Todo Criminoso Tem Um Vizinho escrita por Ohana_GF


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Olá! Leiam as notas finais, ok?



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Minha aparência estava um lixo, tinha certeza. Estava imundo e meus olhos ardiam pelo ataque histérico que havia dado há alguns minutos. Eu não esperava aquelas reações. Tanto a minha – ridiculamente degradante – quanto à dele, contando-me tão abertamente sobre sua vida. Desde a infância até alguns dias atrás. Fiquei pasmo. Porra, pasmo era pouco! Não conseguiria formular uma palavra sequer, tamanho o choque. Minha única sorte foi estar tão tremendamente cansado ao passo de não conseguir demonstrar uma reação que fosse. Apenas fiquei ali, encostado a cabeceira, esperando as mãos pararem de tremer e os resquícios de lágrimas em minhas bochechas secarem.

Podia sentir seus olhos hipnotizantes sobre minha figura. O calor do seu corpo a centímetros do meu. Até mesmo o acelerado coração, que pulsava loucamente contra sua caixa torácica. Eu podia sentir aquele maldito batimento. O que era ao mesmo tempo aterrador e reconfortante. Sua presença sempre ambígua, despertando em mim sentimentos distintos e controversos. Jamais considerarei isso, algo bom.

Vitor Forward era como um mal necessário. Um que de certa forma me havia sido imposto pelo “destino”. Alguém consideraria a hipótese de Anna ser amante de seu pai? Ou então a gigante possibilidade – já descartada, graças aos Céus – de eu e Vitor sermos irmãos? Faça-me o favor, uma viagem como essa nem com uma erva das boas.

Mas não pense que o que mais me chocou foi estas tais revelações. Meu choque deveu-se a algo bem menos complexo... Ele expôs-se a mim! Havia deixado sair por aqueles lábios finos e deliciosos – dos quais jamais me cansaria – seus pensamentos mais íntimos, sua visão do mundo, das pessoas e das situações. Sem precisar dizer as palavras, havia deixado mais do que claro seus sentimentos com relação a mim. E caralho, eu perdi o fôlego!

Enquanto me narrava sua história, e me punha à vista fatos de minha própria vida, apagados de minhas memórias – abafados pelo pavor –, não conseguia raciocinar. Tantas novas informações, tantas duvidas preenchidas, que era de mais para meu cérebro já amarrotado de idéias e teorias. Somente ao final dos relatos e de minhas lágrimas, que uma luz acendeu-se lentamente. Clareando alguns poucos pontos que, ao se juntarem, formaram uma mirabolante e provável teoria.

Fraguimentos da conversa com Ricardo. Minha crise familiar. Os assassinatos. Forward e sua história de vida. O elo entre nós. Seu “trabalho”. Sua morte.

Uma avalanche de pensamentos e uma maldita conclusão. Não tinha certeza, mas jogaria verde, esperando suas reações. Forcei-me a dizer algo, a mover meus olhos em sua direção. Senti que minha voz soou mais grave que o usual, falhando no inicio da frase. Minha garganta se apertou na menção do insulto infantil – bobão. E os olhos bicolores, simplesmente reluziram.

- [...] por que me trouxe para essa cidade, por que me testou e se eu passei nessa porcaria.

Não tinha certeza do que dizia. Não podia prever as ações daquele homem, e certas vezes, nem mesmo as minhas. Expus aquela teoria como um fato. Exalando uma confiança infundada no que dizia. Forward ficou sem fala. Apenas aquele sorriso dissimulado e extremamente luxurioso, estampado em seu rosto. E eu tentado controlar meu nervosismo.

Estava me superestimando, eu sei. Como se alguém como Vitor fosse elaborar um “plano” de anos, para simplesmente testar e aproximar de si, Kim Search. A pessoa aparentemente de maior importância em toda sua miserável existência... Certo, talvez não estivesse me superestimando tanto assim.

Então ele fez um movimento. Pendendo sua cabeça para o lado e me fitando como se eu fosse de ouro. Uma maldita barra de ouro que fazia com que seus olhos exalassem desejo – um desejo de posse, que me arrepiava.

