Diário de Elena escrita por Keyla Magalhães


Capítulo 42
Capítulo 42


Notas iniciais do capítulo

Galera, sei que muitos de vocês acharam que eu abandonei a história, mas eu não faria isso, porque sei o quanto é ruim acompanhar a fic e ela ser abandonada na metade. Eu demoro muito, e sei que isso é uma droga, me perdoem? Mas eu juro que não é intencional, ainda to sem internet e com trabalho até de o último fio de cabelo. Agradeço a vocês pela paciência e peço desculpas para meus fieis leitores.

Aguardo comentários, sejam bons e me deem comentários de presente de aniversário. kkk

Boa leitura...



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Estava escuro demais, ela não sentia seu corpo, aquele tempo todo trancada naquele quarto amarrada e amordaçada, havia exaurido sua alma.

Elena estava desistindo de lutar, não fazia sentido, para ela continuar sofrendo e lutando pelo controle de seu corpo, quando tudo parecia em vão.

Trancada em um quarto escuro, criado em sua própria mente, por uma essência que se tornava mais forte a cada segundo e se recusava a deixá-la assumir o controle. Ela se permitiu desisti da vida, estava sufocante demais, doendo demais.

Pensar nos olhos azuis de Damon tinha sido por muito tempo sua única força, porém ela parecia diminuir. O que para seu corpo era apenas um dia, para sua essência amordaçada eram meses. Meses lutando para recuperar o controle da sua mente, do seu corpo, da sua vida. Klaus havia lhe dito que isso seria um grande desafio, mas ele não havia dito que a essência de Katherine poderia banir a dela para sempre.

A porta do quarto da sua mente se abriu e a imagem que ela via no espelho apareceu, uma imagem saudável e com sorriso debochado na face. A mulher parou em sua frente e pela primeira vez Elena pode olhar nos olhos da culpada por sua vida ter virado um inferno.

—Olá Elena! Uma pena você não possa acompanhar os fatos. Mas só para te deixar informada, eu e Damon lembramos os velhos tempos. —Elena arregalou os olhos e mordeu a mordaça. — Desista de lutar, esqueça o que vocês viveram. Nada mais importou para ele depois que eu apareci. Ele me ama e você sabe disso tanto quanto eu, então facilite para ele e desista. Damon será mais feliz podendo ficar comigo de verdade, não com uma copia de mim. — As palavras de Katherine, faziam sentido de algum modo, os olhos de Elena começaram a lacrimejar. — O que você acha querida? Podemos fazer um acordo? —A mulher mostra uma faca para ela e com sorriso no rosto ela limpa a serra, Elena fecha os olhos e espera o pior.

Aquilo parecia ser o fim de sua essência, Katherine a mataria dentro do seu próprio corpo e ela não poderia fazer nada para se defender. As lágrimas de Elena escorriam pelo rosto e mesmo naquele momento sua essência não se arrependia de ter chamado a essência de Katherine para dentro de seu corpo, mesmo ela não tendo certeza que isso havia salvado Damon, ela sentia que por ele valia a pena tentar de tudo novamente.

—Acho que não precisa fechar olhos. —Disse Katherine rodando a faca entre os dedos. —Morrer de olhos abertos é mais interessante, olhar para seu assassino. — Katherine fechou o sorriso. — Não chore também, até para morrer é preciso de classe. Quando você morrer com olhos de alguém na cabeça, você leva um pouco dessa pessoa para morte. —Elena continuou com olhos fechados tentando não pensar no que aconteceria se ela sumisse para sempre de seu corpo. —Sabe como sei disso? Muitos pedaços meus morreram com meus assassinados. — Elena abriu os olhos e Katherine estava abaixada em sua frente. — Abriu os olhos menina. —Ela deu um sorriso debochado e com a faca cortou a mordaça de Elena.

—Porque fez isso? — Elena falou assustada com atitude daquela mulher que a amedrontava tanto naquele momento.

—Precisamos conversar e essa conversar não pode ser unilateral. — Elena molhou os lábios. — Engraçado como nossa mente funciona, né? Eu, você aqui e um corpo dormindo lá fora.

