Seven Days a Week escrita por Jojo Almeida


Capítulo 8
Monday Honey


Notas iniciais do capítulo

Hey, galera!
Quem viu a capa nova?
Uma graça, não é?
Agradeçam a Jojo_Lins (minha xará honey, honey) que me mandou ela totalmente de surpresa. Alem de ter deixado um review lindo de tão grande (alguém aí quer tentar bater o recorde?).
E é por isso que quero dedicar esse capitulo para ela.
Esse é para você viu, Jojo?



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                 - Connor, acorda... – Connor ouviu uma voz distante chama-lo, como se estivesse no fundo de um poço. Ele abriu os olhos, piscando fortemente para se acostumar com a luminosidade.

                Harley estava ao seu lado, com os seus típicos cabelos castanho-escuros caindo sobre seus olhos. Usava uma camiseta cor-de-creme, meio comprida, e um short jeans escuro curto que pouco aparecia sobre a barra da camiseta. Connor franziu o cenho para ela levemente confuso, fazendo-a rir.

                - Você fica hilário com o cabelo desse jeito. –ela disse ainda rindo, bagunçando o cabelo dele um pouco mais com a ponta dos dedos. Connor fez uma careta de descrença engraçada.

                - Você me acordou só para isso? – perguntou se sentando na cama.

                - Claro que não, bobinho. – Harley respondeu ainda rindo um pouco, ao mesmo tempo em que tentava afastar uma mecha rebelde dos olhos. – Eu te acordei porque Travis está te procurando há horas.

                - Obviamente. Ele me ama. Não consegue viver sem mim. –Connor disse meio irritadiço, meio brincalhão, revirando os olhos. Ele se levantou e foi até o se armário, começando a demorada tarefa de remover todas as correntes e cadeados. – O que ele quer?

                - Você sabe o que ele quer. – Harley murmurou se jogando em sua cama.

                - Hu-hun. – ele disse em resposta, finalmente abrindo a porta e puxando uma camiseta azul escura e uma calça jeans de lá. – Obrigada por me avisar, a propósito. Me da mais tempo para fugir dele.

                Harley riu de novo.

                - Deixa de ser bobo. Acabe logo com isso e ajude ele. – ela disse depois de um tempo. – Ele é seu irmão.

                - Você é minha irmã. E não fica pedindo para mim te ajudar a reconquistar seu namorado. – Connor rebateu, jogando as roupas na cama e tentando recolocar os cadeados que havia atirado no chão.

                - Mas você me ajudaria se eu pedisse... Ajudaria? – ela perguntou momentaneamente pensativa.

                - Depende. Quem é o idiota que fez isso com minha irmãzinha? – Connor rebateu dando de ombros.

                - Chato! – Harley disse pegando o travesseiro atrás de si e jogando no meio-irmão. Connor conseguiu desviar por pouco, fazendo com que o travesseiro se prensasse contra a parede antes de cair pesadamente. – O ponto é que ele faria o mesmo pro você.

                - Faria. – ele concordou ironicamente. – Desde que eu tivesse uma adaga bem afiada e condições de usa-la contra ele a qualquer momento.

                - Connor! – ela ralhou se levantando. – Só... Troque de roupa e vá encontra-lo.

                - Sim, senhora. – Connor confirmou brincalhão. – Eu nunca disse que não ia.

                Harley o encarou de uma forma estranha. Então se levantou e saiu do chalé murmurando algo como “Te vejo mais tarde” para ele. Connor balançou a cabeça, sem se dar o trabalho de tentar imaginar a grande ideia do irmão dessa vez. Trocou de roupa e colocou um tênis de corrida, saindo do chalé e indo em direção ao único lugar que Travis poderia estar. O único lugar aonde ele ia quando queria pensar.  Que era, estranhamente, aquele pequeno ponto nos bosques, próximo ao riacho. O lugar que, como ele sabia, Travis havia conhecido Katie durante uma captura a bandeira.

                - Esse é o plano. -  Travis concluiu jogando uma pedrinha lisa no riacho. Um, duas, três, quatro, cinco. Ela quicou seis vezes antes de cair na água, alguns metros à frente.