- Você diz suas hipóteses com tanta certeza Kim, que quase me faz acreditar que realmente sabe o que diz.

E sorriu. Levantando o canto de meus lábios com os seus, sendo mais um reflexo do nervosismo do que qualquer coisa. Não sabia se algum dia seria capaz de surpreender aqueles olhos bicolores. Bom, talvez já o tivesse feito alguma vez.

- E se eu realmente sei Vitor? Não acredite ser tão indestrutível, você ainda é só um homem.

Agora ele gargalhava. Deus! Era a segunda vez que presenciava aquela expressão e mesmo assim ela me embriagava. De medo, de contemplação. O maldito sabia fazer aquilo com gosto quando queria. E pelo jeito, como queria!

- Realmente não sou indestrutível. Você, melhor do que ninguém pode dizer isso. E sabe por que Kim?

Fez uma pausa tão longa! Meu corpo se afundou mais no colchão, deslizando minhas costas pela cabeceira da cama. Fiz um esforço gigantesco para que não engolisse em seco.

- Por que você é o único que me destrói, mas também o único que me mantém. Durante anos eu dormi com sua imagem e acordei só com seu nome... Não sou indestrutível e, por isso você está aqui!

- Preciso de um sucessor.

_________________________

Como eu gargalhava. Certo momento tive que parar e inspirar com força para preencher meus pulmões com ar novamente e continuar a rir. Eu sabia que não era essa a reação esperada por ele, deu para notar por suas sobrancelhas arqueadas. Mas caralho, não consegui me controlar!

Eu, sucessor de Vitor Forward? Em meus pensamentos minha importância não havia chegado aquele nível. Talvez algo como Ricardo representava para os negócios daquele homem. Mas, seu sucessor? Qual tamanha era aquela responsabilidade?

- Foi exatamente por coisas como essas que eu te escolhi, Kim.

Minhas risadas cessaram, quando de alguma forma ao ouvir o som da sua voz, eu tive certeza de que ele falava sério.

- Coisas como a minha risada? Não parece um bom motivo.

O sorriso estava de volta aos seus lábios, mas agora ele me encarava com decisão. Como se o assunto dali para frente fosse realmente importante. Agucei os ouvidos.

- Não, sua capacidade de me surpreender. Você sempre foi imprevisível, desde pequeno. Kim, querendo ou não somos muito parecidos em alguns aspectos. Mas são justamente nossas diferenças que lhe tornam capaz de levar meus negócios à frente caso seja necessário... E venho trabalhando há muito tempo para que isso se torne possível.

Os músculos de minha face contraíram-se com aquela última frase. E talvez seja certo confessar que me assustei um pouco ao pensar o quanto Forward poderia já ter interferido em minha vida e quanto de suas ações haviam me levado a ser a pessoa que era.

- Eu não vim parar nessa cidade por nada, certo?

- Não. Fiz com que seu pai fosse despedido de seu último emprego e em seguida criei uma nova oportunidade de emprego para ele nessa cidade. Foi a maneira mais simples de trazê-los para cá. O salário dele ser tão alto como era, também foi graças a minha interferência. Não queria que faltasse nada a você.

-... Mais alguma interferência?

- Digamos que sempre estive “presente” enquanto você crescia.

Meus dentes estavam cerrados. Minha vida havia sido guiada por aquele homem e eu sem saber, nunca pude fazer nada para evitar. Naquele primeiro momento eu estava irritado e temendo pelo que viria a seguir. Minha mente já formulava uma nova pergunta, da qual temia a resposta.

- Meus pais estão mortos por sua causa?

- De forma alguma, você e eles fizeram as próprias escolhas. Não posso criar personalidades, posso criar situações.

- Então... você está me dizendo que simplesmente plantou aquela idéia estúpida na cabeça da Anna, lhe forneceu a arma, criou toda aquela situação e ainda sim não tem culpa de nada?

