Chama Branca escrita por kamis-Campos


Capítulo 15
Casa da Colina


Notas iniciais do capítulo

Oi! Eu não morri o.O kkk' Bom vou explicar meu sumiço! Tinha dito que estava muito ocupada para estudar para uns seletivos ai. Eu fiz um há duas semanas atrás e nessa segunda eu fiz outro.
No primeiro eu não sai muito bem.Na verdade, fui horrivel! E tenho certeza que não passei, é fazer o que T.T Foi uma grande decepção pra minha familia e eu, claro! Estou muito triste, pois eu queria muito passar. Já o outro que eu fiz, eu acho que fui bem, então resta esperar.
Por isso que demorei, estava triste, sem ideia e sem disposição. Eu não tô tendo férias por causa dos seletivos e meu natal foi o mais triste que já existiu. Alguns parentes meus morreram, uns eram muito próximos! Bom, é isso! Não vou fikar estendendo o assunto aqui e empatando vcs de lerem o cap.
O boa notcia é que conseguir fazer um, espero que gostem. E desculpa se ficar deprê.
Boa leitura!



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Capitulo 15 – Casa da Colina

- Edward. – Benjamin me chamou, enquanto eu maquinava sobre Amun. Há dias que ele não dá sinal de que ainda existi e isso é estranho, como também é esquisito o sumiço da Greta.

Eu deveria estar aliviado por ela finalmente se tocar e começar a tomar um rumo na vida dela. Eu deveria estar super aliviado, mas eu não estava. Estava tudo errado. Alguma coisa estava acontecendo.

- Ei estranho. Sabe onde anda certo alguém chamado Edward? – dizia Benjamin cheio de ironia parado na soleira da porta da cozinha. – Ele não responde, acho que está surdo.

- Engraçado. – sorri sarcástico, virando-me para ele. – O que quer?

- Ouvi dizer que há um clube novo no centro do vilarejo. Que tal? – perguntou ele sorrindo abertamente. Fiz careta. Não estava muito a fim de sair.

- Não sei, não. – balancei a cabeça, saindo da cozinha indo pra sala e me jogando no sofá. – Eu prefiro vê TV. – apontei. – Se quiser, pode ir sozinho e divirta-se. – ele bufou diante isso e sentou-se ao meu lado.

- É sábado a noite, cara! – exclamou como se isso fosse óbvio. – Pensei que fosse mais vivo, Edward. Não que fosse. – ele riu da própria piada sem graça, fazendo-me revirar os olhos. – Ah vamos lá! Vai ser bom pra você, que anda todo estressadinho por causa de Amun.

- É tudo uma questão de precaução, Benjamin. – eu alertei sério. – Devia fazer o mesmo.

- Mas, é só por um dia. – ele insistia como Alice, acho que se eu não conhecesse os dois, jurava que eram irmãos. Senti-me desconfortável, a saudade daqueles que foram minha família por quase um século batia forte em minha alma.

Principalmente, daquela que tinha uma parte de mim. Como eles deviam estar? Bem ou mal? Saudáveis? Felizes?

- Não é como se Amun fosse atar fogo na casa logo hoje. – Benjamin ainda argumentava com um sorriso irônico. Ele era bem capaz de ficar horas e horas tentando me convencer a sair. Levantei-me do sofá e ele sorriu vitorioso, também se erguendo.

- Vamos logo com isso! – eu disse derrotado, indo rapidamente para o meu quarto e pegando um casaco qualquer. Benjamin já me esperava do lado de fora da casa, sai e tranquei tudo.

Nem tinha percebido que já havia anoitecido. A brisa do mar bateu no meu rosto, acalmando as inquietações que ainda borbulhavam em minha mente. Entrei no carro e Benjamin já estava ao meu lado do banco do passageiro.

Dei partida e segui rumo ao centro do vilarejo próximo. Estava incrivelmente agitado, todos os bares e casas noturnas abertas. Lanchonetes e quiosques cheios e música ao ar livre. Fiquei me perguntando como pode uma cidade tão pequena ser tão atolada e cheia de vida como uma cidade grande?