—Como sabe que tá dormindo? —Elena perguntou e Katherine apontou para fora do quarto.

—Luzes apagadas. Nunca meditou, não é mesmo? —Elena fez não com a cabeça e Katherine bufou em reprovação. —Eu confesso que não sabia para que isso servia, até ouvi Molly ensinando para sua criança.

—Criança? Molly teve um filho?

— Sim, ela achou que o escondia de nós, mas era burrice, tanto eu quando Stefan sabíamos da existência de sua menina. Mas isso é outra história. A cabeça tem um mundo e nele podemos explorar muito mais que conseguimos imaginar.

—Você vai me matar? —Elena perguntou sentindo sua falsa respiração ofegando toda vez que Katherine alisava a faca com os dedos.

—Sim. — Ela sorriu. — Mas antes me responda uma coisa. Como foi ter tido ele pela primeira vez?

—Que? —Elena não entendeu nada.

—Eu sei que vocês transaram e também sei que ele foi seu primeiro. —Elena frisou as sobrancelhas. — Damon sempre lamentou por não ter sido o primeiro homem da minha vida. Mas o destino é realmente estranho. —Katherine sentia uma pequena vontade de chorar como se alguma lembrança triste a atormentasse.

— Damon tá salvo?

—Eu nunca deixaria morrer.

—Não foi você que o matou.

—Eu sei... Agora eu sei.—Katherine soltou um sorriso sincero para sua copia. —Ele vai ficar bem sem você, mas antes me responda. —Elena mordeu os lábios. — Fale!

—Imagina um jardim. Um jardim cheio de jasmim e lírios, com o sol em uma temperatura agradável e com poucas nuvens, porém o suficiente para se imaginar desenhos, mas não para fazer sombras. —Elena fechou os olhos e tentou pela última vez lembrar daquela sensação. Katherine sentiu os seus olhos começarem a ficar embaçados. —Quando eu fiz amor com Damon eu virei esse jardim, ficar com ele foi voltar para uma casa que eu havia esquecido que existia. Pode parecer estranho, mas ficar com ele, foi encontrar com Deus dentro de mim. — Elena abriu os olhos e encontrou a faca no chão e Katherine de cabeça baixa, a menina ficou calada durante algum tempo até que Katherine levantou a cabeça e Elena pode ver que as lágrimas dominaram seu rosto.

—Eu quero, quero muito, mas eu não posso...

—Não pode o que? —Elena perguntou desconfiada.

— Você sou eu Elena. Foi exatamente o que sentir, exatamente como me referi a minha noite com ele. Ele não foi meu primeiro homem, mas foi o único que me fez voltar para casa. O único que deu vida a minha alma adormecida.

—As luzes acenderam. —Elena disse olhando para fora do quarto e interrompendo Katherine.

—Impossível, ainda estou aqui. —Ela olhou para trás. —Não mesmo, dessa vez não. Essa não sou eu acordando. —Katherine sussurrou limpando as lágrimas e recuperando sua pose forte.

—Que? —Elena não entendia nada. Katherine pegou a faca. —Calma ai você disse que não me mataria.

—Cala boca. —Katherine cortou as cordas dos pulsos e pés de Elena.

—Estou livre?

—Não mesmo menina. —Katherine andou até a porta. —Isso só pode ser coisa de bruxa.

—Como assim? —Elena perguntou alisando os pulsos e tentando ficar de pé.

—Olha aqui menina. —Katherine segurou nos ombros de Elena e olho nos olhos dela. — Estão invadido minha cabeça.

—Quem?

—Isso não importa. Mas da ultima vez que fizeram isso acabei morta. —-Elena prender a respiração. — No final do corredor eu posso sentir ela.

—Ela quem? —Katherine ignora a pergunta de Elena.

—Você vai seguir o fluxo contrario, vai ter uma porta transparente, lá tem um jardim, fique debaixo da árvore da direita perto da...

—Macieira. —Elena completa a frase.

—Isso, como sabe?

