No Prédio principal de Konoha, a Tsunade estava mais uma vez dormindo (depois de uma noite de bebedeira). Alguém abre a porta e notando a Hokage dormindo, entra com um grupo de 3 pessoas com cuidado, para não acordar ela. Mas, uma das 3 pessoas não resistiu e quando os outros não estavam olhando, ele bate a porta violentamente. Acordando assustada, ela grita que estava trabalhando. Depois de alguns segundos, ela olha para frente e vê a Shizune e a Karin olhando sério para o Suigetso, que não parava rir pelo jeito que a Tsunade acordou, e o Juugo só ao lado sem fazer nada, só olhando para a cena.

– Hahahaha. Não dá para acreditar que é essa a Hokage. Para mim, é mais uma velha... – Ele não conseguiu terminar a frase, pois foi atingido por um soco da Tsunade.

                Com o soco, o braço da Tsunade atravessou a cabeça dele, e quando ela retirou o braço, só havia um buraco no lugar da cara que dava até a nuca. Ela resmungava que ele tinha sorte poder virar água, enquanto o rapaz formava seu rosto novamente. Ela sentava na sua mesa, enquanto lembrava-se do dia em que ela aceitou que os dois ficassem na vila, pela ajuda que eles deram na guerra, mas que ficariam um tempo na cadeia junto com a Karin. Se lembrava também do dia que deu a liberdade provisória para os três, desde que trabalhassem  em missões ninjas para a vila, com a supervisão de algum responsável. Depois que ele recompõe sua cara, ele da um sorriso vitorioso, para em seguida receber um tapa da Karin.

–Ai. Porque fez isso, sua tonta? – Perguntou ele com uma cara de poucos amigos

– Para aprender a não fazer uma gracinha dessas. Imagina se ela culpa todos nós pela sua brincadeira sem-graça, daí eu teria que ouvir sermão sem necessidade, e daí... – Não pode terminar a frase, pois foi cortada pelo Suigetso.

– Já pensou em parar de falar um pouco, nem faz 5 minutos que você estava falando que eu era desleixado, louco de pedra, e... – Ele foi cortado pela Karin

– Talvez eu não fala-se tanto se você não fosse tão idiota e chato. – Retrucou a garota.

– Você que é a chata aqui, sempre falando que é a certinha, mas é só uma quatro-olhos metida que... – Ele é cortado com o grito da ruiva.

– REPETE SE FOR HOMEM, PROJETO DE GENTE. VOCÊ NÃO PASSA DE ÁGUA DE PRIVADA!

            Os dois ficaram cara a cara, saía faísca entre os dois, de tanta raiva que estavam. Antes que a situação piora-se, Tsunade da um soco na mesa e grita para que o casal para-se de brigar. Assim que os dois ouviram a palavra “casal”, os dois ficaram vermelhos e gritaram que nem mortos se apaixonariam um pelo outro. Juugo só deu uma risadinha leve, enquanto a Shizune ria muito da cara que os dois fizeram. Karin apenas olha para Juugo, e da uma risadinha, que preocupa o garoto.

– Nem vem dando risadinha disso, que eu ouvi falar que você está saindo com uma Inuzuka. – Depois que ela fala isso, o coitado fica vermelho e vira o rosto.

– Eu também ouvi falar disso Juugo, isso é verdade? – a Hokage perguntava, deixando o jovem sem jeito.

– Bem... Faz pouco tempo que a gente está saindo. É que ela gosta do jeito que eu levo com os animais, daí eu comecei a ajudar ela no trabalho dela, então chegou um dia que eu e ela saímos juntos e ela adorou minha companhia. Mas por enquanto está apenas nisso, não evoluiu ainda.

– Entendo, e ela sabe do seu “problema de personalidade”? – pergunta a Hokage.

– Ela sabe, mas não liga. Ela fala que ela tem um irmão que aguenta desde sempre, e mesmo assim, ela o ama do mesmo jeito. Sempre fala que se ela conseguiu aguentar ele por todos esses anos, então ela tiraria de letra o meu “probleminha”. Além disso, ela sabe que eu estou aprendendo a controlar o meu outro lado. 

