Diário de Elena escrita por Keyla Magalhães


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Fiz um capítulo bem longo para poder compensar o tempinho que vou ficar sem escrever, pois tenho um livro pra revisar e umas apostilas para fazer. Mas fiquem tranquilos que o outro capítulo já está quase pronto.
Obrigado pelo carinho de vocês! Estou adorando os comentários.
Boa leitura.



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Elena molha o diário com suas lágrimas. O medo invadia ainda mais seu peito. Ela queria parar de ler, mas algo dentro dela queria saber o que aconteceu com Katherine.

09 de julho de 1712

Fomos embora da cidade, não consegui falar nada, era como se alguém morasse dentro do meu corpo, eu não controlava mais minhas atitudes. Stefan disse que é normal, que quando viramos vampiros nossas emoções entram e total conflito, mas nada do que ele falava eu conseguia acreditar, pois achava que ele só estava tentando ser gentil.

10 de julho de 1712

A viagem foi longa e cansativa mais finalmente chegamos a casa de Stefan, sair da minha cidade me causou certo alivio, acho que não era capaz de encarar a verdade sobre mim. Eu poderia dizer que odiava tudo isso e que preferia estar morta, mas na verdade não sei o que eu sentia.

Chegamos a casa de Stefan. Era uma fazenda enorme, nunca vi nada parecido.

_Nossa! Isso tudo é seu?

_É nosso, amor.

_Não sei se mereço casar com você Stefan.

_ O que está falando Katherine? Já pedi para Molly organizar tudo vamos ter o casamento que você merece, na igreja.

_Podemos entrar na igreja?

_Claro Katherine! Porque não poderíamos?

_Sei lá, somos tão diferentes do restante do mundo que... _ Eu não sabia o que pensar, na verdade eu me sentia suja e impura para entrar em uma igreja e isso não tinha a ver com o que nós éramos e sim com o que eu me tornava. Meus olhos se enchiam de lágrimas.

_Somos melhores que o restante do mundo, você é melhor! Agora venha conhecer sua casa.

A casa era tão grande que parecia uma cidade, era cheia de portas e corredores, era bonita porém sombria e sem vida, talvez fosse velha.

_Acho essa casa velha e sombria._ Falei em um sussurro e levei um baita susto quando Stefan respondeu.

_ Amor, mas ela é velha e abriga alguns vampiros o que a torna sombria. _ Stefan sorri, mas eu estava tão sem graça que acho que fiz careta. Demorei uns segundos até assumir que queria outra cor naquela casa sombria.

_ Vamos pintar! Quero tons alegres, se vou morar aqui por toda eternidade quero que seja tudo bem alegre, não quero passar a eternidade sombria._ Eu realmente não controlava o que falava, parecia uma criança cheia de impulsos e vontades.

_ Então aceitou passar a eternidade comigo?

_ Acho que não tive escolha.

_ Katherine!Você sempre tem escolha._ Stefan diz com seu tom doce, ele se aproximou e passou a mão em meu rosto me causando arrepios._Agora vem! Vamos conhecer a casa.

Ele pega em minha mão e me faz subir uma escada que fazia um ruído que para meus ouvidos era tão forte. Chegamos ao segundo andar, tinha um corredor grande cheio de portas era tudo muito sem vida.

_Entre Katherine._ Diz Stefan abrindo a porta de frente para o corredor.

Passei por Stefan e tive a visão mais perfeita. Um quarto tão grande que nem minha casa seria capaz de suprir tal tamanho.

_Nossa isso é enorme! _ Caminhei até a cama onde tinha um véu que a tampava por inteira, era um véu branco transparente que deixava a cor vermelha da colcha sobressair. _ Isso é lindo! _ Digo abrindo o véu e sentando na cama, sentindo seu colchão fofo afundar debaixo de mim.

_Que bom que gostou, pois esse será nosso quarto.

_Nosso? _ Pensar em dormir no mesmo quarto que Stefan me fazia me sentir sensações estranhas, algo entre medo e paixão.

_Se a ideia não te agradar, posso pedir para arrumarem outro quarto para você.

