O Lado Escuro do Sol: Nova Maldição escrita por Taisu


Capítulo 17
Dormindo?


Notas iniciais do capítulo

O bom filho, filha no caso, a casa torna ~quando tem tempo, na semana de saco cheio do cursinho pré-vestibular nee~



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                                                                              ***

                Não sei exatamente o que me moveu para ajudá-la, talvez o fato de vê-la enfiando a espada da Caçadora em seu braço, e depois enfiando dois de seus dedos dentro de sua pele para remover o chip, ou simplesmente porque depois de tantas incorporações eu esteja começando a entendê-la, só sei que estou me movendo para ajudá-la.

                -Ela tem um rastreador no braço, por isso ela queria a faca. Solte-a, agora. –Falei aparecendo na frente do Klaus. Se em algum momento eu tive vontade de dar um belo chute em sua cara, foi agora.  –Eu te ajudo.

                Eu a puxei dos braços de Klaus, encarando-o com ódio, tenho certeza de que se ela não estivesse tão concentrada e amedrontada pela existência desse rastreador ela teria revidado e o deixado com uma séria lesão. Coloquei dois de meus dedos dentro de seu braço, procurando pelo chip.

                Procurei por uns 5 minutos o chip até o encontrar, tenho certeza de que ela esta sentindo dor, eu mesma sentiria, mas seu rosto está decidido e sua expressão firme, ela me surpreende, não sei de onde consegue tirar tanta força.

                -Achei. –Falei olhando fixamente para o seu braço.

                Tentei retirar o chip rapidamente, mas mesmo assim demorou um pouco, afinal o chip era até grande para estar dentro de uma pessoa.

                -Aqui está. –Falei colocando sob a sua mão. –Agora o que você fará com ele?

                -O...quebre. – Nyx me disse antes de desmaiar em meus braços.

Ela realmente desmaiou? Desmaiou nos meus braços? O que houve com toda aquela técnica de luta e vitalidade que estavam com ela até a pouco?

                -O que aconteceu com ela? –O cachorrinho me perguntou assim que chegou correndo.

                -Ela desmaiou.

                -Esse ferimento no braço da Nyx... Foi você que fez? –Ele disse entre dentes.

                -A Nyx fez para tirar o rastreador. –A semi-anjo se meteu na conversa entrando em minha defesa.

                -Acho melhor nós nos distanciarmos daqui ao menos um pouco. Lúcifer pode querer vingança e mandar alguns demônios atrás de nós. Não sei vocês três, mas a Nyx não me parece pronta para uma luta, não por enquanto. –Falei a colocando nos braços de Dennis, que havia pedido para que eu o fizesse.

                Parece uma boneca. Uma boneca que mata sem piedade, e luta como um demônio. Dormindo, ou desmaiada que seja, ela tem a face angelical. Certo, isso é estranho. Eu estou querendo ajudar alguém que se tivesse a chance acabaria com a minha existência, eu só posso estar enlouquecendo.

                -Concordo. Mas como vamos? A Charlotte quebrou duas costelas, não acho bom ela andar de moto, e a Nyx esta desacordada. O que você propõe? –Aquele meio-demônio chatinho falou para mim em tom desafiador.

                Encarei ele profundamente, e o xinguei internamente com todos os palavrões que eu me lembrei. Acalmei-me e comecei a criar o portal, eu não conseguiria nos mandar até onde a Anne esta, afinal aqui tem muitas pessoas, mas posso nos colocar no caminho certo. Quando terminei o portal, nós chegamos à outra floresta, esta fica na Ásia, próxima onde a Vamcorp subterrânea em que a Anne esta.

-Onde estamos? –Dennis me perguntou curioso olhando ao redor.

-Ásia, a Anne esta escondida aqui perto em uma vamcorp subterrânea.

-E agora o que faremos? –Klaus perguntou.