– Bem, primeiro de tudo, parabéns pela “namorada”, espero que de tudo certo. E agora que me lembrei como foi a missão que eu mandei vocês fazerem com a supervisão da Shizune? – A hokage em seguida olhou para a Shizune, esperando a resposta para a sua pergunta.

– Bem, a missão de escoltar o comerciante até uma conferência no país das ondas foi bem tranquila, se bem que no final dela, quase foi tudo por água abaixo.

– O que você quer dizer com isso?_ Tsunade pergunta

            Shizune explica que na última noite que eles estariam protegendo o cliente, ele foi num bar. Ele ficou insuportável ao ficar bêbado, e o pior é que encheu tanto o saco deles que teve uma hora em que o próprio Juugo queria esmagar o sujeito. Mas quem espancou o comerciante foi o Suigetso, que não conseguiu fatiar o cara, se ele não tivesse sido segurado pela Karin e pelo Juugo. A Shizune teve que dar um desconto bem grande no preço da missão, para que o cliente não processa-se a vila por danos físicos. Tsunade olha furiosa para o Suigetso, que dizia que não tinha culpa que o cara tinha enchido a paciência dele. Mesmo assim, ela se acalma e fica feliz pelo fato de que o grupo conseguiu fazer a missão. Ela fala para os três que se continuarem tendo sucesso nessas missões, ela poderia pensar em deixar os três irem a missões sem a supervisão do responsável. Karin e Juugo agradecem, enquanto Suigetso falava que não era grande coisa. Ele recebe um cascudo da Karin pelo que falou. O garoto fala que o problema da chatice da Karin poderia ser causado pelo fato dela não ter nenhum namorado, o que deixa a ruiva com uma raiva tremenda. Enquanto Shizune segurava Karin, a Tsunade fala que o pessoal estava dispensado, menos a Karin. Enquanto o pessoal saia da sala, Karin resmungava. Quando estavam apenas a Hokage e a Karin na sala, Tsunade se aproxima da garota e começa a olhar o rosto da ruiva atentamente.

– Algum problema, Hokage-sama? – Notava que a garota já estava preocupada.

– Faz quanto tempo?

– Nani? – A ruiva pergunta

– Faz quanto tempo você não tem dormido direito?

            Karin realmente estava impressionada com a Hokage, pois ela pensava que estava escondendo bem o fato dela estar com insônia.

– Como você sabe da minha insônia?

– Bem, eu notei que você estava reclamando mais do que o normal com o Suigetso, demonstrando que você está irritada com algo. E agora que olhei seu rosto, pude notar que você maquiou suas olheiras para parecer que estão pequenas. Então deduzi que você deve estar faz um bom tempo sem dormir. Então, você vai me responder a quanto tempo está com esse problema? – Tsunade esperava paciente a resposta dela.

– Começou faz 3 semanas.

– Me deixa adivinhar, para não parecer cansada, você está tomando muitas pílulas militares, certo. – Tsunade sabia que esse era o único jeito dela não parecer cansada.

– Hai.

– Você sabe qual é o motivo do sua insônia?

– Hai. – Respondeu Karin sem pensar.

– E qual seria?

– Um pesadelo.

– Um pesadelo?

– Hai. Não sei explicar, mas é tão real. É como se fosse possível acontecer aquilo. – Ela ficou séria quando pensou no pesadelo, o que deixava a Tsunade preocupada com ela.

– E o que acontece no seu pesadelo?

–Bem... É difícil de explicar.

– Então, porque você não me conta o pesadelo todo? – Ela ficou curiosa para saber desse pesadelo.

– Está bem, começa assim...