_Não! Tudo bem, só é estranho... _ Olho pra a janela grande de frente para cama, porém longe por causa do tamanho do quarto.

_Estranho? _ Stefan se aproxima pegando em minha mão _Se preferir posso ficar em outro cômodo pelo menos até você se acostumar.

_Não, tudo bem! Vai ser ótimo estar com você. _Trocamos olhares e meu corpo arrepiou.

Explorei mais um pouco aquele quarto. Corri pelo espaço entre a cama a janela, os lençóis, cortinas e travesseiros eram perfeitos, sentir o cheiro do tecido me fazia sorrir. Stefan me observava brincar na cama macia. Sentei olhando para Stefan na beira da cama.

_Você sempre morou sozinho?

_Não! Tinha minha mãe e irmãos.

_ Cadê eles?

_Quer mesmo falar de família?_Não consegui saber se pergunta foi pra mim ou pra ele, mas me calei.

Stefan se aproximou de mim e acariciou meus cabelos, descendo a mão até meus lábios, lembrei-me do nosso beijo e pude sentir meu corpo tremer de desejo.

Ele aproximou seus lábios e eu afastei os meus.

_Não quero morde-lo novamente.

_Por quê? Foi tão excitante, não achou?

Na verdade eu tinha sentido tanta coisa junto que não poderia responder aquela pergunta de forma sincera, preferi ficar calada e sentir sua mão delicada levando meu rosto de encontro ao dele.

_Sentir meu sangue ser sugado foi muito estranho, mas confesso que também excitante e prazeroso._ Eu sorri mordendo os lábios e Stefan colou seus lábios nos meus me fazendo sentir pulsações por todas as partes, era estranho sentir meu corpo tão vivo, mesmo sabendo que estava meio morto.

Aos poucos nossas línguas foram se entrelaçado e sua mão pegou minha nuca me deitando na cama incrivelmente macia e cheirosa, seu corpo caiu sobre o meu me fazendo sentir contrações no quadril, nosso beijo ficava mais intenso na medida em que meu quadril se encontrava com o dele dançando em uma música bem ritmada. Nunca senti tantas sensações ao mesmo tempo. Stefan desceu seus lábios para meu pescoço me fazendo soltar gemidos, sua boca beijou com tanta intensidade que cheguei por um momento a pensar que ele me mordia. Então na mesma hora senti a vontade imensa de mordê-lo, de sentir o gosto do seu sangue novamente. Coloquei meus lábios em seu pescoço, ele aumentou o ritmo de seu quadril, pude senti-lo levantando uma parte do meu vestido, os movimento ficavam fortes à medida que eu sentia seu sangue percorrer meu paladar.

_Katherine é melhor paramos por aqui! _ Diz Stefan baixinho parando de se movimentar em cima de mim._ Amor, é melhor paramos.

Eu não queria parar, o gosto do sangue dele era viciante, ele puxou seu pescoço de meus dentes pude senti o gosto de sua carne, ele me empurrou dizendo:

_Chega amor! _Ele colocou a mão no pescoço segurando o sangue que escorria, eu limpei minha boca sem saber o que fazer. Ajeitei meu vestido.

_Desculpe, acho que exagerei. _ Senti vergonha e medo, mas Stefan sorriu tirando a mão de seu pescoço já sarado e me beijou limpando o sangue de meus lábios.

_Não sei o quanto sou capaz de aguentar sem arrancar sua roupa e te fazer minha mulher.

Suas palavras me assustaram, mas também me excitaram, eu não tinha ainda me imaginado deitando com ele da forma de marido e mulher, não que ele não fosse tentador, mas sim porque eu morria de medo de sentir dor.

_ Venha, vamos descer. Ainda têm muito que quero te mostrar.

Stefan me mostrou toda a terra em volta da casa. Ainda bem que corremos na velocidade do vento, se não demoraria um mês para eu conhecer tudo. Graças a nossa rapidez ele me mostrou bastante da sua terra. Eu fiquei fascinada por cada canto daqui, estar aqui é como um sonho.

11 de julho de 1712

O casamento foi marcado para daqui a três dias. Estou nervosa, não durmo,nem se quer me deito, ando pela casa feito uma assombração. Acho que eu me assustaria comigo se eu fosse humana. Stefan disse que essas sensações são normais, espero que sim, pois a cada dia que passa me sinto mais estranha.

