– Como assim quatro dias? Acho que não ficamos quatro dias na mala de um carro! – Edwardfalou debochado, olhando furiosamente para Jacob.

– É sim. Antes, temos que passar em duas cidades diferentes, para voltar para Los Angeles. – Ele riu, fazendo pouco caso. – E vocês não vão atrapalhar nossos planos.

– Mas, Jake, nós não temos roupas. – Eu tentei argumentar, mas ele balançou a cabeça.

– Isso se resolve. Eu empresto as minhas roupas pro chatinho ali. Pena que vai ficar tão folgada naqueles bracinhos magricelas. –Ele olhou para mim . –Já você Bells... Abro uma votação para quem quer que você fique desse jeito. –Jake provocou,levantando a mão. Edward quase ia esmurrar a cara dele, mas eu o segurei.

– Não bata na nossa carona! – O alertei. Ele olhou para mim e parou. Virei para os mal encarados das motos e vi os garotos quilelutes, amigos de Jacob. Eu os conhecia.

– Seth, Sam, Paul, Embry, Quil... – Continuei falando os nomes um por um, Eu lembrava todos. Eles apenas deram um aceno geral.

– Tudo bem, vamos embora antes queanoiteça e não tenhamos chegado a Paradise. – Jake subiu em sua moto, estendendo sua mão para mim. – Bella, você vem comigo. Toma o meu casaco.

– Não seduza a nossa carona. – Edward riu no meu ouvido, imitando a minha voz.

–Vá à merda, Cullen. – Dei língua, subindo na moto de Jacob.

                Ele arrancou na frente, deixando dos nossos lados só à poeira.

*

PDV. - Alice

– E vai fazer um dia desde o desaparecimento do banqueiro Edward Cullen. Há suspeitas de sequestro, mas por enquanto os assaltantes não contataram nem a família, nem a polícia. Há relatos que a ultima vez que foi visto estava correndo atrás de uma mulher comequilíbrio mental duvidoso. Outras informações no jornal da... – Emmett desligou a TV barulhenta, andando para lá e pra cá. Todos estavam preocupados.

– Não. – Rose teclava em alguma coisa no meu notebook cor de rosa. – Hum... Bom... – ela bateu na tela, furiosamente. – Claro que não, isso é um horror!

– Oi Rose! – pulei na frente dela. – O que tá fazendo? – Falei, tentando olhar, mas ela apenas desviava a tela.

– É Rose. – Emmett incentivou – fala.

Cri, cri, cri.

– Ei, presta atenção, agente não é seu criado, mudinha!  – Emito gritou, revoltado.

– Tá na hora do Emito dormir! – Rose finalmente se ligou na nossa conversa, jogando o Emito na sua bolsa.

– Ai não me joga aqui não, tenho medo do escuro! – Emito gritava quando foi arrancado da mão de Emmett. Ela fechou a mochila. – Não creme esfoliam-te, eu não quero nada com você! – Emito gritou mais uma vez, na mochila.

– Tudo bem, nós precisa achar o Edward e a Bella – falei convicta, me sentando no balcão da lanchonete da Babyzoon, onde fazíamos hora extra. Emmett levantou o braço.- E não Emmett, não pode comer biscoitos.

– Oh, mas que droga! – Ele bateu na mesa.

– Agente vai precisar de alguma coisa super perfeita para nos ajudar a achar a Bella. Sugestões, Emmett? – sorri, olhando para ele.

– Bom, uma vez eu estava brincando com o Edward aí eu me escondi, mas ele me achou, só que agente começoua chorar e o Edward quebrou minha perna, eu fui parar no hospital aí minha mãe brigou com ele, botou ele de castigo e eu dei risada porque...

– Rose. – Gritei antes que minha paciência fosse para os ares.

– O que é? – ela falou grossa, olhando por cima dos óculos.

– O que agente precisa para achar o Edward e a Bella?

– Talento. – ela respondeu, e voltou ateclar no notebook.

– A Rose é tão linda... – Emmett disse, se sentando do seu lado.

– 3.2.1. – Ela vociferou, olhando para Emmett.

–Já saí, já saí. – ele saiu correndo até mim, e sentou-se do meu lado.

– Loira revoltada. – Emito riu, e recebeu o chute que rose deu na bolsa dela.

– Não vou sujar minha bolsa D&C com você. – ela abriu e jogou o Emito pro Emmett.

–Que tipo de homem e amigo é você? Lá dentro tem um monte de cremes mal encarados! A escova de dente dela queria me agarrar! – Emito bateu em Emmett, e os deixei brigando com a Rose, eu precisava encontrar um jeito de salvar a minha amiga.

 –Ah, tive uma ideia! – Emmett levantou, cortando Rose na sua fala.

– FalaEmmett! –Caí na cadeira, cansada.

–Nós devíamos fazer uma música. Olha esta: meu avô tem um nariz, meu avô tem um nariz, todo mundo tem nariz, nariz, nariz, nariz, nariz, nariz, nariz!