                - É um bom plano. – Connor admitiu dando de ombros.

                - Claro que é um bom plano. É meu plano. – o irmão debateu, olhando para baixo para procurar outra pedra que fosse igualmente lisa entre as outras milhares que haviam na margem do riacho. – Não vai perguntar o que eu quero que você faça?

                - Não. Na verdade... Eu meio que não quero saber. – Connor respondeu se abaixando para pegar uma pequena pedra lisa e achatada que estava próxima ao seu pé, e jogando-a na água. Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito. Ela quicou oito vezes antes de desaparecer sobre a superfície da água. – Como você disse, é seu plano.

                - Fale com Polux e David. Depois, me encontre no mesmo lugar de sempre. – Travis instruiu ignorando-o completamente.

                - Deuses. Sinto como se fosse eu que estivesse namorando Katie. – Connor murmurou se sentando entre os pedregulhos a alguns metros da margem, num local onde a grama e as pedras começavam a se misturar.

                - É bom que não esteja. – Travis disse se sentando ao seu lado.

                - Você acha que isso vai fazer com que ela te perdoe? – Connor perguntou inocente, parecendo levemente esperançoso para dar um fim a tudo aquilo.

                - Não sei. – o irmão admitiu dando de ombros. – Talvez sim, talvez não. Ontem Katie me disse para dar mais motivos para ela não ficar brava comigo do que o contrário. Achei melhor... Começar a planejar isso de uma vez.

                - Quando vai ser?

                - Na noite de quinta para sexta. A ultima do prazo. – Travis respondeu se sentando ao seu lado.

                - Incrível. – Connor ironicamente murmurou balançando a cabeça negativamente.

                - O que? – Travis perguntou distraído, franzindo o cenho para ele.

                - Como vocês conseguem transformar uma simples briga em algo parecido com o roteiro de um filme comédia-romântica de quinta categoria. – respondeu reprimindo uma risada, mas falhando e transformando-a em um riso baixo levemente engraçado. – Você dois são um tragédia.

                - Hey!- Travis protestou fazendo uma careta estranha.

                - Vamos, você sabe que é verdade. – Connor se justificou. – Ou você quer que eu diga que vocês ficam fofos juntos que nem as filhas de Afrodite fazem?

                - Elas... O que? – o irmão repetiu franzindo o cenho de novo.

                - Em que mundo você vive? – ele perguntou olhando para ele de uma forma estranha. Travis abriu a boca para respondê-lo, mas Connor decidiu que não queria ouvir. - Esquece. O ponto é que... Bom, você deve realmente ama-la para continuar tentando depois de tantos problemas.

                - É claro que eu a amo. Como não amar? – Travis disse sonhador, desviando os olhos para a correnteza calma do riacho. Connor deu de ombros.

                - Se é o que você diz. – ele murmurou. – O que você vai fazer... Hoje?

                - Ah. Eu tenho outros planos para hoje. – Travis respondeu com um sorriso estranho, que fez Connor se perguntar se queria saber mais sobre isso ou não.

                Acabou decidido que não.

                - David! Jake! – Katie chamou assim que pisou na grama fofa na frente do chalé de Demeter, apressando o passo para tentar alcançá-los.

                Os dois pararam de andar, se virando para encara-la. Estavam, aparentemente, andando em direção ao lago de canoagem antes dela chama-los. Katie se apressou ainda mais, acelerando para uma cômica quase corrida. Estavam à alguns metros a frente, próximo ao chalé número 8.

                - Ufa. – ela bufou ao parar em frente aos dois, tentados recuperar o fôlego.  Ajeitou a camiseta verde-clara que usava, lançando seu típico sorriso gentil para eles. – Hey.

                -Hey Kay. – eles reponderam juntos. Katie riu um pouco dos dois, tentando prender o cabelo em um rabo de cavalo alto.

                - David eu... Eu queria pedir um favor. – ela murmurou sem graça, desviando os olhos para o chão e sorrindo como que pede desculpas. David riu baixinho dela, dando de ombros.