-Esperamos as duas se recuperar, não podemos andar por ai com dois pesos morto para nos atrapalhar... –Falei soando insensível. –Dennis, acomode a Nyx confortavelmente e me ajude a caçar. Klaus veja se a Charlotte consegue ficar de olho em tudo, e vá procurar lenha, logo ira escurecer. –Falei rumando para a floresta seguida de perto pelo cachorrinho.

-Char... –Klaus começou mais foi interrompido por uma espada em seu pescoço.

-Não pergunte. –Charlotte disse a retirando subitamente.

Olhei para o chip assim que consegui manter uma distância considerável do cachorrinho, e o esmaguei entre os dedos. Espero que assim, a Anne ao menos demore um pouco para nos encontrar, e que até lá a Nyx esteja em plena forma, e que já saiba controlar a sua nova condição de Anjo Negro.

                                                               ***

Então é isso o que vem acontecendo com ela. A Nyx vem sofrendo ainda mais desde que dei meu sangue para ela, eu que só queria a ajudar, e acabei fazendo tanto mal. 

Não se sinta tão culpada, eu te ajudei a fazer isso, e se ela esta doente a culpa é de nós duas.

Eu sei Helena. Não é engraçado? Você percebe o quão frágil ela está aparentando agora? –Perguntei a Helena enquanto me sentava com dificuldade ao lado da Nyx.

Não parece a mesma pessoa que estava lutando de igual para igual com Lúcifer há pouco. –Helena me disse de forma fraternal.

O que você acha que esta acontecendo com ela? Porque ela não morreu ao tocar espada que era de meu pai? Eu a vi encostar na lâmina, a espada em si deveria gerar um desconforto para ela, mas não. A Nyx a empunhou com uma habilidade que eu nunca tinha visto na vida, fiquei assustada ao vê-la usar as duas espadas contra Lúcifer, reconheço que nunca teria conseguido o fazer.

Ela não é apenas uma vampira...

Isso eu sei Helena, agora ela é uma anciã, afinal ela bebeu de Marcus, o próprio Lúcifer reconheceu que ela é uma anciã.

Não é sobre isso que estou falando.

Então é sobre o que?

Ouça-me Charlotte, a Nyx esta se tornando um anjo negro.

Uma guardiã do inferno? Você enlouqueceu Helena, a Nyx não pode se tornar um anjo negro, ela não bebeu o sangue de um anjo. –Falei tentando a chamar para o bom senso.

Você é um anjo Charlotte, e não uma semi-anjo como pensávamos. Você tem duas gerações de anjo na família, você tem direito a viver no céu.

Eu destruí a vida da Nyx... Será que ela já sabe?

Nós teremos que a esperar acordar para perguntar.

Ainda não consigo acreditar que estamos salvas.

Graças a Nyx, tenho que agradecer a ela depois.

Com certeza, e aproveitar para saciar algumas dúvidas. 

                                                               ***

-Filha, que bom que você já esta de volta. Como foi o primeiro dia no emprego? Todo mundo foi legal com você? –Minha mãe me disse assim que entrei no pequeno apartamento em que morávamos.

-Foi bom. E você mãe o que o médico disse? Eu queria ter ido junto. –Falei tirando a jaqueta e colocando no sofá.

-Você ficou bem de farda Nyx. Esta parecendo o seu pai. – Minha mãe se aproximou sorrindo arrumando a gola da camisa azul do uniforme.

-Dona Alice não desconverse. Conte o que o médico falou. –Eu disse a encarando seriamente.

-Certo, ele me disse que eu tenho câncer, e amanhã vão fazer a autopsia para ver se o câncer é benigno ou maligno. –Minha mãe disse encarando os seus livros na estante.

-Eu vou ir com você. –Falei sem a encarar deixando as lágrimas rolarem.

-Não, você tem que trabalhar, e tem que levar o atestado na faculdade pra mim.

-Certo, eu... eu...vou fazer algo pra gente comer.