-O nariz do meu avô foi explodido na guerra, então isso é uma grande mentira. - Rose vociferou por cima do notebook.

-Por favor, é o Emmett – falei para a Rose, cautelosa.

- Tudo bem. Emmett, o que isso tem a ver?

-Nada, apenas estou ouvindo música.–Ele deu de ombros.

–Você ouve “meu avô tem um nariz”?Devo me envergonhar ou bater em você?– Emito olhou para o Emmett.

–Sabe que não gosto de você envergonhado.– Emmett murmurou.

– Ok.–Emito deu uma tapa em Emmett.

– Ai! Seu Chuck! Boneco assassino!

–Pelo menos ele tem uma noiva e um filho. Já você, Emmett, não pega ninguém.– Rose riu sugestiva.

–Ah, era uma piada. Por causa do desenho, HAHA! – Emmett riu atrasado.

–Ok, gente, a idéia do Emmett foi boa. – Eu ri pensativa.

–Como assim? –a Rose finalmente fechou o notebook, me olhando revoltada. –Não me diga que agora você também criou uma “Alicita”.

–Bom até que não seria má idéia e...– Emito falou, mas Rose o cortou, com um dedo estendido.

– Fecha a matraca, Emito!

–Ai, meu coração de pano sofreu com a rejeição. –Emmett, colocou a mão de Emito no peito do mesmo, fingindo piedade.

– Eu não falei? A rose é chapa quente.–Emmett riu.

–Gente, dá pra prestar atenção em mim?–Levantei e coloquei as mãos na cintura, revoltada. Eles olharam para mim.–Quando eu disse que a ideia é boa, quis dizer em parte. A parte de criar uma música. Assim poderíamos atrair várias pessoas para prestarem atenção ao caso da Bella e do Edward. Policiais, músicos, artistas...

– E babacas como o Emmett – Emito completou.

–Ei! –Protestou o Emmett. – a Alice está falando como se a idéia fosse dela! Então eu iria brigar com vocês, pedindo direitos e ia embora para sempre da vida de vocês! Que tipo de pessoa cruel apoiaria isso?

– Eu. Alice, vamos fazer esta música logo.– Rose se levantou, dando uma tapa na nuca de Emmett.

           Espero que a nossa ideia surta efeito para que possamos descobrir onde a Bella está.  Imagino o quanto ela esteja sofrendo.

PDV. – Bella

–HAHAHAHAHAHAHAHAHA – ri mais uma vez, por cima do capacete. O vento me fazia muito bem.

– Bella, você é louca. – Pude ver pelo retrovisor Jake rolando os olhos.

– Não, é sério, eu falei isso tudo mesmo para o Edward. – eu ri mais uma vez, garantindo. – Pude sentir a moto desacelerar, provando que já estávamos chegando.

    Era um posto de gasolina antigo, com uma placa velha de néon escrita: PARADISE.

Havia alguns caminhões, mas todos com placas de longe. Havia um clima sombrio. Juro ter visto uma cadeira voando.

– Está com medo? – Jake sussurrou, me assustando. Os outros garotos tinham chegado.

– Não, claro que não. – Falei, me abraçando.

– Eu estou. – Edward gritou, olhando para mim. Depois completou, rindo – Com medo de você! Fala sério, o que aconteceu? Você está um trapo. – Ele cruzou os braços, olhando para mim Não aguentei e fui checar no retrovisor da moto de Jake. Eu estava umhorror! Meu cabelo estava todo para cima, por causa do vento, eu estava toda suja de poeira, com as pernas da calça jeans rasgada e com o casaco enorme do Jacob. Alguém me mate!!!

– Oh não... – resmunguei, olhando para as minhas roupas.

– Tudo bem Bella – Seth riu, entrando no bar – A Valerie deve ter alguma coisa para você.

– Quem é a Valerie? – Perguntei para Sam, que estava mais perto de mim.

– É a filha do dono daqui, a paixão do Seth. – Sam riu, olhando para mim.

    Entramos no bar, e todos os homens mal encarados olhavam para mim. Corei imediatamente. Depois percebi uma mulher de mais ou menos 25 anos, loira e com um rosto bem angelical. OK, só o rosto, pois ela vestia um vestido colado curtíssimo.

– Olá, sou Valerie. – ela sorriu estendendo a mão para mim e estourando um chiclete.

– Oi. – sorri da forma mais convincente e amável que pude. – Sou a Isabella.

– Isabella... Seu apelido é Bella, não é? – ela sorriu, olhando para Jake, que sinalizou um não com a cabeça.

– Claro. É como a maioria costuma me chamar. Por quê?

– A famosa Bella. O Jacob me fala muito de você. – ela riu, ignorando os puxões de Jake.

– Valerie... - Jacob alertou, envergonhado.

– Tudo bem, tudo bem, não falo nada. – ela fez uma cruz com os dedos. Que mulher estranha. – Bella, eu acho que você deveria subir lá no meu quarto. Precisa de um banho. – Ela riu, olhando para minha roupa. Corei.