Era agradável para Benjamin, não para mim. Aquelas pessoas todas em meu redor com o sangue pulsante em suas veias, fresco e vivo. E... Não! Eu tinha que parar. Pelo Benjamin, pelo Carlisle que tanto me ajudou e pela minha família. Não podia perder o controle de minha sede logo agora.

Mas era tão tentador...

Balancei a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos. Tentei me concentrar no passo acelerado de Benjamin a minha frente, ele estava indo em direção a um barzinho e parecia ser o mais calmo de toda vila.

Logo sentamos em uma mesa no canto do estabelecimento, a vidraça dava uma vista para o cais iluminado por lampiões e luz da lua. Noite normal! Pensei. Não é como se logo hoje acontecesse algo. Dei de ombros, em um pequeno palco algum cantor amador tocava em um violão. Isso me acalmou um pouco. Pelo menos ali não era tão movimentado, aumentando minha sede.

- Tem falado com a sua família? – Benjamin perguntou depois de ter dispensado a garçonete. Fiquei surpreso que ele não tenha dado em cima da atendente. – Quer dizer, já vai fazer meses... – coçou o cabelo nervoso. – E você devia pelo menos ligar e tal.

Sabia onde ele queria chegar e não estava nada a fim de comentar o episódio. Isso traria mais confusão e discussões que eu não queria ter. Eles não me fariam mudar de idéia, não mesmo. Tomei uma decisão, vou levar até o fim.

- Não. – neguei apenas de forma fria. – Sabe a minha decisão. Manter-me afastado e é isso que estou fazendo. Não vou voltar.  – disse e o fitei com os semicerrados. – E pode dizer isso a Alice da próxima vez que ela ligar. – dei um sorriso sarcástico. Benjamin balançou a cabeça em desacordo.

Alice de alguma forma encontrou o número do telefone da casa, e agora só vivia a ligar. Sempre pra saber como estou. Nunca falei com ela, só Benjamin, e estavam tentando a todo custo me fazer voltar ou pelo menos entrar em contato. Mas, não farei isso, apenas depois de algum tempo. E isso vai demorar.

- Você está se equivocando, Edward. – me repreendeu como se eu tivesse cinco anos de idade. – É a sua família, tenho certeza que eles têm saudades de você.

- Claro. – revirei os olhos de modo que ele bufasse.

- Larga um pouco esse seu egoísmo fingido e veja pela razão. – ele se projetou pra frente, de modo que me encarasse sério e eu compreendesse que ele não estava brincando. Eu podia vê em sua mente que havia alguma coisa por trás disso tudo, que não era uma questão de motivos e sim, ocasional. Ele estava me escondendo alguma coisa, tentando evitar esse assunto em sua mente. – Sua filha precisa de você... A Bella precisa de você. Caramba, eles te amam e você está jogando toda uma existência de felicidade fora, algo que lutou tanto pra conseguir? Por causa de algo tolo e inútil? Se o que queria era tempo pra pensar, ok. Você já teve, agora mete na sua cabeça que já está na hora de voltar à realidade e para de agir como um adolescente imbecil!

Foi um baque pra mim aquelas palavras. Só que ninguém me tirava da cabeça que esse não era motivo chave de tanta discussão. Ignorei tudo e fui ao ponto.

- O que está acontecendo Benjamin? – perguntei desconfiado. – Eu te conheço. O que aquela baixinha te disse? – Ele arregalou os olhos, engoliu em seco e se endireitou inquieto no assento. Começou um conflito interno em sua cabeça, até que ele me olhou preocupado e pensou receoso:

“Acho que você vai querer saber isso.”

Vozes e mais vozes surgiram em sua mente, até que eu ouvi a voz de fada da minha pequena irmã. Era uma conversa dele com ela pelo telefone.

- Alice! Como anda as coisas?ele perguntou normalmente. Ela riu tensa do outro lado da linha, alguma coisa a preocupava.

- Eu soube que você está com Edward. – comentou contornando o problema, eu sabia, não precisava ler sua mente. Benjamin concordou, dizendo que nós éramos como irmãos. Ela riu de novo de nervoso. Depois pausou um bom tempo, que até pensei que estivesse desligado na cara dele. Então... – Vocês estão bem mesmo?