12 de julho de 1712

Saímos para caçar animais e vomitei de tão nojento que foi.

_Você precisa se alimentar. _ Disse Stefan pra mim com aquele bicho morto nas mãos.

_Isso é nojento, o gosto é horrível, eu não vou mais meter minha boca nisso. _ Falei limpado a boca suja do sangue que acabei de vomitar.

_Então vamos saborear o sangue humano?

_Não! _ Falei imediatamente. Para ele podia ser fácil e natural morder pessoas, mas eu não conseguia parar de pensar que as única duas pessoa que eu mordi estavam mortas.

_Mas Katherine ...

_ Não quero! _Eu sabia que aquele sangue tinha me mudado, eu sabia que saborear o sangue da própria família havia me transformando em algo que eu não conseguia direito saber o que era. Mas sabia que eu precisava controlar, antes que nada da antiga Katherina restasse em mim.

_ Mas Katherine você precisa comer.

_ Esqueça Stefan, prefiro morrer de fome. _ Isso era mentira, eu estava louca para beber a primeira pessoa que tivesse ali, mas para minha sorte ali só tinha vampiros e Molly que eu não via desde quando chegamos.

13 de julho de 1712

Amanhã é meu casamento, estou vendo vampiros pela casa inteira, eles trazem coisas e levam coisas o tempo todo. Molly trouxe meu vestido, ainda não experimentei. Amanhã seria o melhor dia da minha vida, se eu ainda tivesse uma. Sou alguém sem família, sem nome, não sei por que Stefan quer casar comigo. Às vezes acho que ele tem pena de mim, outras que ele se sente culpado, porém tem vezes que acredito que ele realmente me ama, como hoje de manhã.

_ Posso entra Katherine?

_Claro! Esse quarto é seu Stefan.

_ Nosso meu amor, nosso.

_Mas então porque desde quando cheguei aqui você não dorme nele?

_Achei melhor manter sua privacidade, isso te incomoda? _Ele tinha nos olhos um brilho tão hipnotizante.

_Não!Só que pensei que...

_Que?

_ Nada! Você é incrivelmente gentil. _ Digo sacudindo a cabeça para me livrar de seus olhos.

_Tenho que cuidar de minha futura esposa, certo? _Senti um arrepio percorrer meu corpo, eu não conseguia pensar em mim concluindo o casamento me sentindo assim tão estranha.

_É... Sim! _ Tentei sorrir

_O que está errado Katherine?Não tenha medo de me falar. Você quer desistir do casamento?

_Não! Você é maravilhoso!

_Então?_ Eu precisava falar, precisava dizer aquilo que eu estava sentindo.

_Me corpo! _ Stefan sorri me olhando.

_O que tem seu corpo Katherine?

_Ele não é o mesmo, eu o desconheço, tenho sensações e não as tenho ao mesmo tempo. O que eu faço?

Stefan pega a minha mão e a leva até sua boca, ele sorri e com sua voz doce me diz:

_Você ainda é muito humana, tem um corpo ainda muito humano.

_ Como assim?

_ Demora um tempo pra você se acostumar com seu corpo novo, com as coisas maravilhosas que ele pode fazer, ainda mais quando não se bebe sangue.

A palavra sangue fez minha boca salivar. Acho que Stefan percebeu.

_Achei melhor não saímos das nossas terras, vou trazer o padre até aqui, tudo bem?

_Tudo!_ Disse tentando parecer sincera.

_Descanse amor! Tente dormir. Vai ficar tudo bem, eu vou te ajudar em qualquer coisa._ Seus lábios tocaram os meus e em seguida ele sussurra.

_Vou te fazer a mulher mais feliz do mundo, pode acreditar.

Ele é tão gentil, tão perfeito, fazia tudo ficar tão maravilhoso, mas algo em mim não conseguia ficar feliz.

14 de julho de 1712

Não consegui dormir, como sempre, fiquei vendo o sol nascer da janela do quarto, as cores que o sol fazia no céu eram tão magníficas que prendeu minha atenção durante horas.