                - É só falar. – ele respondeu. Ao seu lado, Jake remexeu os bolsos em busca de algo, tirando uma pequena embalagem de chicletes de lá. Ele removeu o papel colorido, guardando-o no bolso novamente e colocando a bala na boca.

                - Bom, é que... – Kay disse ainda sem graça, tentando se obrigar a olhar para ele. – Jessie está indo muito bem na aula de Arco e Flecha, mas é um desastre completo com espadas e punhais. O problema é que nenhum arco do arsenal tem o tamanho certo para ela e... Bom, eu fiquei imaginando se você podia dar um jeito nisso.

                - Claro. – David responde rindo mais um pouco dela. – Eu com certeza posso dar um jeito nisso. Nada como o bom e velho chalé de Hefesto. Na verdade, fico feliz que você tenha me pedido. 

                - Ah David, você é demais. – Kay respondeu com um suspiro de alívio.

                - Eu vou para as forjas depois do almoço. – ele continuou a dizer, meio distraído. – É só me procurar.

                - Hun... Tenho que cobrir um turno nos campos de morango agora. – Katie disse pensativa. – Mas posso dar um jeito nisso. Te encontro lá pelas quatro horas, okay?

                - Sem problema. – ele a tranquilizou, dando de ombros.

                - Eu estou dando algumas aulas de arco e flecha desde que Felipe foi para a faculdade  - Jake disse subitamente interessado na conversa. Não era nenhuma surpresa, na verdade. Jake era, na falta de palavras, incrível com um arco em mãos e flechas na aljava. Batia qualquer um facilmente, mas ninguém era idiota o suficiente para desafia-lo. -  Você podia leva-la lá algum dia desses. Um bom professor é tudo que a baixinha precisa.

                - Tããão humilde. – David murmurou ironicamente ao seu lado, fazendo os três rirem.

                - Vejo vocês mais tarde então. – Katie disse, olhando na direção em que ficavam os campos de morango. – Rob vai me matar por ter demorado tanto.

                Ela se afastou deles em passos rápidos, sorrindo por cima dos ombros. Não estava mentindo sobre o fato de Rob provavelmente querer mata-la pela demora, mas não sabia exatamente que horas eram. Devia comprar um relógio, pensou irritadiça.  Continuou andando em ritmo consideravelmente rápido até passar pelo chalé número 17 e virar a esquerda, mas acabou desacelerando para uma caminhada calma depois disso. Que seja, ela pensou, se Rob quiser me matar, que ele me dê um relógio antes disso.

                Continuou andando, sem aumentar o passo. Pegou o caminho mais longo, rodeando a arena de uma forma desnecessária. Já estava entre o arsenal e as forjas quando ouviu uma voz distante lhe chamando.

                - KAY! – a voz gritou. Katie apertou os olhos, em uma prece silenciosa inconsciente.  Por favor, não seja ele; Por favor, não seja ele; Por favor, não seja ele...

                - Stoll. – ela devolveu quando ele parou a sua frente. Travis sorriu para ela de uma forma misteriosa.

                - Em carne e osso. – ele respondeu. Katie revirou os olhos, afastando uma mecha de cabelo castanho dos olhos.

                - Incrível – ela murmurou irônica. – achei que era apenas sangue e idiotice.

                Deu um passo a frente, para retornar seu caminho, mas ele a impediu ficando em sua frente.

                - Stoll, saia. – Katie disse cerrando os dentes. – Eu tenho que ir.

                - Tem. – ele concordou balançando a cabeça positivamente em um gesto lentos, sem parecer ligar muito para o fato. O que, na verdade, era meio engraçado. – Aonde mesmo?

                - Campo de morangos. – Kay respondeu a conta gosto, tentando ultrapassa-lo, mas sendo barrada novamente. - Sabe? Aquela coisa de filha de Demeter envolve mais do que ervas venenosas à vontade para lutas desiguais. Tem a parte mais chata também.

                - Eu tenho uma surpresa para você. – ele afirmou cruzando os braços e soltando mais um dos seus típicos sorrisos eu-sei-mais-do-que-você que Katie tanto odiava. Ou gostava. Tanto faz.