- Claro, Alice, só com uns probleminhas ali e outros cá. Nada que não seja resolvido. – agradeci mentalmente por ele ter ocultado a parte Amun. Tudo que eu menos queria era preocupar minha família em mais problemas. – Por quê? – ele indagou já começando se preocupar com o tom dela. Eu também. Sabíamos que ela tinha tido uma visão e pelo visto, não era nada de bom pelo jeito da baixinha. – O que houve, Alice? Me diga agora.

- Eu tive uma visão. – anunciou e eu me preparei para o pior.

***

Alice POV

Ódio!

Eu odeio ficar sem saber das coisas. Sem ter minhas visões, sem ter que saber do futuro do meu maninho maluquete. Alguma coisa estava acontecendo de muito errado para isso acontecer logo agora. Eu sabia que devia ser por causa de nosso anjinho, Miguel. Mas, ele era diferente de Renesmee, eu não tinha nenhuma interrupção quando ele estava por perto. Então, devia estar acontecendo alguma coisa na Grécia que aquele ingrato do Edward nem sequer teve a coragem de telefonar pra contar.

Eu tinha pequenos flash, mas era só isso. Nada claro o suficiente ou perceptível. Odiava isso! E não adiantava ligar pra eles, já que Edward nunca quis falar comigo e quando perguntava alguma coisa a respeito pra Benjamin, ele desconversava dizendo que estava tudo bem. Eu já até desisti de tentar arrancar dele qualquer que fosse. O garoto era bom em mudar de assunto.

Também, nunca soube o porquê do Benjamin sair do clã egípcio. Amun deve estar irado por isso! O filho prestígio fugir de suas garras é algo inaceitável pra ele. Mas, Benjamin apenas dizia que foi apenas um desentendimento e que de Amun ele não quer nem saber noticia.

Fiquei curiosa e tentei vê o rumo do futuro do chefe do clã egípcio. É tentei! Como do Ed, estava zerado, como um paredão em branco. Sem nada pra vê ou pelo menos adivinhar. Isso não era bom sinal!

Pulei o rio e comecei a andar calmamente pela trilha da floresta. Escalei uma arvore a fim de pensar mais tranqüila. Sentei em um galho quase no seu topo e assim fiquei. Estava no fim da tarde quando sai de casa e agora beirava o crepúsculo. Sei lá, fica mais fácil pensar em uma solução quando se está sozinha. Então, que uma jorrada de visões passaram pelos meus olhos em um turbilhões de situações terríveis...

“Amun! – Edward rosnou estridente quando estavam perto de uma vila. Benjamin o seguiu sem entender nada. Eles partiram para uma casa na colina próxima a um mosteiro. Eles ouviram ao longe gritos de dor e desespero, carne sendo dilacerada, dentes afundando em peles. Sangue! A garganta de Edward coçou, ele estava com muita sede.

A visão mudou e agora se via corpos ensangüentados e Edward perdendo o controle. Benjamin tentou contê-lo, mas foi esforço em vão. Amun sorria vitorioso. A visão mudou novamente como um raio nos meus olhos. Uma garota loira e de olhos rubis chegava à casa da colina e rugia em puro ódio ao vê os corpos.

“Eu vou me vingar, Edward Cullen!” “Saiu em disparada em uma corrida deixando mortes sangrentas aos seus pés.”

- Meu Deus! – coloquei a mão na boca em desespero. Desci da árvore. Tinha que avisar Benjamin e ao Edward. Ele não podia fazer isso, tínhamos que evitar isso. Peguei o meu celular e disquei o número deles. Tocou duas vezes e logo Benjamin saudou feliz.

- Alice! Como anda as coisas? – ele perguntou como se nada tivesse acontecido. Ou melhor, iria acontecer! Eu ri, tinha que ir com calma.

- Eu soube que você está com Edward. – comentei tentando contornar o problema. Ele riu com gosto.

- Sabe, Edward não é tão chato como você diz. – disse causalmente. – É só meio paradão. Mas, é legal! Somos como irmãos pra o povo daqui. Considere-me um Cullen novo. – Eu ri tentando disfarçar meu nervosismo. Sabia que Amun não iria deixar barato.

Pausei por um tempo, tentando achar as palavras certas. – Vocês estão bem mesmo?