Molly não deixou Stefan me ver, disse que daria azar, mas consigo ouvir a conversa deles na cozinha inclusive, a parte que ele diz:

_Ela é tão perfeita que nem acredito que vai casar comigo.

Como ele pode me achar perfeita? Olhei para a cama e lá estava o vestido, Molly já tinha tirado da caixa e o esticado na cama, ele era lindo, tinha detalhes de Ametista um cristal caro e raro, nunca tinha visto um de perto. Eu olhava fixamente para o brilho lilás daquela pedra quando Molly entrou.

_Vamos para o banho especial de casamento?

_Que?

_Estou preparando seu banho senhorita, com ervas e cristais, vai relaxar e aquecer o corpo.

_Não precisa disso Molly!

_Precisa senhorita, Stefan quer que eu cuide bem de você.

Molly não entrava no meu quarto sem Stefan lá, eu achava que ela tinha medo de eu perder o controle e mordê-la, mesmo Stefan dizendo que ela se defendia muito bem eu não conseguia acreditar.

_Cadê o Stefan?

_Saiu para se alimentar._Salivei.

Molly se aproximava de mim tirando minha roupa.

_Vamos senhorita!

Eu sentia seu coração pulsar, sua pele quente encostando-se ao me corpo. Pensei em mordê-la na mesma hora em que ela diz:

_ Talvez seja melhor você se alimentar.

Ela pega um copo que tinha posto na mesinha perto da porta quando entrou.

_Pegue, beba.

_ O que é isso?

_ É uma mistura que fiz para você matar a sua fome.

_ É sangue?

_ Não! Mas vai enganar você, beba!

O líquido esquentou minha garganta e como Molly havia dito melhorou minha fome. Fui para banheira.

A água era quente e gostosa, os cristais acalmavam meu corpo e mente, fechei os olhos.


Eu pegava um ar na sombra de uma árvore, no fim da tarde o sol estava quase se pondo, eu olhava pra ele admirando sua beleza, até que uma voz me chamou atenção, fiquei surpresa por não ter percebido sua presença antes.

_ Posso saber como se chama? _ Sua voz era aveludada, sorri.

_Claro! Katherine.

_Lindo nome. Damon muito prazer._ Ele pega minha mão e leva até as boca, me fazendo sentir o calor de sua saliva.

_Obrigada!_ Digo puxando minha mão, mas ainda retribuindo o olhar.

_A senhorita está sozinha?

_Não, estou acompanhada do meu.... Esposo._ Olho para os lados procurando alguém que acho que era Stefan.

_Casada? Tão nova. _Não olho para seus olhos novamente.

_As aparências enganam. _Falo reparando nele por um todo e percebendo  como atraente era aquele homem.

_ Então eu devo ter me enganado também, quando vi a senhora retribuindo meus olhares lá dentro. _Soltei um breve sorriso de canto dos lábios.

_Com certeza se enganou senhor Damon! _Ele se aproximou eu abri os olhos.

Quando abri os olhos foi como se eu tivesse vindo de um lugar, eu não senti como se eu tivesse dormido. Molly estava encostada na porta. Olhei para janela e o sol já a havia mudado bastante de lugar.

_Vejo que conseguiu relaxar finalmente._ Diz Molly com um sorriso estranho.

_Eu dormi? _ Perguntei ainda sem entender tudo que eu acabava de ver.

_ Talvez sim, talvez não.Os cristais e as ervas fazem coisas estranhas às vezes.

_Estranhas como? _ Pergunto pegando em um Quartzo transparente que estava na água.

_Guarde sua experiência para você senhorita Katherine, um dia há de entender! Agora venha que seu noivo está lhe esperando.

Saí do banheiro e fui para o quarto, parei de frente para um espelho que Molly provavelmente tinha trago, pois ele não estava ali mais cedo. Fiquei no centro do quarto, entre a janela e a cama, onde Molly ajeitava meu o cabelo. Eu não parava de pensar naquela cena que acabava de ver, aquele homem e todas as sensações que ele me causou, que mesmo no sonho eram tão reais.