                - Claro que tem. – ela disse irritadiça, revirando os olhos. – Agora saia da frente que eu estou atrasada.

                - Vamos, Kay. – Travis insistiu sem deixar o sorriso oscilar por um segundo sequer. – Você não parecia com tanta pressa assim quando pegou o caminho mais longo para os campos de morango ao dar aquela volta na arena. Admita.

                Katie corou, amaldiçoando-o. Era incrível, isso ela tinha de admitir, como ele conseguia deixa-la assim... Sem palavras. Falando a verdade, ainda. Mesmo que de uma forma não tão... Agradável, digamos assim.

                - Certo. – ela murmurou a contra gosto. – O que você quer?

                - Vem. – Travis disse ainda sorrindo, pegando-a pela mão e puxando-a em uma direção que Katie nem se deu o trabalho de identificar.  – Eu disse que tinha uma surpresa para você... Não disse?

                - Às vezes sinto como se não quisesse ser surpreendida por todas as suas surpresas... Entende? – Katie rebateu divertida, se deixando levar por ele, mas tendo que se apressar um pouco para conseguir acompanhar suas passadas ladas e decididas.

                Travis riu baixinho, daquele jeito. O jeito que, mesmo que Katie não admitisse, ela amava.

                - Espera. – Katie disse rindo, partindo um pedaço do chocolate. – Você quase matou seu primo de terceiro grau porque ele pegou se celular emprestado e esqueceu-se de pedir?

                Estavam em um dos bancos em volta do lago de canoagem, em algum ponto da margem oeste. Katie estava sentada de uma forma que suas pernas ficam meio dobradas sobre o colo de Travis e suas costas reencostadas no braço esquerdo do banco de madeira. Tinha tirado as rasteirinhas do tipo gregas para isso, ficando descalça mesmo. Já Travis parecia ter apenas se jogado no lugar onde estava. O que, de fato, é o que ele havia feito.

                Tinham ido para o chalé de Hermes, antes. Katie devia ter imaginado. Era óbvio que Travis faria o que ele fizera tantas vezes para ela, quando conseguia. Em outras palavras, ele daria a ela uma barra enorme de seu chocolate preferido e a levaria até ali, naquele mesmo banco, onde pudessem fugir do mundo e fazer o quisessem. Dessa vez estavam apenas jogando conversa fora, mas era verdade que aquele banco guardava muitas histórias que não deviam ser repetidas em voz alta.

                - Não é culpa minha se ele é fraco. – Travis se defendeu dando de ombros. – E como eu ia saber que ele era alérgico a alvejante?

                - Você tacou alvejante no coitado? – Kay repetiu com a voz esganiçada e engraçada pela surpresa. – Deuses, Stoll! Ele só pegou seu celular!

                - É o que ele diz. – Travis rebateu a contra gosto. Katie balançou a cabeça negativamente, partindo o pedaço de chocolate em suas mãos em dois e entregando uma metade a ele antes de colocar a outra na boca.

                -Certo. – ela disse pensativa. – E qual era o objetivo de se jogar alvejante nele?

                - Não era alvejante. – ele respondeu também comendo sua metade. – Era uma mistura que provoca extrema coceira que, por acaso, leva alvejante.

                - Por que você não usou pó de mico?

                - Nah. – Travis disse, balançando a mão em um gesto engraçado. – Pó de mico não é tão eficiente.

                Katie riu divertida, sendo acompanhada por ele. De fato, Travis achava muito difícil não rir quando Kay fazia isso de uma forma tão... Espontânea.

                - O pessoal do hospital não achou tão engraçado. – ele se lamentou depois de um tempo, numa voz meio divertida demais para soar melancólica.

                - Ele foi para o hospital? – Kay repetiu ainda rindo um pouco, mas com uma carranca engraçada no rosto. – Coitado!

                -Coitado nada. Humpf. – Travis bufou.

                - Vou tentar me lembrar de não tocar em seu celular. – ela falou parecendo pensativa e fazendo com que soasse de forma que se entendesse que ela estava falando mais para si mesma do que para ele. – Tipo, nunca.

