Caminhos para o Inferno escrita por Nynna Days


Capítulo 9
Capítulo 8




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Capítulo 8

Agora todas as peças de quebra-cabeça estava se encaixando. O porquê da Barbie não querer entrar na Floresta Morta, e quando entrou ficou tremendo. Eu estava tão excitada com a remota ideia encontrar uma criatura sobrenatural, mas nunca havia me dito que eram tão lindos. E tinha que ser um vampiro? Um que chupa sangue? Mas esperava que esse seguisse as regras, como minha tinha citado no diário.

“Meu Deus.”, foi tudo o que consegui dizer.

Uma parte de mim estava assustada por ter um vampiro tão perto de mim, eu nem ao menos sabia se ele bebia sangue de humanos vivos. Uma parte estava curiosa com a ideia de tocar as suas presas, poderia ser a única vez que veria uma na minha frente e tão perto. Outra parte estava intrigada com a sua beleza e seu conhecimento sobre o meu nome.

“É tudo o que vai dizer?”, Kris me perguntou ainda sorrindo. “Sua mãe era melhor nas palavras.”, ele pausou e olhou para os lados com um olhar curioso “Onde está o seu guardião?”

Isso foi um tipo de sino que me acordou do transe que ele havia me posto. Minha mãe não havia dito que os vampiros deixavam a gente pra babar.

“Meu o que?”, eu disse confusa.

“Seu guardião.”, ele jogou seus braços para o alto. “Seu pai não vai gostar nada em saber que ele a deixou sozinha.”

Meu pai? Esse papo estava cada vez mais confuso. Todo o transe havia ido embora , tomando lugar revelações. Desde que da morte da minha mãe, estive ouvindo muito sobre o meu pai, as vezes mais do que realmente gostaria.

Antes que eu pudesse perguntar que diabos ele estava falando, Snickssah pulo no espaço entre eu e Kris. Seus pelos estavam eriçados e estava rosnando para Kris sem parar. Ou era impressão minha, ou gatos não gostavam muito de vampiros.

Kris levantou as mãos em sinal de rendição e deu alguns passos para trás. “Tudo bem, cara. Eu já estou indo embora.” ele disse ainda andando para trás. Uma parte de mim queria que ele ficasse, queria saber mais sobre o meu pai, mas outra... não sei.

“Nos vemos por ai, pequena Twist.”, ele disse no mesmo momento em que um vento forte veio e jogou cabelo no meu rosto, me segando momentaneamente.

Quando terminei de colocar meu cabelo para trás da orelha, Kris já havia sumido. Mesmo assim, percebi que Snickssah não havia parado de rosnar para o nada.

Ainda olhando para o lugar de onde Kris havia, me abaixei e peguei Snickssah no colo, o fazendo parar instantaneamente de rosnar. Eu estava em um tipo de êxtase prematura por causa da adrenalina. Quase não conseguia me mexer. Tinha acabado de conhecer o vampiro mais gato que já havia visto. Tudo bem, ele havia sido o primeiro, mas mesmo assim era um gato.

“Bom menino.”, murmurei para Snickssah enquanto andava pela floresta. Só faltava encontrar a rainha da beleza e saia dessa floresta. Só me faltava encontrar a Barbie.

O que havia acabado de acontecer? Não acreditava que aquele cara lindo era um vampiro. E já que não havia me atacado, apostava que seguia as regras. Mas , e se negócio de guardião? E meu pai mandar em um vampiro? E esse tal de Kris, trabalhava mesmo para o meu pai?

Muitas perguntas e nenhuma resposta.

Snickssah continuou ronronando no meu colo enquanto andávamos pela Floresta procurando a Barbie. Koren e minha avó já deveriam estar preocupados comigo por ter sumido desse jeito.

“Emi.”, ouvi Barbie gritando e em seguida a vi correndo até mim com algo branco em seu colo. Deveria ser seu gato. Nighttime.

“Podemos ir embora?”, eu disse assim que ela parou ao meu lado. Ela acenou apressadamente. Estava querendo sair de lá tanto quanto eu. Toda a adrenalina tinha se esvaído.

