P.D.V. Nico Di Ângelo (eu sei que ta todo mundo esperando um PDV do Percy, mas eu vou deixar pra mais tarde)

   -Espera ai Percy, me explica isso direito – Gabriela olhou pra ele do mesmo jeito que eu fiz quando ouvi.

  Então o Féres foi mesmo sequestrado. Ta, essa não é a parte estranha. Vou deixar o Percy explicar, já que foi ele que viu.

   -Lembra aquela hora que eu fui ver o que estava acontecendo?? Então. Eu andei quase o trem inteiro e não vi nada. Quer dizer, não tinha ninguém.

   -Mas muitos embarcaram junto com a gente.

   -Bem, só existem duas respostas para isso.

  Eu queria acreditar que tudo foi uma ilusão da Névoa e que não havia ninguém no trem. Mas pelo que parece não foi bem assim. Talvez Percy não comente nada para não assustá-la, mas ele me disse que encontrou varias manchas de sangue e sinais de luta por todo nosso vagão.

  Maldito traidor. É bom que você não esteja ao meu alcance durante a batalha.

   -Depois disso eu cheguei ao ultimo vagão e decidi verificar do lado de fora. Foi ai que encontrei os dois. Nós trocamos algumas poucas palavras e ele ia atacar, então eu sai correndo.

   -Boa cara, se o trem virasse e nós ainda estivéssemos dentro iria ser um desastre.

   -Tudo bem, Nico. Quando pulamos, você provavelmente bateu a cabeça e desmaiou. Mas não aconteceu muito depois disso. O trem explodiu e aqueles dois sumiram.

   -De onde esse carro veio?

   -Nós tivemos que andar uns vinte minutos até achar civilização – comentei. – Encontramos um posto e pegamos esse aqui emprestado.

   -Isso quer dizer que roubaram?

   -Você também pode dizer isso – sorri.

  Estranho. Antigamente eu não era assim tão aberto. Ela acabou mesmo comigo. Maldita filha de Afrodite.

  Voltando ao que interessa, nós entramos na cidade. O Sol estava prestes a se erguer no horizonte e eu esperava sobreviver para vê-lo se pôr.

   -O que acham que acontece agora? – Gabriela perguntou. – Quer dizer, nós vamos a caverna, achamos o cristal e o que?

   -Acho que não é tão simples – respondi. Parece que Percy nem nos ouvia. Acho que entendo, é um golpe duro ser traído por um amigo assim.

   “Não preciso da sua piedade, Nico”. Pare de invadir minha privacidade e preste atenção na estrada.

    -E se nós não precisarmos encontrar o cristal?

   -O que quer dizer? – ela me olhou confusa.

   -E se toda essa missão for uma armadilha? Annabeth disse o cristal é muito raro, e só aquela deusa lá tem poder sobre ele.

   -Éos.

   -Que seja. Por que os deuses dariam um poder tão grande a uma deusa menor? Não que ela seja menos importante, mas em geral os olimpianos não são muito de confiar nos outros.

   -Onde quer chegar, Nico?

   -Ela não pode fazer mais armas. Se pudesse, eles já teriam invadido o Acampamento a tempos. Ela não é uma ameaça tão grande quanto pensamos. A pergunta é: o que tem de tão especial aqui? Naquela caverna? E por que Diego precisava de Féres?

    -Vamos descobrir isso agora – Percy parou o carro e olhou pela janela. – Bem vindos a Reserva Florestal do Maine. Ultima parada, desembarquem todos.

  Descemos e andamos pela calçada.

   -Nós poderíamos dar um Boa noite Cinderela neles. Passaríamos fácil.

   -Não vamos nocautear os homens. Como as meninas passaram, Percy?

   -Elas só deram a volta e pularam a cerca. É impressionante como a segurança daqui é ruim.

   -Talvez nem tanto – comentei. Ainda existe a possibilidade deles terem deixado-as passar intencionalmente.

  Dez minutos mais tarde estávamos no meio da floresta, procurando pelos sinais que elas deixaram no caminho. Gabriela nos guiava.

   -Que filha de Afrodite? – Percy sussurrou.

   -Ex-namorada. É complicado.

   -Então foi isso que aconteceu? Você está bem diferente do que eu e lembrava.

   -Você, melhor do que ninguém, sabe como uma mulher acaba com sua razão.

   -Por que se apaixonou pela Ashley? A única coisa que vocês fizeram foi brigar.

   -Provavelmente foi por isso mesmo – sorri. – Ela é diferente. Diferente de tudo. Não cai aos meus pés, ignora tudo o que eu falo, não se deixa abalar por inseguranças idiotas.

   -Se apaixonou pelo desafio, então – ele concluiu.

   -Não. Eu me apaixonei pelo que vi em seus olhos, pelo seu coração – depois de um minuto eu parei. – Não acredito que disse isso.

  Passei a mão pelo rosto.

  Ele começou a rir como uma hiena.

   -O que aconteceu? – a caçadora olhou para trás.

   -Nada, esse bastardo fica rindo de qualquer coisa – ele parou de rir.

   -Só se esquece, meu querido primo – passou os braços por meus ombros, mas mantendo uma distancia – que todos nós somos bastardos.

   -Cale a boca Percy.

   -Ta. Parem com a brincadeira. Acho que chegamos – Gabbe olhou para nós com raiva e depois encarou uma rocha enorme que formava algo parecido com uma parede.

   Não ouse falar disso com ninguém. Pensei e esperei que ele escutasse.

P.D.V. Thalia Grace (Yeah. Próximo capitulo meu é PDV Percabeth)

  Como peguei o ultimo turno, tive que acordar as garotas. Nem precisei encostar um dedo em Annabeth, ela já estava acordada.

   -Bom dia – ela disse.

   -Bom dia – respondi. – Problemas para dormir?

   -Estou preocupada. Acho que alguma coisa aconteceu com a Ashley.

   -Ela sabe se cuidar, você mesma disse isso – sorri para ela. – Agora vamos acordar a Sophie, comer alguma coisa e ir.

   -Toma cuidado quando ela acordar.

   -Por quê? – perguntei. Sem resposta. Aproximei-me da deusa e a cutuquei. – Hey, Sophie, é hora de levantar. Temos uma missão a terminar.

  Ela se virou e continuou a dormir.

   -Vamos logo, ou vai ficar sem café da manhã.

   -Você é tão chata, Thalia – ela disse.

  Sophie se sentou e olhou em volta. Comemos qualquer coisa que encontramos nas bolsas, barras de cereais e carne seca, coisas do tipo. Depois reunimos o ‘acampamento’ e seguimos.

  No caminho para o ponto de encontro comecei a pensar em Ashley. Nós marcamos um ponto de encontro. Por que ela não voltou? Não acho que tenha se perdido. Por qual razão eu só parei para pensar nisso agora? Eu sou a tenente, deveria cuidar dela.

  Sophie olhou para mim e sorriu com simpatia. Tive a impressão de que ela queria dizer que não era minha culpa.

   -Por que eu deveria me cuidar para acordar a Sophie? – perguntei repentinamente. Vi Annabeth revirar os olhos enquanto a outra ria divertidamente.

   -Durante a noite eu fiz isso, ela quase cortou minha garganta.

  Comecei a rir junto com Sophie. É difícil que surpreendam Annabeth, então quando acontece se torna engraçado.

   -Foi boa, mini Afrodite.

   -Obrigada. E desculpe Annabeth, foi instintivo.

  Annabeth só assentiu com a cabeça. Coitada, alguma hora Annie vai se vingar. Filhos de Atena são um terror.