- Claro, Alice, só com uns probleminhas ali e outros cá. Nada que não seja resolvido. – ele disse, sei que problemas são esses. – Por quê? – ele perguntou um pouco preocupado pela minha tensão. – O que houve, Alice? Diga-me agora. – ordenou nervoso. Não tinha como adiar!

- Eu tive uma visão. – anunciei. E contei tudo, a visão, a tragédia, a chacina. O descontrole, a garota vampira e... Amun. – Pelo amor de Deus, Benjamin, tomem cuidado! Por favor! Amun deve estar louco pra se vingar. Vocês sozinhos ai estão vulneráveis.

- Eu sei, Alice! – ele disse derrotado. – Mas, sabe como Edward é teimoso. Ele não quer voltar, ele não quer enxergar a razão. Prefere acreditar que pode vencer isso sozinho.

- Benjamin, tem que fazer de tudo para que ele volte. – eu disse chorosa. – Ele tem que voltar!

- Vou tentar. – disse isso e desligou. Fiquei por um instante com o telefone em mãos. Sai do transe e coloquei no bolso da calça, pronta pra me juntar aos outros. Tinha que contar o que estava acontecendo. Bella merecia saber disso!

Foi um erro! Um grande erro ter deixado ele ir sozinho. Saiba que ele não iria saber se cuidar sozinho. Ele tinha que voltar! Não podemos deixar que ele perca o controle. Mas, será que isso é inevitável? Corri em direção a casa rapidamente para comunicá-los.

Edward POV

- Vou tentar. – Benjamin disse apressado e desligou o telefone em puro desespero.

A visão terminou e entrei em choque. Benjamin esperava-me impaciente e agoniado uma resposta sair da minha boca. Eu poderia estar mais branco do que eu já sou? Não. Eu sabia que devia ter me alimentado antes, mas não pensava que isso fosse acontecer. Amun estava indo longe demais, longe mesmo. Matar pessoas? Pra que? E garota loira... Que sabe meu nome e... Greta!

O que será que Amun fez com ela?

- Amun deve estar com Greta. – eu disse depois de um tempo o olhar fixado no chão da lanchonete. – Precisamos encontrá-la.

- Tá doido? – sussurrou alto Benjamin, espantado com minha decisão. – Precisamos é voltar pra Forks e decidir com os outros, o que fazer com Amun antes que os Volturi saibam.

- Vamos encontrar Greta. – afirmei mais uma vez convicto. – Já disse! Ela não tem nada haver com isso. Nós que a metemos nessa burrada, vamos tirá-la dela. – ele me olhou incrédulo.

- Edward, não era você mesmo que andava dizendo que não dava a mínima para essa garota? – interrogou ele, já sem paciência. Ele queria se mandar dali antes que seja tarde. – Então?

- Mas, ela não merece. –balancei a cabeça em desgosto. – Se ela for transformada, vai ser por minha culpa! Benjamin, ela vai querer se vingar, vai atrás de nós... Já não basta o Amun? Temos como evitar isso.

- já passou pela sua cabeça que já esteja transformada? – ele ainda insistia cada vez mais exasperado. – Vamos embora daqui, cara! Depois resolvemos isso.

- Não posso fazer isso. – eu disse decidido e me levantei pagando a conta e saindo do estabelecimento. Ele logo me seguiu, andávamos apressados pelas ruas da vila movimentada. Chegamos a uma parte mais deserta, as vielas eram estreitas e as ruas subiam em ladeiras de pedras. – A casa da colina deve ser por aqui. – disse pra ele que ainda me seguia forçado.

- Edward, você não ouviu nada do que Alice disse, não é? – indagou inconformado um pouco a frente de mim. – Temos. Que. Ir. Embora. – disse pausadamente como se eu fosse surdo. – não há tempo pra bancar o herói! A garota já era. E você está com sede, seu idiota. Pode acabar fazendo uma besteira como a visão.

- Estou controlado. – menti. Ele percebeu, claro!

- Para de mentir, eu sei que não está. – apontou pra mim com raiva da minha teimosia. Estava botando tudo a perder, mas eu tinha que tentar. Tinha que concertar as coisas. Segui caminho com ele falando sem parar. – Faz duas semanas que você não se alimenta, cara! E isso vai ser o estopim para Amun. Ele vai adorar saber que está super-controlado. – ele foi irônico rindo sadicamente.