O sofrimento começou ai, após saber que o câncer era maligno. Foram três longos anos de dor, idas e vindas da doença. Minha mãe abandonou seu emprego, e me mantinha o mais longe possível de si, alegando que eu tinha que me esforçar na minha profissão. Eu contra-atacava caindo de cabeça no trabalho, pegando plantão atrás de plantão, trabalhando como se não houvesse amanhã. Até que um dia, cansada demais de lutar, ela morreu. E parte de mim foi enterrada com ela naquele dia. Perdi tudo o que me restava, e uma ferida que jamais se cicatrizara se abriu em minha alma.

Lembro-me de suas últimas palavras antes de morrer:

“Lute, lute por tudo aquilo que deseja ter e defender. Faça cada inimigo ter medo de sua determinação; Proteja seus amigos, e os honre; Lute por seu amor e o conquiste; Mas o essencial... Não se esforce tanto filha...”

Depois de dizer isso minha mãe partiu, e eu fiquei só...

***

-Não... Mãe... –Gritei levantando subitamente de onde quer que eu esteja deitada.

-Hey, o que houve? Porque você esta tão agitada? –Alguém disse se aproximando de mim, mas eu ainda não conseguia focar direito a minha visão para ver já que algumas lagrimas ameaçavam vir, apenas sei que é um conhecido.

 –Acalme-se Nyx, eu estou aqui. –Outra voz talvez...disse me abraçando.

Respirei fundo tentando me acalmar, e separar o mundo das lembranças do mundo real. Fechei e abri novamente os olhos com calma, desta vez eu devo ter ficado bastante tempo inconsciente.

-Eu já estou bem... Dennis. Por quanto tempo eu fiquei desacordada? –Perguntei tentando me levantar mais me desequilibrando e me segurando em um braço que apareceu rapidamente.

-Hey, calma, você esta fraca. –Scarlett disse me sentando no chão com cuidado. –Você ficou duas semanas desacordada, é normal sentir fraqueza.

-Duas semanas? Porque vocês não me mataram logo de uma vez? Eu sou um peso morto, na verdade eu sou o próprio corpo em putrefação. –Falei cansadamente encarando a espada que estava logo a minha frente.

-Idiota. –Dennis disse me dando um tapa na cara me assustando. –Imbecil - ele gritou me abraçando entre lágrimas- como você pode dizer isso? Eu, Vinicius, todos nós ficamos preocupados com você.

-Não se esforce tanto... Não se esforce tanto...como ela podia saber disso naquela época? –Perguntei abraçando minhas pernas. -Você realmente acha que eu estou bem? Eu estou morrendo, morrendo, entendeu?  Posso entrar em colapso a qualquer momento como a Alexis fez e tentar ou pior, matar cada um de vocês.

-Você não está morrendo, você apenas não consegue controlar a sua transformação, os seus novos poderes. Como uma guardiã do inferno você terá que aprender a se controlar. –Charlotte falou se aproximando.

-Uma guardiã...do inferno? –Dennis perguntou sem entender.

-Sim, é como são chamados os anjos caídos que cuidam do inferno, ou algum ser das trevas que bebeu o sangue de um anjo celeste. Eles são os seres de confiança de Lúcifer. –Scarlett disse ainda me encarando como se tentasse descobrir algo.

-Prefiro lamber a sola dos pés do Marcus na frente de todos os meus inimigos, do que ter que aturar o Lúcifer. Não viverei sob as ordens daquele monte de merda, nem depois da minha morte. –Falei com nojo.

-É uma teoria a se pensar. –A Caçadora disse entre risos. – Sempre a mesma Nyx.

- Acredito que você não precisara trabalhar para ele, afinal vocês dois não tem um contrato. É só você evitar o inferno e ter contato com demônios. –Scarlett disse sorrindo para mim.

-Putz, e agora que eu estava gostando de você. –Sorri para ela de canto. –Bom, não sei o que vocês andaram aprontando na minha ausência, tenho que ver isso depois. Vou ir comer alguma coisa, até daqui a pouco. –Falei me levantando de forma desajeitada.