Eu grite, Deus como gritei! Já estava de pé, parado em frente a Vitor – que se encontrava sentado na cama –, gesticulando freneticamente no meu estado deplorável. Mas não podia deixar aquilo passar por “isso mesmo”. Ele havia manipulado Anna, que matou meu pai, que eu matei. Ele havia indiretamente despertado algo em mim que estava muito bem escondido e que eu mentia a mim mesmo dizendo que não gostava. Ele havia despertado algo em mim que me definiria por anos.

- Sim, eu fiz isso, e não creio que tenha culpa. Eu não acionei nenhuma arma Kim. Eu posso ter colocado ela em suas mãos, mas não fui eu que puxei o gatilho. Vocês fizeram as escolhas, que acabaram sendo as que eu queria. Aquela situação lhe tornou muito mais forte para qualquer coisa que você tenha que passar agora ou no futuro. E isso você não pode negar.

Eu não podia negar. E justamente por isso eu me irritava. Por saber que eu fiz minhas escolhas, que eu não necessitava estar ali naquele quarto, vivenciando aquele momento se não fosse por minhas próprias escolhas. Sim, ele continuava sendo um desgraçado manipulador, mas um que não puxou aquele gatilho. Não podia culpá-lo, mas queria. Infelizmente não podia.

_________________________

A água estava quente de mais. Sentia como se minha pele queimasse, como se minha face derretesse e esvaísse ralo a baixo. Passava os dedos por meus olhos, por meu nariz, por minha boca, só para ter certeza de que ainda estavam lá. Via minhas mãos vermelhas pelo calor, mas jurava que estavam vermelhas pelo sangue. De quem não saberia dizer e, realmente não importava.

Quando desliguei o chuveiro, me perdi em meio à névoa de vapor, buscando algo que me secasse. Mas só encontrei braços quentes, que pareciam me queimar como se ainda estivesse de baixo daquela água. Braços que surgiram acompanhados de olhos deslumbrados e deslumbrantes, que percorriam meu corpo como aquelas mãos. Mãos macias, mãos que se encaixavam perfeitamente entre as minhas.

- Você está bem?

- Não.

- Então farei com que fique.

Juntou seu corpo nu ao meu, enquanto aproximava lentamente seus lábios. O beijo foi calmo, como se tivéssemos a eternidade para aproveitá-lo. A língua enrolava-se com a minha sem medo de ser rechaçada. Barreiras não mais existiam, tão rápidas quanto foram levantadas, foram derrubadas. Por isso minhas mãos afundavam-se em sua carne com tanta gana, nada mais me impedia de querê-lo, de tê-lo. Eu ainda o odiava, mas o sentimento tornou-se um afrodisíaco, e eu adorava.

O beijo findou-se, mas só para que minha boca se ocupasse com outras coisas, como deslizar por seu pescoço, deixando marcas que me gabaria depois. Passei para os mamilos rosados, que se destacavam na pele alva, eriçados pelo tesão.

Enquanto ia descendo, minhas mãos passeavam por suas costas, arranhando de leve, deixando os lábios de Forward abertos para soltarem pequenos gemidos. Quando cheguei na altura de seu pênis já ereto, olhei para cima, em seus olhos, encarando-o com olhar lascivo, como ele havia feito comigo em nossa primeira vez. Ambos sorrimos.

Abocanhei o membro sem pensar duas vezes. Era a primeira vez que chupava um cara mas, tem uma primeira vez pra tudo. E confesso que gostei daquele volume macio entre meus lábios, que ia e vinha em movimentos fortes, sendo acariciado da melhor forma que pudera fazer.

Até aí já podia escutar com clareza os gemidos de Vitor. Gemidos abafados, roucos e sensuais. Esses que aumentaram quando minhas mãos até ali imóveis agarraram-se a sua bunda, apertando com gosto enquanto deslizava minha língua por seus testículos.

Estava adorando as reações que despertava nele naquele momento. Comecei a pensar se ele havia se sentido assim tão satisfeito quando fora ele que fizera o trabalho. Porem, mais satisfeito fiquei com o gemido alto que ouvi a seguir, quando impulsivamente deslizei um de meus dedos para sua entrada, friccionando a área.