(Pesadelo de Karin)

                Karin se encontra de pé num lugar toda iluminada, não sabia que lugar era aquele. Não havia nada naquele lugar. Nem teto, nem parede, nada. Daí começa a aparecer sombras. Algumas ela reconhece, pelas silhuetas, outras ela não conhecia. Então, elas começam a desaparecer, sobrando apenas uma. Ela sabia que conhecia aquela sombra de algum lugar, só que não estava se lembrando de quem era. A única coisa que ela sabia era de que a sombra daquela pessoa tinha um chakra especial. Mas daí, um buraco se forma no chão abaixo da sombra, e desse buraco começa a surgir garras que puxam a sombra para baixo. Ela queria ajudar, mas ela não conseguia sair do lugar. Ela assistiu a sombra tentando sair daquele buraco, sem nenhum sucesso, até que desapareceu. Depois de alguns segundos, duas esferas surgem na sua frente. Uma era de cor preta com um símbolo que era uma espécie de coração e a outra bola era de cor cinza e possuía um estranho símbolo. As duas esferas começaram a tomar formas diferentes. A esfera negra tomou forma de uma raposa, enquanto a esfera cinza ficou com a mesma silhueta que a sombra que havia sido consumida. As duas criaturas olharam para a ruiva e a ficaram observando. Ela estava com medo, e tentava fugir, mas não conseguia sair do lugar. As duas criaturas correm em direção a Karin, e a última lembrança que ela tem do pesadelo antes de acordar era das criaturas quase a agarrando-a.

(fim do Pesadelo)

                Tsunade fica um pouco pensativa com o relato da garota, afinal de contas, um sonho daqueles era bem incomum, principalmente pelo fato da menina ter se lembrado de tantos detalhes dele. A Hokage ia dizer algo, quando um ninja abre a porta de forma violenta. Ele estava nervoso, e a Hokage logo pergunta do porque daquele nervosismo. O ninja fala era que a vila estava sendo atacada. Tsunade olha pela janela e percebe alguns pontos de fumaça pela vila. Ela fica nervosa com tudo aquilo, e pergunta se o Shinobi sabia que era o responsável pelo ataque.

– Ninguém sabe, apareceram do nada e começaram... – Essas foram as suas últimas palavras, pois uma garra abriu seu peito por trás.

            Karin da um grito horrorizada, enquanto Tsunade fica assustada com isso. O corpo cai no chão e desaparece no ar, sobrando apenas um soldier segurando um coração. Do nada, esse coração é consumido pela escuridão, se transformando em um shadow.

– Maldição, o que será que são essas coisas? Karin fica de olhos abertos para qualquer movimento, está bem? – A ruiva não responde.

            O soldier pula em cima da Karin, que é salva pela Tsunade quando a loira da um soco de chakra no heartless, fazendo o soldier virar fumaça. Ela estranha o fato da criatura se transformar em névoa negra, e mais ainda pelo fato de que um coração surgiu no meio da fumaça e desapareceu em seguida. O shadow aparece atrás da Tsunade, que desvia rapidamente do ataque, e em seguida desfere um golpe no heartless, acabando com ele. A Hokage voltou sua preocupação para a Karin, que parecia estar paralisada. Quando a Tsunade olha para a cara da ruiva, percebe que a Karin estava mergulhada no medo e no pavor.

– Por Kami, o que houve garota? – Tsunade estava preocupada pelo estado que a ruiva estava.

– Hokage-sama... o símbolo...o símbolo que um deles tinha... – Ela falava meio que tremendo de medo.

– Hai, eu vi. Você conhece? – Pergunta apreensiva

– Hai.

– De onde você o viu?

– Em... em.. – A ruiva não conseguia falar, pelo medo que estava tendo.

– Aonde foi que você viu? – A hokage já estava nervosa com aquilo tudo.

–Em meu pesadelo.

– Nani? – A loira não acreditava.

– O símbolo que eu vi na esfera negra do meu pesadelo é o mesmo que uma das criaturas tinha. – Karin olhava sério para a Tsunade.

            A Hokage não sabia o que fazer, pois não estava acreditando que algo como aquelas criaturas pudesse existir. E só de imaginar que mais daquelas coisas estavam atacando a população da vila assustava ela. O que deixou ela preocupada também era que no pesadelo da ruiva havia outro tipo de criatura...