-Eu irei junto com você. –Charlotte falou me seguindo.

-De todo mundo que podia querer servir de babá Charlotte a mais surreal é você. Vamos, me dê uma desculpa aceitável para querer ir comigo? Não me diga que começou a beber sangue?

-Quero te apresentar uma pessoa. –Ela disse passando a minha frente na caminhada.

                                                               ***

Começo a imaginar o que esse pessoal fez enquanto eu estava em estado vegetativo. O que eles sabem que os deixa tão aflitos? Se o problema é porque eu virei uma Guardiã do Inferno, eles já deveriam saber que eu não honrarei a esse titulo, e que se for preciso desafiarei o próprio Diabo.

-Quem você quer me apresentar? –Perguntei desconfiada, após nos afastarmos do acampamento.

-A Helena, ou melhor, a Chave quer te conhecer, ela esta me pedindo desde o dia em que você foi nos salvar no inferno.

-Onde ela está? –Perguntei olhando ao redor.

-Eu estou aqui Nyx, na verdade eu sempre estive, mas eu sou um segredo que a Charlotte tenta esconder ao máximo, se eu cair nas mãos do Lúcifer  ou em poder de outra pessoa perigosa, pode acontecer algo catastrofico.

-Então a chave é uma alma aprisionada, isso explica muita coisa. Prazer em conhecê-la Helena. Entendo por vocês não me contaram, tiveram medo de eu querer as ameaçar com esse segredo ou que eu quizesse te roubar da Charlotte. –Falei pensativamente.

-Na verdade é algo mantido em segredo de todos, o Klaus mesmo foi saber alguns dias depois que saímos da Vamcorp. Existem muitos atrás de nossas cabeças, não podemos nos arriscar, por isso não contamos, é uma informação extremamente sigilosa.

-O que você realmente faz para a Charlotte? Algo você deve modificar nela, e aposto que bondade e juízo não esta dentro desses dons. –Falei em meio a uma gargalhada.

-A Charlotte acabou de mandar você ir se danar. –Helena falou rindo. -Bem, concordo com você, eu não mudo a sua personalidade, eu sou mais como uma vitamina que modifica e melhora o seu potencial.

-Como a Vamp. –Falei pensativamente.

-O que é isso? –Helena me perguntou curiosa.

-É a fórmula que o Marcus injetou em mim, vocês duas tem o mesmo efeito, só que no meu caso eu tive sérios efeitos colaterais, espero que você não os proporcione a ela. Talvez eu esteja sendo curiosa em demasia, mas eu gostaria de saber o que te influenciou a se tornar a CHAVE?

-É normal que você esteja curiosa. Eu me tornei a Chave para tentar redimir os pecados de alguém que eu amei há muito tempo.

-Acredito que eu não o conheça. –Falei com certa tristeza.

-Você o conheceu quando nos salvou do Inferno.

-Damon? Não sei ao certo a sua idade, mas ele me parece meio novo pra você. –Falei com um sorriso de canto.

-Lúcifer. –Ela disse sem expressão.

-Certo, eu preciso me sentar. –Eu lhe disse me sentando aos pés de uma árvore.

-Você esta bem?

-A velhice começa a aparecer. -Sorri para ela. -Eu apenas não esperava tão grande revelação, mas olhando com cuidado agora consigo entender do porque você se tornou a chave. Quando percebeu as reais intenções da alma dele, você buscou se redimir, isso foi nobre de sua parte. Só acho que você não teve o êxito planejado, sua nobre ação só o fez ainda mais cruel e repugnante.

-Sim, o triste é que eu o amava isso é o que mais dói em minha alma, o amor que eu ofereci aquele monstro.

-Porque ele quer tanto você e a Charlotte? O que vocês duas representam para ele? A Charlotte não é apenas uma semi-anjo?

-A Charlotte tem direito ao céu, e ele quer usar esse direito para voltar ao lugar que segundo ele, nunca deveria ter saído. O interesse por mim é mais humano, se posso dizer assim... Ele quer vingança, me destruir.