—O Jardim do Klaus. —Elena respondeu lembrando o caminho para a fonte, Katherine revirou os olhos.

—Ele fez boas coisas na minha cabeça, inclusive uma porta de proteção contra bruxas. Agora vá.

—Mas ... Você tá me salvando. —Elena questionou com sorriso.

—Não querida, só estou adiando sua morte. Essa bruxa precisa saber que não se pode entrar no meu território duas vezes e tirar vantagem.

—Se ela me pega o que pode acontecer?

—Corra, não a tempo para perguntar. Não deixe ela te pegar. Tudo é uma ilusão. — Katherine abriu a porta e Elena correu para direção que ela apontou. Diferente de Katherine que se manteve parada e com sorriso no rosto até sentir que Elena havia pegado distancia, então começou a andar em direção oposta de Elena gritando. —Dessa vez não Emily. Dessa vez não!

—Interessante dizer isso. — A bruxa apareceu em sua frente imediatamente.

—Vai para o inferno, bruxa maldita. —Katherine tentou enfiar a faca em Emily que segurou sua mão.

—Brincando com faca, querida Katherine. Sabe que objetos pontudos te machucam. —Katherine empurrou a bruxa com um chute.

—Como sabe quem sou?

—Sua essência e suja como você. —Emily gargalhou e Katherine se aproximou disposta a enfiar a faca até que suas mãos foram amarradas por uma imagem idêntica a do chão.

—Mundo pequeno, não é mesmo Katherine? Ou devo dizer mente pequena?

—Molly?! —Katherine sussurrou antes de sentiu uma corda em seu pescoço.

—Nos encontramos querida cunhada. —Emily levantou do chão e colocou a mão sobre a cabeça da menina. — Agora você faz o que mandamos. — Katherine tentou resistir, mas seus olhos se fecharam e nada mais foi visto.

—//—//—

(... Presente...)

Ele andava sem destino a algumas horas, a mulher que ele havia deixado em sua casa não era a mesma que ele havia entregado seu coração noites atrás na casa do lago. Não parecia ter algo a se fazer, Elena havia ido embora para sempre e ele precisava conviver com sua falta, “mas como?” Ele a amava e mesmo que tivesse procurado por Katherine durante décadas era Elena que ele amava naquele momento.

Damon não fazia ideia do que fazer com o que sentia. Era como se ele tivesse traindo a si mesmo confessando que mesmo depois de todo aquela procura, ele não se sentia completo ao lado de Katherine como ele tinha sido com Elena.

O vampiro pega o celular do bolso e liga para casa na esperança de ser Elena e não Katherine a atender, mas diferente de seu desejo, ninguém atendeu. Sua cabeça começa a doer de tanto que ele pensava, sua fome aumentava e aquela dor da perda de sua amada voltou, não era mais a mesma amada, porém era a mesma dor.

Ele não resistiu seus impulsos e se alimentou como sempre fazia, quando sua cabeça o obrigava a pensar no que ele não tinha mais. Com sorriso no rosto e dor no coração o vampiro deita no asfalto olhando as estrelas e lamentando a falta que Elena faz em seu peito.

O dia já amanheceu quando o telefone tocou.

—Alô!

—Damon, aqui e Caroline, Elena acabou de ligar dizendo que acordou na casa do lago e não se lembra de como foi parar lá. Acho que ela tá mal... — Damon saí correndo antes que Caroline terminasse a frase.

__To indo para lá.

—Damon... —Ele desliga antes de ouvi o que Caroline tinha para dizer.

//—//—//—

Casa do lago (duas horas antes.)

Ela podia sentir sua cabeça doer, mesmo antes de abrir os olhos, seu corpo estava dolorido e um braço envolvia sua cintura. Elena abriu os olhos lentamente, e deu de cara com a porta de um quarto conhecido. O mesmo quarto que dormia com seus pais quando tinha pesadelo, o mesmo que dividiu muitas noites com Jeremy chorando de saudade de seus pais e o mesmo que se entregou pela primeira vez ao homem que ela tinha certeza que amaria até o fim de sua vida. Um sorriso se abriu em seu rosto, a lembrança dos olhos de Damon, do sorriso dele sobre seu corpo.