- Quer calar essa boca?! – o repreendi irritado. Ele não era nada sutil em situações como esta.

- Que diferença isso faz, Edward. – continuou como se eu não tivesse berrado em sua cara a poucos minutos. – Ele já deve saber a milênios de tudo, até do que você pensa... Ah isso é com você. – revirou os olhos, furioso.

Inspirei o ar, só pra me acalmar. – Olha aqui, você também não devia ir. Faz poucos dias que aderiu a nova dieta. Não está preparado. – eu recriminei. Ele só tinha uns dias que tinha largado o sangue humano pelo de animal. Não vai ser fácil pra ele. Nem pra mim também.

- Mas, eu estou mais controlado que você. Alimentei-me antes de sair se você quer saber. – Eu já iria retrucar cada palavra, mas gritos e berros esganiçados cortaram o ar da calada da noite.

Paralisamos com o cheiro de sangue fresco que atingiu minhas narinas, descendo em brasa por minha garganta. Reprimi um gemido de dor, tentei me recompor. Meus olhos ferveram em direção ao alto de uma colina perto de um grande penhasco, alguns metros havia um mosteiro. O som de carne sendo perfurada e o insaciável cheiro de sangue não me ajudavam a me controlar.

- Edward, fique aqui! Não saia daqui! – ordenou Benjamin saindo do seu torpor. Ele sumiu e depois de uns instantes trouxe dois coelhos, que eu suguei quase todo o sangue. Acalmou-me, mas não foi o suficiente. O cheiro de sangue humano atiçava a minha fome descontroladamente em um desejo insaciável. – Agora, tente se acalmar. Eu vou resolver as coisas lá em cima. – Apontou para a colina.

Eu apenas assenti sem ter condições de falar. Eu o vi correr em uma velocidade inumana pela colina e adentrar a casa. Sentei na sombra do telhado de um mercado fechado. Fiquei ali, reprimindo meu impulso de rosnar e correr para aquela casa. O sangue dos coelhos já estava perdendo o efeito gradativo. Afundei meus dedos no cimento da calçada e me contorci pela queimação em minha garganta. Trinquei os dentes, o rosnado em meu peito cresceu e eu o tive que soltar, a raiva consumindo-me por inteiro.

- Amun! – rugi com os pensamentos do vampiro. Aquilo era proposital, ele queria me incapacitar por conta da minha sede. E como pensado, ele estava com Greta, mas eu não sei onde, parecia um velho galpão. Ela ainda estava viva, isso era um alivio. Eu tinha chance de salvá-la.

Não poderia ficar aqui sem fazer nada enquanto meu amigo lutava sozinho. Eu tinha que pelo menos tentar. Engoli toda queimação, toda dor e toda sede, a ignorei e subi a colina em uma rapidez sem esforços. Cheguei à beira da casa de enorme alpendre. A porta já estava pinchada de sangue.

Mal entrei e avistei corpos. Era uma grande família pelo visto. Amun devia estar se divertindo a beça. Pensei ironicamente sem conter minha irritação. Os gritos ecoavam pela casa sem intervalos. A sala era como um pesadelo macabro. Corpos jogados no sofá de forma nada normal, nada humano. Corpos no chão mutilados. Corpos jogados nas paredes e recostados a porta com grandes mordidas abertas pelo corpo. E sangue. Por toda parte. Espirrado e escorrendo pelos corpos.

Vi uma menininha de cabelos castanhos e ondulados, me lembrava muito a minha pequena Renesmee quando criança. O que mais me enfureceu foi a forma brutal que foi morta. Estava em cima da mesa de centro, onde seu sangue pingava ao chão. Seu pequeno corpo cheio de mordidas e os membros do corpo arrancados fora de seu tronco.

Fechei minhas mãos em punho. Como ele pode?! Com esse pensamento parti para o cômodo que se dava mais gritos. Era a cozinha e tinha mais corpos ali. Mas, havia umas três pessoas vivas, uma delas Amun estava a levantando no ar pelo pescoço. Quando me viu sorriu sádico.