E eu tinha em minhas mãos e lábios um Vitor Forward totalmente entregue, pois é crianças, é assim que se faz.

Não demorou para que ele gozasse, com minha boca em seu membro e dois de meus dedos dentro dele. Saboreei aquele liquido com todo o prazer, compartilhando o gosto logo depois com Forward, que me beijou com luxuria de mais para quem acabara de chegar ao êxtase.

Ele me sorriu, o seu sorriso de canto já tão familiarizado por mim. Dizendo mudamente que agora era a vez dele se aproveitar do meu corpo. Bom, quem era eu para negar.

Com a força já retomada colocou-me em seus braços, onde rapidamente envolvi seu tronco com minhas pernas. Dirigiu-se então para o quarto, mais especificamente a cama, que arrancou os lençóis imundos apenas com umas das mãos, já que a outra me apoiava. Deitou por cima de mim, esbarrando nossos membros. O meu que ainda não recebera atenção e o dele que se encontrava desperto novamente.

Enquanto beijava minha face carinhosamente, agarrava minhas mãos, para então deslizar seus dígitos por toda extensão dos meus braços, arrepiando-me. Logo direcionou seus lábios a minha orelha direita, sugando e mordiscando.  Deixando-me mais duro, se era possível.

Deus, como eu amava aqueles lábios! Aquelas mãos macias que me acariciavam como ninguém. E o maldito sabia disso, claro. Meus gemidos não negavam.

Agora sua atenção fora direcionada para minha virilha, onde depositava beijos e pequenas mordiscadas que me levavam a loucura. As mãos que haviam desaparecido de meu corpo por alguns segundos apareceram em minha cintura, me virando de bruços. Não demorou muito para que minhas costas fosse ataca por sua boca e unhas. Eu nunca quis tanto ser fodido na minha vida. O que não demorou muito a acontecer.

Vitor já levantava meu quadril, deixando-me totalmente exposto a ele, o que naquele momento não me desagradou nem um pouco. Enquanto puxava meu cabelo com uma das mãos – procurando acesso ao meu pescoço –, a outra depositava algo gelado em minha entrada – KY – que devia ter encontrado próximo a cama e fez com que um arrepio corresse por minha espinha.

Quando seu pênis me penetrou dei um gemido alto, mais de prazer do que de dor – estava tão excitado que nem distinguia mais os dois, como se estivesse entorpecido.

Suas investidas foram fortes, nunca separando seu corpo do meu, nos aproximando ainda mais durante aquele ato. Podia sentir seu hálito quente em minha nuca, podia ouvir meu nome sendo proferido por seus lábios em meu ouvido. E podia sentir minha próstata sendo alcançada repetidamente, cerrando minhas mãos com força, e finalmente chegando ao orgasmo, gritando o nome de Forward, que se misturou ao meu quando ele me preencheu com seu êxtase.

Agora teria que tomar outro banho.


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Notas finais do capítulo

Fala minha gente!

Sei que pedir desculpas não mudaria o fato de que fiquei mais de um ano sem postar, mas mesmo assim, DESCULPA! Não tenho um motivo melhor para isso do que o fato de ter tido um bloquei TOTAL sobre a história. Não demorei um ano para postar, demorei um ano para terminar esse capítulo XD

Enfim, espero que tenham gostado do mesmo, já que teve o que todo mundo gosta, LEMON (haha) e sério, eu morri de rir ao escrever isto: "E eu tinha em minhas mãos e lábios um Vitor Forward totalmente entregue, pois é crianças, é assim que se faz."

HAHAHAHAHAHAAH Esse lemon foi o último da história, foi curto, mas preferi assim. Poré, quem sabe eu não faça um especial só de cenas para "maiores de 18" ;P

Agora, por favor leitores bonzinhos e compreensivos, deixem review sem xingar muito a tia (-q) e deem uma olhada na nova história que postei, que logo será atualizada, como esta aqui, dessa vez falo sério, não tenham medo HAHAHA

http://www.fanfiction.com.br/historia/131825/Meu_Inferno_Particular

Bjooo's e estava com saudades.