Nighttime era totalmente o oposto de Snickssah. Era branco feito neve e tinha os olhos azuis mais dóceis que eu já havia visto em toda a minha vida. Até mesmo o seu miado me trazia amor e paz. Era verdadeiramente lindo. Achava incrível que ele conseguisse conviver com a Barbie em total harmonia.

Aproximei Snickssah de Nighttime esperando que ele acabasse com esse lado paz e amor dele e lhe desse uma patada, mas o que ele fez foi totalmente diferente.

Eles apenas se encararam e miaram um para o outro. Barbie e eu trocamos um olhar rápido e voltamos a atenção para os nossos gatos. Geralmente, gatos machos não gostam de ficar perto um dos outros, mas eles pareciam pouco ligar para estarem ou não juntos.

“Pelo menos nossos gatos são civilizados.”, Barbie disse assim que conseguimos sair da floresta. Ela sabia perfeitamente aonde ir , sem se perder. Enquanto a mim, dava de cara com criaturas sobrenaturais lindos e era salva pelo meu gato.

“Diferente das donas.”, murmurei.

Nós rimos juntas. Parecia milagre ou macumba, mas nós rimos juntos. E de algo que eu havia dito.

“Sabe, você fez bem m ter gritado com o Colin daquele jeito.”, ela disse séria.

A encarei como se fosse maluca, mas Katy estava em um daqueles momentos que só enxerga longe e não nós vê. Era engraçado que a menos de dois dias estávamos gritando e discutindo uma com a outra e depois estávamos andando com os nossos gatos em direção ao estacionamento e rindo juntas.

“Ele pode ser um gato, mas é um verdadeiro pé no saco”, ela riu de novo. Eu apenas fiquei quieta ouvindo. Não iria discutir sobre o meu relacionamento com a Barbie. Mesmo ele sendo imperfeito, não iria falar mal do meu namorado por ai. Muito menos com a Barbie.

Paramos no estacionamento, minha avó e Koren já estavam no meu carro me esperando e a mãe da Barbie já estava no carro dela a esperando. Todos estavam ansiosos por termos demorado. Barbie agradeceu por eu ter ajudado a encontrar Nighttime e foi para o carro.

Entrei no banco do motorista e devolvi Snickssah ao Koren no banco de trás. Dirigimos em silêncio. Parte por causa do luto. Mas entre eu e minha avó estava tendo algum tipo de clima estranho desde que eu havia achado o diário de minha mãe.

Havia algo dentro dele que ela não queria que eu lesse, mas se ela fosse inteligente não teria me alertado. Havia parado de chover a mais ou menos uma hora, mas a estrada estava bastante escorregadia. Eu já conseguia ver os sinais que iria nevar em breve. A temperatura havia caído muito, mal conseguia sair de casa sem um casaco.

Olhei para Koren pelo retrovisor por um curto segundo, apenas para verificá-lo. Ele estava brincado com Snickssah, fazendo carinho. Ás vezes, ele mal parecia um garoto de 16 anos. Parecia que tinha uns 12 ou menos. Era bastante caseiro. Não saí de casa ou se metia em confusão (Bem, nessa parte eu compensava a ausência dele. E bastante.). Era o santinho da família, enquanto eu era a ovelha negra.

“Você vai que horas para a casa do Teddy, moleque?”, eu perguntei assim que chegamos na porta de casa.

“Daqui a pouco. Mas pode se trocar e comer alguma coisa. Eu ainda vou ir no computador ver meu email e depois te chamo.”, ele disse subindo as escadas e sumindo no corredor. Deixando eu e minha avó sozinhas na sala. Quando eu disse que o clima entre mim e minha avó não estava bom, estava sendo modesta. Na verdade, o clima estava péssimo.

Tinha algo que definitivamente ela queria me esconder. Bem, estava na hora de abrir a AIE , Agência de Investigação da Emily. Comecei a me deslocar em direção a escada, mas quando coloquei meu primeiro pé na escada, me avó me chamou.