Molly colocava o vestido em mim, eu sentia vontade de chorar, de correr, de fugir. Tantas vezes sonhei com esse momento e agora ele era vazio e artificial, por mais que Stefan estivesse tentando fazer tudo ser do jeito que eu queria, não era. Eu não tinha uma mãe pra me vestir e nem um pai para me levar ao altar, eu não tinha nada, nem eu mesma pra ser sincera, nem eu mesma presenciaria meu casamento.

_Pronto senhorita! _ Diz Molly saindo de trás de mim e me fazendo olhar para o espelho que eu me recursava a encarar.

Mudar não era o problema, nunca achei que fosse, o problema é a falta de reconhecimento sobre quem eu era ou seria.O rosto no espelho me lembrava o reflexo de alguém que definitivamente não era eu.

Os cachos perfeitos, a pele branca com aquele tom rosado da maquiagem, lábios avermelhados e olhos sedutores. Eles me olhavam, me seduziam, mas não me convenciam de uma vida perfeita.

_Está linda Katherine!_ Diz Molly pegando nos meus cabelos. Então uma duvida me surgiu. Molly não era uma vampira, por quê?Como ela vivia no meio de um monte de vampiros e não se sentia ameaçada.

_Molly!Porque não é vampira? _Perguntei e Molly soltou um leve sorriso tirando a mão dos meus cabelos.

_Sou amante da natureza, não posso traí-la vivendo para sempre.

_Então, você é uma bruxa mesmo?

_Nome mal dado às mulheres que respeitam e cuidam da natureza, mas sou sim. _ Ela empurrou meus sapatos em minha direção com a expressão seria.

_Então você morrerá?

_ Um dia! Posso adiar, mas não evitar._ Seu sorriso era sincero.

_Se virar vampira não vai precisar.

_Não pretendo fazer isso senhorita. Agora deixe de falar e calce os sapatos.

_Cadê sua família?

_Stefan é minha família, fico feliz com isso.

_Se você morrer o deixará sozinho, isso não lhe preocupa?

_Ele terá você! _ Seu sorriso dizia algo que seus lábios não pronunciavam, queria poder entender, mas o relógio tocava. Molly me empurrou até a porta e eu andei até a escada e olhei para baixo. Vi dezenas de pessoas, vampiros é claro, e um padre que fazia meu estomago delira de fome por causa de seu cheio humano gostoso.

 Tentei não pensar nisso e foquei em Stefan no pé da escada com seu sorriso doce e gentil.

Minha mãe disse uma vez que era normal sentir dúvida, mas o que nos tornava fortes era não correr quando sentíssemos a dúvida tomar contar de nós. Confesso que milhares de pensamentos passaram na minha cabeça junto com o rugido que a escada fazia a cada degrau que eu descia. Entre eles o porquê me casar?Eu não existia para a sociedade e nem muito menos tinha família. Não consegui entender o motivo que eu estava ali.

_Você está linda! _Stefan pegou minha mão e levou delicadamente até sua boca, andamos juntos até o padre, que me sufocava com seu cheiro de sangue. O som do seu coração me fazia salivar.

_Você está maravilhosa! _ Diz Stefan, tendo como resposta meu sorriso.

O cheiro e a fome eram tudo que eu conseguia pensar. Precisava matar minha fome, minha sede. Aquele líquido que Molly me deu já devia ter perdido o efeito, pois eu sentia meu corpo doer de fome.

Olhei para todos em minha volta, não conhecia ninguém, na verdade nunca tinha visto nem metade deles, talvez alguns da janela do quarto ou quando Stefan me levou para caçar animais, mas isso não passava de cinco ou seis. A porta do salão da mansão estava aberta podia ver o sol se pondo no fundo da serra distante, queria sair correndo e encontrar o sol, mas algo me prendia, talvez a gratidão por Stefan estar cuidando de mim ou talvez aquele cheiro de sangue humano que o padre exalava.

_Senhorita Katherine Pierce!

_Sim? _ Eu sorrio sem graça.

