Boa Sorte, Lílian Evans escrita por Blue Jay Way


Capítulo 5
Sexta Feira 13


Notas iniciais do capítulo

Divirtam-se :B



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Na verdade, era sábado 14, tudo tinha ocorrido muito bem na sexta-feira. Lílian acordou no sábado, tomou a poção e foi sabadar (sabadar, verbo. fazer coisas normais que se faz num sábado). Paulina saiu toda felizinha alguns minutos depois de Lílian.

Lílian achou engraçado... Remo e Pedro iam para Hogsmead, mas Tiago e Sirius iam ficar na escola… Mas eles dois nunca perdiam a chance de repor o estoque de Bombas de Bosta ou de passar em alguma loja de quadribol. Porque agora iam ficar? Ela sentiu que sua sorte estava abalada de novo.

            - Vai, Sirius, é a sua chance, ela saiu, nem vai ver... – Tiago disse.

            - Mas é tão necessário assim? Eu não quero levar um pontapé da Evans.

            - É! É uma causa nobre, não lembra? – respondeu Tiago desenhando um coração no ar com uma cara zombeteira.

            - Mas porque eu tenho que roubar? Vai você, a criatura também é responsabilidade sua, oras, e eu não quero levar um pontapé da monitora! – Sirius insistiu.

            - A gente combinou, agora vai, seu bundão. E entre pela janela porque nas escadas não dá certo.

Foi essa a conversa que Lílian ouviu enquanto descia as escadas do dormitório feminino. Voltou correndo e trancou as janelas. Fechou o malão, enfiou debaixo da cama, fechou o dossel e trancou o dormitório com magia. Desceu as escadas mais tranqüila. Sirius havia sumido e Tiago continuava sentado na poltrona com uma expressão sádica.

            - Olá, Evans. Tendo um bom dia? Achei que você ia para Hogsmead, mas nós demos sorte...tá tá quase todo mundo em greve. – ele disse num tom meio... sádico?

            - Ah. É, muita sorte a nossa. Tenho que terminar um trabalho lá na... biblioteca. – Lílian respondeu tentando fugir de lá.

            - Que coincidência! Eu também. Podemos fazer juntos, né não? – ele sugeriu se levantando.

            - Não, Potter. Meu trabalho é de... – Lílian tentou lembrar de alguma matéria que Tiago não fazia, mas não conseguiu. – de... – ela vasculhou na mente algum trabalho que sabia que ele já havia feito – Física?

Era uma matéria trouxa, muito bem pensado Lílian Evans... Não ensinam Física em Hogwarts.

            - Quê? – ele disse. Não devia ter escutado direito.

            - Física, Potter. Você não vai entender. – e Lílian saiu. Achava que estava tudo bem, mas Tiago apareceu correndo atrás dela.

            - Pode me ensinar? – ele perguntou com um sorrisão estampado no rosto. Sua expressão não estava mais sádica. E Lílian  não interpretou como uma cara de “estou louco para aprender uma nova matéria!”. Era mais uma cara de “não acredito que fui genial o suficiente para ter essa idéia para ficar perto dela!”.

            - Mas você não vai entender nada. – Lílian respondeu tentando escapar. Ela estava quase cedendo àquele sorrisão animado. Era como negar o truque de mágica de arrancar o dedão para uma criança feliz.

            - Por favor? – ele disse segurando o ombro dela.

Droga...ele tinha mesmo que fazer isso? Lílian não teve como negar. Por algum motivo, ela se sentia bem quando ele a tocava. Era como se...qualquer irregularidade do corpo fosse regulada. Entende? Biologicamente falando. De certa forma, ela sabia que se ela estivesse com dor de barriga, por exemplo, se ele a tocasse, mesmo que fosse só com a ponta do dedo, a dor de barriga passaria imediatamente. E voltaria quando ele fosse embora. Não era psicológico, era físico. Era como se ela ficasse completamente nova. E ela estava com uma dorzinha nas costas...que passou imediatamente.

            - Tá. Mas se você me incomodar uma só vez, você leva uma livrada e eu paro a aula. – ela respondeu hipnotizada. Tinha até esquecido da raiva que tinha da maldição que ele havia jogado nela.

