Reencontrar escrita por kiryuu_ichiru


Capítulo 11
Capítulo 11




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- É, claro! – falamos com desdém.

Tom não entendeu e percebeu a ironia em nossas vozes, mas preferiu não comentar nada na presença de Georg.

- Tom, como foi o trabalho hoje? –perguntei.

- Foi cansativo, Yuuki, como sempre. Fiquei o dia todo servindo mesas; hoje foi ainda mais puxado, já que nosso querido Gustav não foi trabalhar. – Tom falou, apontando o talher para Gustav.

Com aquele movimento, Gustav e eu começamos a gargalhar. Eu e Gustav estávamos impossíveis.

- E seu dia, como foi? – Tom me perguntou.

- Quando acordei foi um pouco tumultuado, escutei barulhos estranhos. Mas nada demais. Depois fui até a casa de Gustav e ficamos o dia todo conversando. – respondi.

- Mas Georg não ficou conversando com vocês? – Tom perguntou.

Georg, Gustav e eu ficamos parados, sem reação, um olhando para o outro.

- Bom, ele não estava em casa. – Gustav falou.

- Vocês estão um tanto quanto estranhos hoje. A Yuuki está assim desde a discussão com a Carol ontem. – Tom fez a observação.

Após isso, ficamos em silencio até terminarmos o jantar.  Ao terminarmos, Tom foi tomar banho, Georg e Gustav foram para casa e eu fui assistir televisão e fumar meu cigarro.

Ao sair do banho, Tom desceu de encontro a mim.

- Olá! – Tom apareceu.

Ele estava sem camisa, apenas de samba canção. Apesar de samba canção ser brega, eu achei que ele estava muito atraente e sexy. Ele parou ao meu lado e começou beijar meu pescoço.

- Oii – suspirei – Se você está tentando algo, por favor, hoje não vai adiantar.

Na verdade estava funcionando, mas eu estava tentando mostrar que eu estava mais concentrada na televisão. Não adiantava muito, ele sabia a influencia que ele tinha sobre minhas emoções.

-Desculpe-me – ele disse com uma voz de bebe mas continuou fazendo o que estava fazendo – eu só achei que...

Ele parou do nada. Ele chegara à parte com meu pescoço onde o colar se localizava.

 Eu sabia que era pelo colar, mas não me importava muito, eu nunca entendi a razão  de Tom se afetar com aquele colar.  Me virei, abracei Tom e o beijei.

Quando o beijava, eu me sentia um pouco mais viva, me sentia descontrolada. Aquele beijo era um dos melhores da minha vida, eu admito. Eu não podia dizer se era melhor que o beijo do menino que me dera aquele colar que eu carregava comigo o tempo todo, afinal, eu nunca o beijara.

Eu nunca o beijara porque na época, nós éramos muito novos, eu não pensava naquilo ainda. Aos meus onze anos, amar era algo mais sentimental, não físico. Sempre fora sentimental.

Eu não amava Tom, mas nunca dissera que sim. Éramos novos e todo jovem fica com alguém para se sentir amado. Talvez eu ficasse com ele para me sentir bem, para elevar minha autoestima, que nunca foi muito boa.

Ficamos ali, até tarde, conversando sobre nosso dia e assistindo TV. Quando Carol chegou, eu decidi ir dormir. Ela se sentou no sofá ao lado de Tom, tentando falar sobre Bill com ele. Tom apenas disse que estava cansado e que ia dormir também. Caroline ficou irritadíssima com a indiferença de Tom, ela odiava se sentir rejeitada.

Deitei em minha cama e tentei dormir. Mas como todos já sabem, eu não consegui. Eu  nunca entendi a minha  falta de sono, uma vez que eu era muito preguiçosa. Eu estava me sentido estranha aquela noite.

No meio da noite eu me levantei e fui até o quarto de Tom. Parei ao lado da cama e o balancei, acordando-o.

- Tom... – sussurrei – Tom.

- O-o-Oi. Yuki? – ele respondeu, meio sonolento.

- Eu não estou conseguindo dormir. Não me sinto muito bem, não quero ficar até às 6 da manhã acordada de novo.. – falei.

Naquele momento eu não percebi, mas hoje eu percebo o quão infantil eu pareci. Uma criança com medo de dormir sozinha.

- E o-oque eu posso fazer? – Ele falou, se sentando na cama.

- Posso me deitar aqui com você? Eu me sentiria mais segura. – respondi.

- Claro, Yuuki! – ele falou e levantou a coberta para que eu pudesse me deitar ao seu lado.

Me deitei ali, ao lado de Tom, ele me abraçou; um abraço quente e acolhedor que me fez sentir mais segura. Ali, naquele abraço e naquela cama quentinha, adormeci.

Acordei no outro dia, olhei o relógio ao lado da cama de Tom e o relógio marcava 7 da manhã. Tom deve ter ido trabalhar e não quis me acordar, que fofo; pensei.

Após isso, um Tom com uma bandeja de café apareceu à porta. Ele estava apenas com a samba canção com a qual dormira. Me sentei na cama e sorri para ele.

- Para mim? – falei.

- Sim, você tem feito meu café quase todos os dias por não conseguir dormir, tem feito meu jantar também. – ele disse, tentando ser carinhoso – eu só quis retribuir.

Eu sorri e coloquei a bandeja de lado. Abracei Tom e o beijei.

- Eu não sei o que eu faria sem você, seu bobo. – falei.

- Bom, eu só vim de trazer o café mesmo. Eu preciso me arrumar e ir trabalhar. – ele se levantou e me deu um beijo na testa.

Fiquei ali sozinha, tomei meu café e me deitei novamente para assistir TV. A televisão do quarto de Tom tinha um aparelho de DVD e alguns filmes ao lado. Me levantei, escolhi um filme e coloquei para assistir. Era um filme de comédia. O filme não era ruim, mas muito parado e eu acabei pegando no sono bem no meio do filme.

Acordei já passava do horário do almoço. Nesse dia não havia barulho nenhum na casa.

Caroline decidiu sair com Georg para um motel. – pensei.

Me levantei, arrumei a cama de Tom e desci. Eu precisava fazer umas comprinhas para a casa. Já não havia muita comida e eu precisava abastecer aquele lugar, e também queria comprar algumas coisas gostosas para comer. Pessoas gordas nunca deixam de lado um bom doce, vocês sabem.

Eu não tinha um carro, então precisei pegar um metro. Eu nunca saíra do campus, mas sabia mais ou menos como andar naquela cidade.  Eu sempre me virei bem sozinha.

Sabe aquela sensação de estar sendo seguida? Naquele dia eu estava com essa sensação. Nada de mais, uma vez que tenho mania de perseguição.


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