-Demônios também têm dor de cotovelo. –Falei caindo na gargalhada.

-Nyx... –Helena começou com a cara séria.

-Desculpe, -falei me recuperando da minha piada insana- é tão surreal acreditar que você o amou. O que eu realmente estava pensado é na situação do Klaus e da Charlotte. Se ela realmente tem direito ao céu, ele não faz parte desse destino. Ele tem parte demônio se meu faro não me engana, e isso polui a parte do seu sangue celeste.

-Pra quem descobriu essas informações recentemente você sabe bastante. Sim, se a Charlotte for para o céu, Klaus não poderá segui-la. Ainda não contamos para ele sobre isso, ele sabe que ela é uma semi-anjo, mas não tem conhecimento que grande parte do seu sangue é de Anjo.

-É muito ruim quando você tem uma grande surpresa sobre algo que você realmente prezava, mas é pior ainda você descobrir isso por outros. Não estou dizendo para a Charlotte contar a verdade para ele HOJE, só estou dizendo que isso é melhor sair dos lábios de quem ele e ama, do que do Lúcifer por exemplo. Passei por uma decepção parecida, sei como ele se sentira.

-Eu sei, estamos pensando sobre isso. Você se decepcionou com a Vamcorp certo?

-Sim, a verdade é que depositei esperanças demais, em um lugar comandado por seres desumanos, esse foi o meu erro. –Falei recostando em uma árvore.

-Diga-me uma coisa, porque você entrou na Vamcorp? O que te motivou a fazer isso?-Helena me perguntou com certa curiosidade.

-Eu estava tentando me redimir. Você e a Charlotte sabem que eu já não sou uma recém nascida há algum tempo.

-É nós duas tinhas certa noção disso.

-Logo depois de me tornar vampira eu tive um desentendimento com o meu criador, e passei 100 anos da minha vida roubando, matando, manipulando e enganando qualquer ser que fosse mais fraco que eu, até descobrir os falsos propósitos da vamcorp.

-Você serviu a Vamcorp por muito tempo?

-Lutei por aquela merda durante 200anos. Não me pergunte como agüentei porque nem eu sei te responder. Logo depois do ultimo teste, depois de estar com a fórmula do vamp em meu organismo, ao sair do laboratório encontrei um computador com varias paginas de um relatório sobre a Vamcorp abertas, ali constava toda a verdade que me foi mascarada por tantos anos. Depois disso eu sai da Vamcorp, e fiz algo que evitei por trezentos anos.

-O que foi?

-Pedir ajuda ao meu criador, Vinicius.

-O que você pretende fazer agora?

-Arrancar a cabeça da Anne, é um bom começo.

-E depois disso?

-Se eu continuar viva até lá, e sem ser presa por Lúcifer você diz? –Perguntei com a voz repleta de sarcasmo.

-Sim. –Ela me respondeu com uma expressão muito calma, que eu nunca tinha visto ser usada naquele corpo, o que é um tanto assustador.

-Não faço a menor idéia, mas tenho certeza de que darei uma utilidade para o que me restar de energia. Mas porque da pergunta?

-O que você ira fazer com as Vamcorps?

-Eu irei destruir, aquele lugar é perigoso demais para ficar em pé. Aonde você quer chegar com tantas perguntas Helena?

-Quero dizer que se você destruir a Vamcorp o mundo vai virar um caos. Mal saímos da Vamcorp após você ter matado o Marcus, e tivemos que atender uma vila nas redondezas que estava com problemas.

-E? Ataques são normais Helena, você e a Charlotte que trabalham no ramo deveriam saber melhor que ninguém.

-Mas não ataques em massa, vampiros não são de fazer isso. Tivemos nessa primeira semana de trabalho em questão mais casos do que em todo o histórico da Charlotte junto.