                - Ah, Katie. Não é para tanto. – ele respondeu. – Aprendi minha lição. – acrescentou quando ela olhou para ele descrente. – Agora eu não uso mais alvejante.

                - Travis! – Katie ralhou dobrando a perna para que pudesse dar um chute fraco no ombro dele. O garoto riu, fazendo-a revirar os olhos e suspirar antes de colocar o ultimo pedaço de chocolate na boca. – Mudando de assunto. – ela disse depois de um tempo, limpando a ponta dos dedos no short jeans. – O que você fez com as roupas de Juliet?

                - Joguei em um abismo como oferenda a comunidade dos anões irritadiços que moram em um barco a vela ao norte da frança, ao mesmo tempo em que implorava por perdão de seu Rei-maior chamado Mance. – ele respondeu ironicamente, revirando os olhos, mas sorrindo. – Hã, Katie, eu não sei se você reparou, mas elas meio que estão Azul-Turquesa.

                - Ótimo. Me responda mesmo. – ela murmurou irritadiça, sem nem se dar o trabalho de ralhar com ele. Travis riu baixinho, antes dos dois caírem no silêncio confortável de sempre.

                - Ooh, I need your love, babe /Guess you know it's true/ Hope you need my love, babe/ Just like I need you... – Travis cantarolou distraidamente depois de um tempo,  balançando levemente os pé no ritmo da musica. Katie franziu o cenho, mas preferiu não falar nada. Sabe, para ver aonde aquilo ia chegar. - Hold me, love me/ Hold me, love me/ I ain't got nothing but love, babe/ Eight days a week...

                - Certo. – ela interrompeu impaciente, cansada de esperar. – O que foi dessa vez, Stoll?

                - Nada, Gardner. – ele respondeu dando de ombros. – Eu só... Sei lá, achei adequado.

                - Eight Days a Week, dos Beatles, é adequado? – Kay repetiu levantando uma sobrancelha.

                - É. – Travis deu de ombros de novo. – Por que não? – E voltou a cantarolar.-  Eight days a week/ I love you/ Eight days a week/ Is not enough to show I care...

                - Não seria Seven Days a Week?

                - Seven days a week? – Travis repetiu com um riso baixo. – Isso não faz sentido algum.

                - Claro que faz! – Katie discordou com a voz estranha, também rindo. – Eu te dei sete dias, não oito.

                - Se é o que você diz. – ele disse divertido, voltando a cantarolar logo em seguida. - Love you every day, girl/ Always on my mind/ One thing I can say, girl/ Love you all the time... Hold me, love me/ Hold me, love me/ I ain't got nothing but love, babe/ Seven days a week...

                - Yew! Eight Days a Week soa melhor. – Kay resmungou com uma careta, rindo e sendo acompanhada por ele.

                - Isso quer dizer que eu ganho mais um dia de prazo? – Travis perguntou com um sorriso travesso.

                - Claro que não. – ela respondeu revirando os olhos para ele. – Significa que devíamos parar de adulterar a musica. Mas, falando sobre isso, seu prazo está acabando, viu?

                - Eu sei – ele resmungou. Katie desviou os olhos para o lago, distraída. A aula de canoagem havia acabado há tempos, pelo visto. Algumas garotas de Afrodite caminhavam na margem contrarias a eles, talvez indo em direção ao ateliê de artes e ofícios. Com elas, era impossível saber.

                Que horas são?, Katie pensou distraidamente, sem nem se movimentar para procurar um relógio. Chalé de Afrodite, Artes e Ofícios... Talvez 11 horas, o meio dia. Meio dia... Ah, não.... O campo de morangos... Rob...

                - Deuses! – ela exclamou se levantando em um pulo e tentando alcançar as sandálias. – Eu tenho que ir.

                - O quê? – Travis perguntou atordoado, olhando para os lados como se esperasse ser atacado.

                - Campo de morangos, bobão. Eu devia estar lá há horas. - ela respondeu pulando em um pé só para tentar calçar o pé esquerdo. – Agora sim, Rob vai me matar.