_Aceita Stefan Salvatore como seu legitimo esposo? _Minha garganta colava de fome, queria muito poder beber aquele sangue sagrado. Ri de minha própria piada sem graça dizendo:

_Sim, claro!_ Stefan tinha um sorriso nos lábios, mas seus olhos me diziam que ele não parecia tão calmo quanto aparentava. Olhei para Molly que também tinha seu sorriso delicado no rosto.

_Sim eu aceito! _ Diz Stefan me despertando dos meus pensamentos. Ele puxou minha mão e um anel de brilhante tomou conta de meu dedo.

_É lindo! _Eu digo surpresa com tanta beleza em um só anel.

_Você é muito mais! _ Stefan diz baixinho e nossos olhos se encontram por alguns segundos, o tempo suficiente para eu lembrar o quando eu quis encontrar alguém como ele.

_Pode beijar a noiva! _ Diz o padre.

_Ainda não! _ Fala Molly. _ Temos a bebida da união.

Ela tinha duas taças, uma em cada mão, a da direita ela deu a Stefan que balançou a cabeça em forma de gratidão e a da esquerda ela deu a mim. Aquele cheiro parecia o mesmo negócio que ela me deu para beber mais cedo. “Será que ela desconfiou que faltava pouco para eu enfiar meus dentes no padre?”

_O que é isso?_Perguntei baixinho para Stefan.

_Uma porção mágica, só deve beber se realmente quiser ficar comigo por toda eternidade.

_Que? _ Eu com certeza fiz cara de espanto, pois Stefan sorriu.

_Um brinde a eternidade de Katherine e Stefan!_ Fala Molly em alto e bom som. Todos da sala repetem e eu sinto um arrepio na espinha.

Algo estranho estava acontecendo, eu não conseguia explicar o que era. Stefan levou a taça até a boca e eu fiz o mesmo só que meu paladar percebeu um gosto familiar naquela porção. O sangue de Stefan. Parei de beber antes que mais uma gota descesse pela minha garganta e duas perguntas tomaram minha atenção.

Se eu bebia o sangue de Stefan, ele bebia o meu? Mas como se eu nunca tinha derramado meu sangue?

Olhei para Molly e ela sorria para nós. Eu não dormia tinha dias e depois que entrei naquele banho cheio de ervas e cristais, eu simplesmente apaguei durante horas, tempo suficiente para ela tirar meu sangue. Mas por quê? Dei dois passos em direção a ela e Stefan segurou meu braço.

_O que foi?

_Eu quero uma explicação! _Não controlei meu tom.

_Sobre o que?

_Você esta bebendo meu sangue? _ Eu sussurro e o padre faz cara de que não entendia direito o que acontecia.

_Então, o noivo já pode beijar a noiva. _ Repetiu o padre.

_Katherine ficou louca?

_Louca?

_Beije a noiva, pode beijar ­_ Diz o padre mais uma vez sendo ignorado.

_Me beije eu te explico. _ Diz Stefan me puxando.

_Não! _ Eu o empurro. Eu sentia raiva, eu me sentia enganada, mesmo não sabendo ou certo porque eu me sentia traída.

_Tome beba! _ Stefan me dar sua taça.

_O que? Não!

_Beba! Veja como você está enganada!

Levei a taça dele até minha boca e para minha surpresa senti gosto de maçã, somente maçã, nada mais que maçã.

_Suco de maçã?_ Falei curvando as sobrancelhas.

_É! Só você tem o privilégio de sangue aqui, afinal eu queria que o padre continuasse vivo até o fim da cerimônia._ Ele diz no meu ouvido antes de me puxar para um leve beijo.

_Enfim casados! _ Diz o padre.

Stefan desencosta seus lábios dos meus e sai em direção oposta a minha, uma música começa a tocar e todos começam a dançar. O sol lá fora joga seu último raio.

Senti-me péssima pelo constrangimento que tinha causado, é claro que Stefan só tinha colocado seu sangue para poder saciar minha fome. Ele deveria saber que eu iria morder o padre a qualquer instante. Eu acho que aquele sonho na banheira me deixou meio desconfiada.

_Senhora? _ Uma voz me chama me tirando do meu êxtase de dor. _Quer uma bebida?