- Bem-vindo, Edward. – saudou, voltando-se para garota em suas mãos. – Veio também participar da festa?

- Edward, o que faz aqui? – berrou Benjamin do meu lado. Você não está controlado! Pensou repreensivo. Eu o olhei e ri sem humor.

- Você também não está. – ele estava com a boca lambuzada de sangue, imagens dele se descontrolando e atacando uma velha senhora surgiu em sua mente. Ele ficou um olhar vazio e afastou-se com um ar culpado. Virei-me para Amun que nos olhava divertido. – Solte-a. – grunhi.

- Quer mesmo que a solte ou... – jogou a garota em minha direção a peguei em meus braços antes que ela caísse ao chão. – Quer tê-la pra você? Olha, pelo jeito o seu sangue é delicioso. Viscoso e doce como chocolate. – ele gargalhou aproximando-se de mim. A sede queimou minha garganta e meus olhos escureceram. Estava difícil me concentrar ouvindo o pulsar molhado de seu sangue na veia de seu pescoço.

Não conseguia tirar os olhos de sua pele bem próxima de mim. O aroma delicioso quase me fazendo perder o juízo. Eu estava perdendo.

- Vamos, Edward. – gritava Amun ao meu lado. – A morda! Sugue seu sangue... – A moça só me olhava com uma dor evidente em seus olhos. Ela não gritava, nem implorava por piedade como os outros dois humanos. Seus olhos apenas pediam pra fazer logo. Pra dar-lhe o último golpe para sua vida. Então, imagens da garotinha da mesa de centro vieram em sua mente. Ela sendo morta. Sua filha sendo morta em sua frente sem ela poder fazer nada.

Eu só quero poder me encontrar com minha filha... Pensou melancólica. No outro lado!

Aquilo me desarmou. Soltei a mulher no chão e arriei-me em uma cadeira atrás de mim. Não podia fazer aquilo! O que minha filha pensaria de mim? O que seria do meu ser? Anos e anos com um controle intocável, será mesmo que eu teria a coragem de desonrar Carlisle? Aquele que sempre confiou em mim?

- Tão fraco. – Amun agachou-se perto de mim e pegou a mulher nos braços. Ela não resistiu, continuou em seu mar de dor. – Tão inútil. E pensar que eu cheguei a acreditar que você fosse capaz. Que decepção! – sorriu sarcástico. A mulher em seus braços choramingou. – Oh, querida, não seja apressada. – disse a jogou nos braços de Benjamin que estava sentando derrotado no chão. – Toma! Termine o trabalho, filho! Não foi pra isso que o criei?

- Eu não posso. – Benjamin disse em um esforço enorme pra se controlar. – Eu não devo.

- Ah você deve! – instigou Amun autoritário próximo ao rosto dele como uma cobra. – Ela está esperando por você, filho. Só você pode tirar essa agonia dela. Dê o que ela quer, Benjamin! – gritou. A mulher olhou pra cara dele e fechou os olhos esperando morte vim. – Vamos, morda! – Benjamin encolheu os ombros. Prendeu a respiração e empurrou a mulher pro lado, dando um soco em Amun que voou batendo em um dos armários da cozinha, caindo ao chão.

Levantei-me também, seguindo para o seu lado. Benjamin me olhou e disse apressado.

- Corre daqui e vá atrás da Greta. – disse e eu o olhei sem entender.

- O que? Como... Eu...

- Sem perguntas Edward. – me interrompeu empurrando-me pra fora da casa pelos fundos. – Ela está em um velho galpão de pescaria no norte da ilha. Não me pergunte como eu sei disso.

- Eu não vou te deixar sozinho com Amun. – neguei com a cabeça. Benjamin não era lá muito bom de luta.

- Vá, Edward! – gritou. – Eu cuido dele! Eu posso ser magricela, mas sei uns bons golpes de karatê. – ele pegou a moça no chão e puxou os outros dois humanos. – Leve-os daqui e inventa alguma coisa maluca, sei lá. – falou baixo demais para que eles ouvissem.