Ela não ia realmente estudar Física...claro que não, pra que estudaria Física? Mas agora ia. Fazer o que? Como eu já disse, você negaria fazer a mágica do dedão para uma criancinha sorridente? Bom, agora Lílian teria que ensinar fórmulas para Potter...

            - Então? O que é essa tal de física? – ele perguntou puxando uma cadeira.

            - É...o estudo do movimento? Eu não sei dizer...bom, o que você quer aprender? – Lílian respondeu se sentando de frente para Tiago.

            - O que você quer me ensinar? – ele questionou animado.

Ele era tão bonitinho quando estava quieto fingindo querer aprender alguma coisa. Ele bem que poderia ser assim o dia todo, pena que ele era justamente o contrário.

Lílian começou a enrolar Tiago falando sobre ondas periódicas, mas percebeu que não iria conseguir ficar encarando Potter sem gaguejar. Era estranho falar assim com ele. Já que ele iria fingir estar interessado, ela iria fingir estar explicando, certo? Certo. Mas ela não conseguia, porque nunca havia parado para encarar Tiago daquele jeito.

Enquanto ela explicava, milhares de coisas vinham a sua cabeça, fazendo-a gaguejar.

- Ele sempre teve olhos verde-acastanhados? Porque eu falei para a minha mãe que eram azuis? Seria eu tão burra? Ou eu estava pensando no John Travolta?

- Que estranho, ele tem uma mania esquisita de mexer o nariz.

- Por algum motivo, ele me lembra o Paul McCartney.

- Ele tem caspa ou é a luz da biblioteca?

- Ele tem os dois dentes da frente meio grandes...

- Caramba, uma pinta! Na têmpora, ele tem uma pinta! Acho que depois de hoje eu não vou conseguir parar de olhar pra maldita pinta.

- Mania desgraçada de mexer o nariz!

...

            - Vou procurar alguns livros. – disse Lílian se levantando rápido, quando viu que não ia mais conseguir encarar. Mas não tinham livros de física em Hogwarts, tinham? Eh...não. Ela voltou para mesa de mãos vazias e voltou a se sentar.

            - E os livros?

            - Não tem. Não ensinam física em Hogwarts.

            - Ah, pena. – e Tiago começou a encarar o vazio.

Lílian começou a admirar a belezura e o show-de-bolice de Tiago. Era só pensar que ele não era Tiago Potter e que ela nem conhecia ele. Pronto, já ficava lindo. Naquele ângulo, parecia ator de cinema. Mas era só lembrar que ele era Tiago Potter e que ele era um pentelho, que Lílian já deixava de acha-lo bonito. Mas ela não lembrou. E por um momento, nem se importou com a maldição do azar, afinal, ela tinha aquela poção milagrosa. Tinha que resistir ao impulso de dar-lhe um abraço de urso (interprete como “um abraço que ela daria num urso de pelúcia”). E só uma coisa poderia substituir esse abraço.

            - Sabia que o rendimento de uma máquina térmica que opera pelo ciclo de Carnot é igual ao quociente da temperatura final pela inicial, subtraído de um? – ela disse piscando várias vezes. É, era uma cantada. E era para ser romântico.

            - Que? – ele se virou.

Lílian chacoalhou a cabeça.

            - Nada. – ela respondeu. Ele riu.

Passaram horas conversando na biblioteca até que foram expulsos e continuaram conversando até o Salão Comunal. A conversa estava legal, ela fingindo que ele não era ele, e ele feliz da vida porque tinha conseguido ter uma conversa amigável com Lílian sem levar um tapa ou sem ser ignorado.

Aquela versão de Tiago que Lílian fingia não ser Tiago era bem legal...

            - Líílian! Ai Lílian, eu preciso contar tudo! – Paulina chegou correndo, agarrou Lílian pelo braço e arrastou para o dormitório feminino, largando Tiago sozinho no sofá.

Lílian teria brigado com Paulina e dito que estava conversando com Tiago, mas ele já havia começado a conversar com Sirius. E a conversa lembrou Lílian da raiva que ela tinha.

            - Conseguiu?

            - Roubei, tá escondido.

Antes de ouvir qualquer palavra da Paulina, Lílian verificou o malão.

A poção havia sumido.


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Notas finais do capítulo

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