_Não obrigada!_ Digo olhando para os copos que pelo cheiro só podia ser sangue. Viro o rosto e faço o sinal com a mão dispensando a bebida. Respirei fundo e procurei Stefan e o vejo conversando com senhores bonitos e bem arrumados, vou até ele.

_Stefan?

_Oi amor! Eu já lhe apresentei?Esse são Lestat e Luiggi.

_Muito prazer senhores.

_Você escolheu muito bem Salvatore, ela é linda!

_Obrigada!

_Me deem licença senhores! _ Fala Stefan pegando em minha mão e me levando para fora de onde estava acontecendo a festa.

_Desculpe!_ Eu digo quando vejo em seu rosto a expressão de decepção.

_Tudo bem Katherine, eu entendo que estava com fome._ Ele falava diferente, era frio e não muito gentil.

_Eu estou achando tudo lindo, a música, as pessoas..._ Eu não sabia o que falar, me sentia tão sem graça por ter quase estragado nosso casamento que as palavras se desfaziam em meus lábios.

_Que bom! Agradeça a Molly!Agora vamos entrar.

Sentei em uma cadeira perto dos músicos e deixei me envolver pela música durante muitos minutos. A música me acalmou e me fez até esquecer a fome, porém me fez pensar naquela visão que tive na banheira, nas roupas que eu vestia, na iluminação das coisas, no homem com olhos azuis e na nossa trocar de olhares tão intensa.

_ Com licença senhora! _ A voz de Molly me despertou.

_Sim!

_Quer ajudar para se preparar?

_Preparar?

_É senhora, sua noite de núpcias _As palavras de Molly me fizeram perder a voz, eu me sentia nervosa só de imaginar que eu e Stefan fossemos dormir hoje na mesma cama, ou melhor, iríamos ser um do outro.

_O Quarto está todo arrumado, talvez a senhora queira subir agora para poder descasar, pois dentro de uma hora os convidados já vão ter ido embora.

_Vamos! _ Eu disse sentindo meu corpo tremer. Olhei para Stefan que me encarou, me deixando na dúvida se seu olhar era bom ou ruim.

Entrei no quarto e meus olhos se encheram de beleza. O quarto estava lindo, com velas rosa, com o perfume de Jasmim e pétalas vermelhas pela cama.

_Nossa Molly está lindíssimo!

_Senhor Stefan que pediu que arrumassem assim.

_Como ele pode ser tão perfeito? _Falei em voz alta admirando o quarto. Molly solta um sorriso e me mostra uma roupa de baixo feita de seda.

_Gostou senhora? É linda não é?

_É lindíssima!

_Agora venha se lavar!

Tomei um banho, não fiquei muito tempo dentro do banho que Molly preparou, pois não queria ter sonhos estranhos novamente.

Sentei na cama e fiquei olhando para a roupa intima tão perfeita e bonita. Ouvi passos na escada e pela força só poderiam ser de Stefan, corri para banheiro novamente e logo ouvi a porta se abrindo.

_Katherine?!

_Oi! _ Eu disse atrás da porta do banheiro.

_Você está bem?

_Estou!

_Vou tomar banho no outro quarto, depois eu venho. Ou você prefere que eu não lhe perturbe?

_Não! Por favor, venha! _ Ele fez um barulho que parecia uma gargalhadinha.

Saí do banheiro e olhei para cama onde estava a roupa de seda, eu a experimentei, ela caia no corpo como água gelada,seu pano escorregava quase sem encostar na minha pele, era tão estranho usar algo tão delicado.Fiquei na frente do espelho me admirando, não puder olhar muito o vestido de casamento, mas não hesitei em ficar olhando aquele pano vermelho de seda sobre meu corpo.

Passos de Stefan me chamaram atenção novamente, me enfiei debaixo das cobertas.

_Posso entrar?

_Sim!

_Tudo bem?_ Ele entrou e eu pude vê-lo sem camisa pela primeira vez e senti minha boca salivar.

_Sim! _ Me encolhi debaixo das cobertas. Ele sentou ao meu lado.

_Katherine, não precisamos fazer nada hoje, tudo bem? _Balancei a cabeça, ele estava diferente.

_Você está chateado comigo? _ Ele balança a cabeça dizendo sim_ Desculpe!