                - Não é melhor... Sei lá, não aparecer, nesse caso? – ele sugeriu se levantando e oferecendo um braço de apoio para que ela calçasse o outro pé.

                - Não. – ela respondeu de prontidão.

                Quando finalmente conseguindo ter as duas sandálias em seus pés, ficou ereta para encara-lo.Seus olhos, por coincidência, pousaram no banco antes disso. Lá estava um estranho retângulo cor-de-creme, no lugar onde Travis estava sentado antes. Devia ter caído do bolso dele. Katie franziu o cenho, esticando a mão e pegando o retângulo.

                - O que seria isso? – ela perguntou levantando o objeto para que ele visse e notando que na verdade o retângulo era um envelope selado.

                - Ah... Nada. – Travis murmurou, tentando pegá-lo de sua mão. Kay desviou com facilidade, franzindo o cenho de novo.

                - Pode ir falando, Stoll. – ela disse meio divertida, meio não. – Juro que não vou ficar brava se for uma carta anônima de uma das suas admiradoras secretas.

                - Se eu tenho admiradoras secretas, você não pode falar para ela começarem a mandar cartas? Meio que não vem acontecendo muito. – Travis respondeu brincalhão, tentando pegar o envelope novamente. Ela desviou.

                - Fala logo – Kay ralhou irritadiça, revirando o envelope nas mãos para, aparentemente, abri-lo.

                - Eu não faria isso. – ele disse a impediu, parecendo pensativo. – Meio que não é para mim, entende?

                - Não. – ela disse meio ironicamente, apesar de ter parado de tentar abri-lo. - Para quem é então?

                - Louise Madson, do chalé de Afrodite. – ele respondeu a contra gosto, meio sem graça.

                - Certo. – Katie disse, parecendo ter que se conter para não gritar mil coisas para ele antes. – E por que você está com isso, mesmo?

                - Quiron pediu que eu entregasse isso a ela ontem... – Travis murmurou com a voz cada vez mais baixa.

                - STOLL! – Katie ralhou em um grito que fez ele se encolher. – QUAL É O SEU PROBLEMA?

                - No momento, é o fato de não conseguir ouvir mais nada. – ele disse com uma careta.

                - Eu estou falando serio. – Kay ralhou dessa vez ainda mais irritadiça. – Você não sabe o que esta carta diz. Pode ser importante. Pode ser uma noticia terrível para Louise.

                - E pode não ser importante. – Travis rebateu. – Pode ser apenas uma carta de um admirador secreto.

                - Você não sabe. – Katie insistiu, gesticulando fortemente com as mãos. – Sendo ou não sendo importante, isso não muda o fato. Você é um irresponsável!

                - Só porque eu sou filho de Hermes não quer dizer que eu goste de entregar mensagens. – ele murmurou irritadiço.

                - Só porque eu sou filha de Demeter não quer dizer que eu goste de ficar andando entre plantações de morango para fazê-las crescerem mais rápido. – Katie devolveu. – Mas eu faço isso mesmo assim.

                - Ah, Katie, eu... – Travis voltou a murmurar, parecendo culpado dessa vez.

                - Não quero nem saber. – ela o interrompeu. – Eu vou para os campos de morangos, e você...

                - E eu? – ele forçou.

                - Você vai deixar de ser um idiota irresponsável pelos cinco minutos necessários para entregar essa droga de carta. – Katie concluiu, prensando o envelope em seu peito e saindo batendo o pé em direção aos campos de morango.


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Notas finais do capítulo

Owch.
Pobre Travis... Ou não né.
Homem tem que ralar mesmo!
hahaha.
Antes que me esqueça... Eu escrevi (OUTRA!) one-shot de Tratie... Sabe como é, para não acabar com o vício hahaha. Essa eu já aviso que é um pouquinho mais melosa do que as outras, okay? Para quem não viu, chama "Missing You" (http://www.fanfiction.com.br/historia/164039/Missing_You)
Deixem reviews!
Por favor!
Juro que não mordo (na maior parte das vezes, pelo menos)
Beijos,
Jojo (não a Lins, a Almeida... Hahahahahha)