre os dentes.

“E um pouco mais curto de lado, para mostrar suas maravilhosas pernas. Podia ser aberto até o quadril, com um belo laço no final-“

“Adrian!” Rose gritou e sua voz era altamente irritada “Dá para diabos você calar a boca por cinco segundos?”

Alberta estava lendo o jornal, sentada na fileira ao lado da que estava Adrian. Ela se virou para o lado deles, como se não tivesse ouvido nada do começo da conversa, além da explosão final de Rose.

“Rose, o que está acontecendo?”


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