*

    Após um banho bem tomado com os cabelos ainda molhados ela me emprestou uma das suas roupas mais ‘comportadas’. Olha tudo bem, à noite estava mesmo fazendo calor, mas, aquele short?

– Val, eu... – arfei mais uma vez, enquanto ela dava o laço no espartilho rosa que estava me obrigando a usar. – não consigo respirar!

– Essa é a graça minha flor. E você está linda! – Ela me virou para o espelho e eu sorri ao ver o resultado.

– É. – dei uma volta no espelho. – Muito obrigada.

– Vamos descer garota! Eu tenho muitas mesas para atender. – ela me chamou, apontando a porta.

–Ah não, eu não vou sair assim de jeito nenhum!!!

– Assim como? Ah, os marmanjos já estão acostumados com o meu tipo de roupa, não vão reparar nada em você.

*

– É claro. O nada você se referiu a ninguém sem reparar em mim, não é? –sussurrei, corando.

– Valorize-se, Bella! – Ela desceu as escadas me arrastando, até que parou na mesa que os garotos que nos trouxeram e Edward estava rodeado de três garotas. Todos pararam e olharam para mim. Jake se engasgou com a bebida. – Olha garotos, quem eu dei um banho!

É ela tinha que falar isso.

– Oi gente. – dei um oi geral e desabei na minha cadeira, como normalmente faço. Eles continuaram a me olhar petrificados. – Qual é pessoal, voltem as suas respectivas conversas! Sou só eu. – dei de ombros.

–Uma você bem melhorada, digamos. – Edward riu e eu dei uma tapa no seu braço.

– Nunca mais fale que eu estou um trapo, me ouviu bem? – me lembrei do que ele falou, e aproveitei para dar uma alfinetada.

– Oi Bella. – Jake riu se aproximando de mim. – Quer comer alguma coisa?

Eu, ele, Edward e Seth fomos ao balcão, onde um cara falava sozinho.

– Ok, eu quero um sanduíche de peito grelhado com muito catupiry e pouco milho verde. Ah, se puder me traz duas rodelas de queijo. Obrigada. – falei, olhando parabalcão.

– Só tem burritos. – o cara gritou bem na minha frente.

– Tá, então eu quero burritos.

– E eu também. – Edward acrescentou.

– DOIS BURRITOS SAIIINDOOO! – o cara saiu gritando pela cozinha.

– Porque ele tá gritando se tá sozinho? – Edward sussurrou no meu ouvido. O homem voltou.

– Aqui o seu sanduíche de peito grelhado com muito catupiry e pouco milho verde e suasduas rodelas de queijo. – ele me entregou, sorrindo. – E toma teu burrito! – jogou o burrito para Edward que pegou, rindo.

– Você não falou que só tinha burrito? – balancei o sanduíche.

–Você é advogada? – ele me perguntou e depois foi rapidamente para a cozinha. E eu achando que de louco só tinha o Emmett!

–E eu achando que de louco só tinha o Emmett. – Edward falou, roubando meus pensamentos. Quando nos viramos, havia uma confusão entre os clientes. O pai de Valerie tentava acalma-los.

– O que foi?  – O curioso do Edward foi logo se metendo.

– A banda que estava programada para tocar hoje. Eles ligaram dizendo que estavam atrasados, só que o público não quer esperar! O que eu faço? – Ele andava de um lado para o outro.

– Se conseguirmos uma banda para tocar até os caras chegarem, dá o jantar de graça para a gente? – Jacob perguntou, olhando para ele.

– Dou os jantares de graça até vocês cansarem de vir aqui! Já tem gente querendo botar fogo aqui dentro! – O senhor balançou as mãos, nervoso.

– Então pode preparar o jantar. – Jake riu, olhando para mim.

*

– NÃO! NÃO MESMO! – respondi, pulando na cadeira. – Já faz sei lá, uns 10 anos que eu não canto Jake. Nem pensar.

– Muita gente fica muitos anos sem cantar etá aí, famoso.

– Não!

– Bella, não é uma escolha. Agente torrou a grana do jantar no poker. A menos que vocês tenham esse dinheiro, não cante. – Ele cruzou os braços, isso era golpe baixo. Tentei apelar.

– Não tem quem me acompanhe. – dei de ombros.

– Eu acompanho. – Edward que até agora ficara calado, resolveu falar, para me contrariar, é claro. – Se tiver um piano, que eu sei que tem, eu toco, Bella.

– Ahh, que ótimo. Sempre prestativo na hora indevida não é Cullen? – Resmunguei, enquanto me arrastava para o palco. Ele olhou uma música em uma tabela que ficava no piano.

– Eu conheço esta musica – ele me falou, mostrando as notas.

– Como sabe esse tipo de música? –perguntei, rindo.

– Não importa agora, você conhece?

– Conheço sim – balancei a cabeça.

– Ótimo, será esta. – ele piscou para mim, e riu. – Vou contar até três e começamos. 1...2...

Ele contou e eu fecheios olhos, segurando o microfone.