A menina virou-se para trás e para sua surpresa o braço que estava sobre sua cintura não era do homem que ela amava.

—Matt?! —Um grito saiu de seus lábios fazendo com que ele pulasse da cama e mostrasse sua ausência de roupas. —Meu Deus! — Elena escondeu o rosto no travesseiro e ao se mexer também percebeu sua nudez. —O que aconteceu aqui?! Porque estamos nus? Meu Deus! Isso só pode ser um pesadelo. —Matt vestiu a calça que estava no chão e tentou falar com Elena que gritava. —O que aconteceu Matt?! — O menino esfregou os olhos e tentou puxar de sua cabeça que ainda estava confusa.

—Elena eu não lembro direito. Por favor, para de gritar. Minha cabeça dói.

—Matt, estou nua... —Elena tirou o rosto do travesseiro e escondeu a sua nudez no lençol. —Não é possível que tenha acontecido, não, não pode. Matt, o que aconteceu? —O desespero piorava a cada segundo, milhões de coisas passavam pela cabeça de Elena, ela sabia que dormir com Matt, já tinha sido um plano para se livrar de Stefan, mas desde que dormiu com Damon que esse plano não existia mais em sua cabeça. — Cadê o Damon. Cadê ele? —Ela levantou da cama jogou os cabelos bagunçados para trás.

—Elena fica calma. Vamos tentar juntos, lembrar o que aconteceu. —Matt segurou no braço dela. —Talvez não tenha acontecido nada. — Elena queria acreditar nas palavras dele, mas algo nela dizia ao contrario. Ela sabia que algo havia acontecido. A menina empurrou a mão dele.

—Matt saia do quarto, por favor. —Elena disse com olhos cheios de lágrimas.

—Elena...

—Matt, saia! — Ele pensou em insisti, mas ao ver as lágrimas nos olhos da menina ele obedeceu e saiu do quarto. Elena afogou o rosto no travesseiro e derramou lágrimas de decepção.

Ela tenta lembrar-se do que a levou para aquele lugar, o que havia acontecido, mas tudo estava escuro, como um apagão dentro de sua cabeça. Elena fechou os olhos e deixou que o escuro a envolvesse.

—//—//—

(Universo mental)

As luzes haviam se apagado, Elena saiu do jardim, não havia barulho. A menina caminhou pelo corredor, até que uma mão pegou em seu tornozelo a fazendo soltar um grito.

—Pare de gritar. —Disse a voz falha. —Sou eu. —Elena reconheceu sua voz e abaixou mesmo sem poder vê-la.

—Katherine?

—Elena me desculpa. Pede desculpa ao Damon por mim.

—Que?

—Eu não pude evitar, elas controlaram minha mente. Mas eu vi o que eu fiz, eu sei. Eu sei. —Katherine derramava lágrimas, sua essência era fraca quase imperceptível.

—Elas? Katherine o que tá acontecendo com você? Você tá sumindo. Katherine?!

—Não deixe no seu ven... —A essência desapareceu e todas as luzes se acenderam.

—//— //—

Casa do lago

—Elena, você precisa sair daí. —Disse Matt do outro lado da porta despertando a menina de um cenário confuso e inexplicável.

Elena criou forças e levantou da cama, ela sabia que precisava fazer algo e chorar não seria a solução. Tinha alguma coisa errada dentro dela, ela podia sentir. A menina colocou uma roupa qualquer e abriu a porta passando por Matt e indo direto para o telefone da casa.

Matt desceu as escadas atrás dela e a viu discar um numero. O garoto encostou na parede olhando para sofá, onde a menina se sentou secando as lágrimas.

—Caroline?

—Elena?!

—Eu preciso de ajuda.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, eu queria muito ter postado no meu aniversário, mas como não consegui, vai pelo menos na semana. Desculpe os erros, ainda to sem beta. Quem quiser se prontificar, será bem vinda.

Beijos e até a próxima!!