“Emi, por favor. Me devolva aquele diário.”, ela suplicou. Minha avó durona, que todos esses anos se fez de insensível para a a família e etc? Havia morrido a dois dias. E aquilo só estava ficando cada vez melhor.

Cruzei os braços no peito enquanto virava o meu corpo para encará-la. Seus braços estavam caídos ao lado do corpo, seu rosto estava mais pálido do que o normal enquanto esperava a minha resposta.

Eu poderia ter xingado. Poderia ter reclamado. Poderia ter gritado ou feito algum tipo de protesto, mas o que eu fiz foi bem pior.

“Não.”, respondi friamente e lhe dei as costas subindo para o meu quarto.

Fazer isso com a minha avó era cruel, é verdade. Mas quem disse que a vida é um mar de rosas?

Fui para o quarto e me lavei rapidamente tirando todos os resíduos de lama que ainda estavam no meu corpo e coloquei a minha roupa no cesto. Vesti um short preto e uma blusa de manga longa por causa do frio. Apenas apertei meu rabo de cavalo e me joguei na cama novamente com o meu livro na mão. E quando digo “ meu livro” estava dizendo o diário de minha mãe.

11 de outubro.

Como minha mãe pode esconder isso de mim? Eu tenho um guardião. Só porque ela é uma mediadora , tem que ter sempre alguém na minha cola?

Não só na minha. Mey também tem um guardião, mas pelo menos o dela não tão arrogante quanto o meu. Do mesmo jeito, nós duas estamos indignadas. Esse tal de Peter é irritante. Acha que sabe de tudo, mas não viveu um terço do que eu vivi até hoje. Só porque é diferente acha que pode mandar em mim. Ele pode ser mais poderoso, mas eu sou bem mais experiente.

E como designaram esse cara para cuidar de mim? Não temos nada, absolutamente nada, a ver um com o outro. Ele é ele. Eu sou eu. Na verdade, eu deveria caçá-lo e não ficar dependendo dele para ficar segura.

Eu sou bastante crescida para cuidar de mim mesma sozinha.

Tenho quase 18 anos , pelo amor de Deus.

Nossa! Minha mãe estava bastante fula da vida por causa desse guardião. Na verdade, eu dava razão para ela. Era injusto esconder dela coisas que tinha a ver com a vida dela. E porque eu tinha que ter um guardião também?

Eu era tão boa menina.

Haha, tudo bem. Não tão boa quanto deveria ser, mas mesmo assim me comportava bem. Tirava boas notas na escola ( ás vezes colava, mas isso era raramente.) e coisas do tipo. Não tinha necessidade de precisar dos Homens de Preto atrás de mim.

Ainda mais se esse guardião for um vampiro ou coisa do tipo. Eu não fazia muito o tipo Blade, caçador de vampiros, mas também não era a protagonista que fica na aba do bonitão esperando ser salva. Nada disso.

Eu fazia mais o tipo de Bella Swan, daquele livro “Crepúsculo”. Bem, tirando o fato que eu não caía a cada dois passos e nem estava apaixonada por um vampiro super gato e um lobisomem super quente.

Mas bem, entenderam mais ou menos o que eu queria dizer. Para resumir: Não precisava de um guardião. Poderia me virar muito bem sozinha. Sem a ajuda de ninguém.

Coloquei o diário no meu criado mudo e peguei Snickssah no colo. No início ele reclamou um pouco , mas se adaptou com os meu carinhos.

“Snickssah, seja quem for esse meu “guardião”, eu não preciso dele. Posso me virar muito bem sozinha.”, olhei nos olhos âmbar do meu gato preto enquanto ele ronronava. “Vivi 17 anos da minha vida sem ajuda e não vai ser agora que um idiota metido vai aparecer e querer se mostrar “O dono da cocada preta” pra cima de mim.”.

Isso fez Snickssah parar de ronronar e me encarar. Havia algo no olhar dele, eu não sabia o que era exatamente, que me assustou naquele momento e me fez soltá-lo. Um minuto de silêncio e tensão se passaram até que Snickssah pulo da minha cama e me deu as costas saindo do quarto.

Meu Deus. O que diabos eu havia dito de errado?


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