-E você quer que eu faça o que? A vamcorp em funcionamento é uma puta desgraça pra quem esta vivo, e ela desativada é uma maior ainda... Eu não posso tomar conta das Vamcorp, não tenho paciência para ser babá, e vocês sabem disso.

-A vamcorp não ter alguém competente para protegê-la é um grande problema.

Então porque você e a Charlotte não vão tomar conta da Vamcorp se é tão preocupante a mesma ficar sem proteção. Poxa, tenho mais o que fazer, será que não dá dela entender?

-Se eu cuidar daquele negócio vai ser pior do que eu a destruir. Trarei mais inimigos do que a Vamcorp já tem.

-Você acha que o Lúcifer vira atrás de você?

-Se eu te dissesse que eu encontrei o ponto fraco dele, o explorei para libertar vocês duas, e que isso o deixou enfurecido. – Falei encarando minhas mãos colocando toda a minha atenção ali.

-Você o seduziu?

-É tão óbvio assim? –Perguntei soando sem graça.

-Como uma guerreira é normal que você tire vantagens das fraquezas de seus oponentes.

-Agora que você comentou sobre vantagens, porque a Charlotte não tirou proveito disso? Ela é uma garota bastante atraente, o Klaus está ai e não me deixa mentir.

É agora que um simples vai se danar será pouco. Vejo vários nomes maravilhosos saindo de sua boca, talvez um chute ou dois, um novo ferimento feito por sua espada, também não é descartável.

-A Charlotte agradeceu o elogio.

-O que? Putz...segundo back do dia e eu acabei de acordar. –Falei colocando a mão na cabeça sentindo tudo girar.

-Como? Você está bem?

-Sim, deixa pra lá, continue.

 -A Charlotte não conseguiria o fazer por três motivos: 1º Lúcifer usou Klaus como escudo, então se ele sonhasse que as intenções dela não eram puras o Klaus já era.  2º Assim que colocou os pés no inferno a prenderam em correntes bem apertadas, quais causaram graves ferimentos em seus pulsos o que a fez perder muito sangue. –Helena esticou os pulsos para que eu visse as grossas cicatrizes ali, definitivamente, feitas por correntes. -3º A Charlotte é impulsiva e estourada demais para tê-lo feito, ela jamais conseguiria manter o sangue frio perto...dele.

-Que o Klaus havia sido usado como uma fraqueza eu já sabia, tanto que fui repreendida pelo mesmo quando disse que eu apoiava a Charlotte , e teria feito o mesmo sem duvidas. Mas o fato dela estar gravemente ferida é sem duvida uma novidade.

-O Klaus te repreendeu? Ele certamente não sabia com quem estava lidando. –Helena falou gargalhando.

É, com toda a certeza o meio demônio não sabia, se não teria aproveitado acertar minha cabeça com uma bala.

-Conversei muito pouco com ele, mas nesses poucos minutos de conversa ele me pareceu um cara que agradece por ter encontrado a Charlotte.

-Ele realmente a ama muito. -Helena falou sorrindo.

-Por isso foi lhe pedir um favor Helena, ajude a Charlotte a protegê-lo. Ele tem o mesmo defeito que o Vinicius, ambos acreditam que podem lutar nossas batalhas, ambos não entendem nossa maldição, então eu reforço o meu pedido á você Helena, ajude a Charlotte protegê-lo. Da mesma forma que ele é tudo pra ela, ela é tudo pra ele.

-Sim, -ela disse com uma expressão um tanto surpresa- com toda a certeza eu a ajudarei. –Agora Helena soava mais como uma mãe feliz, o que me deixou um tanto confusa.

-Agora, eu realmente preciso me alimentar antes que ataque um de vocês, saiba que foi um prazer conhecê-la Helena.

-O prazer foi meu. Obrigado novamente por nos salvar do inferno.

Não consegui esperar a mesma se retirar, embrenhei-me na floresta atrás de alguma presa fácil e desavisada para saciar a minha sede.

                                                                              ***


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Notas finais do capítulo

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