_Queria que você confiasse de mim!

_Eu confio!

_Aquilo foi uma demonstração de confiança?Porque você achou que eu iria querer seu sangue?Não entendo Katherine.

_É que hoje Molly me preparou um banho e eu dormi durante horas e...

_Isso não é bom?

_Eu não dormia há dias Stefan e ...

_ Então deveria estar agradecida e não desconfiada, certo?

_Mas tive sonhos estranhos, era como se...

_Que tipo de sonhos?

_Não sei explicar, me desculpe eu achei que... Eu não sei o que eu achei.

_Tudo bem Katherine, está desculpada._ Ele passa a mão em meu rosto, eu sorrio.

_Quem eram aquelas pessoas lá em baixo hoje?

_Amigos!Ninguém especial

_Stefan, quem era antes de mim?

_Que? _ Ele joga uma mecha do meu cabelo para trás.

_Você sempre viveu sozinho?

_Não acredito que quer falar de mulheres na nossa primeira noite juntos. _ Seu tom era irônico e engraçado.

_Nós nunca falamos muito de você.

_É porque eu não vivia antes de te conhecer._ Eu sorri e seus lábios se aproximaram.

Meus lábios encontraram o dele me causando muitas sensações desconhecidas. Sua mão encostou em minha nuca e tudo ficou completamente quente. Passei a mão no peito nu de Stefan, eu nunca tinha encostado em um corpo masculino desse jeito, era forte, gostoso, o puxei mais para mim, afundamos em um beijo ainda mais intenso. Stefan debruçou em meu corpo, me deixando nervosa e completamente excitada, sentir seu corpo no meu me causou uma sensação inexplicável. Meu corpo, minhas emoções, tudo gritou quando Stefan disse:

_Posso te pedir uma coisa? _Faço que sim com a cabeça, pois não conseguia falar.

_Me morde!

_Que?

_Nunca tive o prazer de fazer isso, mas com você eu quero que seja assim, se alimente de mim Katherine, em todos os sentidos.

As palavras de Stefan intensificaram todas as pulsações de meu corpo, o puxei para cima de mim mergulhando nos seus lábios macios e doces. Ele mexia seu quadril levemente em cima de mim, eu o puxava com minhas unhas para mais, pude sentir minhas unhas perfurarem seu corpo e seu sangue escorrer rapidamente pelos meus dedos, ele sorria e gemia me causando uma excitação fora do comum. Joguei meu corpo para cima do dele, eu era mais forte que eu imaginava. Ele sorriu e eu rapidamente o deixei completamente nu.

Minhas emoções e vontades tomavam conta de mim, talvez a Katherine de antes não fizesse isso, mas ela perderia toda essa diversão.

Mordi o pescoço de Stefan sentindo o gosto delicioso de seu sangue, eu o bebia ouvindo seus gemidos, que intensificavam o movimento de nossos corpos.

Senti todo seu corpo invadir o meu, era melhor que eu imaginava.

_ Katherine isso é a melhor coisa....

Stefan não conseguia falar, eu soltava pequenas gargalhadas, sentindo seus lábios sagrando nos meus.

_Deixe-me provar você? _ Ele diz me colocando debaixo de seu corpo, novamente eu sorrio louca para sentir como seria a sensação de escorrer em sua boca.

Senti sua boca, em seguida seus dentes perfurarem meu pescoço, lábios, seios, pernas... Ele entrava em mim me deixando completamente vulnerável. Todas as duvidas que eu tinha sobre estar ali com ele ou não, haviam morrido no calor daquele quarto.

Nosso sangue misturado entre um beijo e outro, nosso corpo entrelaçado e encaixado me fez ter certeza que ali era meu lugar.

Minha cabeça girava e um êxtase tomou conta de mim,era como morrer só que mais prazeroso, pude sentir meu corpo ainda se movimentando, mas minha mente havia parado nos olhos de Stefan, que viraram olhos azuis desconhecidos, um olhar que  eu só tinha visto uma vez em um sonho.







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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Agradeço muito pelos comentários, adorei as recomendações, obrigado!
Quero muitos Comentários.
Beijos!!!!!!!!!!!!