- Ok. – peguei os humanos e corri o mais longe da casa possível. Eles me olhavam assustados, talvez com medo de que eu fosse lhes fazer algum mal. A moça parecia querer se matar. – Para o bem de vocês, não avisem a polícia, ok? Vocês têm que ir embora pra longe, segui com a vida de vocês. – sabia que eles não iriam aceitar bem essa história e tinha que usar a ameaça. – Se quiserem mesmo continuar vivos, é melhor ficarem de boca calada, vocês não me conhecem e nem conhece os dois homens lá. Pra essa chacina inventem que foi um assassino louco e psicopata que entrou na casa de vocês por dinheiro. Dá uma descrição irreconhecível. Entenderam-me?

Amedrontados, assentiram. Menos a moça que só me olhava sem expressão. Eu a olhei e dei um sorriso de conforto, mas ela apenas balançou a cabeça inconformada. Talvez a morte seja a melhor opção! Pensou ela, em várias maneiras de morrer. Ela nem estava se importando com o fato de existir vampiros.

- Ótimo. – eu disse. – Agora vão!

Eles se foram e voltei-me a procura de Greta. Segui o rastro de Amun, que ele devia ter feito pra vim pra cá. Segui ao norte, onde havia uma vila de pescadores. Avistei um pouco mais afastado um velho galpão e o cheiro dela invadiu o ar. Adentrei e ela estava amarrada em uma cadeira com a mordaça em sua boca. Quando me olhou, parecia querer explodir minha cabeça com o olhar. Seu olho direito estava roxo e me senti culpado.

- Desculpa por isso, Greta. – eu disse arrancando as cordas de seus pés e de suas mãos. Ela mesma retirou a mordaça da boca com violência.

- Desculpa nada! – ela foi logo gritando. – Sabe pelo que eu passei por sua causa? Não. Não sabe! Aquele nojento me bateu por sua causa. Até que no inicio ele foi gentil, mas virou um grosso. Eu só quero ir pra casa! – ela começou a chorar, mas logo se arrependeu. – Olha o que você está me fazendo passar! Estou chorando... Nunca fui de chorar. – e recomeçou a chorar.

Até agora essa garota era irritante!

- Você devia agradecer por eu estar aqui te salvando, garota. – eu briguei já sem paciência. – Se fosse outro, estaria já sendo comida por insetos. – cuspi as palavras sem as medir. Ela me olhou assustada e fez bico. – E pode tirando esse bico, se quiser mesmo sair daqui.

- Grosso!

- Fresca! – retruquei e ela se levantou emburrada.

- Vamos antes que aquele vampiro débil mental volte! – ela disse já se encaminhando para a porta. A fiz parar pegando seu braço.

- Ele contou sobre nós? – perguntei trincando os dentes. Já tinha gente demais sabendo do nosso segredo. Isso era um problema! Os Volturi não vão gostar nada da novidade. – Diz que ele não contou.

- Não ele não contou. – foi sarcástica sorrindo cinicamente. Mas logo gritou. – É, claro que ele contou, idiota! E todos os seus podres.

- Era só o que me faltava. – exclamei e a soltei, mas antes que ela falasse alguma coisa algo a pegou e um grito escapou de seus lábios. – Amun! – rugi ao vê-lo. Benjamin! Procurei por ele e Amun pensou com Greta em seus braços. Ele estava desacordado na casa da colina! Deveria ter visto ele bater na parede e Pumft! Desmaiar! Ele começou a gargalhar exageradamente.

- Me larga, Amun! Seu idiota! – Greta gritava se debatendo contra o corpo dele. Ele apenas ria acariciando o cabelo dourado dela. – Me deixa ir! Não é ele que você quer, então?

- Calma, Greta! Vamos ter calma. – dizia em uma falsa doçura. – Primeiro, vamos brincar! – me lançou um sorriso maldoso. Arrependimento? Culpa? Temor? Sede? Eu não sei que emoções e sentimentos eu sentia. Estava tudo embaralhado. Eu só lamentava por não ter escutado Benjamin.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Quero desejar um FELIZ NATAL "atrasado" e um Ano Novo cheio de renovação e felicidade pra vocês. Toda a felicidade do mundo pra vocês!!! Amo vocês! em, eu acho que até 2012!!! hahaha *.*
BOAS FESTAS!!!
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